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Editorial - Serviços públicos de qualidade

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      Alcançar essa meta ainda é tarefa a ser cumprida no Brasil. Embora os cidadãos contem com garantia constitucional para serviços como saúde, educação, segurança e previdência e assistência social e um amplo arcabouço legal de defesa do consumidor, ainda falta muito para que se atinjam os níveis de universalização e qualidade desejáveis. Apesar de todo o avanço que certamente houve nas últimas décadas, há ainda grave precariedade em todas as áreas, seja naquelas prestadas diretamente pelo Estado e sem cobrança tarifária, como as citadas acima, seja nas que são objeto de concessão à iniciativa privada, como por exemplo energia e telefonia.
      Consciente da necessidade de se transformar essa realidade, a CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados) realiza no próximo dia 13, no auditório do SEESP, o seminário “Do serviço público que temos ao que queremos – um novo Estado para um Brasil empreendedor” (detalhes sobre inscrição na página 8). Como indica o título da atividade, a ideia é colocar em discussão não só a justa reivindicação da população, especialmente da classe média, pela contrapartida aos tributos que pagam, mas sobretudo a necessidade de aparelhar corretamente o País para dar conta dos desafios que serão colocados por um novo patamar de desenvolvimento que certamente será atingido.
      Após décadas de estagnação, o Brasil voltou a crescer nos últimos anos e, apesar da crise financeira internacional, a economia nacional tem dado sinais de vigor e da possibilidade de um avanço que a sustente por um período longo. Oportunidades como as riquezas do pré-sal e da Amazônia, exploradas de forma ambientalmente correta, devem – se tomadas as decisões políticas acertadas – contribuir para que esse progresso seja ainda mais notável. Desse modo, diante da perspectiva real de se tornar uma nação desenvolvida, deixando de ser promessa para se tornar realidade, o Brasil não pode em hipótese alguma continuar a ter serviços públicos típicos de terceiro mundo.
       Também sabedora que tal mudança não se fará por simples vontade de alguns, mas pela conscientização e mobilização de toda a sociedade, a CNTU pretende, ao colocar o tema em pauta, lançar um verdadeiro movimento pela melhoria da qualidade dos serviços públicos, unindo não só as categorias que representa, mas o conjunto dos profissionais liberais, o movimento sindical como um todo, além dos setores público e privado e da academia. É preciso virar a página da precariedade e avançar rumo a um padrão de atendimento que a população brasileira merece e deve exigir, mas também ajudar a construir.

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

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