José Manoel Teixeira
Presente em todas as modalidades da engenharia, entre outras atividades, a segurança atua na concepção, no projeto, na execução, na ocupação ou uso, na manutenção, na demolição e descarte. Seu principal objetivo é proteger a sociedade como um todo, considerando o ser humano, o meio ambiente e o patrimônio. No Brasil, o número de mortes e acidentes no trabalho é altíssimo. Em 2009, foram registrados cerca de 723,5 mil acidentes e 2,5 mil mortes, estatística assustadora que traz elevados custos à sociedade.
Para combater essa realidade e preservar a segurança e a saúde dos trabalhadores, o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) possui hoje 33 normas técnicas regulamentadoras que são revisadas regularmente por uma CTPP (Comissão Tripartite Paritária Permanente). Composta por 18 membros, agrega representantes indicados pelo Governo, pela bancada dos trabalhadores e pelos empresários. Ao todo, são seis vagas para cada setor.
O SEESP participa ativamente dessas discussões, sempre com uma visão técnica e marcando sua posição com relação às questões de responsabilidade e gestão, orientando e defendendo os engenheiros para que exerçam sua função corretamente e que, dessa forma, protejam os trabalhadores e consequentemente a coletividade. Atualmente, as reuniões de algumas comissões do MTE estão sendo realizadas na sede do sindicato, cujos representantes tiveram a oportunidade de coordenar a bancada dos trabalhadores.
Nesse esforço pela garantia das condições seguras de trabalho, o SEESP, juntamente com a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e o Ministério, realizou em setembro último o “1º Fórum Internacional de Trabalho em Altura”. O evento contou com a participação de mais de 200 profissionais, que concluíram ser preciso adequar a legislação vigente sobre o tema. Por conta disso, a federação solicitou ao MTE a criação de um grupo tripartite para elaboração de uma norma regulamentadora para a atividade, hoje responsável por 40% das fatalidades. A ideia é que a nova legislação seja aplicável a todos os setores econômicos, pois hoje o assunto só é tratado em normas específicas, como a NR 18 ou a futura NR 34, destinadas aos setores das indústrias das construções civil e naval. O pedido foi aceito em novembro último e a futura NR 36 já faz parte da pauta da CTPP.
Além dessa, outras novidades estão acontecendo. Na NR 10, foi estabelecido que o treinamento de engenheiros será ministrado obrigatoriamente por profissionais da área. Já a NR 35, que trata da gestão da segurança e saúde no trabalho, deverá ser submetida a consulta pública em breve. Ambas, reivindicações feitas também pelo SEESP.
José Manoel Teixeira é engenheiro de segurança do trabalho e diretor do SEESP