Escrevi dois artigos sobre a Petrobras para o JE nos números 480 e 481. Citei nos mesmos a ditadura militar no Brasil e acabei surpreendido com a mudança na edição para “ditadura civil-militar”.
Essa expressão não corresponde à verdade, todavia, está se tornando um modismo. Quem, de fato, mandou foi o Comando das Forças Armadas. Eles fizeram a ocupação de cargos em órgãos da administração direta e indireta do Estado e nas empresas estatais. Os militares impuseram à sociedade um controle total, por meio dos órgãos de informação: SNI, Doi-Codi, Cie, Cenimar.
Após o AI-5, não sobrou qualquer político, que antes de 1964 ciscava nos quartéis (Ademar de Barros, Lacerda, Magalhães Pinto).
É verdade, no entanto, que a elite cooperou, mas não foi copartícipe do poder e não afetou a hegemonia militar. É falso falar em “ditadura civil-militar”, pois os militares mandaram da queda do Jango até o fim da ditadura militar.
Elio Gaspari e o historiador Moniz Bandeira deixam claro esse importante aspecto da ditadura militar brasileira. Discordamos do editor ter alterado conceito em um artigo, que é a opinião de quem escreve.
Cid Barbosa Lima Junior – São Paulo/SP
Nota da Redação: A redação do JE pede desculpas ao autor pela alteração.