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Opinião - Reconhecimento: argamassa do edifício da felicidade profissional

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Valter Pieracciani

O reconhecimento pode se materializar em um simples cumprimento, um sincero bom dia. Ou alcançar a glória de um Prêmio Nobel. Ser reconhecido proporciona a nós, humanos, uma vibrante sensação de realização. Não me refiro aos estapafúrdios bônus em dinheiro.

Hoje, uma quantidade enorme de jovens obcecados trabalha e vive correndo atrás deles. Essa onda de bônus milionários introduziu uma enorme distorção em relação ao que se entende por reconhecimento; propositalmente, empresas e dirigentes inconsequentes estruturaram programas aos quais profissionais se entregam sacrificando suas vidas pessoais e, muitas vezes, seu caráter para receber quantias absurdas em dinheiro. Claro que as empresas fizeram as contas: esse trabalho frenético e sem limites custaria a elas, em condições normais, valores bem acima do total de bônus distribuí­dos. Lamentavelmente, muitos dos dirigentes dessas empresas não estão preocupados com o que vem depois. Com a vida e felicidade profissional desses executivos – jovens na maioria. Não querem saber das consequências, das doenças do trabalho, do estresse e até dos suicídios. Vendem a imagem falsa de que meritocracia é isso, e que é sinônimo de profissionalismo e força.

Quando me refiro a reconhecimento, falo do reconhecimento sadio, genuíno e, na maioria das vezes, dissociado do financeiro. Felizmente há ainda enorme espaço para ele. O reconhecimento verdadeiro emociona, motiva e provoca felicidade. Traz a verdadeira realização profissional. Na maioria das vezes chega inesperadamente. Acontece mais em longo prazo, porém quem é reconhecido guarda o momento para sempre. Não é um reconhecimento efêmero, passageiro como o pagamento de um bônus.

Os que têm a felicidade de saboreá-lo trabalharam, na maioria das vezes, naturalmente. O profissional que o recebe fez um bom trabalho e gosta do que faz, por isso fez direito. Ama seu ofício e, sendo assim, dedica-se a ele. Entregando-se, tem bom desempenho e com isso causa impacto nos resultados, que se mostram elevados. Não trabalhou para ser melhor que os outros, mas para ir ao encontro de seu propósito, fazer diferença, ser melhor para os outros. Enaltecer o valor de seu trabalho e de sua profissão.

Diferentemente dos reconhecimentos mercantilistas nos quais uns poucos ganham e, obrigatoriamente, outros tantos têm que perder, na realidade do reconhecimento sadio as pessoas não fazem bem a si próprias ou às suas empresas exclusivamente. O trabalho delas traz resultados para a sua classe profissional, sua comunidade e, muitas vezes, para a sociedade como um todo.

Dia 11 de dezembro último, o SEESP, em solenidade de premiação, reconheceu seis profissionais, dentre os quais este que aqui escreve. Durante toda a cerimônia, naquela noite feliz, foi o significado da palavra reconhecimento que apareceu o tempo todo em nossas mentes. Reconhecimento real, desinteressado, focado no bem comum. As seis categorias do prêmio, por si só, mostram a grandeza da iniciativa: Desenvolvimento urbano; Educação; Inovação; TI e comunicação; Transporte, mobilidade urbana e logística; e Valorização profissional.

No ambiente do auditório, amigos e familiares miscigenados a personalidades. Entre os presentes e os agraciados havia uma atmosfera de paz e realização profissional. Algo impensável nas empresas orientadas exclusivamente a resultados financeiros. Entre os premiados, o amor pelo trabalho e pela profissão era evidentemente o ponto em comum.

Foi um momento inesquecível que se sobrepôs à crise e à depressão. Em tempos difíceis, é o combustível reconhecimento que nos move positivamente.

Noite e cerimônia impecáveis. Comandada e “engenheirada” pelas cabeças brilhantes de duas figuras de máximo respeito: os engenheiros Murilo Celso de Campos Pinheiro e professor-doutor José Roberto Cardoso. Um viva aos engenheiros e ao reconhecimento do trabalho e da profissão!


Valter Pieracciani é engenheiro, criador do projeto educacional “A verdadeira mágica”,
agraciado pelo SEESP com o prêmio personalidade da Tecnologia em Inovação 2015

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