Qualificação
Festival de divulgação científica no Brasil
Nas noites de 15, 16 e 17 de maio próximo, será realizado em 22 cidades brasileiras o Pint of Science, festival internacional de divulgação científica. O objetivo, segundo os promotores do evento, é mostrar que a atividade é muito divertida. Cientistas e pesquisadores sairão dos seus laboratórios e, durante o período, vão falar sobre o trabalho que desenvolvem e como ele impacta a vida das pessoas. O evento nasceu na Inglaterra em 2013. Chegou ao Brasil em 2015, quando o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) realizou o evento em São Carlos, colocando o País no mapa do evento.
Entre as cidades que participarão da iniciativa desta vez, dez são paulistas: Araraquara, Botucatu, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São Caetano do Sul, São Paulo, São Carlos e Sorocaba. Além disso, o festival será realizado nos seguintes municípios localizados nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do País: Belo Horizonte (MG), Blumenau (SC), Brasília (DF), Curitiba (PR), Dourados (MS), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Teresina (PI).
A participação é gratuita. Como não são realizadas inscrições ou reservas antecipadas, recomenda-se que as pessoas cheguem antes para garantir seu lugar. Confira a programação completa no site www.pintofscience.com.br.
Uma nova revolução industrial
“O desenvolvimento, a incorporação e a aplicação de recentes inovações tecnológicas têm provocado mudanças sociais e econômicas. Essas mudanças, em acelerada expansão, alcançaram uma escala e escopo significativos, de modo que diversos estudos técnicos sugerem que estaríamos iniciando uma quarta revolução industrial. A indústria 4.0 consiste em uma indústria sob novas configurações, moldada por essa quarta revolução industrial.” Essa é a apresentação que o vice-presidente da Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha (VDI-Brasil), Mauricio Muramoto, faz, tomando como base boletins nacionais e internacionais sobre as transformações atuais no setor manufatureiro. Nesta entrevista, ele fala sobre o País e os profissionais da área técnica frente ao novo cenário.
Como está o Brasil com relação a essa nova configuração da manufatura?
De forma global está muito atrasado. Temos observado uma grande dispersão quanto ao estágio de desenvolvimento. Falta uma política de Estado que, à semelhança de outros países, deveria estabelecer as diretrizes básicas para um bom desenvolvimento da indústria 4.0.
Qual a relação entre essa indústria e o engenheiro?
Estamos falando de tecnologias de elevado conteúdo de novos conhecimentos de engenharia, estamos falando do “engenheiro 4.0”. Segundo o World Economic Forum (Fórum Econômico Mundial), 65% das crianças que estão ingressando no ensino fundamental não se ocuparão das profissões que hoje conhecemos, tamanha a mudança que o mundo vivenciará nas próximas décadas.
Como o nosso profissional deve se preparar para essa nova fase?
Teremos muito mais trabalhos colaborativos, equipes interdisciplinares, valorização das competências soft (pessoais e não técnicas). Empregos formais como os da atualidade tendem a se escassear, trabalhos rotineiros serão substituídos por robôs pelo avanço acelerado da inteligência artificial, um mundo fascinante e ao mesmo tempo atemorizante.
Como outros países estão lidando com o tema?
Todos os países que compõem o bloco dos “desenvolvidos” estão com políticas de fomento para essa indústria. O “jargão” indústria 4.0 foi estabelecido pela Alemanha; nos Estados Unidos é mais conhecido como “manufatura avançada”, ou seja, cada país tem adotado uma terminologia, mas versa sobre as mesmas tecnologias que propiciarão o avanço para a quarta revolução industrial.