Soraya Misleh
Marcadas para 8 de novembro próximo, as eleições para presidentes dos conselhos paulista e federal têm revelado face do Sistema Confea/Creas que o SEESP há anos vem lutando para mudar: falta transparência, democracia e sobram obsolescência e burocracia. Há duas semanas do pleito, ainda há uma série de incertezas e ausência de clareza nas informações.
Se em sua reivindicação de voto pela internet ainda não foi desta vez que o sindicato foi atendido, ao menos no que diz respeito à instalação de urnas em locais de grande concentração de profissionais a batalha foi ganha. O pedido havia sido negado inicialmente, sem qualquer justificativa plausível, pelo Plenário do Crea-SP, em 15 de setembro último (veja em JE 397). Na luta para reverter essa decisão, após ingressar com recurso administrativo, em mais uma tentativa de simplificar o processo e garantir ampla participação no pleito – a qual historicamente tem se limitado a 6% dos potenciais votantes –, o SEESP compareceu, juntamente com o candidato à Presidência do órgão por ele apoiado, Amaury Hernandes, a reuniões com a CEF (Comissão Eleitoral Federal). Nos encontros, em 20 e 21 de outubro, na sede do conselho, na Capital, reiterou sua demanda pela colocação de urnas em pontos relevantes, inclusive em sua sede e nas das suas delegacias no Interior. Além disso, destacou que alguns locais definidos pelo Plenário do Crea estavam em desacordo com o Regulamento Eleitoral do Confea. Diante disso, a CEF deliberou por rever esses pontos e atender parcialmente a solicitação do SEESP. Assim, determinou, entre outros, a realocação de urnas – inclusive para delegacias e representações sindicais em lugares onde houver, em substituição a escritórios e outros pontos sem vínculo com o Sistema –, bem como a instalação em locais propostos pela entidade. A relação completa será divulgada oportunamente no site do SEESP (www.seesp.org.br).
O sindicato e Hernandes apresentaram ainda outra de suas solicitações: o voto em trânsito. Ou seja, que seja permitido ao eleitor exercer seu direito de escolha em local que melhor lhe convier. A medida seria fundamental, uma vez que a eleição ocorre em horário comercial (das 9h às 19h) e dia útil (uma terça-feira). Parecer da CEF sobre isso não havia sido publicado até o fechamento desta edição, três dias após a reunião.
Como participar
As dificuldades e desinformação ao longo do processo não devem desanimar o eleitor, que deve ficar atento e acompanhar pela internet a evolução de questões pendentes como essa. Pelo contrário, devem servir de estímulo para que participe no dia 8 de novembro e vote em quem tem compromisso com a mudança. Comparecer às urnas é crucial para direcionar as ações do Sistema de modo a transformá-lo para atender aos anseios das categorias da área tecnológica e da sociedade. Entre outros, os conselhos regionais – sob o guarda-chuva do Confea – têm o papel precípuo de fiscalizar o exercício ilegal da profissão. O paulista abriga o maior colégio eleitoral: congrega 1/3 dos quase 1 milhão de profissionais abarcados pelo Sistema em todo o País, o que o reveste de responsabilidade ainda maior. “Conclamamos à participação ampla para que, quem for escolhido, tenha representatividade”, resume Hernandes. Coordenador da campanha desse candidato, Edilson Reis completa: “Queremos sensibilizar os 94% que nunca participaram das eleições. Pedimos que se conscientizem dessa importância.”
Para tanto, o profissional deve estar quite com o Crea – o prazo para ficar adimplente e exercer seu direito de escolha nesse pleito se encerrou em 10 de outubro. Enquadrando-se nessa condição, terá que ir ao local devido munido de carteira profissional ou outro documento de identidade com foto (se não for aprovado o voto em trânsito, será um lugar fixo e único para cada participante, anunciado no site do conselho). É prudente ainda portar o CPF.