Com olhos no futuro do País, da engenharia e seus profissionais e do sindicalismo, o SEESP celebra em 21 de setembro 85 anos de rica trajetória.
“Nosso balanço dessas décadas de atuação é certamente muito positivo. O SEESP tem presença relevante na história do Estado de São Paulo e do País nesse tempo todo em que foi se estruturando, fortalecendo-se e crescendo, tornando-se uma entidade à altura da importância da categoria que representa”, enfatiza o presidente da entidade, Murilo Pinheiro.
Hoje o sindicato, cuja função precípua é a defesa dos direitos dos engenheiros, atua como legítimo representante desses nas negociações coletivas no Estado junto a cerca de 50 empresas, as quais beneficiam aproximadamente 100 mil profissionais. Para dar conta da demanda e assegurar atendimento com qualidade a seus representados em todo o Estado, o SEESP conta hoje com sua sede na Capital e mais 25 delegacias sindicais no Interior (confira em https://bit.ly/2Hxi4Oz).
São cerca de 60 mil filiados, que dispõem de uma série de benefícios, como planos de saúde e seguros, além de descontos em instituições de ensino e muitos outros convênios – reunidos na Casa do Engenheiro (www.casadoengenheiro.org.br), plataforma digital inaugurada neste ano.
Os engenheiros contam ainda com vasta gama de serviços oferecidos na entidade, como assistência para aposentadoria e jurídica, previdência complementar, vagas, orientação para recolocação no mercado e coaching de carreira na área de Oportunidades na Engenharia, cursos oferecidos pelo Programa Engenheiro Empreendedor, visitas técnicas, eventos e aproximação com estudantes e recém-formados por meio do Núcleo Jovem Engenheiro.
Sindicato-cidadão
Reconhecendo-se como um sindicato-cidadão, o SEESP vem ainda debatendo problemas e soluções a setores essenciais como energia, comunicações, mobilidade e transporte, habitação. Entre as iniciativas nesse sentido está o Programa de Moradia Econômica (Promore). Inaugurado em 1988 no município de Bauru, hoje também funciona em outras cidades, como Rio Claro, Piracicaba e Ribeirão Preto.
Destaque também para a adesão do SEESP ao projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado em 2006 pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), à qual o sindicato paulista é filiado. Permanentemente atualizada, a iniciativa reúne propostas factíveis ao desenvolvimento nacional sustentável com inclusão social.
Em sua mais recente etapa, lançada em junho de 2019, abordou questão que se tornou urgente nessa direção. A partir da realização pelo SEESP do seminário “Pontes, viadutos, barragens e a conservação das cidades – Engenharia de manutenção para garantir segurança e qualidade de vida”, foi produzido documento intitulado “Cresce Brasil – Engenharia de Manutenção” (confira em https://bit.ly/30N5P8o).
História
Essa longa trajetória se inicia em 1934, no contexto da industrialização do Estado, em que os engenheiros passam a ter importância capital. A intenção inaugural era ter um representante classista perante o Congresso, em atendimento a regra constante do segundo capítulo, parágrafo terceiro, da Constituição de 1934.
Os primeiros presidentes da entidade foram Francisco Teixeira da Silva Telles (1934-1952), Mario Freire (1952-1954), Christiano Carneiro Ribeiro da Luz Jr. (1954-1956), Luiz Lins de Vasconcellos Neto (1956-1960) e Cyro Peixoto Santos (1960-1980), cuja gestão enfrentou o desafio de atuar em meio à ditadura militar, a partir do golpe de 1964.
Não obstante, no ano de 1977, importante conquista foi alcançada: a consolidação do primeiro dissídio coletivo, junto ao Sindicato dos Bancos. Em 1980 ocorre um momento de transformação no SEESP a partir do “Movimento de Renovação e Oposição”, que será a base para sua característica como sindicato-cidadão. Assume o comando Horácio Ortiz (1980-1983), seguido por Antonio Octaviano (1983-1986) e Allen Habert (1986-1989) – gestões marcadas pela luta pela redemocratização e, após o fim do período de exceção, participação decisiva para inserção do capítulo de Ciência e Tecnologia na Constituição Federal de 1988. À sequência, assume Rutênio Gurgel Bastos (1989-1992). Ao final de sua gestão foi assegurada importante vitória à valorização profissional, fruto de luta antiga: a aprovação da Lei 8.029/1992, que garantiu a reciclagem tecnológica para os engenheiros do Estado.
Outras conquistas vieram sob a presidência de Esdras Magalhães dos Santos Filho (1992--1995), Ubirajara Tannuri Felix (1995-1998), Paulo Tromboni de Souza Nascimento (1998--2001) e então Murilo Pinheiro, reeleito sucessivamente desde então. A despeito dos grandes desafios ante a conjuntura atual, como destaca Murilo, os planos são continuar a avançar na representação coletiva, atendimento ao associado e inserção no debate público. “Essa agenda tripla é plenamente convergente com os interesses da categoria e da sociedade brasileira. É nossa missão. Assim, atuamos cotidianamente visando crescer a bem dos engenheiros”, conclui.
Por Soraya Misleh