Com data-base concentrada em maio e junho, os engenheiros paulistas caminham para o encerramento das campanhas salariais de 2009, que devem, apesar da crise financeira e de todos os temores, registrar avanços. Além do reajuste salarial de acordo com o IPC/Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), vem sendo conquistado também aumento real.
Os bons resultados até agora sinalizam positivamente para as negociações ainda em andamento, que devem também chegar a bom termo, já que não há motivo real que impeça correção dos salários, assim como a garantia de maiores ganhos e de melhores condições de trabalho.
Fruto do esforço de mobilização e organização dos engenheiros, esse cenário, contudo, não é exclusivo para a categoria. Nota técnica divulgada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em 26 de junho, apresenta uma síntese dos reajustes salariais negociados em 2009, comparada a 2008, a partir da análise de 100 categorias e conclui que houve melhoras. No ano passado, 89% das negociações asseguraram pelo menos a recomposição das perdas ocorridas durante a data-base, ante 96% agora. Assim, aquelas com índices inferiores ao INPC-IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) passaram de 11% para 4%. O percentual de negociações que garantiu reajuste acima do índice de preços passou de 77% para 78%.
Tal quadro representa não só boas notícias para os trabalhadores, como para o País de um modo geral. Depois do pânico inicial por parte de algumas empresas ou mesmo setores da economia, a situação já passa a ser vista com mais realismo, até mesmo com a reversão de demissões que se mostraram precipitadas. O reconhecimento das companhias, à mesa de negociação, da possibilidade e necessidade de recompor salários e ceder a novas conquistas aos trabalhadores é uma elogiável demonstração de maturidade e seriedade nas relações entre capital e trabalho.
Aponta ainda para a boa disposição de contribuir para a superação das dificuldades geradas pela turbulência internacional. Os engenheiros têm defendido que é preciso um grande esforço nacional para que o Brasil atravesse este momento com condições de retomar o bom desempenho quando o pior tiver passado. Para isso, é preciso manter os investimentos produtivos e defender o emprego e a renda do trabalhador, que são os principais ativos de curto prazo para proteger a economia. Esse é hoje o foco do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, que em 2006 propôs um plano de desenvolvimento nacional.
Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente