Murilo Pinheiro – Presidente
A engenharia nacional se reuniu em São Paulo no dia 6 de março para debater os principais problemas do País e como superá-los. O esforço aconteceu no lançamento da mais nova edição do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, publicada pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) sob o título “Hora de Avançar – Propostas para uma nação soberana, próspera e com justiça social”.
Realizado na sede do SEESP, o evento teve lotação máxima de dois auditórios e transmissão pela internet, contando com a participação do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, além de dezenas de lideranças e autoridades, representantes do mundo acadêmico e empresarial. Com isso, alcançou o objetivo de levar as propostas da FNE aos governos, aos parlamentos e à sociedade civil.
Questões prementes como o sistema tributário brasileiro, complexo e regressivo, a alta taxa de juros que trava a economia e a desindustrialização precoce do País deram a tônica do debate, sinalizando não só os grandes desafios a serem superados, como caminhos para tanto.
Ponto essencial é contar com o papel eficaz do Estado como indutor do desenvolvimento, alavancando o investimento privado no setor produtivo. Ainda, ampliar a destinação de recursos à ciência, tecnologia e inovação, buscando ganhos de produtividade e competitividade nos mercados interno e global.
O conceito de “nova industrialização” trazido pelo projeto aponta para a obrigatoriedade de pensar a sustentabilidade da atividade econômica em todos os setores e reestruturar o setor energético, o que alcança notadamente a agropecuária. Fundamental ao País e à sua balança comercial, a geração de riqueza oriunda do campo precisa se dar com cada vez mais tecnologia e de forma correta, ambiental e socialmente. A devastação e a superexploração devem ser eliminadas definitivamente.
Também em convergência com as preocupações levantadas pelo novo “Cresce Brasil”, tiveram destaque a pobreza que cresceu assustadoramente nos últimos anos e a precária infraestrutura observada em muitas partes do País.
O desastre ocorrido no litoral norte paulista, especialmente no município de São Sebastião, serviu de exemplo gritante à necessidade urgente de se oferecer habitação adequada e desenvolvimento urbano à população, assim como de medidas de enfrentamento da crise climática que tem provocado eventos extremos cada vez mais frequentes. Isso envolve contribuir para a redução das emissões e adaptar as cidades.
Toda essa pauta exige obviamente, como foi apontado ao longo do evento, muita engenharia e o protagonismo de seus profissionais. Por isso mesmo, é preciso garantir a esses quadros formação adequada, qualificação permanente e valorização.
Essa pauta nada tem de simples ou banal, mas cumpri-la é essencial e plenamente factível.
Arte: Eliel Almeida com imagem Lifestylememory/Freepik