Di Stefano Mariano
No dia 27 de fevereiro último, o Corriere della Sera, jornal de grande penetração na Itália, publicou um artigo sobre a comercialização de apartamentos de cinco a dez metros quadrados, na cidade de Roma.
Em princípio, parecia uma brincadeira para nós, brasileiros, se lembrarmos que no programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, a área total do imóvel, sem considerar as paredes, deve ser de 36 metros quadrados, com valor de venda de R$ 65 mil.
Continuando a pesquisa, verifiquei que na Itália esse tipo de construção está se multiplicando em progressão geométrica, com um já existente boom das "casas-bonsai". Não resta dúvida de que a crise por moradia, juntamente com a questão financeira, é o fator gerador dessa novidade. Os preços variam dependendo da distância do centro da cidade.
Um apartamento de quatro metros quadrados, localizado na zona Parioli, foi vendido pelo equivalente a R$ 90 mil. Outro de dez metros quadrados, com banheiro e TV, distante do centro de Roma, é oferecido por R$ 168 mil. Na Praça de Espanha, em Roma, pode-se achar um apartamento monolocal, como são chamados aqueles de somente um cômodo, por R$ 230 mil. Na zona de Cássia, encontra-se imóvel por R$ 75 mil. Além das dimensões reduzidas, boa parte dos apartamentos não tem janela, possuindo dois tubos de 20 centímetros para renovação do ar.
Um projeto BioAppart, realizado pelo escritório francês Karawitz Architecture, é uma experiência bem-sucedida, com a otimização do espaço total de 18 metros quadrados na cidade de Paris, com valor de venda aproximado de R$ 101 mil. O escritório atesta que tais apartamentos oferecem o máximo de conforto e respeito ao meio ambiente e à saúde dos moradores. Os materiais são ecológicos, com teto e paredes revestidos de verniz atóxico e móveis desenhados nas medidas necessárias.
Di Stefano Mariano é diretor-1° tesoureiro da Delegacia Sindical do SEESP em Campinas