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CNTU é apresentada ao público em São Paulo

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      A importância e linha de atuação da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários) foram destaque durante o seminário de lançamento da nova entidade, realizado em 28 de novembro na Capital paulista. Prestigiaram a iniciativa cerca de 300 pessoas, de diversas categorias profissionais e estados brasileiros, além de autoridades. Na ocasião, o presidente da organização recém-regulamentada, Murilo Celso de Campos Pinheiro, destacou: “Temos que ter a linha dos trabalhadores universitários e apresentar propostas para contribuir com a sociedade e o desenvolvimento do País.”
       Ele está também à frente do SEESP e da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), a qual, ao lado das federações dos economistas e dos nutricionistas, fundou a nova confederação. Tal já tem a adesão também dos farmacêuticos e diálogos com outras categorias.
       Representando Luiz Antonio de Medeiros Neto, secretário Nacional das Relações do Trabalho, a coordenadora-geral dessa divisão do Ministério do Trabalho e Emprego, Zilmara David de Alencar, lembrou o empenho das três entidades na busca pela regulamentação da CNTU e ressaltou sua importância. “Essa confederação, para nós, é um exemplo de luta e afirmação da proposta da Secretaria de promover entidades representativas. É a primeira a obter o registro sindical após a edição da Portaria 186 (que institui as regras atuais para tanto). É um marco de uma nova era.” Para Marcos Túlio de Melo, presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), a nova entidade soma-se às lutas pela defesa do emprego, da valorização do trabalho formal e da continuidade do crescimento. “É um salto na organização dos trabalhadores universitários.”

Desafios
       Vereador eleito por São Paulo e secretário municipal do Trabalho, Marcos Cintra, vice-presidente da FGV (Fundação Getúlio Vargas), apresentou o panorama em que surge a CNTU, quando as notícias dão conta da crise financeira global, que, conforme o palestrante, não é nova. “Dava os primeiros sinais em julho de 2007 e se tornou perceptível em setembro.” Para Cintra, seria apenas mais uma crise dos últimos tempos, não fosse a “barbeiragem gigantesca” das autoridades estadunidenses que permitiram a quebra e desregulamentação do sistema financeiro. E, embora se anuncie como semelhante à de 1929, na sua concepção, é diferente: aquela foi por liquidez e essa deve-se à solvência. Não obstante ele preveja desaceleração na economia nacional, não compartilha da visão catastrofista muito propalada na atualidade. Pelo contrário: acredita que o Brasil está menos vulnerável e, portanto, mais protegido do que países desenvolvidos. E “deve sair dessa crise numa posição melhor do que entrou em termos de economia mundial”.
       Salientando que o movimento sindical brasileiro sempre esteve presente nos momentos decisivos na vida do País, como esse em que apresenta propostas para o enfrentamento da crise, o analista João Guilherme Vargas Netto afirmou: “A CNTU se insere com força, ênfase e precisão nesse quadro.” Ainda de acordo com sua preleção, a chave para fazer frente a esse desafio é continuar a trabalhar pelo crescimento.
        Para o presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcio Pochmann, a confederação terá papel fundamental na construção de um novo padrão civilizatório e um projeto na sociedade do conhecimento em que todos tenham pelo menos o nível universitário. Ele lembra que o filho do pobre está condenado a ingressar muito cedo no mercado de trabalho e a ficar com os postos mais simples, por não ter acesso à educação. “Não há razão para alguém ingressar no mercado antes dos 25 anos de idade e atuar no local de trabalho por mais de 12 horas por semana. Os senhores vão ter que considerar essa pauta. Isso fará a diferença, o sentido da vida e do Brasil”, defendeu. Na sua concepção, a sustentar essa nova realidade, seria necessário financiamento de fundo público e distribuição de renda.
       Ângela Uller, pró-reitora de pós-graduação e pesquisa da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), prometeu acompanhar a CNTU em diálogo a ser feito com a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) a que seja construído programa conjunto de educação, qualificação e requalificação de interesse dos profissionais liberais.
       Entre as inúmeras autoridades presentes que destacaram a importância da nova entidade, os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP), Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Walter Ioshi (DEM-SP); os estaduais Campos Machado (PTB-SP) e Simão Pedro (PT-SP); o secretário estadual do Esporte, Lazer e Turismo de São Paulo, Claury Santos Alves da Silva; os vereadores paulistanos Chico Macena (PT), Eliseu Gabriel (PSB); e o presidente do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo), José Tadeu da Silva. Além de representantes de centrais sindicais e de federações profissionais, como dos médicos e dos advogados. E, é claro, dos nutricionistas, na pessoa de sua presidente, Maria Terezinha Oscar Govinatzki, e dos economistas, Edson Benedito Roffé Borges, que compõem a diretoria da CNTU.


Soraya Misleh

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