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No Dia do Engenheiro, SEESP homenageia profissionais do desenvolvimento por excelência

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       O sindicato celebrou a data – 11 de dezembro – com a entrega do já tradicional prêmio Personalidade da Tecnologia 2008 aos destaques do ano em suas áreas de atuação. A cerimônia aconteceu na sede da entidade, na Capital paulista, no próprio Dia do Engenheiro e reuniu cerca de 150 pessoas.
       A honraria é concedida anualmente desde 1987 àqueles que colocam sua inteligência e competência a serviço do desenvolvimento sustentável do País com justiça social – em consonância, portanto, com o que propugna o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) em 2006 com a adesão do SEESP e demais sindicatos a ela filiados. Na 22ª edição, foram agraciados Carlos Eduardo Vaz Rossell (Energia), Nelson Luiz Rodrigues Nucci (Engenharia consultiva), Carlos Daher Padovezi (Indústria), Roberto de Alencar Lotufo (Inovação), Vahan Agopyan (Valorização profissional) e Silvio Meira (Tecnologia da informação), este último representado, na ocasião, por Átila Fagundes, gerente de desenvolvimento de negócios do Cesar (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) – organização que o homenageado ajudou a criar.
        Todos os premiados em 2008 são engenheiros e contribuem à valorização da categoria. Sua importância foi enfatizada por Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP, na abertura da solenidade. “É para nós uma satisfação termos profissionais dessa natureza”, afirmou.
       Diretor desse sindicato e coordenador do Conselho Tecnológico Estadual nos últimos 20 meses – passando o bastão para José Roberto Cardoso, vice-diretor da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), durante a cerimônia –, Allen Habert lembrou os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos completados no dia 10, salientando o papel de um brasileiro na FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação): o geógrafo Josué de Castro, que fez da luta contra a fome sua bandeira. Primeiro secretário-geral dessa instituição, em 1952, ele faria, como apontou Habert, 100 anos em 2008. O exemplo mostra que os brasileiros podem fazer a diferença no atual momento em que muito se fala sobre crise. O diretor do SEESP destacou, nesse contexto, a importância do engenheiro, “o profissional que está no coração do crescimento e tem condições de gerar o maior número de trabalho”. E começa a ser reconhecido como tal: “Pela primeira vez, um presidente do Brasil esteve em um evento nosso (na abertura da WEC – World Engineers´ Convention, que ocorreu em Brasília, de 2 a 6 de dezembro, e teve a participação da FNE). Lula comentou que os engenheiros precisam ter um salário maior, o que para mim é um sinal muito importante de que estamos em processo de desenvolvimento nacional. Não tem país que tenha sido bem-sucedido sem sua coluna vertebral tecnológica bem paga.” E afirmou: “É uma grande honra a premiação de personalidades dentro dessa concepção de desenvolvimento sustentável com distribuição de renda. São pessoas que estão lutando para colocar um tijolo nesse processo.” Para Flávio Brízida, secretário adjunto de Esporte, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo, os homenageados simbolizam essa forma de pensar a engenharia. Conforme Ivan Faleiros, diretor da Poli-USP, a curva de distribuição da qualidade da categoria é positiva. “O que está representado aqui é uma pequena mostra disso.”
       Não obstante a importância dos engenheiros a um Brasil mais justo, assumindo o Conselho Tecnológico Estadual, Cardoso lamentou que a profissão ainda não desperte o interesse da maioria dos jovens. “Passamos duas décadas sofrendo com a falta de investimento, o que os afastou. Hoje, o País forma 26 mil engenheiros por ano. Precisaria de, no mínimo, cinco vezes mais. E necessitamos ter o jovem empreendedor, que saiba buscar seu emprego.” De acordo com Sérgio Parreira, presidente da Abes-SP (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental de São Paulo), os premiados devem servir de exemplo aos mais jovens, “porque são pessoas que souberam construir um mundo melhor”.

Vocação e inspiração
       José Sidnei Colombo Martini, presidente da ISA/Cteep (Interconexão Elétrica S.A./Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), finalizou: “O engenheiro é um ser humano dotado de grande vocação, que, para se transformar em obra, necessita de grande inspiração. Quanta obra deve ser feita e não pode parar por conta de uma crise de expectativas! Temos que recuperar as águas, o ar, os objetos, os valores, a fé e a crença de que somos capazes de dar solução aos problemas da sociedade. Caros engenheiros, tenho a convicção de que não somente a superação como a continuidade da projeção do nosso país em nível mundial está nas nossas mãos.”
        Mostra dessa competência, os seis premiados deram seu recado aos presentes. Vaz Rossell salientou o papel fundamental da categoria para o desenvolvimento do sistema de biocombustíveis. “O Brasil é líder incontestável, o primeiro que conseguiu consolidar o setor. E o processo de gestão e desenvolvimento foi feito pela engenharia nacional.” Segundo ele, o segmento viveu no passado um período de “auge, decadência, descrédito, até o ressurgimento e a realização”. E a perseverança e teimosia dos engenheiros foi crucial para se sobrepassar a fase difícil. O trabalho não está, contudo, encerrado, lembrou Vaz Rossell. “Estamos diante de uma nova fase.” Ele citou, como exemplos, a produção do álcool de segunda geração, proveniente da biomassa, e a busca do setor a se tornar alternativa aos combustíveis fósseis, o que “não será possível sem a engenharia”.
        Lotufo apresentou várias definições para inovação, demonstrando que a profissão tem “tudo a ver com isso”. Entre elas, que representaria o novo, mas colocado, na prática, a serviço da sociedade. Dividindo a homenagem com todos os colegas da engenharia consultiva, Nucci completou: “Essa homenagem nos dá a sensação de cumprimento da nossa missão com excelência, a serviço da qualidade de vida do povo brasileiro.” Visão esta demonstrada também na fala de Padovezi, que apontou: “São os engenheiros que zelam pela boa técnica para o bem-estar social, e não é admissível que pessoas ainda naveguem em embarcações inseguras.” Conforme ele, não existe independência econômica de um país sem o domínio do conhecimento e de áreas ligadas à inovação. “Com políticas adequadas e desenvolvimento tecnológico, o Brasil pode e deve garantir justiça social.” Para Agopyan, começa-se a perceber que não bastam somente arranjos financeiros, e a profissão volta a ser reconhecida como aquela que garante o desenvolvimento sustentável. Diante disso, é importante pensar em preparar os jovens engenheiros com essa visão.

Personalidades da Tecnologia 2008

Energia
Carlos Eduardo Vaz Rossell
      
Engenheiro químico formado pela Universidade del Uruguay em 1970, é mestre e doutor em engenharia de alimentos pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). É coordenador da Planta Piloto para Desenvolvimento de Processos do Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol e do projeto DHR de hidrólise de bagaço. É pesquisador sênior no Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Unicamp, instituição onde colabora e lecionou até 1978. Colabora também com o projeto Bioetanol do Ministério da Ciência e Tecnologia. Agraciado em 2004 com o prêmio “Maurice Paturau”, concedido pela International Society of Sugar Cane Technologists, é membro da Academia de Ingeniería del Uruguay.

Engenharia consultiva
Nelson Luiz Rodrigues Nucci

       Engenheiro civil formado em 1960 pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e doutor em engenharia hidráulica e sanitária por essa instituição, em que lecionou, exerceu diversos cargos nos setores público e privado. Entre as principais atividades técnicas que desenvolveu ou coordenou, estão a elaboração do anteprojeto e projeto básico do sistema adutor metropolitano de São Paulo, dos planos diretores de esgotos dessa região e do sistema produtor do Alto Tietê. É autor e editor de livros técnicos e tem vários artigos em publicações nacionais e internacionais. A partir de 1987, fundou a JNS Engenharia, Consultoria e Gerenciamento, sendo desde então seu diretor.

Indústria
Carlos Daher Padovezi
       Engenheiro naval formado pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) em 1978, é mestre e doutor nessa área pela mesma instituição. Pesquisador do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) desde 1979, atualmente é diretor do Centro de Engenharia Naval e Oceânica desse. É ainda diretor regional de São Paulo da Sobena (Sociedade Brasileira de Engenharia Naval) há três gestões, membro do Comitê Técnico da Hidrovia Tietê-Paraná e secretário executivo do Ceeno (Centro de Excelência em Engenharia Naval e Oceânica). Entre os trabalhos de destaque, estão os destinados à segurança de embarcações de passageiros na Amazônia e à redução de riscos de acidentes em hidrovias.

Inovação
Roberto de Alencar Lotufo
       Engenheiro eletrônico graduado pelo ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) em 1978, é mestre e doutor em elétrica, respectivamente pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e pela University of Bristol. Professor titular da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp, é diretor executivo da Inova, agência de inovação dessa instituição, desde março de 2004. Possui experiência na área de processamento e análise de imagens. Tem 19 artigos publicados em periódicos especializados e 104 trabalhos em congressos científicos, além de dois livros e uma patente requerida e licenciada. Orientou 16 dissertações de mestrado e oito de doutorado.

Tecnologia da informação
Silvio Meira
       Engenheiro eletrônico formado pelo ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) em 1977, é mestre em informática pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e PhD em computação pela University of Kent at Canterbury. É professor titular de engenharia de software da UFPE, cientista-chefe do Cesar (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) e presidente do Conselho de Administração do Porto Digital, ambas organizações que ajudou a criar. Entre inúmeros outros cargos que ocupa, é membro do comitê assessor de tecnologias da informação do Ministério da Ciência e Tecnologia. Agraciado com vários títulos, é autor de quase 200 artigos científicos. Supervisionou cerca de 60 teses e dissertações de doutorado e mestrado.

Valorização profissional
Vahan Agopyan
       Engenheiro civil graduado pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) em 1974, é mestre em engenharia urbana e de construções civis por essa instituição e PhD (Civil Engineering) pelo King’s College London. Livre-docente em materiais e componentes de construção civil também pela Poli, é professor titular nessa escola e área desde 1994. É também coordenador de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, além de membro de conselhos de renomadas instituições de ensino e pesquisa. Agraciado com vários títulos e prêmios, orientou 19 dissertações de doutorado, 20 de mestrado e sete alunos de iniciação científica. Entre os trabalhos publicados, reúne mais de 130 artigos em periódicos e livros.


Soraya Misleh

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