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Editorial - A crise, as oportunidades e o ano-novo

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       Profissionais do desenvolvimento por excelência, os engenheiros voltam gradativamente, com a retomada do crescimento, a ocupar o lugar que lhes cabe na sociedade brasileira. Ao longo de 2008, foi pauta constante dos meios de comunicação e objeto de debate nos setores público, produtivo e acadêmico o “apagão” desses técnicos, escassos no País diante das obras e projetos em andamento e previstos. O alerta feito pelo movimento “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, ainda em 2006, passou a ser voz corrente: é preciso aumentar significativamente o número de formandos no Brasil, hoje em parcos 30 mil ao ano.
       Em meio a essa euforia, instalou-se a crise financeira gerada nos Estados Unidos, que se alastrou pelo mundo e chegou ao Brasil como uma ameaça à prosperidade econômica que finalmente voltava a ser conquistada. Juntamente com ela, nas perspectivas mais pessimistas, iriam de roldão, na quebradeira internacional, as oportunidades de trabalho dos engenheiros.
       É, no entanto, possível lançar um outro olhar a essa situação e ao futuro dos engenheiros. O tema foi colocado em pauta no seminário realizado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), com a participação do SEESP, em Brasília, no dia 2 de dezembro, por ocasião da WEC (World Engineers’ Convention). Escalados para falar sobre a formação dos profissionais brasileiros, os professores Marco Aurélio Cabral Pinto, da Universidade Federal Fluminense, José Roberto Cardoso, vice-diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, e João Sérgio Cordeiro, presidente da Abenge (Associação Brasileira do Ensino de Engenharia), foram categóricos: é preciso investir pesado na qualificação desses técnicos e estimular os estudantes a escolherem a carreira. Não só há muito a se construir no País, como é necessário preparar a mão-de-obra para os avanços tecnológicos a serem alcançados, notadamente nas áreas de tecnologia digital e biotecnologia.
       Olhando-se ao redor, sem ignorar os ventos fortes da tormenta financeira, fica claro que o Brasil tem grandes chances de continuar progredindo e, junto com ele, a categoria. Além das obras previstas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que demandam algo em torno de 300 mil engenheiros, há a nova fronteira de exploração do petróleo, com as reservas encontradas na camada do pré-sal.
       Diante desse cenário, parece mais sábio seguir em frente que recuar diante do medo da crise. A melhor defesa para o Brasil e para seus engenheiros será apostar no seu potencial. Por tudo isso, 2008 foi um grande ano para a categoria. Em 2009, todo o nosso empenho será para que sigamos no caminho do desenvolvimento, único capaz de gerar condições de vida dignas a todos. Com essa disposição de trabalho e luta, fazemos votos aos engenheiros, amigos e parceiros e a todos os brasileiros de um ano-novo repleto de realizações e alegrias.

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

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