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Sindical – Negociações salariais têm melhor resultado dos últimos 16 anos

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Soraya Misleh


A constatação foi feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em balanço sobre os reajustes obtidos no primeiro semestre deste ano em âmbito nacional. Os engenheiros paulistas enquadram-se nesse cenário alvissareiro. Segundo Nelson Karam, coordenador de educação do Dieese, o órgão acompanhou o banco de acordos e convenções coletivas de trabalho de 370 unidades de negociação.

O resultado foi que quase 97% das categorias obtiveram aumentos superiores à inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – percentual também verificado no caso dos 100 mil engenheiros representados pelo SEESP, a maioria com data-base em 1º de maio, quando se utiliza como referência o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor-Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) (veja quadro). Ademais, afirma Karam, “as faixas de ganho real se ampliaram em relação ao mesmo período de 2011”. Conforme o levantamento, em média, situaram-se em 2,23%. A elevação nas negociações que culminaram em aumentos reais entre 2% e 3%, ainda de acordo com o Dieese, neste ano foi de 29% e entre aquelas que superaram os 4%, de quase 14%.


Recortes

Na indústria, desde 2008, como aponta o estudo, “o primeiro semestre foi o que apresentou os melhores resultados, seja em termos de quantidade de reajustes com incorporação de aumento real – 98% diante de percentuais que variaram entre 79% e 88% –, seja em termos de sua magnitude”. O menor índice, no segmento, se deu em 2009, “o que pode ser atribuído, em grande parte, ao reflexo que a crise econômica teve sobre as negociações coletivas no setor naquele ano”. O maior ganho se deu em construção e mobiliário (3,27% acima do INPC-IBGE) e o menor, nas indústrias urbanas (0,92%). No comércio e serviços, o período avaliado também foi positivo aos trabalhadores. No primeiro, “se em 2011 os aumentos reais se concentraram nas faixas entre 0,01% e 2% acima do INPC-IBGE, em 2012 passaram a se concentrar entre 1% e 3%”. No segundo, os reajustes com ganhos superiores a 3% além da inflação subiram de 9% em 2011 para 21%.

Com variações muito pequenas, a média se mantém, segundo Karam, quando se analisa o quadro por região geográfica, exceção à Norte. Nesta, de acordo com o balanço, o “resultado foi levemente inferior ao obtido em 2010”. Foi ainda verificada pouca diferença quanto às datas-bases.

Para o coordenador do Dieese, esse cenário reflete a continuidade do mercado de trabalho aquecido, sem grandes oscilações, não obstante a economia apresente crescimento inferior. “As contratações não têm se dado na mesma velocidade, mas as taxas de desemprego não se elevaram”, complementa. Na sua ótica, isso dá a entender que a expectativa do setor produtivo é que o recuo na expansão do PIB (Produto Interno Bruto) seja mais momentâneo do que estrutural. Revela, além disso, sua crença nas medidas tomadas pelo governo para reverter essa situação. Essa confiança, aliada à intensificação da atuação sindical, seria o pano de fundo para o bom resultado alcançado e a indicação de que “no segundo semestre, esse quadro deve se manter”.

O País ainda se encontra em situação vantajosa em comparação ao panorama global. No caso dos engenheiros, profissionais do desenvolvimento por excelência, um conjunto de obras e investimentos em infraestrutura tem demandado essa mão de obra, o que garante sua valorização profissional. Além disso, como concluiu Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP, em reportagem publicada no Jornal do Engenheiro, edição 414, a conquista se deve a “muita discussão, movimentação e união da categoria”.



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