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Cidade – Prefeitura promete reformular parque semafórico de São Paulo

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Não é incomum enfrentar nas ruas do município confusões no tráfego decorrentes de falhas no funcionamento dos faróis, sobretudo nesta época de chuvas intensas. Até o final da atual gestão, a promessa é de maior eficiência no parque semafórico de São Paulo, mediante reformulação total da rede existente.

Segundo Carlos Costa, superintendente de engenharia de sinalização da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), atualmente há na cidade “5.680 cruzamentos semaforizados”. Os principais problemas, que exigem intervenções rápidas, com prazo de resolução de até duas horas, são sinais apagados e o amarelo intermitente. Decorrência de um parque antigo, com equipamentos com mais de 20 anos de uso, como controladores semafóricos (que marcam o tempo de sinalização vermelha, amarela e verde). Setenta a oitenta por cento desses, como reconhece, têm tal tempo de instalação, quando a vida útil média é de sete a dez anos. E as peças a serem trocadas muitas vezes sequer continuam a ser fornecidas por fabricantes, o que exige a solução em laboratórios pela CET. Além da vulnerabilidade do sistema, como atesta Costa, outra consequência é econômica: caso a manutenção demore a ser feita, tem-se gasto maior.

Para solucionar essa questão, o programa de melhoria dos semáforos conta, conforme o superintendente, com duas etapas. A inaugural está em andamento desde agosto de 2013. O investimento é de R$ 220 milhões, e o prazo de conclusão é de três anos a partir daquela data. Inclui, segundo Costa, a substituição de todo o cabeamento, refazendo a proteção semafórica (na maioria dos casos inexistente ou superada, principal causa de falhas em caso de chuvas). “A primeira fase visa a melhoria da infraestrutura, substituindo os controladores mais antigos. Alcança 4.800 cruzamentos, em toda a cidade”, explicita.

A segunda, cujo investimento necessário ainda não está definido, objetiva a modernização da rede, com instalação de semáforos inteligentes. Isso solucionaria outro problema encontrado em São Paulo: a falta de sincronização entre os faróis. Para a sofisticação e readequação pretendida, a Prefeitura encomendou estudo que vem sendo feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), por intermédio de seu Centro de Tecnologia de Informação, Automação e Mobilidade. “Ele está nos auxiliando para garantir a eficiência e proteção dos equipamentos”, diz Costa. Ely Bernardi, coordenadora do projeto no IPT, explica: “O objetivo é tentar, através de análise em laboratório e em campo, cruzando dados de falhas no período de chuvas nos três últimos anos, extrair as principais causas e sugerir algumas medidas. Em dias críticos, 100 a 200 semáforos apresentam problemas. As recomendações técnicas serão incorporadas aos requisitos para aquisição dos próximos controladores semafóricos.” Para análise em campo, o IPT está instalando medidores por amostragem. O trabalho deve ser concluído até abril.

Os semáforos inteligentes podem, ainda, reduzir o número de acidentes em cerca de 25% a 35%. É o que aponta investigação feita pelo Núcleo de Estudos em Segurança no Trânsito da Universidade de São Paulo (USP), como destaca seu coordenador, Coca Ferraz. Alguns, ensina ele, têm detectores do fluxo do tráfego e distribuem a sinalização vermelha, verde ou amarela com base em dados coletados em tempo real. Na sua opinião, essa tecnologia deve ser instalada na cidade, tanto pela questão da segurança quanto do conforto do motorista, que passa a ter informação sobre quanto tempo ficará parado num cruzamento, por exemplo. De acordo com Costa, empresas nacionais dominam a tecnologia, que deve garantir “que os diversos equipamentos conversem entre si”. Assim, se na primeira fase a Prefeitura cogita importar alguns materiais para substituição, de modo a restabelecer rapidamente “equipamentos antigos em locais estratégicos” com peças provenientes da Espanha e Inglaterra, a aquisição de produtos estrangeiros para a modernização não é meta, assevera o superintendente da CET. A análise que vêm sendo feita pelo IPT deve balizar a decisão da gestão municipal, reitera.

Também estão sendo elaborados estudos pela área de segurança da companhia visando, nessa reformulação, a ampliação de botoeiras sonoras (sinalização para assegurar condições de acessibilidade a deficientes visuais). Hoje, a Capital conta com apenas duas instaladas: na Rua Conselheiro Brotero, altura do número 338, na Barra Funda, e no cruzamento dessa rua com a Brigadeiro Galvão, no mesmo bairro.


Por Soraya Misleh

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