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Editorial – Pautas fundamentais para o mundo sindical

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A Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) promoveu no mês de abril, na cidade de São Paulo, duas atividades de extrema importância para o conjunto da sociedade brasileira, especialmente para o movimento sindical. A primeira delas, realizada no dia 14, travou o debate sobre a situação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que vem há tempos perdendo relevância no contexto governamental, com redução orçamentária e de seu papel institucional.  O quadro preocupa, tendo em vista que a desvalorização da pasta gera também a perda da centralidade que se quer dar ao trabalho. Ou seja, a redução de sua importância para o desenvolvimento socioeconômico brasileiro.

Para dar conta dessa pauta, a CNTU reuniu cinco ex-ministros (Almino Affonso, Almir Pazzianotto, Dorothea Werneck, Antonio Rogério Magri e Walter Barelli) e representantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e da Força Sindical. Participaram também especialistas no mundo do trabalho, o superintendente Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, Luiz Antônio de Medeiros Neto, e o secretário-adjunto de Relações do Trabalho do MTE, Carlos Artur Barboza, representando o atual titular da pasta, Manoel Dias. O diagnóstico confirmou a percepção de enfraquecimento e a necessidade de restaurar o protagonismo do Ministério em questões fundamentais como, por exemplo, a fiscalização, a qualificação profissional e educação continuada e a intermediação de mão de obra. Como resultado do encontro, será enviado ao governo um documento apontando essas questões e propondo mudanças que valorizem o MTE e, portanto, o trabalho no Brasil.

A segunda discussão fundamental aconteceu no dia seguinte, 15 de abril, e tratou da luta pela emancipação feminina, abordando os aspectos trabalho, saúde e política. O 1º Encontro da Profissional Universitária lançou, assim, luz sobre inúmeras questões que lamentavelmente continuam presentes em pleno século XXI.

Entre os pontos mais emblemáticos, a discrepância salarial entre homens e mulheres, com essas ganhando menos e raramente chegando a cargos de alta direção nas empresas ou no serviço público, embora tenham mais anos de estudo. No que diz respeito à saúde, houve verdadeiro retrocesso nos programas cujos gestores insistem em focar nos aspectos da gravidez e do parto, esquecendo-se da necessidade de atendimento integral. E a participação na política, apesar de já termos eleito a primeira presidente do País, ainda deixa muito a desejar, com clara sub-representação em todos os legislativos do Brasil e também nos cargos executivos. Nesse campo, é ainda preciso avançar na participação sindical, o que indica a tarefa às nossas entidades de promover a inserção feminina de forma substancial e qualificada.

Ponto essencial do debate – a dupla ou tripla jornada de trabalho das mulheres que as impede de alçar maiores voos na profissão ou de ter inserção política e social mais relevante – diz respeito a um duplo desafio: políticas públicas e mudança de mentalidade quanto aos papéis na família. Por um lado, para citar o mais elementar desses instrumentos, é preciso que haja creches em quantidade e qualidade suficiente; por outro, é necessária a real divisão das tarefas e responsabilidades domésticas, que, obviamente, cabem igualmente a todos os adultos de uma casa.

 

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

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