É o que aponta balanço feito pelo SEESP quanto aos resultados obtidos nas campanhas salariais deste ano junto aos diversos setores e empresas com que negocia. Essas contemplam cerca de 52 mil engenheiros no Estado de São Paulo. Na maioria, já se encerraram as negociações e conquistaram-se ganhos reais, acima da inflação. Além disso, nos acordos e convenções coletivas, cláusulas preexistentes foram mantidas, inclusive as específicas, como as relativas à reciclagem tecnológica e ao piso profissional.
A despeito da crise financeira global que prenunciava ao início de 2009 a possibilidade de um quadro adverso à negociação capital-trabalho e de muitas dificuldades, até mesmo para manter a estabilidade no emprego, apenas nos setores da construção civil e construção pesada não houve alternativa senão o dissídio coletivo contra os sindicatos patronais, a exemplo do que vem ocorrendo na Ferroban/ALL (América Latina Logística).
Como observou o presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, em editorial do Jornal do Engenheiro , fruto do esforço e mobilização dos engenheiros, esse cenário, contudo, não é exclusivo para a categoria. Nota técnica divulgada em 26 de junho pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) aponta que neste ano 96% das negociações garantiram pelo menos a recomposição da inflação e 78%, aumento real – ante 89% e 77% em 2008, respectivamente. Foram analisadas 100 categorias.
Isso indica a possibilidade de um 2010 com ainda mais avanços e conquistas para os engenheiros, haja vista que o Brasil começa a voltar a crescer. Essa perspectiva, inclusive, foi apontada por especialistas no último dia do VII Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros), realizado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) de 23 a 26 de setembro último, em São Paulo. Nas palavras de Altamiro Borges, representante da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), assinala-se a oportunidade de maior ousadia nas próximas negociações por parte dos trabalhadores. No ensejo, o consultor sindical do SEESP, João Guilherme Vargas Netto, anunciou a criação recente do fundo de greve, com aporte de R$ 1 milhão, como um instrumento importante a fortalecer a mobilização das categorias. Esse será o contexto em que devem se dar as próximas campanhas salariais.