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ELEIÇÃO 2010 - Feldmann quer uma nova economia

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Lucélia Barbosa

       Dando abertura ao ciclo de debates “A engenharia, o Estado e o País”, para o qual foram convidados todos os candidatos aos cargos majoritários – senador, governador e presidente –, o SEESP recebeu, em 10 de agosto, Fabio Feldmann, que disputa o governo de São Paulo pelo PV.
       Uma das propostas do candidato verde é o incentivo a uma economia menos poluente. Segundo ele, o Brasil é o quinto país emissor de gases do efeito estufa em função do desmatamento da Amazônia e, com o avanço do aquecimento global, a perspectiva é que até o final deste século haja um aumento de temperatura de 2º C. “O mundo todo terá que fazer uma transição para outro tipo de economia que o PV denomina de baixa intensidade de carbono. Aqueles que tiverem a capacidade de se antecipar terão mais condições de competitividade. Portanto, é um item importante para São Paulo que deve incluí-lo na sua agenda”, propôs Feldmann.
       O candidato defendeu ainda avanços para o setor de transportes. “Uma das metas para a Região Metropolitana de São Paulo é implantar o sistema de cargas através de hidrovias, um modal extremamente eficiente e adequado à economia do século XXI. Através da navegação comercial dos rios Pinheiros e Tietê podemos desafogar as avenidas por onde hoje trafegam caminhões altamente poluidores”, prometeu. Ele também se disse favorável ao pedágio urbano, desde que combinado com a redução do IPVA (Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores) “A ideia é manter esse num determinado patamar e a partir daí criar uma tributação pelo uso do automóvel. Dessa forma, é possível induzir comportamentos e diminuir os congestionamentos”, sugere Feldmann que também mudaria a cobrança nas rodovias. “Com a tecnologia disponível, hoje é possível tarifar pelo quilômetro rodado, o que é mais justo.”

Capitalismo criativo
       A segunda proposta enfatizada pelo candidato foi a economia criativa, que se apoia no investimento em pesquisa e tecnologia com foco na construção de novas possibilidades de aproveitamento dos recursos naturais na indústria e na agricultura. “Em São Paulo, a inovação é crucial. Temos grande preocupação com a invasão da China, é preciso investir mais na formação profissional de diferentes áreas para que o Estado possa ter uma economia mais competitiva”, mencionou. Outro ponto de destaque é investir na biodiversidade. “O Brasil é o país mais rico em espécies animais e vegetais. Precisamos aprofundar o conhecimento dessa riqueza para gerar novos alimentos e medicamentos e com isso conservar o patrimônio ambiental brasileiro, gerando uma nova economia”, sugeriu.
       O candidato citou ainda a necessidade de uma nova geração de políticas sociais. “Não basta o indivíduo ter o Bolsa Família e permanecer nele a vida toda. É preciso passar do assistencialismo à inclusão produtiva dos beneficiários desses programas. E isso pode ser feito através da capacitação e apoio econômico, criando condições para que as famílias sejam autossustentáveis”, propõe.

Algumas propostas
       Uma nova gestão do poder público é outra proposta de Feldmann. “Para ser mais eficiente, é necessário fixar metas e criar mecanismos de monitoramento para a sociedade. Na era digital, é perfeitamente possível acompanhar diariamente as ações do governo”, acredita. 
       Na área energética, Feldmann declarou-se contrário às usinas nucleares: “Acho desnecessário e do ponto de vista econômico é muito mais caro se comparado às outras fontes de energia, inclusive pelos riscos existentes.” Ele também lançou dúvidas quanto ao aproveitamento das reservas encontradas na camada do pré-sal. “O petróleo está na contramão da história. Sujar a nossa matriz sem aproveitar antes todas as alternativas renováveis que temos é uma falta de visão. Esse tema deveria ser mais debatido pelo Brasil e por São Paulo”, opinou.
       Outro setor crítico, na sua avaliação, é o de saneamento. “A nossa ideia é fixar metas para coleta e tratamento de esgoto. Precisamos criar mecanismos para estimular municípios a terem um bom comportamento do ponto de vista ambiental”, prometeu.
       Na segurança, Feldmann propõe tolerância zero com o crime organizado. Já na educação, o compromisso é melhorar a qualidade do ensino público para ampliar as oportunidades e combater a desigualdade social.
       Na saúde, a meta é trabalhar na prevenção e combater as doenças do século XXI, como depressão, obesidade e anorexia. “Esses temas são centrais não só na agenda do Brasil e de São Paulo, mas da humanidade”, finalizou.

 

 

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