Celso Rodrigues
O prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad, tão criticado por ter resolvido alterar as velocidades máximas permitidas no município, não é tão inovador como pode parecer à primeira vista. Essa medida já foi adotada nas principais cidades do planeta , como Nova York, Paris, Londres, Tóquio etc.. Dessa forma, temos uma ideia dos ambientes existentes nas ruas de países mais civilizados para nos servir de modelo.
Inicialmente vamos considerar que se a redução da velocidade acontece nos países de primeiro mundo, tais como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália, França, Holanda, Bélgica, Dinamarca etc. (a lista é grande), temos que desconfiar que algum benefício existe.
Em Nova York, a velocidade autorizada é 40km/h nas vias normais e 80km/h nas vias expressas. Em Paris e Londres, as velocidades foram reduzidas para 30km/h.
O fator alegado para justificar essas mudanças é a redução de acidentes no trânsito. Porém, há muitos outros benefícios: economia de combustível; redução da poluição ambiental; redução das despesas com atendimento de acidentados, liberando recursos para a população em geral, e consequente redução das mortes, das faltas de trabalhadores no serviço e das despesas da previdência pública e privada; melhoria dos ambientes urbanos para que se tornem menos agressivos; incremento do transporte a pé e por bicicletas; melhoria da saúde geral da população e diminuição dos gastos com atendimento médico.
Como vemos nos sites recomendados, faltam estudos de engenharia, planejamento e ideias inovadoras e modernas. No caso das ruas de São Paulo, já deviam estar disponíveis, nas universidades e institutos de pesquisa, recursos tecnológicos principalmente na área de informática que permitissem decisões baseadas em dados e cálculos concretos de engenharia. Já passou a época das decisões oriundas de opiniões e interesses pessoais sem amparo de estudos técnicos e científicos adequados.
Precisamos começar a estudar esse e diversos assuntos com maior acuidade e obter mais informações.
Conclusão: É tempo de mais engenharia e inovação nas coisas públicas. A tecnologia disponível pode ser usada para finalidades muito mais nobres do que simplesmente ver fofocas na internet e mandar piadinhas pelo whatsapp.
Celso Rodrigues é diretor-2º secretário da Delegacia Sindical do SEESP em Campinas