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29/05/2017

Opinião - Serviço de ordem

João Guilherme Vargas Netto*

O que é preciso ser feito, deve ser feito.

A grandiosa manifestação do movimento sindical e dos seus aliados no dia 24 de maio, em Brasília, foi perturbada – mas não diminuída em seus propósitos – pela provocação articulada do Gabinete de Segurança Institucional da presidência da República, do governo do Distrito Federal, dos mascarados violentos e de manifestantes irresponsáveis que, violando a determinação unitária, caíram na provocação e lhe deram oportunidade de se exercer visando deformar os objetivos e os métodos dos promotores da marcha.

Como os russos dizem (e eles são especialistas nesses assuntos): a putanítsa (confusão) sempre abre caminho para a pravacátsia (provocação).

Levando-se em conta esta experiência e analisando criteriosamente a evolução da marcha em seus aspectos táticos fica claro que, daqui para diante, o movimento sindical ao convocar e organizar novas manifestações de massa, principalmente em cidades “ecumênicas”, deve ter nelas um serviço de ordem, expressão da vontade coletiva unitária e coordenado pela direção de cada evento, no caso, as centrais sindicais unidas que as convocarem.

Este serviço de ordem (que nas grandes greves dos bancários chamávamos de “comissão de esclarecimento”), diferentemente de um ajuntamento de “bate-paus” assalariados, deve ser formado pelos melhores de nossos ativistas, com elevado grau de disciplina e compreensão político-sindical e organizado em cada grande categoria nossa, com companheiros que se conheçam no dia-a-dia e tenham comido, como mais uma vez dizem os russos, um quilo de sal juntos.

Ocuparão durante toda a manifestação ou marcha lugares privilegiados, protegendo a vanguarda, os carros de som e os flancos e ajudando a encaminhar os participantes pelos roteiros previamente determinados. Sua presença ostensiva – desde o início, com roupagens apropriadas e uniformes validados em cada uma delas – não só dissuadirá os provocadores externos, como controlará qualquer vontade de errar dos nossos, pelo voluntarismo, pela precipitação, pela desobediência ou até mesmo pelo medo ou pânico.

O movimento sindical unido demonstrou que sabe mobilizar de todo o Brasil nossos ativistas. É preciso que demonstre agora e daqui para frente que sabe também garantir com seu serviço de ordem o caráter firme e pacífico de nossas manifestações.

 


João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical

 

 

 

 

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