Comunicação SEESP*
Começa nesta quinta-feira (3/5), a 3ª Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo. O local mais uma vez será o Parque da Água Branca, zona Oeste da capital paulista. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), quem organiza o evento, serão mais de 350 toneladas de alimentos saudáveis e a presença de mais de 900 assentados, dos 23 estados, mais o Distrito Federal, onde o Movimento está organizado. A feira, que vai até domingo (6), é uma demonstração de que democratização da terra é possível, bem como a produção de alimentos saudáveis, respeitando a terra, a natureza e os trabalhadores.
Uma das organizadora da feira, Antônia Ivoneide, que vem do Ceará, traz uma reflexão necessária sobre o alimento que chega à mesa dos brasileiros, a importância da Reforma Agrária e de se mudar o modelo de viver no campo. “O que vem pra Feira é parte daquilo que eu alimento também a minha família”, indica Neném, como é conhecida a agricultora, também integrante da Direção Nacional do MST. “Vamos nos alimentar (e bem) aqui na Feira, como eu, como parte da comunidade que eu vivo, numa relação direta de respeito”, completa.
Neném também explica a relação dos preços dos produtos, que serão vendidos no Parque da Água Branca e adianta como será o Espaço Culinária da Terra, com vinte cozinhas de todas as regiões do país: "O Espaço Culinária da Terra vai trazer pra Feira os nossos sabores, os nossos gostos, o nosso jeito de fazer a comida e da relação não só da produção, mas do preparo. Aqui se aproxima a realidade de produção trazida pra Feira, mas também da transformação do produto. A Culinária da Terra traz para São Paulo o gosto da cozinha do campo, das camponesas e dos camponeses fazendo a alimentação. A relação com a terra, a comida e a prática da cozinha".
O lançamento da terceira edição da feira aconteceu em 14 de abril último, no Armazém do Campo, em Campos Elísios, bairro localizado na região central da capital que possui características já de periferia, como silêncio e tranquilidade. Na ocasião foi anunciada uma vasta programação gratuita de seminários de formação político-cultural, espaço de troca de sementes e shows com atrações culturais de todo o Brasil.
Milton Fornazieri, da direção nacional do MST e um dos organizadores da Feira, destacou na ocasião que o evento é uma forma de integração entre a culinária da terra e a população do meio urbano. "Não é somente compra e venda. A Feira em si é um grande mecanismo para intercambiar experiências entre nós mesmos, os feirantes de norte e sul do Brasil, e, principalmente, fazer um intercâmbio de ideias com a população de São Paulo", explica.
Na programação cultural presenças confirmadas de Siba, às 17h de sexta (4); Tião Carvalho, também na sexta, às 18h30; ana Cañas e Otto, no sábado (5), às 16h30 e 17h20, respectivamente; e Martinho da Vila no domingom (6), faz o encerramento às 18h45.
Histórico
Na última edição da Feira Nacional da Reforma Agrária passaram pelo parque mais de 150 mil pessoas ao longo dos dias do evento. Ao todo, foram vendidas 220 toneladas de produtos espalhados em 800 itens de 80 cooperativas e associações. A praça de alimentação contou com 15 cozinhas de todas as regiões do Brasil, onde foram servidas 10 mil refeições. Para a edição deste ano, a coordenação nacional do MST espera a comercialização de cerca de 400 toneladas de alimentos da culinária da terra.
*Com informações do MST e Barsil de Fato