A 5ª Marcha das Margaridas iniciou por volta das 8h30 desta quarta-feira (12/8), pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). Por volta das 10h30, milhares de mulheres do campo se concentravam em frente ao Congresso Nacional e por diversos momentos se viravam de costas em repúdio aos parlamentares que não colocam em votação os projetos que visam a reforma agrária e a reforma política. A mobilização das trabalhadoras rurais saiu do Estádio Nacional Mané Garrincha e percorreu cerca de 5 quilômetros. De acordo com Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que é a entidade organizadora do evento, 70 mil pessoas participam da marcha. A Polícia Militar ainda não informou a estimativa de público.
Foto: Agência Brasil
Abertura da 5ª Marcha das Margaridas
A Marcha teve início na noite de terça-feira (11), no Estádio Nacional Mané Garrinha em Brasília-DF. Uma abertura que seguiu ao ritmo dos vários gritos de mulheres do campo, da floresta e das águas, que mostraram que os ideais de Margarida Alves continuam vivos mesmo depois dos 33 anos de seu brutal assassinato. “Seguiremos na construção de luta das mulheres... A Marcha é um referencial de mudança dos rumos, de conquista de politicas públicas para nosso país”, ressaltou a coordenadora geral da Marcha e secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas.
E seguiu pontuando. “De peito aberto independente do governo que aí estiver sempre diremos as políticas que esperamos. São muitas as conquistas. Se a gente listar, temos muito a comemorar, como exemplo cito o programa de documentação para trabalhadora rural”, destacou Alessandra, fazendo referência de que a Marcha não é um evento estático, mas um processo que segue continuamente.
Já Claudia Castro, que falou em nome da delegação Internacional abriu uma reflexão do referencial que a Marcha é para o mundo. “Estamos apoiando a Marcha das Margaridas no Brasil. A Marcha é uma luta conjunta em nível de Brasil, assim como na América Latina.”
Emocionada, Castro aproveitou para entregar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez questão de prestigiar a abertura, junto a vários ministros, entre outros representantes do Governo Federal, várias demandas das mulheres campesinas.
O Caminho das Margaridas
Neste ano, a 5ª edição da Marcha das Margaridas tem como tema "Margaridas seguem em marcha pelo desenvolvimento sustentável com democracia, justiça autonomia, liberdade e igualdade". Além de reivindicações históricas como agilidade na reforma agrária e igualdade de direitos, as manifestantes também pedem reforma política e a saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acusado de envolvimento no desvio de verba da Petrobras, de acordo com investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. "Marcha mulherada! Sua bandeira na mão empunha. Viemos de todo canto, botar pra fora Eduardo Cunha", entoam as mulheres.
Além das trabalhadoras rurais, a marcha também tem participação de centrais sindicais e outros movimentos sociais. Eles serão homenageadas em sessão solene no Senado, às 11h, e, às 15h, encontrarão a presidente Dilma Rousseff, que deve dar uma resposta ao movimento sobre a pauta de reivindicações entregue ao governo no início de julho.
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Com informações da Agência Brasil e Contag