Agência Sindical
"Governos devem facilitar o acesso à leitura, não o contrário". É o que afirma Alexandre Martins Fontes, diretor-executivo da Edtoria WMF e da Livraria Martins Fontes Paulista. Em live da Agência Sindical na quarta-feira (16/9), ele criticou o item da reforma tributária proposta pelo ministro Paulo Guedes, que prevê a taxação de 12% nos livros.
Para o editor, há 40 anos no ramo, a proposta expressa insensibilidade sobre educação e cultura. "Guedes foi muito infeliz quando disse que o livro é consumido por uma elite, que pode pagar mais. Editoras e livrarias não vão suportar. Haverá mais desemprego", adverte.
Confira abaixo os principais trechos:
Insensibilidade - Essa proposta mostra a insensibilidade do governo federal sobre a importância da educação e da cultura. Desde 1946 livro é isento. E isso foi confirmado na Constituição de 1988, como reconhecimento do valor da educação e do livro. A última coisa de que o Brasil precisa é um imposto desses.
Acesso - O governo deve trabalhar para que o livro chegue a um maior número de pessoas; mas essa proposta faz o contrário, dificulta o acesso. Sua implementação vai significar o desaparecimento de grande parte das livrarias. Grandes ou pequenas.
Margem - Uma boa livraria tem um lucro em torno de 4%. Se você soma aos custos o imposto de 12% acaba com a margem de lucro. Vale alertar que essa ideia vem em um momento de pandemia, quando as livrarias fazem um esforço enorme pra sobreviver.
Emprego - O impacto será dramático. O livro é produzido essencialmente por pessoas. Você tem uma gama de profissionais na cadeia de produção. Essas pessoas correm risco de perder o emprego. A editora pode incluir no preço do livro esse novo imposto, mais isso vai gerar em média 20% de aumento no custo final.
Ações - Temos feito um trabalho de convencimento da sociedade como um todo, incluindo jornalistas, políticos e população, a fim de mostrar o quão ruim é para o País. O que o governo vai arrecadar não resolve os problemas econômicos nacionais. Pelo contrário, destrói a indústria editorial. Por isso, estamos falando com os parlamentares, pois a proposta será votada no Congresso. Vamos persistir, dialogar e mostrar nossos argumentos.
Impacto - A medida é ruim para o editor, mas dramática para o livreiro. A editora depende da livraria. Portanto, atinge toda empresa ligada a livros. Que País é esse que deseja o desaparecimento do setor livreiro e de todos esses empregos?
Receptividade - A recepção da sociedade tem sido positiva na defesa dos livros e do direito à cultura. Paulo Guedes foi muito infeliz quando disse que o livro é consumido por uma elite, que pode pagar esse valor a mais.
Acesse o site da Martins Fontes Paulista.
Clique aqui e assista na íntegra.