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11/06/2025

Por que o ensino de engenharia deve ser presencial e não EaD?

Celso Atienza

 

O ensino de engenharia, por sua natureza técnico-cientifica e prática, demanda uma formação que vai muito além do conteúdo teórico. Apesar do avanço das tecnologias de EaD (ensino a distância), há limites instransponíveis para a qualidade da formação de um engenheiro fora do ambiente presencial.

 

Entre os motivos para que a formação em engenharia seja essencialmente presencial, estão:

 

1 – PRÁTICAS DE LABORATORIO E ATIVIDADES DE CAMPO

O desenvolvimento de habilidades técnicas requer vivência em laboratórios físicos como os de resistência de materiais, solos, eletrônicos e estruturas.

Ensaios e medições, por sua própria natureza, demandam contato direto com instrumentos, materiais e condições reais de operação.

 

2 – FORMAÇÂO DE COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

A engenharia é uma profissão que exige competências e trabalho em equipe. Essas atividades são significativamente melhor desenvolvidas em ambientes de interação presencial, onde o aprendizado colaborativo e o contato direto com professores e colegas enriquecem a formação.

 

3 – RESPONSABILIDADE TÉCNICA E SEGURANÇA

O engenheiro assume responsabilidade legal de caráter cível, criminal e trabalhista, por obras e sistemas que impactam diretamente a segurança de pessoas e do meio ambiente. A formação técnica, portanto, deve garantir experiências reais que não podem ser substituídas por simulações digitais.

 

4 – LIMITAÇÔES DA TECNOLOGIA VIRTUAL

Simuladores e ferramentas digitais são recursos complementares valiosos, mas incapazes de reproduzir fielmente fenômenos como força, calor, vibração e comportamento de materiais sob esforços reais. A aprendizagem desses fenômenos requer experimentação direta.

 

5 – REPUTAÇÂO PROFISSIONAL E EXIGÊNCIA DE MERCADO

Engenheiros formados por EaD enfrentam resistência no mercado de trabalho, sendo frequentemente considerados menos preparados para atuação em campo. A formação presencial é reconhecida por sua qualidade e rigor.

 

6 – COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO NACIONAL

A engenharia é estratégica para o desenvolvimento do Brasil e avanços em infraestrutura, tecnologia, energia, saneamento e habitação. Formar profissionais desconectados com a realidade concreta do País é contraproducente. A vivência prática é essencialmente projetar soluções adequadas ao contexto social, ambiental e econômico brasileiro.

 

CONCLUSÂO

O ensino de engenharia deve, portanto, ser presencial, rigoroso, supervisionado e contextualizado, a fim de garantir profissionais competentes, éticos e preparados para enfrentar os desafios reais do desenvolvimento nacional.

 

 

 

 

Celso Atienza é engenheiro civil e de Segurança do Trabalho, mestre em Ciências Ambientes, presidente da Associação Paulista de Engenheiros de Segurança do Trabalho (Apaest) e vice-presidente do SEESP

 

 

 

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