Comunicação SEESP
A primeira mesa técnica do seminário “Ensino de engenharia: quantidade, qualidade e empregabilidade”, promovido pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), na sede do SEESP, nesta quinta-feira (18/9), colocou em pauta uma questão crucial ao debate: como formar mais e melhores engenheiros.
Como formar mais e melhores engenheiros foi pauta da atividade da FNE. Foto: Rita CasaroExpuseram sobre o tema Reinaldo Giudici, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP); Marcos Massi, diretor da Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie; Wesley Góis, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC); Eduardo Nadaleto, professor do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT); e Raul Gonzales Lima, pró-reitor adjunto de Tecnologia e Inovação da USP e representante da Associação de Ex-alunos da Poli. A mediação do debate ficou a cargo do diretor do SEESP Renato Becker.
Os especialistas foram unânimes em ponto essencial para a reversão do atual cenário de pouca procura dos cursos e, consequentemente, déficit de engenheiros formados. As escolas de engenharia precisam se adequar às novas formas de ensino, que possuem atributos como interdisciplinaridades, dinamismo, contato com desafios reais e com o mercado de trabalho. E ainda, desenvolvimento de habilidades comportamentais e estímulo ao empreendedorismo.
“Temos um programa de internacionalização que consegue atingir de 20% a 25% dos alunos, que têm possibilidade de estudar no exterior”, destacou Giudici citando uma das iniciativas da Poli para atrair mais estudantes. Já no Mackenzie, toda infraestrutura foi modernizada. “Uma pesquisa da Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo] mostrou que 70% das empresas não sabem o que está acontecendo nas universidades. Então começamos a buscar parcerias com empresas e desenvolver projetos em conjunto”, contou Massi.
Caçula entre as escolas presentes, a UFABC com 19 anos de fundação já nasceu com proposta pedagógica diferenciada. Os ingressos escolhem entre bacharelado ou licenciatura com eixos de conhecimento multidisciplinares que permitem a especialização em diversas áreas ao longo do curso. Segundo o professor Góis, a maioria dos estudantes saem com dois diplomas no mínimo: “ele entra para o bacharel de ciências da computação, paralelamente pode fazer engenharia e até uma pós”.
“Não basta formar mais engenheiros, é essencial formar melhor”, externou Nadaleto. Lima assentiu: “o aprendizado tem que ser baseado em competências”. Confira as falas na íntegra: