A opinião é da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que, nesta quarta-feira (6/06), divulgou a pesquisa “O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável”, que é realizada desde 1992. Os resultados da pesquisa sobre o tema revelam que a população percebe a descentralização da responsabilidade em relação ao meio ambiente. "Nós precisamos oferecer os caminhos para uma mudança de comportamento. A responsabilidade é compartilhada entre governo, empresas e sociedade. É hora de olhar para os deveres e não só para os direitos”, afirma a ministra.
A pesquisa aborda, ainda, os principais problemas ambientais identificados pelos brasileiros no Brasil e no mundo; como os brasileiros avaliam a atuação de órgãos públicos e empresas privadas na conservação ambiental; hábitos de consumo e reciclagem; a disposição do brasileiro para se engajar na solução de problemas ambientais; meios que a população usa para se mobilizar e se informar sobre questões ambientais e o que mais os orgulha no país.
O trabalho mostra que conceitos como desenvolvimento sustentável, consumo sustentável e biodiversidade já fazem parte do repertório de quase metade da população brasileira (47%). E que este percentual tende a aumentar à medida que a mídia dê mais espaço ao tema, traduzindo para o dia a dia a aplicação desses conceitos. Os gráficos mostram que cada vez mais brasileiros são capazes de identificar problemas ambientais e atribuir importância ao seu enfrentamento.
Fauna e flora
Por outro lado, o conceito de meio ambiente é cada vez menos naturalista, ou seja, menos identificado com fauna e flora. Os brasileiros se sentem parte da biodiversidade e assumem, cada vez mais, suas responsabilidades. Praticamente 100% da população consideram importante o cuidado e a proteção do meio ambiente, destacando que este cuidado é necessário à nossa sobrevivência e a um futuro melhor para a humanidade.
Na prática, a população brasileira ainda apresenta hábitos predatórios ao meio ambiente e à sua própria qualidade de vida, mas aumenta a disposição para atitudes pró-ativas, assim como elevou-se o conhecimento sobre os problemas. Ações como a Política Nacional de Resíduos Sólidos e campanhas como a Saco é um Saco, que incentiva a redução do uso de sacolinhas plásticas nas compras em supermercados, já repercutem na população.
Além disso, 85% dos brasileiros dizem estar dispostos a aderir a uma campanha para reduzir o consumo de sacolas plásticas e 35% afirmam que, em suas cidades, já existem estímulos neste sentido. No entanto, 58% dizem não ter o hábito de levar a própria sacola ou carrinho ao supermercado. As ações pró-ambiente estão concentradas em homes e mulheres com nível mais alto de escolaridade e residentes em áreas urbanas, independentemente da renda.
A pesquisa mostrou que a população não considera a preocupação com o meio ambiente no Brasil exagerada. E vai além: as pessoas não estão dispostas a ter mais progresso às custas da depredação dos recursos naturais (82%). Aumentou o número de brasileiros,de 38% em 2006 para 51%, em 2012, dispostos a contribuir com dinheiro para proteger a Amazônia, que continua a preferida, seguida pela Mata Atlântica, a Caatinga e o Pantanal.
Resíduos
Na fase que de pós-consumo, os brasileiros ainda possuem hábitos prejudiciais, sobretudo no descarte incorreto de itens como pilhas, baterias e lixo eletrônico. Mas, em comparação a 1992, a preocupação com o lixo aumentou significativamente (29%), fato que pode ser atribuído à divulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, desde 2010.
Segundo a pesquisa, 52% da população brasileira ainda não separam lixo, mas quase metade (48%) afirma fazê-lo. A disposição em separar o lixo é maior nas áreas urbanas (50%), contra 35% na área rural. A região Sul possui o maio percentual de coleta seletiva (76%), seguida pelo Sudeste (55%), Centro-Oeste (41%) e Nordeste (32%). A região Norte possui o menor índice de famílias que separam o lixo, 27%. A disposição para separar o lixo vem aumentando significativamente. Em 2001 era de 68%, em 2006, 78%, e em 2012 é de 86%.
Metodologia
Realizada pelo Instituto CP2 de Belo Horizonte (MG), vencedor de licitação nacional do Ministério do Meio Ambiente (MMA), a pesquisa contou com a cooperação técnica do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). É representativa da população brasileira adulta acima de 16 anos. Foram realizadas 2,2 mil entrevistas domiciliares em áreas urbanas e rurais, nas cinco regiões brasileiras.
Imprensa – SEESP
* Informações do Ministério do Meio Ambiente
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