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13/08/2018

Engenheiro aponta falha em sistemas na explosão de gasômetro na Usiminas

Comunicação SEESP*

 

Na última sexta-feira (10) um gasômetro da Usiminas explodiu, na sede da empresa em Ipatinga (MG). Foi por volta das 12h40, em que grande parte dos funcionários estava em horário de almoço. A área foi evacuada e 34 pessoas ficaram feridas, mas sem gravidade. A assessoria da Usiminas informou que, na segunda-feira (13), o expediente em Ipatinga foi retomado e gradativamente a normalidade será instalada. Algumas áreas, sem conexão com o setor afetado, reiniciaram suas atividades um dia após o acidente.

 

"Uma explosão é um fato inusitado nos tempos de hoje devido ao avanço das medidas protetivas. O que podemos dizer é que pelo menos dois sistemas falharam: o sistema do equipamento propriamente dito e o sistema de segurança de prevenção de incendios e explosões", atesta o vice-presidente do SEESP, Newton Guenaga Filho. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região, Geraldo Magela, exigiu a garantia de “que não tenha mais risco para os trabalhadores”. “Poderia ter sido uma tragédia maior, poderia ter matado trabalhadores e intoxicado a população da cidade”, afirmou.

 

 

Foto: Delegacia sindical do SEESP na Baixada Santista via Whatsapp
ExplosãoUsiminas 100818
Área afetada pela explosão. 

 

 

Normalidade

Em seu último comunicado à imprensa, a Usiminas informa que “prossegue com o plano de retomada gradual das operações, com a máxima segurança” e afirma que as causas “continuam sendo investigadas pelas equipes técnicas, com o apoio de autoridades competentes”.

 

Segundo Magela, a Usiminas não oferece treinamento adequado para os trabalhadores que atuam em áreas de risco, não faz manutenção adequada nos equipamentos e deixa de fornecer os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) necessários para garantir a segurança dos trabalhadores.

 

Em nota, a companhia afirma que segue as melhores práticas internacionais de segurança, alinhadas às da siderurgia mundial, e esclarece que todas as denúncias que chegam por meio dos sindicatos são integralmente apuradas. “As denúncias, independentemente de sua natureza, são verificadas e recebem o devido tratamento por parte da empresa.”

 

Investigações

Magela ressalta que o sindicato quer que um integrante da entidade acompanhe diretamente as investigações sobre a explosão do gasômetro. Foi enviado um ofício com a solicitação. Na segunda-feira (13) haverá reunião de um representante sindical com a direção da Usiminas.

 

Com relação ao acidente, a empresa destaca que as causas continuam em apuração por equipes técnicas. “Os trabalhos estão sendo acompanhados pelas autoridades competentes. A empresa reitera que está disponibilizando todas as informações solicitadas pelos órgãos do poder público."

 

O Ministério Público de Minas Gerais e representantes de órgãos ambientais instalaram um gabinete de crise para apurar o acidente e investigar a dimensão da explosão. O promotor responsável pelo trabalho, Rafael Pureza Nunes da Silva, afirmou que um inquérito civil público será instaurado para verificar os danos ambientais. A ação será conduzida pela Promotoria de Justiça do Meio Ambiente de Ipatinga.

 

Semelhança

Para Magela, as condições que provocaram a explosão no último dia 10 são semelhantes às que mataram o trabalhador Luís Fernando Pereira, de 38 anos, apenas dois dias antes do acidente. O trabalhador terceirizado fazia manutenção da tubulação que leva o gás para o gasômetro. A suspeita do sindicato é de que ele tenha se intoxicado durante a operação.

 

 

*Com informações da Agência Brasil. 

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