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04/02/2022

CEO da Cia de Estágios indica retomada de programas nas empresas

Tiago Mavichian afirma que posições criadas em 2021 remontam aos tempos anteriores à pandemia, e perspectiva para 2022 é melhor ainda.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia

 

Mesmo com um mundo ainda sob os efeitos da crise sanitária do novo coronavírus (Covid-19), iniciada no primeiro trimestre de 2020, Tiago Mavichian, CEO e fundador da Companhia de Estágios, um dos principais players do mercado de recrutamento e seleção no País, informa que, em termos de criação de vagas gerais de estágio, 2021 mostrou uma recuperação em relação ao ano anterior: foram quatro mil ante três mil. “O que percebemos é que já nos aproximamos ao número de 2019, ou seja, do período pré-pandêmico, quando tivemos 4.200 posições abertas”, acrescenta. Ele diz, ainda, que 95% dos programas de estágio trabalhados pela recrutadora, em 2021, ofereciam vagas para os cursos de Engenharia.

 

Tiago Mavichian 2022 2 600Tiago Mavichian aconselha estudantes “arregaçarem as mangas” e se planejar para buscar as vagas. Crédito: Divulgação | Cia de Estágios.

 

Os segmentos e áreas responsáveis por esse aquecimento dos estágios, principalmente para os estudantes de engenharia, relaciona o CEO, são o automobilístico, a indústria da construção civil, bancos e área financeira, tecnologia da informação (TI), setor do agronegócio e logística. "Essa tendência deve se manter em 2022”, avalia Mavichian.

 

Ainda como observação do especialista, que está na área de recrutamento há 16 anos, é crescente o número de empresas que contratam os futuros profissionais de engenharia. “O mercado está aquecido e os cursos de engenharia são, hoje, um dos três cursos com mais vagas [em programas de estágios]”, declara ele, prevendo que esse número deve se manter em 2022 “com o mercado de construção civil aquecido pelos lançamentos e com a alta demanda por produtos, o que gera vagas na indústria também”, acrescenta Mavichian.

 

Dicas do CEO
Portanto, aconselha o executivo da Cia de Estágios, os estudantes devem “arregaçar as mangas” e se planejar tanto para buscar as vagas como para se preparar para participar dos processos de seleção. “Busque informações sobre a vaga, empresa e desafio. Estudar e chegar preparado para um processo seletivo, faz toda diferença”, orienta.

 

Inicialmente, indica Mavichian, o estudante deve se cadastrar em sites e plataformas especializadas em vagas de estágio. Ele explica: “Estar cadastrado nesses sites aumenta suas chances de ver e receber vagas. É importante fazer o cadastro de forma completa para que as empresas tenham o máximo de informações relevantes sobre seu perfil. Estar cadastrado no LinkedIn, que é atualmente a principal rede social profissional, também é imprescindível, pois muitas vagas são postadas também nas redes sociais.”

 

O CEO da Cia de Estágios observa que um currículo “turbinado” e com maior chance de chamar a atenção dos recrutadores deve trazer trabalho voluntário, atividades extracurriculares na faculdade, como participação em empresa júnior, atlética e diretório acadêmico, “tudo isso sempre soma pontos”, pondera. Segundo ele, essas atividades já indicam para as empresas que o candidato tem facilidade em desenvolver habilidades muito valorizadas atualmente, como trabalho em equipe, resiliência e comunicação.

 

Mavichian lembra que na pesquisa “A Visão do RH sobre o Mercado de Estágio”, realizada pela Companhia de Estágios, em 2021, após a pandemia, “percebemos que outras habilidades, como a criatividade, por exemplo, ganharam destaque”, diz. Na edição de 2020 da pesquisa, continua o CEO, ou seja, realizada antes da pandemia de Covid-19, o RH apontou que as características consideradas mais importantes em um estagiário eram habilidade para trabalhar em grupo (75%), proatividade (70%) e flexibilidade (37%). Depois da pandemia, as empresas “passaram a solicitar candidatos mais resilientes, flexíveis e criativos. Isso porque, habilidades socioemocionais fazem toda a diferença nesse novo cenário de incertezas e mudanças aceleradas”, ensina.

 

Apesar das competências comportamentais estarem em alta, acrescenta Mavichian, o estudante não pode perder de vista as competências técnicas, sempre na perspectiva de novos saberes e conhecimentos. Por isso, ele aconselha investir em formação. Ele dá o recado: “Apesar de o mercado olhar primeiro para aspectos comportamentais, aspectos técnicos são bastante importantes. Os preferidos das empresas são: Excel, PowerBI e inglês. Cursos relacionados a área também são muito valorizados e turbinam seu currículo. Se você faz engenharia, por exemplo, e fez um curso de Autocad ou projetos, vai sair na frente se indicar que tem essa formação complementar.”

 

Perfil e anseios dos estagiários
Recentemente, a Companhia de Estágios ouviu 3.781 estagiários e candidatos a estágio de todo o Brasil para compreender anseios, percepções e expectativas na busca por uma vaga. A pesquisa está reunida no e-Book “O perfil de estagiários e candidatos a estágio no Brasil – 2021”. O objetivo do estudo foi compreender o status da vida profissional dos estudantes brasileiros e também compreender anseios, percepções e expectativas na busca por uma vaga.

 

Entre os dados que chamam atenção está o percentual de alunos que participaram da pesquisa e que são de universidades públicas, 45%, versus 55% que são de instituições privadas. Na edição do ano passado desta mesma pesquisa, somente 27% eram de escolas públicas. Além disso, a maioria dos entrevistados está em cursos de humanas e sociais (43%) e exatas (41%). Apenas 15% fazem graduações relacionadas às áreas biológicas.

 

Remuneração e renda familiar
Em relação à bolsa-auxílio dos universitários que estão estagiando, a maioria (45%) recebe até R$1.100 (salário-mínimo); 9% ganham acima de R$ 2.000,00 e 7,7% não são remunerados. Quando o assunto é a renda da família, 45% dos entrevistados da pesquisa disseram ser de 1 a 3 salários-mínimos e 18% fazem parte de lares cuja renda é de até um salário-mínimo. Apenas 3% são de famílias com renda superior a 12 salários-mínimos.

 

Cia Estágios pesquisa 2

 

Home office é realidade
Antes pouquíssimo praticado entre os estagiários, o home office virou realidade durante a pandemia de Covid-19 como modelo de trabalho. Hoje, mais da metade desses estudantes já está trabalhando de casa ao menos alguns dias da semana, sendo que 38% estão no modelo 100% remoto e 16,5% no formato híbrido. “Com a pandemia, muitas empresas tiraram o foco do controle do horário de entrada e saída e passaram a olhar mais para o resultado, ou seja, o valor que aquele colaborador agrega ao negócio. As companhias perceberam que com o home office é possível ter boa performance, entrega e engajamento do estagiário, que por sua vez pode ter mais tempo com a família e qualidade de vida”, afirma o especialista.

 

 Cia Estágios pesquisa

 

Motivação para o estágio
Quando questionados sobre o porquê buscaram um estágio, 56,9% manifestaram a vontade de adquirir experiência profissional. A facilidade em ingressar no mercado de trabalho foi apontada por 18% dos jovens, bem como cumprir o currículo obrigatório para a formação (13%) e ajudar na renda familiar ou no custeio dos estudos (12%). “Pelo segundo ano consecutivo, cresce o número de estudantes buscando estágio com o objetivo de ajudar na renda da família ou custear os estudos. Em 2019, esse número era de 7,5%. Em 2020, 10%”, ressalta o CEO da Companhia de Estágios.

 

Perfil dos pesquisados
Participaram da pesquisa 3.781 estudantes, sendo a maioria mulheres (67,5%) com idade entre 17 e 26 anos (67,6%) e que vivem na região Sudeste (71%). A maior parte vive em São Paulo, 50,7%. São do Rio de Janeiro 12%; 7,9% de Minas Gerais e 4,5% da Bahia. O Rio Grande do Sul concentra 4% do público. Da amostra, 51% são brancos e 45% negros (pretos e pardos).

 

Pesquisa completa clique aqui e faça o download

 

 

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