Consta do programa de governo do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, apresentado durante a campanha eleitoral, a intenção de rever o sistema de inspeção veicular, repleto de problemas, deixado pela gestão anterior. Agora, o novo chefe do Executivo paulistano estuda o que fazer.
Ninguém atentou para o fato de que os carros novos estão saindo de fábrica com garantia de motor de pelo menos três anos, desde que sejam feitas revisões nas concessionárias a cada seis meses ou 10 mil km. Tais verificações, que são pagas, muitas vezes não checam a emissão de CO, CO2 e HC, pois vários veículos, embora tenham passado por esse processo, não são aprovados na inspeção.
O cliente indignado que voltar à concessionária para se queixar terá como resposta que essa só verifica os itens indicados pelo fabricante, que não incluem os que são vistoriados na inspeção veicular. O compromisso com o meio ambiente deve ser de todos, logo fabricantes e concessionárias deveriam checar tais itens, proceder as correções necessárias e fornecer ao proprietário um selo de revisão. Com isso, a Prefeitura não precisaria se preocupar em testar automóveis com até três anos de uso.
Quando a fábrica vende um veículo, o faz dentro dos padrões aceitáveis de emissão de poluentes. Nada mais justo que, ao garantir que o motor funcione regularmente mediante revisões periódicas, também assegure que esse continue a trabalhar de forma a ser aprovado em testes ou inspeções feitos por qualquer órgão de controle. A proposta é técnica e traz um ganho para todos. O meio ambiente agradece.
* por Gley Rosa é diretor do SEESP
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