Em sua participação no dia 22 de agosto no ciclo de debates “A engenharia, o Estado e o País”, promovido pelo SEESP, em sua sede, na Capital, o candidato ao Senado Eduardo Suplicy (PT) apresentou projetos de sua autoria naquela Casa, em 24 anos de atuação, e defendeu uma de suas ideias mais notórias: a renda básica de cidadania. Segundo ele, a proposta já aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente Lula em 8 de janeiro de 2004 deve ser colocada em prática por etapas. “Sugerimos por carta, assinada por 81 senadores, à presidente Dilma que nomeie um grupo de trabalho para definir como será introduzida passo a passo.” Agora, ressaltou, “só falta a recomendação dos engenheiros”. Ao final, a ideia é que cada cidadão, independentemente da condição social e econômica – inclusive estrangeiros residentes há cinco anos ou mais no Brasil –, receberá do Estado uma renda suficiente para atendimento das “necessidades vitais”. Com isso, o objetivo, disse Suplicy, é “elevar o grau de dignidade para todos”. Entre as facilidades enumeradas pelo candidato, a eliminação total da “burocracia de ter que declarar os ganhos ou patrimônio” para tanto, assim como do estigma e do fenômeno da dependência.
Foto: Beatriz Arruda
Candidato do PT fala dos benefícios do renda mínima
Ele elogiou o programa de renda mínima, como uma das etapas rumo a esse objetivo, traçando um histórico sobre seu surgimento ao redor do mundo e no Brasil. Sob a alcunha de Bolsa Família desde outubro de 2003, quando as diversas iniciativas nessa direção foram unificadas e racionalizadas, hoje atende, conforme informou, 14,3 milhões de famílias no País – há 10,5 anos, eram 3,5 milhões. Suplicy explicou seu funcionamento e quem tem direito, destacando a vinculação obrigatória, para tanto, com a frequência às aulas pelas crianças e adolescentes. “A busca ativa ainda não está completa. Há 19,3 milhões de famílias no País com renda per capita que permite receber o benefício. Quem souber de alguma que tem direito, mas ainda não usufrui, tem o dever de informá-la que pode se inscrever na Secretaria Municipal de Assistência Social.” Ainda segundo lembrou o candidato, no ano passado, a presidente Dilma sancionou o programa Brasil Carinhoso, que propiciará complementação ao necessário para assegurar “pelo menos R$ 77,00 por pessoa”. Como é sua marca, ele brindou os engenheiros com a canção Blowing in the Wind, de Bob Dylan, “que tem muito a ver com a renda básica de cidadania”.
Nos debates, Suplicy recebeu de presente uma camisa da campanha dos engenheiros e arquitetos da Prefeitura de São Paulo por valorização profissional e remuneração justa. Informado sobre essa luta, colocou-se à disposição para enviar carta ao prefeito Haddad e à secretária municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leda Paulani, manifestando seu apoio e pleiteando “um outro encaminhamento” à questão. O candidato esteve acompanhado do postulante a vice-governador do Estado Nivaldo Santana (PCdoB), na coligação “Para mudar de verdade”, encabeçada por Alexandre Padilha (PT).
Ao final, Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP, entregou ao postulante ao Senado pelo PT a publicação “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento – Novos desafios”, atual versão do projeto lançado pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) que reúne as contribuições da categoria ao desenvolvimento sustentável nacional com distribuição de renda.
Soraya Misleh
Imprensa SEESP