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24/01/2015

Seminário na BA sobre FSM reúne diversas ONGs brasileiras

Pelo menos 600 pessoas acompanharam o “Seminário Fórum Social Mundial Rumo a Túnis”, que ocorre desde quinta-feira (22/1), em Salvador (BA), e vai até este sábado (24), na Biblioteca Pública dos Barris, no bairro de mesmo nome, região central. Os números são do Comitê Baiano do FSM, sendo 200 participações presenciais e outras 400 pela transmissão ao vivo, via internet. 


Fotos: Deborah Moreira
mesa inicial BCerca de 200 integrantes de organizações sociais presentes na abertura do evento, em Salvador


Na manhã deste sábado, uma mesa só de mulheres foi formada para relatar uma sistematização do que foi debatido nos dois primeiros dias. Entre as propostas, está a de retomar a articulação dos movimentos sociais em torno do FSM no Brasil, independente dos eventos internacionais.

Durante a tarde, seis grupos de trabalho foram formados para debater as questões mais específicas como democratização da comunicação, proposto pelo Fórum Mundial de Mídia Livre (FMML), o qual a comunicação do SEESP integra. Outro grupo criado foi o Direito à Cidade, proposto por movimentos urbanos presentes como o Movimento Passe Livre (MPL).

Primeiro dia
A abertura do primeiro dia, bem como dos demais, foi uma apresentação cultural. O grupo de hip hop local Nova Saga empolgou os participantes com suas letras que remetem às questões sociais e raciais.

Já a mesa de abertura foi formada por Jussara Santana, da Associação Cultural Espiral do Reggae e da Coordenação Nacional das Entidades Negras (Conen), e do Coletivo Baiano do FSM; Damien Azard, da Abong e membro do Conselho Internacional do FSM; Alaa Talbi, diretor executivo do Fórum Tunisiano dos Direitos Econômicos e Sociais e um dos principais organizadores dos comites locais daquela região; Fabricio Prado, chefe de relações internacionais da Secretaria Geral da Presidência da República, e Martiniano Costa, chefe de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais do Governo do Estado da Bahia.

Jussara Santana lembrou da carta de principios do FSM, lançada em 2001, que “é algo sempre importante a ser lido” e relido, destacando um dos 14 itens: “O Fórum Social Mundial é um espaço plural e diversificado, não confessional, não governamental e não partidário, que articula de forma descentralizada, em rede, entidades e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo”, diz o item 8 do documento.

Nas palavras de Santana, “o fórum tem o poder de agregar para nos fortalecer, porque um mundo melhor depende muito mais de mim e de você do que de um universo que conspira".

Damien Hazard, da Abong, também lembrou do inicio do processo citando a frase tema do evento. “Um outro mundo é possivel. É disso que estamos falando. O FSM nasceu com essa afirmaçao e para ser um contraponto a Davos”.

Além da mudanca geográfica do evento, hoje se consolidando na região do Magreb-Machrek, no norte da África, o mundo também mudou. “E ai vem a grande pergunta: o Fórum ainda é capaz de mudar o mundo? Essa é uma das grandes questões que precisamos responder", salientou Hazard.


mesa inicial red


Após fazer um breve resgate histórico do panorama político dos últimos anos, em que temos uma sucessão de governos progressistas, não houve mudança no sistema econômico capitalista - que impôe regras de austeridade econômica, com redução nos invesimentos sociais como vemos neste momento as medidas tomadas pelo novo governo Dilma de cortar conquistas trabalhistas históricas como o seguro-desemprego– Damien relacionou outras questões que devem ser feitas e respondidas pelos presentes: quais as relações que devemos estabelecer com os governos? Como devem ser as relações entre nós? Como articular as diversas lutas e atuações dos movimentos? O que nos une? Como reforçar o diálogo com os novos movimentos?

Alaa Talbi também fez um breve relato sobre o contexto atual de democratização da Tunísia desde 2010, quando um comerciante tunisiano ateou fogo ao próprio corpo e acabou gerando uma onda de protestos no país. Nações vizinhas também tiveram protestos semelhantes, como no Egito. O movimento, conhecido por Primavera Árabe, derrubou o ditador tunisiano Zine el Abidine Ben Ali, no poder há 23 anos. No ano passado, a população pode escolher a partir do voto direto um novo presidente, novo parlamento e uma nova constituição.

De acordo com o coordenador do FSM da tunisia, das mais de 1.700 organizações já inscritas no FSM da Tunísia (que acontecerá de 24 a 28 de março), somente 3% delas são de brasileiros. Por isso, ele fez um pedido aos presentes para que os mesmos paricipem do FSM em seu país porque “os movimentos tunesinos precisam da experiência obtida pelos brasileiros.”

No seminário em Salvador, ainda não há um balanço do comitê organizador do fórum sobre a quantidade de organizações reunidas, mas, de acordo com Hazard, o número pode chegar a 100 entidades presentes. "Com certeza posso afirmar que o Brasil está bem representado. Há tanto os movimentos mais conhecidos do Fórum como algumas centrais e movimento negro, mas também organizações recém criadas, de base, do interior do país, de pessoas com deficiência, de povos tradicionais e mais urbanas, como o MPL", afirmou.

Serviço:
Para saber como participar, acesse a página do evento:
www.fsm2015.org
Inscrições de propostas de atividades (apenas por organizações) podem ser feitas no link http://registration.fsm2015.org/?q=es até o dia 30 de janeiro.
Nas redes sociais é possível acompanhar as postagens do processo preparatório na página Brasil Rumo ao FSM 2015.

 

Deborah Moreira
Imprensa SEESP

 

 

 



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