Ativistas da comunicação lançaram, no Brasil, a consulta online da Carta Mundial de Mídia Livre, que já recebeu contribuições de países como França, Itália, Marrocos, Tunísia, Egito, Jordânia, Palestina, Senegal, Argélia, entre outros. O objetivo é criar um documento que reúna atribuições, perfil e pontos de luta em comum das mídias livres e seus direitos.
Também se espera que o processo de construção conjunta da carta aproxime as organizações e a sociedade mobilizada em torno do direito à comunicação.
O lançamento foi realizado durante o Seminário Fórum Social Mundial FSM Rumo a Túnis, que ocorreu entre quinta (22/1) e sábado (24), na Bilbioteca Pública dos Barris, em Salvador (BA), que reuniu entidades e organizações não governamentais de diversas partes do Brasil.
Origem
A carta foi proposta durante o 3º Fórum Mundial de Mídia Livre (FMML), na capital tunisiana, que ocorreu paralelamente ao Fórum Social Mundial da Tunísia, em 2013. No ano seguinte, foi apresentado o primeiro rascunho do texto, durante o Seminário Internacional do FMML, ocorrido em janeiro, na capital gaúcha, onde foram dadas as primeiras contribuições. Depois, novas sugestões de textos foram feitas em outros três seminários internacionais – em Túnis, Paris e Marrakech.
Participaram dos seminários ativistas de organizações como Amarc Internacional; Ponte Per, da Itália; Instituto Panos da África Ocidental, do Senegal; Ejoussour, do Marrocos; Coredem, da Argentina; Ritimo, da França; Ciranda, Rede Mulher e Mídia, Idec, Mídia Ninja e Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, no Brasil.
A consulta online conta com o apoio de ativistas do software livre e foi inspirada na ferramenta de participação social virtual utilizada nos encontros NetMundial e ArenaNet Mundial, realizados no País, em 2014. A plataforma de consulta online é baseada no sistema noosfero, desenvolvido pelo Colivre, coletivo digital de Salvador que, juntamente com a Ciranda e a Quijaua, desenvolveram-na.
Em fevereiro deste ano, será formado um grupo de trabalho para sistematizar as recentes contribuições e preparar uma nova versão da carta. E, mais uma vez, o texto será apresentado e debatido durante o 4º Fórum Mundial de Mídia Livre, onde se encerrará o processo.
O texto já está disponível em quatro idiomas: português, espanhol, francês e inglês. Atualmente, está sendo traduzido para o árabe.
A plataforma para o recebimento de contribuições pode ser acessada por este link http://charte.fmml.net/fmml/blog/1-apresentacao.
Deborah Moreira
Imprensa SEESP