O SEESP protocolou, no dia 7 de janeiro último, junto à Gerência de Recursos Humanos do Metrô de São Paulo proposta visando o reequilíbrio econômico do plano de saúde dos aposentados da empresa.
A proposição foi elaborada a partir de dados apresentados pelo Metrus em reunião da comissão que trata do tema, em outubro do ano passado. Também foram levados em conta as sugestões da categoria e o trabalho dos membros do sindicato na comissão.
O objetivo do SEESP é garantir a continuidade dos aposentados no plano de saúde, afastando a possibilidade de inadimplência na hipótese de migração para outro plano do mercado. Seguem os principais itens da proposição do sindicato: pagamento pelos aposentados de um “custo médio mensal” de R$ 450,00 a R$ 500,00 de forma que os mesmos paguem, individualmente, pelo seu plano de saúde; e eliminação da contribuição de 2% do salário, pago mensalmente pelos ativos, uma vez que os custos estarão sendo cobertos pelos próprios participantes aposentados.
A comissão deverá reunir-se na segunda quinzena ainda desse mês.
Imprensa SEESP
No dia 12 último, o SEESP participou de audiência de mediação solicitada pela entidade no Ministério Público do Trabalho. No ensejo, o sindicato defendeu que os engenheiros da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP) devem receber, no mínimo, o piso salarial previsto na Lei nº 4.950-A/66. Nova audiência foi designada para o dia 16 de março próximo, às 14h.
Acordo Coletivo de Trabalho 2015
O sindicato aguarda retorno do departamento jurídico da companhia quanto à revisão da redação do Acordo Coletivo de Trabalho 2015 proposta pelo SEESP no ano passado, tal medida se faz necessária para a assinatura do acordo.
Imprensa SEESP
Fazer anotações referentes a atestados médicos na carteira de trabalho de um empregado é atitude que fere a moral e deve ser recompensada por indenização. Com esse entendimento, a 6ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou uma rede de supermercados a pagar R$ 6 mil em danos morais a uma balconista de Aracaju. A corte considerou o ato como algo danoso à imagem da profissional, uma vez que esses registros podem dificultar a sua reinserção no mercado de trabalho.
A turma proveu recurso de revista da trabalhadora e reformou decisão das instâncias inferiores que julgaram o pedido de indenização improcedente, com o entendimento de que a anotação não gerou prejuízo passível de reparação financeira. De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região (SE), as anotações são "um direito do empregado e uma obrigação do empregador, e tais registros constituem a garantia das duas partes do contrato de emprego".
A sentença do juiz da 9ª Vara do Trabalho de Aracaju havia destacado que, nos mais de dez anos de serviços prestados à rede, o registro da anotação de um atestado médico não traria prejuízo ou afetaria a imagem da trabalhadora.
Divergência jurisprudencial
No exame do recurso, o ministro Aloysio Corrêa da Veiga, relator, assinalou que a tese aplicada pelo TRT-20 é diversa à de outros tribunais regionais e contrária à jurisprudência pacificada pelo TST. "Esse dano não é só evidente como presumido, na medida em que restringe e dificulta a reinserção do empregado no mercado", afirmou no voto.
O ministro salientou que as anotações da carteira de trabalho são disciplinadas pelo artigo 29, parágrafo 4º, da CLT e pela Portaria 41/07 do Ministério do Trabalho e Emprego, que vedam registros que possam causar prejuízo à imagem do trabalhador, como o desempenho profissional, comportamento e situação de saúde. Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.
Fonte: Consultor Jurídico
O Brasil tem potencial para expandir e chegar a 61 milhões de hectares de terras irrigadas, o equivalente a 10 vezes a área atual. É o que aponta a pesquisa "Análise Territorial no Brasil para o Desenvolvimento da Agricultura Irrigada", desenvolvida pelos professores Gerd Sparovek e Durval Dourado Neto, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), em Piracicaba, em parceria com o Ministério da Integração Nacional (MI).
Foto: imagem captada na Internet
Brasil tem potencial para expandir e chegar a 61 milhões de hectares de terras irrigadas,
o equivalente a 10 vezes a área atual
O estudo analisou 168.843 mil bacias hidrográficas do país, contendo cerca de cinco mil hectares cada, e levou em conta contextos de governança pública e privada e dimensão física (vazão de rios, regime natural de chuvas e produtividade agrícola), em combinação com temas ambientais, sociais e econômicos.
Segundo Dourado Neto, a definição da área com potencial para ser irrigada traz um fato novo, já que segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil possui 29 milhões de hectares irrigáveis, ou seja, a pesquisa coordenada pelos professores da Esalq indica um número bem superior.
O pioneirismo do estudo, segundo Sparovek, se dá pela abrangência e olhar metodológico, apresentando os resultados dos temas tratados por meio de chaves classificatórias que podem ser entendidas por pessoas não especializadas no assunto.
“Há uma deficiência de estudos multitemáticos e abrangentes que ajudem o entendimento dos problemas recorrentes da distribuição geográfica da área atualmente irrigada, mas conseguimos tratar do tema incluindo recentes avanços na área metodológica, a disponibilidade de água, condições climáticas, qualidade dos solos e realidade social e econômica do país”.
Além disso, conhecer a ordem de grandeza dos solos irrigáveis trarão, segundo o professor, mais qualidade de vida para as pessoas. “Isso norteará políticas públicas nessa área daqui para diante. Se podemos aumentar os hectares irrigados, precisaremos investir em infraestrutura, estradas, gerar energia, ou seja, dar condições para chegarmos a esse valor no futuro. Só há condição de preservar e melhorar a qualidade de vida onde temos agricultura irrigada. Portanto, se já sabemos quanto podemos avançar, estamos dando subsídios para que o governo faça um planejamento de longo prazo”.
Potencial de crescimento
Hoje, a área irrigada do Brasil é considerada pequena, comparada ao seu potencial de crescimento. “São diversos os benefícios que podem ser alcançados com essa expansão, como o ganho de eficiência e redução de risco de insucesso na produção agrícola, a promoção do desenvolvimento social e econômico em regiões propícias à intensificação da produção, a redução de impactos ambientais pela menor necessidade de expansão face à maior produtividade com os cultivos irrigados e a segurança alimentar”, afirmou Sparovek.
O estudo foi incluído no Plano Nacional de Irrigação, por meio da Portaria nº 115, de 18 de junho de 2015, publicada no Diário Oficial da União. A partir dessa definição, os projetos públicos que envolvem o tema deverão ser planejados e implantados conforme o relatório da pesquisa.
Em outubro, o diretor da Esalq, professor Luiz Gustavo Nussio, junto com o vice-diretor, professor Durval Dourado Neto, estiveram no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília, para uma reunião com a ministra Kátia Abreu. Na oportunidade, apresentaram o estudo à ministra e membros do Mapa.
Segundo o professor Nussio, a apresentação faz parte de uma ação da diretoria em buscar projetos na área institucional que atendam demandas nacionais. “Conseguimos um grande avanço nesse aspecto, com a reunião no Mapa, colocando a Esalq à disposição para projetos futuros”, afirmou.
O diretor ressaltou, ainda, que a atividade está alinhada às metas da Reitoria da USP em fazer com que as Unidades se dediquem mais a estudos em consonância com as políticas públicas e com as demandas da sociedade. “É uma maneira de fazer as equipes trabalharem de forma mais integrada, com ações mais abrangentes”.
Para Dourado Neto, o encontro no Mapa foi importante uma vez que possibilita a Esalq atender demandas sociais emergentes. “É muito importante que a universidade, além de formar alunos, atenda demandas de extensão como essa. Para que haja preservação ambiental e justiça social, temos que gerar e distribuir riquezas, ou seja, acumular capital e propiciar desenvolvimento”.
Finalizando, Dourado Neto contou que a ministra Katia Abreu pretende elaborar um projeto com base nesse levantamento para que o Brasil irrigue, a curto prazo, mais 1,5 milhão de hectares e, a médio prazo, 5 milhões de hectares. “Este estudo direcionará os investimentos nesse setor, principalmente em redes de energia que viabilizem os sistemas de irrigação."
Fonte: Agência USP de Notícias
Iniciamos 2016 com uma das maiores conquistas da comunidade científica no Brasil: a presidente Dilma Rousseff sanciona nesta segunda (11) o projeto de lei da Câmara 77/2015 e estabelece o mais relevante marco regulatório de ciência, tecnologia e inovação do País.
Por meio dele, serão criadas as bases para o País conquistar um novo padrão de desenvolvimento científico e tecnológico, para alavancar o crescimento da economia nacional de forma sustentável, inovadora e criativa.
O novo marco, aprovado pelo Congresso Nacional, vai aperfeiçoar todo o arcabouço legal das atividades de pesquisa e desenvolvimento.
É, portanto, resultado de uma construção coletiva articulada com a sociedade civil, em especial com instituições científicas, lideradas pela Sociedade Brasileira de Progresso para a Ciência (SBPC) e Academia Brasileira de Ciências (ABC). Contou também com a participação de lideranças públicas e privadas, inclusive do setor produtivo.
A nova legislação prevê mecanismos para estreitar os caminhos entre os centros de pesquisas e as empresas. Permitirá ao País contar com instrumentos já utilizados pelos seus principais concorrentes no mercado global há muitos anos.
Teremos um sistema legal mais robusto, capaz de produzir um ciclo virtuoso entre as instituições de pesquisas, as empresas e o mercado. São mecanismos que vão tornar mais eficientes e mais transparentes os processos de financiamento e as contratações de pesquisadores dos setores públicos e privados.
As aquisições de equipamentos, produtos e insumos serão simplificadas. As empresas passarão a contar com a possibilidade de isenções e reduções dos impostos de importação nas compras destinadas a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Com a nova legislação, o poder público cria todas as condições para apoiar os ambientes inovadores, dentre eles as incubadoras de empresas, parques e polos tecnológicos. Assim, União, Estados e municípios poderão participar do capital social das empresas cujos projetos são voltados para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores.
Estamos certos de que vamos aprimorar a implementação de projetos de pesquisa, pois passamos a ter uma legislação que reduz as burocracias que persistiam até então.
Consideramos um passo importante a alteração que tornará disponível o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) para ações em órgãos e entidades dedicados a projetos científicos.
Essas são medidas que modernizarão a gestão das políticas públicas para o setor.
O marco regulatório deixa mais claro, por exemplo, que os institutos, os centros de pesquisa e os laboratórios das universidades poderão se dedicar mais aos trabalhos científicos de ponta.
O projeto também estipula a ampliação do tempo máximo de trabalho dos professores das universidades federais em programas institucionais de ensino, pesquisa e extensão, assim como em atividades de natureza científica e tecnológica.
Nosso compromisso é também criar condições para que os benefícios conquistados com o novo marco legal alcancem toda a população e garantam mais qualidade de vida a cada cidadão brasileiro.
* Por Celso Pansera, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação. Artigo publicado, originalmente, no jornal Folha de S.Paulo, em 11 de janeiro de 2016
O debate sobre as reformas trabalhista e previdenciária é recorrente no Brasil. Sempre que a onda neoliberal ganha fôlego, há retração da atividade econômica ou existe crise fiscal no governo federal esses dois temas ganham evidência na mídia nacional.
O movimento sindical, desta vez, tem motivos de sobra para se preocupar com o risco de viabilização dessas duas reformas. A preocupação se justifica basicamente por duas razões.
A primeira é que o governo não tem mais margem fiscal para deter a pressão empresarial pela reforma trabalhista, mediante a qual pretende reduzir despesas com salários e direitos para manter as suas margens de lucros.
A segunda é que o próprio governo tem prometido tomar a iniciativa de propor as duas reformas. O novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, já declarou publicamente seu compromisso com elas e a presidente Dilma, embora não tenha falado em reforma trabalhista, disse textualmente que vai encarar a reforma da previdência, especialmente no que se refere à instituição da idade mínima.
Ora, se antes a pressão do setor empresarial, mesmo contra a opinião do governo, já era muita força, imagine agora, com o apoio do ministro da Fazenda, da presidente da República e sem uma bancada sindical robusta para se contrapor a essa nova ofensiva?
Registre-se, ainda, que o atual ministro da Fazenda, diferentemente de seu antecessor, não tem o estigma de defensor do neoliberalismo. Isso significa que seu apoio às reformas facilita mais do que dificulta aprovação delas.
A estratégia do movimento sindical nesse debate deve consistir, de um lado, em mostrar as contradições do governo e do próprio Congresso Nacional nesses dois temas, além de informar aos parlamentares que seus votos serão amplamente divulgados entre os trabalhadores.
É preciso lembrar, ainda, que, diferentemente de campanhas anteriores, na eleição de 2018 os parlamentares não contarão com o financiamento empresarial de campanha e que, portanto, dependerão do convencimento do eleitor, formado majoritariamente de trabalhadores.
Em relação às contradições, lembremos que foram o governo e os próprios parlamentares que propuseram e aprovaram a flexibilização do fator previdenciário e o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), cujos objetivos eram opostos ao pretendido pelas novas propostas de reforma trabalhista e previdenciária.
A flexibilização do fator, ao contrário da instituição da idade mínima, teve por objetivo permitir que pessoas que começaram a trabalhar mais cedo pudessem se aposentar integralmente antes da idade requerida para assegurar o fator pleno.
O Programa de Proteção ao Emprego, por sua vez, tem como propósito evitar desemprego e também impedir a retirada de direitos de forma permanente, ao contrário do que deseja a reforma trabalhista ora cogitada.
Logo, não faz sentido o atual Congresso e atual governo proporem reformas em sentido ao oposto ao que eles mesmos, após eleitos para o atual mandato, terem aprovados e transformados em norma jurídica. Esses são os desafios e os argumentos na luta para evitar esses dois retrocessos nos direitos dos trabalhadores.
* Por Antônio Augusto de Queiroz, jornalista, analista político e Diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap)
Considero da maior importância o anúncio do revigoramento do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o “Conselhão”.
É um fórum privilegiado para a discussão da retomada do desenvolvimento – tarefa de todos – com a contribuição ativa de inúmeros protagonistas de peso, do governo, do mundo empresarial, de entidades sociais e religiosas e dos sindicatos.
Fazendo-se o balanço da experiência do “Conselhão” fica evidente que, além da força simbólica da reunião, sempre foi preciso garantir seu empenho democratizante (para não ficar parecendo um clube de amigos) e a adoção de pautas definidas para o desenvolvimento, com a sugestão de medidas pontuais, sem “tirar coelho da cartola”.
Não é o “Conselhão” que age após discutir; para isso existem os partidos, o Congresso Nacional, o próprio governo e o conjunto amplo das entidades e das empresas, cada qual com a sua vida própria. Mas o “Conselhão” pode pautar temas e conseguir sensibilizar os formadores de opinião sobre a relevância deles, um dos mais urgentes e espinhosos sendo a batalha da produtividade.
Também não interessa ao “Conselhão” discutir temas como o da Previdência. Para tal existe o “Fórum Quadripartite”, ambiente adequado a essas discussões.
Como o “Conselhão” estava praticamente desativado, sua composição original sofreu a ação corrosiva do tempo: vários ministros deixaram de sê-lo ou mudaram de funções, alguns participantes se afastaram e há, até mesmo, alguns empresários que estão presos.
O revigoramento do “Conselhão” impõe, como medida de bom senso, a atualização de sua composição.
Garantida a presença de todos que já estavam, respeitadas as condições de suas permanências, proponho que em sua nova composição revigorada se incluam os signatários oficiais do “Compromisso pelo Desenvolvimento”, tornado público em São Paulo em 3 de dezembro de 2015.
Além do sangue novo, os autores do “Compromisso pelo Desenvolvimento” (alguns dos quais, como o Dieese, já fazem parte do “Conselhão”) reforçariam, com sua plataforma unitária, sintética e pertinente o tema do desenvolvimento, que deve ser o eixo das preocupações estratégicas dos brasileiros.
Por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical
A taxa de desocupação na América Latina e Caribe aumentou em 2015 pela primeira vez em cinco anos para 6,7%, levando ao menos 1,7 milhões de pessoas a somarem-se às filas de quem busca emprego sem encontrá-lo, de acordo com o relatório anual da OIT divulgado hoje, no qual se registra o impacto da desaceleração do crescimento econômico no mercado de trabalho.
O Panorama Laboral 2015 da América Latina e Caribe adverte que se registra uma “mudança de tendência” nos indicadores de emprego, com uma piora na situação laboral das mulheres e jovens e indícios de que a informalidade poderia estar subindo através de “uma maior geração de empregos de menor qualidade”.
“Os efeitos acumulados da desaceleração econômica que se iniciou há três ou quatro anos e que se aprofundou em 2015 podem ser descritos como uma crise em câmera lenta”, disse o Diretor Regional da OIT, José Manual Salazar, ao apresentar o relatório nesta quinta na capital peruana. “Esta situação é preocupante e enseja numerosos desafios de política aos nossos países”.
Dado que os prognósticos de crescimento lento para a região se mantêm nos próximos anos, a OIT estima que a média da taxa de desemprego da América Latina e Caribe poderia subir novamente em 2016 para 6,9%.
Salazar destacou que em 2015, como aconteceu com a desaceleração econômica, a menor geração de empregos esta se manifestando também em distintas velocidades nos países da região. Em alguns países inclusive, reduz-se a taxa de desocupação. Mas a nível regional, há países que influenciam de maneira importante sobre o aumento da média desta taxa, em especial o Brasil.
Assim, a principal alta do desemprego se produziu na América do Sul, onde passou de 6,8% para 7,6% e no Caribe aumentou de 8,2% para 8,5%. Mas a taxa registrou uma baixa na América Central e México, de 5,2% para 4,8%.
A taxa média de desemprego para toda a região subiu de 6,2% em 2014 para 6,7% este ano. A diferença de cinco décimos percentuais implica que o número de desocupados aumentou em 1,7 milhões de pessoas e por tanto “o número total de latino-americanos e caribenhos afetados pela falta de postos de trabalho ronda os 19 milhões”, explicou Salazar.
As notícias relacionadas com a qualidade do emprego “não são boas” disse o Diretor Regional da OIT. Há indicadores de desaceleração no crescimento dos salários, assim como uma redução na geração do emprego não assalariado enquanto aumenta o trabalho por conta própria, que em muitos casos esta associado a condições laborais precárias.
“Estes são sinais de que pode estar aumentando a informalidade, que segundo os últimos dados disponíveis já alcançava 130 milhões de trabalhadores”, agregou.
Mais da metade dos novos desocupados são mulheres. A taxa de desemprego das mulheres aumentou de 7,7% em 2014 para 8,2% em 2015 segundo informa o Panorama Laboral da OIT, o que equivale à 1,4 vezes a taxa dos homens.
O relatório regional explica que a taxa de participação laboral das mulheres retomou a tendência de alta, mas a taxa de ocupação se comportou de forma mais moderada. “O maior número de desocupadas se deve ao maior ingresso de mulheres no mercado laboral”, diz o documento.
Também subiu o desemprego juvenil depois de anos nos quais se havia registrado uma diminuição, quer dizer que para esse grupo também “a tendência mudou”. Como ocorre com a taxa geral, o comportamento da taxa juvenil é diverso entre os países e em cerca da metade se observa uma melhora, mas o aumento médio regional deste indicador observou uma alta de 14,5% a 15,3%.
“Ao menos que se executem políticas para impulsionar a quantidade e qualidade do emprego juvenil, a conjuntura econômica que se vislumbra nos próximos anos poderia agravar ainda mais esta situação”, alerta o relatório.
O Panorama Laboral da OIT diz que em curto prazo este cenário de maior desemprego e informalidade deveria ser enfrentado com políticas de mercado de trabalho e sociais especificamente dirigidas a proteger o emprego e o salário e a renda das pessoas.
O Diretor Regional da OIT advertiu, contudo, que também serão necessárias medidas para “enfrentar problemas estruturais de longa data”. Afirmou que “a desaceleração é evidência, uma vez mais, de que muitos países da região seguem dependendo excessivamente das dinâmicas da economia mundial e que seguem fazendo falta mais motores e fontes endógenas de crescimento”.
“Em médio e longo prazo resulta impostergável desenhar e executar políticas de desenvolvimento produtivo para diversificar as estruturas de produção, promover o aumento da produtividade e o crescimento das empresas, criando assim mais e melhores empregos que gerem um crescimento inclusivo”, afirmou José Manual Salazar.
Destacou que para lograr avançar nesta direção será essencial impulsionar o diálogo social entre governos, empregadores e trabalhadores nos distintos países. “São necessárias respostas dialogadas que sejam produtos de uma visão compartilhada”, disse o Panorama Laboral 2015 da OIT.
O Panorama Laboral de 2015, baseado em fontes oficiais de cada país, apresenta pela primeira vez taxas de desocupação a nível nacional, que agora estão disponíveis para a maioria dos países até o terceiro trimestre do ano em curso. Até o ano passado, os indicadores disponíveis eram urbanos, principalmente de grandes cidades.
Fonte: ONU Brasil
A pesquisadora da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] Solos, Joyce Monteiro, fez parte da delegação brasileira que esteve na COP 21, que aconteceu em Paris, entre 30 de novembro e 12 de dezembro de 2015.
A participação da brasileira se deu em debates em comissões que buscavam a redução das emissões dos gases de efeito estufa na atividade agropecuária, ao lado dos também cientistas da Embrapa Giampaolo Pellegrino e Gustavo Mozzer.
"Assessorávamos os profissionais do Ministério das Relações Exteriores quando o assunto era agricultura. Procuramos retirar da atividade agrícola a pecha de vilã das emissões, o que ela não é, especialmente quando comparada às queimas de combustíveis fósseis", conta Monteiro. A delegação brasileira retificou a importância da agropecuária para a segurança alimentar e nutricional.
Em relação à redução das emissões dos gases de efeito estufa, a reunião de Paris criou um mecanismo poderoso: o Fundo Verde para o Clima (GCF, da sigla em inglês), que vai investir 100 bilhões de dólares anuais no tema.
"Creio que nosso foco tem que ser não só reduzir a emissão de gases de efeito estufa, precisamos de maior resiliência no sistema agrícola, ações como o Plano ABC (Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura) apontam para este caminho", conclui a pesquisadora.
Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
A questão para entender o nó no cano de abastecimento, segundo o grupo Águas Futuras, formado por professores da Unesp [Universidade Estadual Paulista] e USP [Universidade de São Paulo], que tem divulgado levantamentos e projeções semanais do Cantareira, reside em três fatores: chuva, quanta água entra no sistema (a chamada vazão afluente), e quanta água sai. Se é verdade dizer que São Pedro não economizou em 2015, também é verdadeiro apontar que o que entrou no sistema é apenas a metade da média histórica. Dos cerca de 3,7 bilhões de m³ acumulados de chuva ao longo do ano, apenas 712 milhões de m³ foram convertidos em vazão afluente, sendo que a média histórica – baseada em um período que vai de 1930 a 2013 – é de 1,4 bilhões de m³.
Só foi em dezembro que a vazão do Cantareira atingiu sua média histórica. É o melhor mês do ano, com chuvas generosas e boa conversão de água para o reservatório. Contudo, Roberto Kraenkel, do Instituto de Física Teórica da Unesp e um dos integrantes do Águas Futuras, lembra que a vazão só foi atingida em consequência da baixa retirada de água do sistema. "Ainda estamos muito longe da normalidade, porque continuamos retirando muito pouca água do sistema, ela só voltará com o reservatório cheio, eficiente, retirando água suficiente”, comenta.
Em novembro, mês em que as chuvas caíram em abundância no sistema, o engenheiro civil e sanitarista Roberto Kachel, que trabalhou por 34 anos na Sabesp, já alertava que a chuva não era a única medida a ser levada em consideração. “O Cantareira tem apresentado vazões abaixo da média desde 2011, não adianta chover se a água não está entrando no sistema”, comentou. Para ele, a devastação da mata original na bacia do Cantareira é uma das explicações para a perda da capacidade do sistema reter água. "É muito positivo recuperar o volume morto, mas certamente ele será usado novamente."
Leia mais sobre o tema em reportagem do jornal El País, clicando aqui.
Fonte: Unesp Agência de Notícias