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Após 12 dias de greve, os funcionários da fábrica da Volkswagen em Taubaté, no interior paulista, retornaram ao trabalho nesta segunda-feira (31/8). A paralisação foi deflagrada a partir do anúncio de que seriam feitas 50 demissões na unidade. Por meio de acordo, as dispensas foram revertidas. Será aberto um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para readequar o quadro de pessoal.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, o PDV concede incentivos no valor de cinco a 15 salários, a depender do tempo de serviço do funcionário. Para empregados com comprovação de doenças ocupacionais, há um adicional de um salário por ano de casa. A meta da empresa, de acordo com o sindicato, é dispensar 500 dos 5 mil trabalhadores da unidade.

Em nota, a montadora disse que o acordo coletivo aprovado pela categoria garante a sustentabilidade da unidade de Taubaté. “A Volkswagen do Brasil vê com satisfação a aprovação do novo acordo coletivo por seus empregados para a fábrica de Taubaté. Empresa e sindicato chegaram a uma proposta balanceada, que possibilitará a adequação necessária da estrutura de custos e efetivo da unidade”, acrescenta a nota.



 

Imprensa SEESP
Com informações da Agência Brasil









No dia 28 de agosto último, o senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu diálogo entre o governo, o movimento sindical e a sociedade organizada na busca de um pacto que preserve direitos sociais, trabalhistas e previdenciários. Ao mesmo tempo, ele criticou o modelo de ajuste fiscal adotado pelo governo federal em resposta à crise econômica atual. O parlamentar criticou que sempre que há uma crise os trabalhadores “são chamados a pagar a conta, e perdoem-me aqueles que pensam diferente, a serem servidos à mesa das piranhas do mercado financeiro”.

Para Paim, o País passa pelo pior momento desde 2003. Todavia, ele acredita que a saída é o diálogo por um “pacto de preferências”, e não a retirada “à força” de conquistas do povo. E alfinetou: “Querer retomar o caminho do crescimento tirando dos que mais precisam é uma falsidade e uma covardia que não tem sucesso. O universo há de conspirar contra aqueles que não olham para os mais necessitados.”

Aumento de impostos
Como exemplo alternativo, ele citou o caminho trilhado pelos Estados Unidos na década de 1930. Lembrou que o presidente Franklin Delano Roosevelt estimulou o crescimento com medidas que incluíram o aumento de impostos "para os mais ricos um enorme programa de ajuda para os mais fracos”.

Para o senador, na crise brasileira atual “o andar de cima” também deve dar sua contribuição. Ele defendeu, por exemplo, a instituição do Imposto sobre Grandes Fortunas, já previsto na Constituição. Observou que esse tipo de tributo não é uma novidade em outros países. Na França, é conhecido como “Robin Hood”, incidindo sobre o patrimônio das pessoas físicas.

Perdas
Entre as medidas de ajuste do governo da presidente Dilma Rousseff que prejudicaram os trabalhadores e setores mais frágeis, ele citou as medidas provisórias 664 e 665. As MPs alteraram regras do seguro-desemprego, abono salarial, auxílio-doença e auxílio-reclusão. Com isso, disse o senador, o governo fez cortes de R$ 9 bilhões, mas pretendia inicialmente chegar a R$ 18 bilhões.

Antes, porém, conforme o senador, o governo adotou medidas de desoneração fiscal em favor de setores empresarias que representaram renúncia de receitas da ordem de R$ 200 bilhões. Outra medida teria permitido a retirada de R$ 78,7 bilhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para empréstimos subsidiados.


 

Imprensa SEESP
Com informações da Agência Senado








Lixo artigo editadaRecentemente, a ONU se mostrou preocupada com a quantidade de lixo urbano que está sendo produzido no mundo. Segundo a organização, todos os anos as cidades geram 1,3 bilhão de toneladas de resíduos sólidos. A quantidade de lixo deve chegar a 2,2 bilhões de toneladas até 2025. Em países de baixa renda o problema é maior, pois o volume de coleta do lixo não alcança sequer a metade da quantidade produzida.

O fato é que o processo de produção de lixo nunca competirá com o processo de reciclagem de resíduos. Por isso se faz tão necessário mudar a consciência das empresas de produção. Hoje, tudo o que temos e consumimos, por onde passamos, tudo que é comercializado afeta, negativamente, o meio ambiente. Pode ser a garrafa de um refrigerante, um jornal que pegamos para ler, o telefone celular que usamos diariamente, tudo isso contém vários químicos que nos afetam e ferem o ambiente.  

As várias medidas de preservação do meio ambiente, como diminuir o consumo de água, a conta de energia e o descarte de resíduos, todas essas são medidas que só diminuem os danos, nunca serão capazes de eliminar por completo o problema.

Algumas empresas no mundo já colocaram essa teoria em prática, como é o caso da Puma, que tem 128 produtos com o selo chamado de cradle to cradle, no mercado. A empresa recebe consultoria do químico alemão Michael Braungart, um dos defensores da chamada economia circular e criador do selo. Essa discussão é bem ampla e requer muito tempo para ser implantada. Claro que mudar cadeias inteiras de produção não seria tarefa simples, mas com certeza quando alcançado o objetivo, o problema estaria extinto totalmente. O que parece utopia no Brasil e no mundo, merece no mínimo um debate.  

A preocupação com a redução do desperdiço, com a forma do descarte, a reciclagem e o local onde o lixo/rejeito será depositado deve continuar e é primordial para que possamos ter um resultado mais qualitativo quando o assunto é meio ambiente. Porém, para reduções significativas da quantidade de lixo,  medidas mais contundentes deverão  ser aplicadas. Assim acredito que poderíamos ter resultados mais efetivos e em longo prazo.


 

* Francisco Oliveira é engenheiro civil e mestre em mecânica dos solos, fundações e geotecnia e fundador da Fral Consultoria









JG editadaA geleira endurecida pingou três gotas de água. É muito pouco, mas, com otimismo, pode prefigurar o degelo.

A primeira gota foi a negociação no Congresso sobre a correção do FGTS, cujos resultados, se não produziram de imediato aquilo que é justo e desejável, indicam um caminho temporal para se obter isto.

A segunda gota foi o recuo dos setores financeiros do governo a respeito da não antecipação de parcela do décimo terceiro devido aos aposentados, coisa que vinha sendo feita há nove anos. O impressionante do fato é que o congelamento revelava uma insensibilidade para a vida de milhões de aposentados e pensionistas e uma vocação suicida para as más notícias (inútil, já que o décimo terceiro deverá ser, de qualquer forma, pago no último tostão até o fim do ano).

A terceira gota foi a autorização para que os bancos públicos (ainda bem que os temos) subsidiassem empréstimos às empresas, vinculados à manutenção de empregos. Contra esta violação da regra antipatrimonialista do ministro Levy, os rentistas bem situados na mídia, estrilaram. Mas o presidente do maior grupo bancário privado considerou-a normal e aceita pelo mercado.

As três gotas destiladas da geleira são ainda muito poucas para indicar um degelo iminente. Mas o fogo de barragem dos sindicatos com suas reivindicações justas pode acelerar o derretimento da massa fria de gelo de uma vez.

A geleira é o ajuste fiscal e a orientação rentista no governo; as gotas pingadas são medidas contrárias ao frio recessivo e o fogo de barragem são as ações sindicais e as mobilizações contra a recessão e o arrocho.


 

* João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical









A Revolução Industrial do final do século 18 e início do século 19 foi uma força que transformou o mundo. Na produção, mãos foram substituídas por máquinas, métodos e processos evoluíram com ganhos de eficiência no uso da energia e de insumos, criando uma enorme gama de novos produtos e facilidades para as pessoas. A Revolução Industrial foi um divisor de águas na história e desde então o mundo experimentou um progresso sem precedentes. A pobreza absoluta, que há duzentos anos, penalizava 94% da população mundial, reduziu-se para cerca de 14% da humanidade.

Talvez o mundo esteja passando por uma transição ainda mais dramática, em razão de três forças que operam em velocidade e intensidade muito superior àquelas que produziram a Revolução Industrial. Urbanização acelerada, aumento da frequência de eventos climáticos extremos e avanços expressivos no desenvolvimento científico e tecnológico ocorrem como ondas em sinergia. São forças capazes de amplificar umas às outras, ganhando magnitude e maior poder de influência, com transformações substantivas na vida da sociedade.

A primeira força vem do crescimento das cidades, que têm incorporado, em âmbito global, uma média de 65 milhões de pessoas anualmente, nas últimas três décadas. Isso equivale a criar quase seis cidades de São Paulo a cada ano. Segundo a ONU, em 2010 a população urbana no mundo pela primeira vez ultrapassou a população rural. Até 2030, espera-se que cerca de 60% da população mundial esteja vivendo em áreas urbanas. No Brasil, em 2010, dos 191 milhões de brasileiros, apenas 29,8 milhões (15,6%) estavam no meio rural.  Em 2030, projeta-se que 90% estarão nas cidades.

A segunda força, as mudanças climáticas globais, indica que o modelo de desenvolvimento dependente de recursos não renováveis que, ao longo de décadas, elevou os níveis de poluição e a emissão de gases de efeito estufa a patamares perigosos, chegou a seu limite. Mudanças de clima e os anseios da sociedade por um futuro sustentável forçam a busca de um novo paradigma energético e de novas possibilidades de produção, com práticas mais limpas e substituição de matérias-primas de origem fóssil por recursos de base biológica, recicláveis e renováveis. Em um mundo pós-combustível fóssil, uma crescente proporção de químicos, plásticos, têxteis, eletricidade e combustíveis terá de vir de outras fontes, e não mais do petróleo.

A terceira força vem da profunda alteração no escopo, escala e impacto econômico do desenvolvimento tecnológico. Ruptura marcada pelo avanço cada vez mais rápido do conhecimento e pela dissolução dos limites entre as ciências tradicionais como a física, a química e a biologia. Os avanços da tecnologia da informação e a transformação digital produzem uma espécie de fertilização cruzada entre vários domínios científicos, com geração de novos conhecimentos e produção de bens e serviços antes impossíveis de se obter. Muitos deles incorporados pela sociedade em ritmo alucinante. Há vinte anos, menos de 3% das pessoas tinham um telefone celular. Hoje, dois terços dos habitantes do planeta têm pelo menos um.

Da sinergia entre estas três forças – urbanização, clima e tecnologia – surgirão muitos desafios e oportunidades, além de mudanças radicais no comportamento da sociedade. Com o avanço do progresso e das mudanças demográficas, o futuro nos promete, além de cidades mais populosas, pessoas mais idosas, mais educadas e mais exigentes. Os desafios de gerir megacidades e as preocupações com o equilíbrio ambiental já colocaram a sustentabilidade no topo da agenda da sociedade.  E a intensificação dos fluxos de capital, informações e pessoas, em todos os cantos do planeta, vai criar um novo ciclo de globalização, mais dinâmico, volátil e também mais imprevisível.

As assimetrias tenderão a crescer. Em duas décadas, a região da Ásia-Pacífico concentrará cerca de 60% da classe média mundial. Ali haverá uma escalada de demanda por leite, carne, ovos, peixes, frutas, verduras e legumes. O aumento da demanda por alimentos, em quantidade, qualidade e diversidade, em regiões onde é baixa a disponibilidade de áreas agricultáveis é uma grande preocupação para o futuro.  Além de provedores confiáveis em várias partes do mundo, a Ásia necessitará de um sistema de comércio complexo e intrincado, com ramificações em muitos continentes. Uma grande oportunidade para o Brasil, do qual se espera protagonismo crescente e qualificado na produção de alimentos.

O fato é que a força das mudanças em curso provocará uma elevação da complexidade em praticamente todos os processos do mundo moderno, exigindo de indivíduos, empresas e governos a compreensão de que estamos imersos em um verdadeiro "sistema de sistemas", com interfaces nas dimensões econômica, social, ambiental e política. A redução dos riscos, das incertezas e da ineficiência dos muitos processos que movem a sociedade só será alcançada com planejamento eficiente e continuada ampliação da nossa capacidade de integrar e gerir sistemas complexos. Klaus Schwab, fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, refletindo sobre esta realidade afirmou que "neste novo mundo não é o peixe grande que come o peixe pequeno; é o peixe rápido que come o peixe lento".


 

* por Maurício Antônio Lopes, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Artigo publicado na edição do dia 2 de agosto de 2015 do jornal Correio Braziliense








Toda terça-feira, às 11h, a imprensa do SEESP participa, como correspondente, ao vivo, da Rádio Web Agência Sindical. É mais um espaço de informação das lutas e ações dos engenheiros do Estado de São Paulo e do Brasil, e também dos profissionais liberais universitários.


Radio AgenciaSindical


Agência Sindical é uma empresa que existe desde 1990, prestando serviços de comunicação, bem como consultoria, para entidades das mais variadas categorias: têxteis, borracheiros, metalúrgicos, vigilantes, transportadores de valores, hoteleiros, comerciários, condutores, Servidores Públicos, entre outras.

A Agência Sindical conta com equipe de dez profissionais, dos quais sete são jornalistas, com experiência em comunicação sindical e domínio de várias mídias.

* Clique nesse link para acompanhar a entrevista



 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP










Em campanha salarial, os engenheiros da Elektro se reúnem em assembleia nesta sexta-feira (7/8), às 11h30, em segunda convocação, na área da churrasqueira da sede corporativa da empresa (Rua Ary Antenor de Souza, 321, Jardim Nova América, Campinas, SP). Na ocasião, a categoria discutirá e deliberará sobre a proposta final da companhia para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho de 2015.


 

Imprensa SEESP







O presidente da Delegacia Sindical do SEESP em Campinas, Francisco Alvarenga Campos, o diretor adjunto Paulo Roberto Lavorini e a arquiteta e engenheira de segurança do trabalho Vera Lúcia Martins participaram, no dia 5 de agosto último, do seminário “Alerta à Construção Civil: Mais Prevenção, Mais Vida”, promovido pelo Ministério Público do Trabalho em Campinas. A iniciativa reuniu juristas, empresas do setor, sindicatos e trabalhadores para debater questões alarmantes que resultam em acidentes e mortes nas obras, além da importância dos protocolos de segurança individual e coletiva, obediência às normas de saúde, conforto e higiene. O evento também contou com o apoio da delegacia.


Foto: Delegacia Sindical de Campinas
Campinas 05AGO2015 editada 
Presidente Francisco Alvarenga, arquiteta Vera Lúcia e o
diretor adjunto Paulo Roberto Lavorini no seminário do MPT de Campinas


Segundo dados do MPT da região, somente no primeiro semestre de 2015, foram recebidas 1.224 denúncias de irregularidades no meio ambiente do trabalho na construção civil, como andaimes mal instalados, falta de plataformas de proteção nas periferias das obras, ausência de redes e até falta de equipamentos de proteção individual.

Realidade insegura
Em qualquer cidade do País, seja em bairro nobre ou desamparado, as obras de construção de casas, prédios residenciais ou comerciais e reformas, sempre retratam o mesmo problema: o descaso com as normas de segurança individual e coletiva dos trabalhadores da construção civil. Somente no primeiro semestre de 2015, o Ministério Público do Trabalho-15ª Região recebeu dos municípios que abrangem a sua circunscrição, 1.224 denúncias de irregularidades no meio ambiente do trabalho na construção civil.

 


Edição Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Com informações da assessoria de imprensa do MPT 









Foi realizada audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no dia 5 de agosto último, relativa ao cumprimento pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), órgão ligado ao governo estadual, do piso salarial dos engenheiros, conforme a Lei 4.950-A/66. O Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos Coletivos determinou oficiar ao Conselho de Defesa dos Capitais do Estado (Codec) solicitação de parecer sobre a possibilidade de aplicação pela empresa de piso salarial dos engenheiros e arquitetos, no valor de R$ 7.092,00, para jornada de trabalho de oito horas diárias. Após o pronunciamento do conselho, será realizada nova reunião entre o SEESP e a empresa, visando uma solução negociada da questão.

 



Imprensa SEESP








IPT nanoO aluno de Bioengenharia da USP de São Carlos Caio José Perecin, em parceria com o IPT por meio do Programa Novos Talentos, está trabalhando no projeto de mestrado com o tema ‘Nanopartículas superparamagnéticas encapsuladas com polímeros para tratamento de câncer por hipertermia’. A ideia é que as nanoestruturas, aliadas à aplicação de um campo magnético alternado, promovam um aumento de temperatura na região afetada para gerar um efeito citotóxico nas células tumorais (ou seja, ‘matá-las’), já que essas são mais sensíveis ao calor do que as células sadias. 


Iniciado em fevereiro de 2014 no Programa de Pós-Graduação Interunidades da USP sob a orientação do professor Sérgio Yoshioka e co-orientação da pesquisadora Natalia Cerize, do Núcleo de Bionanomanufatura do IPT, o trabalho inova no tema da encapsulação das nanopartículas superparamagnéticas, empregando a tecnologia de secagem por nano spray dryer e a rota de síntese. “A ideia é desenvolver uma nanopartícula polimérica que tenha ação direcionada ao alvo (no caso, as células tumorais) e ao núcleo superparamagnético, para a geração de calor no local”, afirma Natalia. 

A nanopartícula estudada no IPT é composta por magnetita, um tipo de óxido de ferro que possui as propriedades magnéticas para gerar calor. Além de atuar como agente de hipertermia devido ao seu teor magnético, as nanopartículas do mineral também podem ajudar na veiculação de uma molécula terapêutica para uma região de interesse. Devido à sua composição, ela pode ser atraída por um campo magnético até uma região como um tumor, por exemplo.

“Elas também podem atuar como agente de contraste para a captura de imagens por ressonância magnética, que é uma forma de diagnóstico do câncer. Hoje em dia, há outros tipos de agentes de contraste usados para obter as imagens, mas as nanopartículas são uma opção interessante devido à sua reduzida toxicidade”, declara Perecin.
 
A encapsulação polimérica utilizada no IPT é uma estratégia para estabilizar as nanopartículas, evitando a aglomeração da magnetita – o que poderia causar efeitos indesejados caso estivesse presente na corrente sanguínea – e contribuindo para que as partículas sejam absorvidas preferencialmente pelas células tumorais. A encapsulação é feita no Instituto usando o nano spray dryer, um dos únicos equipamentos no País. Perecin está testando diferentes tipos de polímeros para viabilizar uma alta eficiência de encapsulação e verificar a viabilidade para diminuir a aglomeração de material.

Um dos polímeros analisados pelo estudante é a maltodextrina, usada por jogadores de futebol e maratonistas, que auxilia na passagem por barreiras biológicas, usando um tensoativo que interage com as células endoteliais (que recobrem o interior dos vasos sanguíneos) e atravessa, por exemplo, a barreira hematoencefálica, já que um dos focos dos pesquisadores é o tratamento do gliobastoma (um tipo de câncer de cérebro).

Outro polímero utilizado foi o Eudragit, que pode ser utilizado para auxiliar no direcionamento das partículas até um câncer de intestino, por exemplo. E ainda foi utilizada uma matriz polimérica composta por Policaprolactona (PCL) e Pluronic, também já relatada na literatura com sucesso para tratamento de tumores cerebrais.

O projeto conta com apoio de oito profissionais ligados diretamente ao trabalho, de diversos laboratórios do IPT. Além da parceria com a unidade da USP em São Carlos, também há a ajuda do professor Valmir Chitta, do Instituto de Física da USP, que trabalha com magnetismo, e no IPT o pesquisador Adriano Marim de Oliveira, do Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Particulas. 

Ainda em parceria com outros laboratórios do instituto, o trabalho conta com a ajuda das pesquisadoras Catia Fredericci, do Laboratório de Processos Metalúrgicos, e Patricia Leo, do Laboratório de Biotecnologia Industrial, que está fazendo testes nas nanopartículas para avaliação de citotoxicidade e avaliação em células neoplásicas de câncer de colo de útero e fígado para analisar como a partícula se comporta em diferentes meios.

É importante ressaltar que o trabalho dos pesquisadores estuda uma terapia alternativa para o tratamento do câncer, indicando a existência de um potencial que ainda não foi testado em animais ou humanos e ainda está em desenvolvimento. “É um desafio preparar nanopartículas que sejam biocompatíveis, consigam chegar até a região do tumor e matem seletivamente as células tumorais”, acrescenta Perecin.

“Hipertermia é uma terapia já utilizada e possui eficácia, mas o tipo de partícula usada para essa terapia é ainda um desafio. Se conseguirmos desenvolver um tipo de partícula nova, que possibilite maior desempenho terapêutico reduzindo efeitos colaterais, atingindo menos as células sadias e preferencialmente as tumorais, então teremos uma potencial tecnologia”, completa Natalia.

Como resultado do projeto de mestrado, algumas publicações foram realizadas. Caio participou do XXIV Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica (CBEB) em Uberlândia no ano passado, e já teve trabalhos aprovados para o XIV Encontro da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat) e para a Soft Magnetic Materials Conference (SMM 22), que ocorrerão em setembro no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente.
 
 
 
 
Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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