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O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) abriu processo de seleção para 112 vagas de estágio remunerado a estudantes de cursos de níveis superior e técnico de diversas áreas profissionais. As inscrições poderão ser realizadas até o dia 23 de novembro. As vagas fazem parte do programa de estágios, que busca criar oportunidades para os estudantes ter contato com situações profissionais reais.

Os estágios serão realizados na sede do IPT/SP (no campus da Cidade Universitária) e nas filiais das cidades de São José dos Campos e de Franca. No ato da contratação, os candidatos devem estar matriculados no ano especificado no aditivo. A jornada de estágio será definida de acordo com a carga horária mínima publicada no aditivo disponível para cada vaga.

As inscrições podem ser feitas online clicando aqui. O candidato deverá ler o edital e aditivo e preencher a inscrição com dados corretos e exatos, inclusive com o endereço completo, o endereço eletrônico (e-mail obrigatório) e mantê-los sempre atualizados.

O processo seletivo será realizado em duas etapas: Conhecimentos Específicos e Entrevista Técnica. O conteúdo programático das avaliações obedecerá ao estabelecido nas diretrizes curriculares determinadas pelo Ministério da Educação (MEC) para cada curso.

Os selecionados em ambas as cidades receberão bolsa mensal e terão direito aos benefícios de seguro contra acidentes pessoais, recesso remunerado de 30 dias, conforme estabelece a legislação, vale refeição e vale transporte, e os benefícios exclusivos para a cidade de São Paulo são transporte em ônibus fretado ou vale transporte, assistência médica/odontológica ambulatorial e creche (para candidatas, condicionado à existência de vagas).


 

Fonte: IPT












A Rede Cidade e Moradia lançou o seguinte manifesto sobre programa habitacional do governo federal:

O Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) foi tema recorrente nas campanhas à Presidência da República e vem sendo reafirmado pelo governo federal como a maior política habitacional da história do Brasil, tendo sido anunciado o lançamento de sua terceira etapa até Junho de 2015. Trata-se de um programa que representou uma grande ruptura em relação às práticas anteriores, por trazer a questão da habitação para o centro da agenda governamental, pela escala de intervenção, pelo volume de recursos empregados, pelas concessões de subsídios de até 96% para as camadas com renda de até R$1.600,00 e de subsídios parciais para as camadas de renda de até R$5.000,00, viabilizando o acesso à moradia para os setores de mais baixa renda, historicamente excluídos dos financiamentos para aquisição da casa própria.

Com o objetivo de avaliar o PMCMV, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério das Cidades lançaram em 2012 um edital de pesquisa. Onze das equipes contempladas formaram a Rede Cidade e Moradia e avaliaram empreendimentos em 22 municípios de 6 estados: Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Partindo de um objetivo comum de análise sobre os processos de inserção urbana dos conjuntos construídos para a chamada Faixa 1, voltados a famílias de mais baixa renda, as equipes abordaram temáticas e localidades específicas: dos projetos arquitetônicos e urbanísticos aos canteiros de obra e desempenho ambiental das unidades entregues; dos agentes operadores do programa, que passam pelos poderes locais, Caixa Econômica Federal e movimentos sociais, ao trabalho social realizado em empreendimentos selecionados. Os relatórios de pesquisa apontam para problemáticas estruturais do Programa que têm impactado as cidades e a vida das famílias beneficiárias. As considerações que se seguem foram baseadas nas principais conclusões e resultados dessas pesquisas.

Programas habitacionais específicos e adequados às realidades locais que porventura existiam foram desmobilizados para “fazer rodar” o PMCMV, em função do montante de recursos disponíveis, da lógica privada de produção, da agilidade e facilidade para que municípios e estados construam “casas populares” em seus territórios. Como são as construtoras — em sua relação com a Caixa — que definem o projeto e sua localização, tem prevalecido no Programa um padrão de produção com fortíssima homogeneização das soluções de projeto arquitetônico e urbanístico e das técnicas construtivas, independentemente das características físicas dos terrenos ou das condições bioclimáticas locais.

Os municípios, em geral, limitam-se a aprovar os empreendimentos, flexibilizando suas legislações para adaptá-las ao modelo do Programa e permitir a construção dos empreendimentos em localizações mais baratas, como por exemplo, antigas zonas rurais englobadas por alterações nos perímetros urbanos. A despeito das mudanças de normativas que passaram a exigir das prefeituras um mínimo de equipamentos sociais no entorno dos empreendimentos, são áreas que “viabilizam” financeiramente as obras dentro dos tetos estabelecidos, mas que reproduzem um padrão de cidade segregada e sem urbanidade, pois são mal servidas por transporte, infraestrutura ou ofertas de serviços urbanos adequados ao desenvolvimento econômico e humano.

Do ponto de vista do atendimento da demanda, verificamos que os moradores dos conjuntos habitacionais estudados realmente pertencem às camadas de menor renda e que, em sua maioria, de fato, teriam grande dificuldade em acessar a moradia formal antes da existência do PMCMV. Entretanto, os processos de seleção da demanda feitos por meio de cadastros das prefeituras nem sempre são transparentes. Além disso, o Programa vem sendo utilizado para viabilizar remoções forçadas, muitas vezes não justificadas por necessidades habitacionais. Particularmente nestes casos, verificamos uma inadequação das alternativas ofertadas em relação às estratégias de sobrevivência das famílias, especialmente em função da localização periférica e distante das fontes de emprego da cidade.

Verificamos também a incompatibilidade entre as tipologias habitacionais com seu programa arquitetônico único (sala, cozinha, banheiro e dois dormitórios) e a diversidade das composições familiares dos beneficiários, além da impossibilidade de readequações da unidade habitacional ao longo do tempo, segundo as necessidades dos moradores. Da mesma forma, observamos a presença massiva de conjuntos monofuncionais, devido ao impedimento ou a dificuldades de caráter administrativo para a viabilização de usos complementares ao uso residencial ou para a incorporação de espaços para o desenvolvimento de atividades para geração de renda, especificamente na primeira fase do Programa.

É particularmente preocupante nos conjuntos analisados, a forma-condomínio que predomina; preocupante, sobretudo, para os setores mais vulneráveis na Faixa 1 — com menor renda, com menor escolaridade, com vínculos de trabalho mais precários, fortemente dependentes de programas sociais e de transferência de renda. Uma situação inexplicável de não aplicação de tarifas sociais para os serviços de água e de energia pelas concessionárias se alia a taxas de condomínio e têm impactado fortemente o aumento das despesas associadas à moradia, já gerando problemas sérios de sustentabilidade econômica e social dos conjuntos. Verificamos, em vários casos estudados, o colapso da gestão condominial por conta dos custos de manutenção de espaços coletivos em relação à renda dos moradores, resultando em alta inadimplência e conflitos com os síndicos. Na prevalência de relações privadas e de espaços isolados, são favorecidas as mediações do narcotráfico e de milícias, organizações que tomaram a gestão de alguns dos condomínios estudados pelas equipes.

São aspectos que preocupam os pesquisadores, todos militantes da luta pelo direito à cidade, pois um programa habitacional que atende primordialmente aos interesses do setor privado, sem os vínculos necessários com uma política urbana e fundiária que lhe dê suporte, estimula, como efeito de seu próprio êxito, o aumento do preço dos imóveis da cidade e tem gerado péssimas inserções urbanas, correndo o risco de cristalizar, na velocidade alucinante das contratações, novos territórios de guetificação e segregação social.

Uma política habitacional de abrangência nacional, em um país de dimensões continentais, não pode ter como único programa a construção e a transferência de propriedade de novas unidades habitacionais. É preciso associar programas de urbanização de favelas e assentamentos precários, melhorias habitacionais, regularização fundiária, ocupação de áreas vazias e subutilizadas, recuperação de imóveis em áreas centrais para moradia social e, ainda, um programa de locação social para as famílias de menor renda, que não têm condição de arcar com os custos decorrentes da propriedade individual.

O Ministério das Cidades foi criado em 2003 justamente para formular e apoiar a implementação de uma política urbana integrada em um país que tem mais de 80% de sua população vivendo em cidades, de forma que não se limitassem a programas de financiamento de obras. Os avanços que o país tem feito no sentido de se comprometer com os subsídios necessários para que a urbanidade seja um direito de todos nós carecem hoje de uma ação inovadora no campo urbano e habitacional.

O Programa se apresenta, enfim, como solução única e pouco integrada aos desafios das cidades brasileiras para enfrentamento de complexo “problema habitacional”, baseado numa produção padronizada e em larga escala, desarticulada das realidades locais, mal inserida e isolada da cidade, a partir de um modelo de propriedade privada condominial. Esperamos, firmemente, que os resultados das pesquisas possam levar a terceira etapa do Programa a correção de rumos, aperfeiçoamento em direção às reais necessidades habitacionais da população, à construção de moradias e cidades dignas, justas e includentes e que a política urbana e habitacional nacional a ser empreendida pela próxima gestão da presidenta Dilma Rousseff assuma compromissos com as questões sinalizadas nessa nota.


 

Fonte: ObservaSP










Movimentos sociais discutiram, no dia 7 último, os temas que devem ser levados para o Fórum Mundial de Mídia Livre na Tunísia, em março de 2015. Nesse sentido, a democratização dos meios de comunicação foi apresentada como uma pauta que precisa ser internacionalizada. “Organizar mais coletivamente a nossa participação em um processo internacional, que tende a devolver ao Brasil a pressão pela democratização da mídia”, disse a jornalista e ativista da Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada, Rita Freire.

O encontro de mídia livre ocorre junto com o Fórum Social Mundial. Até o fim do ano, os militantes da área de comunicação pretendem colocar em consulta pública um documento que será finalizado no fórum do próximo ano. Para isso, estão sendo feitas reuniões preparatórias, como a do dia 7.

Para a militante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli, a democratização dos meios de comunicação é um processo que fica incompleto se for feito isoladamente apenas no Brasil. “Se nós não tivermos ações políticas internacionais, buscando a garantia de espaços democráticos de comunicação, nós vamos continuar tendo dificuldades internas. Porque o fluxo de informações que chega ao Brasil sobre o mundo é muito desequilibrado”, avaliou.

Na opinião de Mielli, o cidadão brasileiro tem dificuldade em ter acesso a informações fidedignas sobre o que se passa em outros países devido aos “filtros ideológicos” dos grandes veículos de comunicação. “O que a gente recebe de informação que vem da Venezuela, do que acontece na Argentina, no Uruguai, no Equador. Isso para falar no continente que nós estamos, mas fora do continente é pior ainda”, disse ao citar ainda a cobertura jornalística da epidemia de ebola.

Rita Freire criticou ainda a cobertura nacional sobre as atividades dos movimentos sociais. “As agendas do movimento social não são tratadas pela nossa mídia. Quando são tratadas, são distorcidas. Os movimentos são criminalizados e aquilo que nós estamos dizendo não é ouvido”, reclamou. Por isso, Freire defendeu uma articulação conjunta para pressionar o poder público no sentido de implementar políticas que garantam uma comunicação mais plural. “Amanhã nós temos reunião com organizações do Fórum Social Mundial, para que organizações que não são da comunicação assumam essa pauta”, disse.


 

Imprensa SEESP
Com informações da Agência Brasil









O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Maranhão (Senge-MA) realizou, nesta terça-feira (11/11), a palestra "As mídias sociais como instrumento da democratização da comunicação", com o publicitário e professor universitário Guilbert de Menezes Macedo, com diversas experiências, entre elas em planejamento e marketing de guerrilha. Ele abordará assuntos como diferença entre mídia e rede social, o impacto nas empresas e técnicas de aproximação. O presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Pinheiro, participou da atividade.


Reprodução
Senge MANovo site pode ser conferido pelo endereço www.sengema.com.br

 

A atividade ocorre, também, por conta do lançamento do novo portal do sindicato. Por meio deste canal, via web, a entidade terá a possibilidade de divulgar a sua história, missão, visão, as suas atividades, os assuntos relacionados à área, os benefícios da categoria e os serviços prestados pela entidade. Segundo o presidente Berilo Macedo, o site é um poderoso instrumento de comunicação para a aproximação do sindicato com os profissionais que representa e a sociedade em geral.

 

 


Imprensa SEESP
Com informações do O Imparcial Online









O Brasil é referência mundial em combate ao trabalho escravo, apesar de diversos problemas e desafios a enfrentar. A declaração foi feita pelo coordenador do Projeto de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Luiz Machado, no 3º Encontro das Comissões Estaduais para a Erradicação do Trabalho Escravo (Coetraes), realizado no dia 10 último, na Capital paulista. “Nós temos mecanismos que não encontramos em nenhum outro lugar no mundo como os grupos especiais de fiscalização que atendem a todo o território.”

Ele destacou, também, o Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, do governo federal, com diversas ações, algumas cumpridas, outras em andamento e outras precisando ser aceleradas. “Como a prevenção e assistência à vítima porque precisamos romper o ciclo vicioso da escravidão. O trabalhador apesar de ser resgatado continua vulnerável e muitos voltam para a escravidão”, observa.

Segundo Machado, no Brasil os mais vulneráveis são homens adultos, pobres de regiões com baixo índice de desenvolvimento, em busca de trabalho em outros estados ou mesmo aliciados. Entretanto, no mundo, as mulheres e crianças são mais escravizadas. “É um crime dinâmico e em outros lugares do mundo está envolvido com tráfico de pessoas e exploração sexual.”

A coordenadora do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Estado de São Paulo, Juliana Felicidade Armede, informou que em São Paulo, a maioria dos trabalhadores escravizados está na área rural. “Existem estados, no Brasil, muito ricos, mas empobrecidos em políticas públicas. Em muitos locais as pessoas não tendo acesso a esses benefícios não se inserem no mercado de trabalho e quando se inserem acabam ficando em situação de escravidão.”

Outra realidade é a questão imigratória que tem ocorrido a partir da crise econômica internacional de 2008. São Paulo e outros estados nacionais foram pontos de convergência importante, além de brasileiros que passaram anos fora do país e estão voltando.

No meio urbano o principal foco de trabalho escravo está na construção civil e na indústria têxtil. Já no rural está ligado tanto com a pequena produção quanto com a grande.


 

Imprensa SEESP
Com informações da Agência Brasil








O professor e sociólogo francês Michel Maffesoli, da Universidade de Sorbonne, em palestra, na segunda-feira (10/11), na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), destacou que o Brasil é um “laboratório da pós-modernidade e tem três das cinco chaves para compreender a sociedade contemporânea e acelerar o seu crescimento econômico.

A primeira chave, apresentou, é a criatividade que, na avaliação dele, é uma das marcas da juventude brasileira. “É um momento que, no sentido simples, há uma efervescência, um formigamento”. O sociólogo, que é observador atento dos movimentos envolvendo os jovens, entende que essa criatividade é uma das marcas do novo “valor do trabalho” (uma das chaves de sua teoria), que precisa ser apropriado por empresas e gestores.

Outro aspecto apontado pelo sociólogo é a “temporalidade” focada no presente, que atribui ao tempo todas as transformações, em contraposição ao futuro, chave da modernidade. “Há energia intensa no ar [no Brasil, que deve ser aproveitada]”, disse.

A terceira chave, de acordo com Maffesoli, é aquela que contrapõe a ideia de individualismo. Para o sociólogo, na contemporaneidade, as  pessoas se juntam cada vez mais em tribos, para desfrutar das experiências. “Vejo nos meus alunos brasileiros: não é mais o eu, é o nós; a comunidade passa a ser mais importante que o indivíduo, que era a marca moderna”.

As demais chaves são usadas por Maffesoli para explicar as transformações da contemporaneidade. Ele cita o “utilitarismo”, por meio da estética compartilhada. “Está emergindo a estetização da existência, das emoções por meio da música e da arte. Tudo é feito para se compartilhar e vibrar junto, como os shows esportivos, musicais e religiosos”. Por fim, a saturação da sistematização da razão, o “racionalismo”, a necessidade atual de “mobilizar afetos”.

Durante a palestra, o sociólogo também destacou que o trabalho e o dinheiro, um dos pilares da sociedade moderna, estão sendo substituídos por produtos da criatividade, como arte e cultura, com potencial muito maior de mobilização.

Como exemplo dessa teoria, ele mencionou uma pesquisa encomendada pela equivalente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) da França e que concluiu que “os salários não são mais o grande retentor de talentos. As pessoas querem trabalhar em empresas cool [legal, na tradução livre], que mantenham os trabalhadores com políticas de bem-estar”.

Maffesoli também abordou o atual modelo educacional, classificado por ele como “podre” por ser vertical. O ideal, sugere, seria uma forma de iniciação, de acompanhamento do aprendiz. “O jeito pós-moderno é horizontal”, disse. “De fato, com a tecnologia, são os fóruns de discussão, as redes sociais, como o Facebook que recusam o poder vertical, mas precisam de uma autoridade [o mediador, o administrador] a vingar”.


 

Imprensa SEESP
Com informações da Agência Brasil









Depois da eleição mais acirrada da história do país, a disputa política entre governo e oposição passou a ser travada num tom mais elevado nos corredores do Congresso Nacional. Na semana seguinte à vitória da presidenta Dilma Rousseff, a Câmara dos Deputados impôs uma derrotada significativa ao governo: derrubou o decreto que criava a Política Nacional de Participação Social.

A decisão dos deputados está na contramão da principal bandeira política que emergiu das jornadas de junho e que teve forte ressonância durante a eleição: a exigência da sociedade de ter mais espaços de participação na vida institucional e política do país.

Na guerra de posições para ver quem tem mais força política vale tudo no Congresso, menos o interesse público. Ou seja, o que mais importa para oposição é derrotar o governo, e o que mais importa para o governo é garantir a governabilidade e derrotar a oposição.

Nesta dicotomia maniqueísta, o conteúdo dos projetos em pauta na Câmara e no Senado perde relevância.

É dentro deste contexto político que nesta semana será analisada a PEC do Orçamento Impositivo. Um projeto que nasceu com o objetivo de regulamentar os artigos 165 e 166 da Constituição, criando regras para as relações entre Executivo e Parlamento no que diz respeito à liberação das verbas individuais dos parlamentares no orçamento da União se transformou numa perigosa ameaça ao financiamento da Saúde Pública no país.

Isso porque durante a sua tramitação, deputados incluíram na PEC um corpo estranho ao seu objetivo e que foi mantido: criar um limite de gastos com a saúde em 15% da Receita Corrente Líquida da União (RCL), a serem alcançados gradualmente após cinco anos. O percentual mínimo obrigatório será de 13,2% em 2014; 13,7% em 2015; 14,1% em 2016; 14,5% em 2017; e 15% em 2018. Se aprovado este projeto, a Saúde poderá perder recursos na ordem de 3 bilhões de reais.

Isso, por si só já seria muito grave e motivo de mobilização da sociedade para impedir tamanho retrocesso. Mas há ainda outro fator que torna a questão ainda mais preocupante.

Esta proposta vai na contramão de um projeto fruto da mobilização da sociedade brasileira que coletou mais de 2,2 milhões de assinaturas: o Projeto de Lei de Iniciativa Popular do movimento Saúde + 10, que prevê a destinação de 10% das receites correntes brutas da União para a Saúde. Tramitando como PLP 321/2013, a proposta vem ao encontro de uma demanda da sociedade de ter mais protagonismo político através de instrumentos de democracia participativa, como projetos de iniciativa popular.

Congresso Nacional e governo, ao manterem na PEC do Orçamento Impositivo a limitação de investimento na Saúde, ignoram a mobilização social em torno de uma das pautas mais fundamentais para garantir dignidade de vida para as pessoas: a Saúde. Se aprovado, o PLP 321 representaria um incremento de 33 bilhões de reais ao orçamento da saúde.

O que as entidades do Movimento Saúde + 10 e tantas outras ligadas à luta em defesa da saúde pública no Brasil estão reivindicando aos congressistas é que se retire da PEC do Orçamento Impositivo a discussão do financiamento da Saúde, e que este debate seja feito no processo de tramitação do PLP 321/2013.

O governo -- se orientasse a sua base parlamentar para retirar este tema da PEC -- estaria sendo coerente com a sua própria defesa de garantir instrumentos para que a população possa participar de forma direta dos debates políticos, uma vez que fortaleceria a iniciativa popular que originou o Projeto de Lei de Iniciativa Popular 321/2013. Mas a fragilidade política na Câmara e a falta de convicções em torno da defesa de seus próprios princípios engessa o governo na hora da tomada de decisões fundamentais como esta.

De outro lado, o oportunismo político da oposição, que quer a todo custo impor derrotas ao governo e se apropriar de bandeiras que nunca foram da lavra dos partidos de direita (como a garantia de mais recursos para a saúde) tornou, nesta matéria, os partidos de direita como o DEM os defensores do Saúde+10, só porque isso seria uma aparente derrota para o governo.

Entre a esquizofrenia da disputa política que ignora conteúdos e o interesse público para se dedicar ao Fla x Flu da política, perde a Saúde e, principalmente, o cidadão brasileiro. Não podemos deixar que isso aconteça. A Federação Nacional dos Farmacêuticos e toda a categoria dos farmacêuticos está mobilizada para impedir este retrocesso na luta pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde.

 

 

* por Ronald Ferreira dos Santos, farmacêutico, presidente da Fenafar, membro do Conselho Nacional de Saúde

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Agora que os analistas de todos os matizes acordaram para a realidade do calendário em que 2016 vem antes de 2018 – ou seja, as eleições municipais precedem e configuram as eleições gerais – é hora de aproximar o movimento sindical como instituição das ações das prefeituras e das propostas dos vereadores.

Tenho recomendado, na linha de fazer o melhor possível, quatro eixos de preocupações no atendimento das exigências do eleitorado e da população: 
1- O “fazimento”, quer dizer, a capacidade de empreender ações que atendam as populações e aproximem as administrações da vida dos cidadãos;
2- Pessoas práticas com ideias fortes;
3- Cuidado com o simbólico, de tal forma que, a cada momento, o prefeito e sua equipe escolham ser ou Roosevelt ou Bush, ou quem quer que sinalize virtudes e defeitos polarizados;
4- Visitas, que aproximem os mandatários da vida organizada da sociedade.

É neste item que comparece, com força, o movimento sindical.

Em todas as grandes cidades, em particular nas capitais, existe uma rede forte e diversificada de entidades sindicais cuja vida- a vida de seus filiados e de suas categorias representadas – se confunde com a vida da cidade.

Assim como recomendo que Maomé vá à montanha, recomendo também que a montanha se aproxime de Maomé ao criar pautas capazes de refletir as necessidades e exigências dos trabalhadores e trabalhadoras representadas.

Se estas pautas forem concebidas com a experiência positiva da unidade de ação, elas refletirão o anseio sindical e da cidadania e não perturbarão o legítimo jogo democrático dos partidos e das alianças que, desde já, passaram a se preocupar com as eleições municipais de 2016.

 

* por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical

 

 

 

 

 

 

 

 


A partir de 1 de janeiro de 2015, os serviços de manutenção do sistema de iluminação pública deixarão de ser executados pelas concessionárias de distribuição de energia, excetuando-se os casos em que decisão judicial impeça a transferência dos ativos de iluminação pública para o município.

A própria Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vem alertando aos municípios que as concessionárias – no caso da região de Bauru, a CPFL Paulista – devem verificar e corrigir possíveis falhas e substituir equipamentos danificados, para que o sistema de iluminação pública seja entregue em perfeito estado de funcionamento. A agência orienta que, havendo eventuais conflitos, a localidade deve registrar a queixa, por meio de uma das seguintes instâncias: 1) ouvidoria da concessionária; 2) ouvidoria da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp); e 3) Ouvidoria da Aneel. Mais que um direito, passa a ser um dever do gestor público fazer a avaliação necessária e denunciar, caso os ativos não estejam nas condições consideradas adequadas, de forma que possam serem feitos os serviços de reparos necessários pela Concessionária.

Lamentavelmente, em qualquer cidade da região, se o sistema de iluminação pública vier a ser avaliado, através amostragem representativa por técnico especializado, será constatada a sua deficiência. Isso porque as distribuidoras vêm executando apenas a substituição de lâmpadas e equipamentos auxiliares queimados, sem atentar para a manutenção de luminárias, que estão sujas, amassadas e danificadas. Não se fazem a simples substituição de juntas de vedação e a lavagem para a remoção de sujeira e insetos. Esses cuidados elementares são importantes, pois a função da luminária não é apenas proteger a lâmpada, mas principalmente refletir para baixo o fluxo luminoso, que deve ser aproveitado em pelo menos 80% do que foi produzido.

Ainda que a data para a alteração tenha sido postergada em duas oportunidades pela Aneel, a grande maioria dos municípios, de pequeno, médio ou grande porte, não se preparou para assumir este novo encargo. Sem a criação de equipes próprias ou a contratação de empresa terceirizada para substituir as distribuidoras atualmente responsáveis pelo serviço, já se podem antever noites cada vez mais escuras a partir do início de 2015, uma vez que não haverá quem faça a manutenção necessária, como a simples troca de lâmpadas queimadas.


* por Carlos Augusto Kirchner, diretor do SEESP. Artigo publicado, originalmente, no JCNet.com.br








Um modelo matemático complexo desenvolvido em pesquisa da Escola Politécnica (Poli) da USP permite reorganizar rotas de linhas de ônibus, encurtando o tempo das viagens e diminuindo o número de baldeações. O engenheiro Renato Oliveira Arbex desenvolveu um modelo matemático que apresenta excelente relação custo-benefício. Aplicado em uma rede de transporte que interliga 15 cidades da Suíça, o sistema possibilitou definir uma rota na qual 99,29% dos usuários poderiam se locomover com apenas uma viagem.

 “Nos modelos de outros pesquisadores, aplicados nessa mesma rede, esta taxa variou entre 70% e 80%”, conta o engenheiro. O tempo médio das viagens obtido também foi menor: 10,48 minutos ante uma taxa alcançada de 10,7 a 13,1 minutos por outros modelos.

Embora tenha praticamente eliminado o número de baldeações na rota pesquisada, ele também conseguiu reduzir em 15% o número de ônibus necessários. Ou seja, o modelo possibilitou tanto otimizar a locomoção como diminuir os custos das transportadoras de ônibus. Em última instância, teria potencial para melhorar o trânsito com a retirada de parte dos ônibus das ruas.

O orientador da pesquisa, o professor Claudio Barbieri, do Departamento de Engenharia de Transportes (PTR) da Poli, ressalta a importância deste resultado ao avaliar o problema do transporte urbano, especialmente nas grandes cidades. “O usuário quer o melhor sistema, com mais linhas e maior frequência, mas isso costuma ser proibitivo em termos de custos por conta do maior número de veículos alocados para a frota”, lembra. “A pesquisa consegue resolver dois problemas conflitantes: de um lado, atender às necessidades dos usuários do transporte público; de outro, ajudar as transportadoras na redução de seus custos.”

Equação complexa
Em sua pesquisa, Arbex considerou a matriz origem-destino, a estrutura viária que interliga as 15 localidades e o tempo de viagem estimado entre cada região. Com base nessas informações, escolheu as linhas de ônibus de interligação dos municípios, priorizando aquelas com tempo de viagem mais competitivo em relação ao carro. Os dados foram então carregados em um software que analisou os dados usando um algoritmo genético – modelo matemático utilizado para lidar com situações complexas, nas quais muitas variáveis precisam ser combinadas.

Seu desafio foi aprimorar a metodologia com esse algoritmo para otimizar o cálculo e a comparação entre as diversas soluções, de forma a superar os resultados já descritos por outros pesquisadores em trabalhos científicos. Arbex obteve 12 diferentes opções de redes. A mais eficiente utilizaria 76 ônibus em 14 linhas para atender a população.

O sistema desenvolvido na Poli pode ser usado com o mesmo índice de sucesso para o planejamento e a otimização de redes transporte de ônibus de municípios de qualquer porte. Para comprovar a importância de sua pesquisa, Arbex deve aplicar este modelo em um caso prático e bem emblemático: a rede de transporte da cidade de São Paulo. Esta é o projeto de sua pesquisa de doutorado.

“Se houver um serviço que ligue os bairros diretamente às zonas de emprego, com poucas paradas, serviços mais expressos ou rotas mais inteligentes, haverá um impacto positivo na qualidade de vida dos usuários, além de redução de perda da produtividade”, finaliza.


 

Fonte: Agência USP de Notícias








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