"Bauru é uma cidade que tem tradição nessa área. Há 40 mantém cursos ligados à segurança do trabalho", lembra Veríssimo Barbeiro, diretor do SEESP e conselheiro da Associação dos Engenheiros Arquitetos e Agrônomos de Bauru (Assenag). "Também é importante destacar que as empresas que investem em segurança do trabalho têm um retorno", completa Marcos Vanderlei Ferreira, vice-presidente estadual do SEESP.
"As normas estão sempre em atualização. A NR-48, por exemplo, é uma norma antiga, mas que está sendo atualizada. Por isso, um evento como este é uma oportunidade única", aponta Renato Parreira, conselheiro do Sindicato da Indústria da Construção Civi (Sinduscon).
De acordo com os organizadores, o limite é de 350 vagas, sendo que 260 já foram preenchidas até a semana passada. Entre os temas, tendências internacionais, as NR-35 (trabalho em altura), NR-12 (equipamentos para guindar elevação de pessoas), fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego e novas tecnologias do setor.
Palestrantes
Estão confirmadas as presenças de Luís Alves Dias (professor da Universidade de Lisboa), André Azevedo (Disemaq), Gianfranco Pampalon (auditor-fiscal do Trabalho na Superintendência Regional SP), Marcos Amazonas (Honeywell e coordenador da Comissão de Estudos da ABNT para revisão da NBR 16.489), Luiz Carlos Rocha (Auditor-fiscal na Superintendência Regional RJ), Aguinaldo Bizzo de Almeida (diretor do Seesp e DPST), Helio Domingos Carvalho (engenheiro mecânico e membro da ABNT), Gilvan Nogueira Fonte Boa (Múltipla Representações e Consultoria) e Francisco Drumond (Sellix Ambiental).
Comunicação SEESP
Com informações do Jornal Cidade de Bauru online
Da assessoria de imprensa da Energisa
O Grupo Energisa abriu inscrições para o seu Programa de Trainee 2018, que é uma das principais empresas de distribuição de energia elétrica do País. A previsão de início do programa é em janeiro de 2018 e a duração será de nove meses. Os candidatos devem ser dos cursos de Engenharia Elétrica e Administração, com formação entre dezembro de 2015 e dezembro de 2017. É necessário ter inglês avançado e disponibilidade para morar em qualquer Estado. As vagas são para todas as regiões em que a empresa atua (SP, MG, MT, MS, TO, PB, SE). Os interessados podem se inscrever até o dia 14 de setembro, em www.99jobs.com/energisa/jobs/10984-programa-de-trainee2018?preview=true.
O programa propõe um cronograma de Job Rotation, em que os trainees passam pelas áreas chave da empresa e que tem duração de 90 dias, o que proporciona uma experiência diferenciada de integração e aprendizado. Desta forma, o objetivo é capacitar os profissionais a terem visão abrangente dos processos, integração nas diferentes áreas de atuação, adaptando-se as mudanças, e comprometimento com metas e resultados em contextos distintos.
“Queremos jovens que tragam sua energia e trabalho para colaborar como nosso sonho de ser um grupo líder. O programa é uma prioridade para a empresa porque atrai jovens talentos que junto com nossos colaboradores nos ajudam a manter a trajetória de sucesso da Energisa, uma empresa centenária, mas que se reinventa a cada dia”, diz Roberto Silva, Gerente Corporativo da empresa.
A seleção se divide em etapas online e presenciais, que podem ser realizadas em São Paulo e em Brasília. O programa proporciona formação teórica e prática no mercado de trabalho e oferece o suporte necessário para o desenvolvimento profissional, com acompanhamento de coach, gestores e equipe de RH. Os benefícios são compatíveis com o mercado de trabalho.
Da assessoria da Mercedes-Benz
Estão abertas as inscrições para o Programa de Estágio 2018 da Mercedes-Benz do Brasil, empresa que produz caminhões, chassis de ônibus e automóveis, além de comercializar veículos comerciais leves no País.
No total, serão oferecidas 70 vagas entre as unidades da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo, Campinas e Iracemápolis, em São Paulo, para a planta de Juiz de Fora, em Minas Gerais, além de os escritórios regionais de vendas localizados nas cidades de São Paulo, Betim, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e Brasília.
Para ingressar no programa, o candidato deve estar cursando em 2018 o penúltimo ou último ano de graduação nos cursos que envolvem as áreas de Engenharia, Pesquisa e Desenvolvimento, Produção, Recursos Humanos, Compras, Vendas & Marketing, Finanças & Controlling e Tecnologia da Informação.
Os interessados em participar da seleção devem se inscrever até o dia 3 de dezembro pelo site www.mercedes-benz.com.br/institucional/carreira/estagio. Todo o processo seletivo será realizado com o apoio do Instituto de Psicologia Organizacional (IPO). Após a seleção de currículos, os candidatos passarão por testes online, dinâmicas em grupo, entrevistas individuais e testes presenciais. É necessário nível intermediário de inglês e desejável conhecimento de alemão e/ou espanhol.
Como benefício aos estagiários contratados, a Mercedes-Benz oferece bolsa auxílio, auxílio transporte, ônibus fretado, restaurante, assistência médica gratuita, seguro de acidentes pessoais e o Clube Estrelas de Vantagens (desconto em diversas instituições de ensino parceiras). Adicionalmente, os estagiários com melhores avaliações concorrem a um intercâmbio na matriz da Mercedes-Benz na Alemanha.
Além do Programa de Estágio, a montadora promove o desenvolvimento profissional de jovens por meio do Programa CAReer 2.0 – The Top Talent Program, direcionado aos trainees, e pelos Programas de Aprendizagem em parceria com o Senai e instituições como os centros de Aprendizagem e Monitoramento Profissional (Camp) e o de Integração Empresa-Escola (CIEE).
Da assessoria de imprensa do Mackenzie
A Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenziede realiza a XXIX Semana de Engenharia e Tecnologia – 2017, com o tema “O protagonismo da Ciência na evolução da Engenharia e Tecnologia”. Cerimônia de abertura acontece nesta segunda-feira (21/08).
O evento reunirá pesquisadores e especialistas de grandes empresas e centros de pesquisas, como Renault Brasil, Mercedes-Benz, General Motors, Solvay, Petrobras, Associação Brasileira de Energia Eólica, Tecsys, Instituto Brasileiro de Impermeabilização, dentre outros.
O objetivo do evento é refletir sobre desafios, tecnologias e questões sociais da engenharia que permeia por outras áreas. Diante disso, alguns temas se destacam, como “Carros elétricos”, “Energias Eólicas/Parques Eólicos”, “Engenharia Aeroespacial”, “Impermeabilizações de edificações”, “Grafeno e outros materiais 2D”, “Estruturas em Bambu”, dentre outros. Confira o dia e horários das palestras na programação abaixo.
Programação
Palestra: Empreendedorismo e Inovação (abertura) - Bruno Pandori Giancoli (Universidade Presbiteriana Mackenzie)
Dia: 21 de agosto
Horário: 9h30
Local: Auditório Ruy Barbosa
Palestra: Carros elétricos - Carlos Henrique Ferreira (Renault)
Dia: 21 de agosto
Horário: 15h
Local: Auditório Ruy Barbosa
Palestra: Energias Eólicas/Parques Eólicos – Élbia Gannoum (Associação Brasileira de Energia Eólica) e Gustavo Secco (Casa dos Ventos)
Dia: 21 de agosto
Horário: 18h30
Local: Auditório João Calvino
Palestra: Engenharia Aeroespacial - Eng. José Carlos Argolo (Tecsys)
Dia: 23 de agosto
Horário: 9h30
Local: Auditório João Calvino
Palestra: Impermeabilizações de edificações - José Miguel Morgado (Instituto Brasileiro de Impermeabilização)
Dia: 23 de agosto
Horário: 8h
Local: Laboratório de Materiais de Construção
Palestra: Grafeno e outros materiais 2D: desafios e oportunidades -Profa. Dra. Lucia Saito (UPM ‐ MackGraphe)
Dia: 24 de agosto
Horário: 8h
Local: MackGraphe
Programação completa e informações: Portal Mackenzie: XXIX Semana de Engenharia e Tecnologia
João Guilherme Vargas Netto*
Tenho recomendado aos dirigentes sindicais que estão preocupados com a sobrevivência de suas entidades realizarem fortes campanhas de sindicalização.
Estas campanhas, na conjuntura atual, devem ser empreendidas junto com as eventuais campanhas salariais ou dissociadas delas e têm inúmeros objetivos, táticos e estratégicos, que se completam.
O primeiro deles é o de estar junto com as bases, organizando a resistência às deformas e, em particular, aos desarranjos provocados pela deforma trabalhista. Sindicalizaremos porque os trabalhadores verão nas nossas demandas por novos associados o fortalecimento de suas próprias condições de resistência.
A sindicalização também reforçará o papel do sindicato, renovando o seu quadro de ativistas e dando resposta coletiva às preocupações e temores individuais dos trabalhadores.
A melhor maneira de valorizar o sindicato agora é a busca de associados e a melhor resposta ao indesejado enfraquecimento sindical é a adesão renovada dos trabalhadores.
Na representação sindical não deve haver uma muralha da China entre associados e não associados, mas um esforço tempestivo de engrossar as fileiras dos sindicalizados.
Mas é preciso que as direções saibam que encontrarão um clima de incompreensão e mesmo de antipatia a sua ação em suas próprias bases. Ambas, a incompreensão e a antipatia, são decorrentes da própria crise, do medo e da desorientação provocados por ela e da poderosa campanha antissindical desencadeada pela mídia (televisão, rádio, jornais e mídias sociais) que ecoa a estratégia da deforma trabalhista: o individualismo e o salve-se quem puder. O fim do imposto sindical, como é apresentado e valorizado por essas mensagens neoliberais, confunde o trabalhador já acossado pelo desemprego, arrocho salarial e suas dificuldades momentâneas.
Recomendo, com ênfase, que ao planejar a campanha de sindicalização as direções associem-na à oferta de produtos e serviços vantajosos e necessários aos trabalhadores, de tal forma que o apelo “ideológico” seja associado ao atendimento de “interesses” legítimos.
As grandes campanhas de sindicalização não podem ser apenas campanhas de esclarecimento e mobilização; devem ser também campanhas que ofereçam e produzam resultados imediatos para as categorias e agreguem valor à ação sindical.
* Consultor sindical
Do Jornal Cidade de Bauru online
Nesta segunda-feira (21/08), às 17h30, será realizada a palestra "Financiamento Habitacional" com engenheiros e técnicos da Caixa Econômica Federal. Engenheiros civis, arquitetos e demais interessados estão convidados para o evento. A iniciativa é do profissionais do Programa de Moradia Econômica (Promore), e conta com o apoio da Delegacia Sindical do SEESP em Bauru. O evento será na sede da regional (Ruaa Constituição, 8-71). Inscrições gratuitas pelos telefones (14) 3224-1970 e 3224-1096. Vagas limitadas e sujeitas a confirmação.
Será dada ênfase aos documentos técnicos a serem preparados pelos engenheiros civis e arquitetos para compor o processo do pedido de recursos de financiamento para a construção da casa própria e também aspectos a serem observados no transcorrer da obra em relação ao cumprimento de etapas para liberação das parcelas.
Serão apresentados ainda os programas disponíveis, documentação básica e condições mínimas para aceitação da garantia do financiamento habitacional. Segundo o presidente da delegacia sindical, Luiz Roberto Pagani, as pessoas que tenham ou pretendam adquirir um terreno devem ser incentivadas a obter o financiamento habitacional e, assim, realizar o sonho da casa própria.
Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
A mesa-redonda “Emprego e desenvolvimento rumo ao Brasil 2022”, da 11ª Jornada Brasil Inteligente, ainda na parte da manhã do dia 18 de agosto último, trouxe importantes dados e análises sobre a conjuntura social e econômica do País com o diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), seção brasileira, Peter Poschen, e o técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio. Os trabalhos contaram com a coordenação do presidente da FIO, José Carrijo Brom, e a contribuição do professor Antonio Corrêa de Lacerda, coordenador da pós em Economia Política da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Carrijo contextualizou o debate ao dizer que o momento da vida nacional é delicado, com os poderes institucionais desacreditados, e que, por isso, a iniciativa da CNTU se revestia de grande importância. A posição foi reafirmada pelo professor da PUC paulista, para quem a questão do emprego está diretamente ligada ao crescimento da economia. “Não é a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) que vai substituir esse vetor. Se quisermos gerar emprego e renda precisamos recriar condições para o crescimento econômico, o que significa dizer estancar o desmonte de políticas industriais e sociais e dos bancos públicos, como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)”, criticou.
Foto: Beatriz Arruda
Clemente, de forma enfática, discorreu sobre os obstáculos que o movimento sindical terá de enfrentar com unidade.
Iniciando sua exposição, Poschen disse que o País necessita de um projeto de nação que possa aglutinar diversas forças. Para tanto, o representante da OIT defendeu a centralidade do trabalho – que tem papel fundamental para o indivíduo e a sociedade – para transpor a estagnação econômica atual. Para endossar a sua posição, ele citou relatório de 2013 do Banco Mundial que indica que “o desenvolvimento acontece através do trabalho”. Apesar da constatação da instituição financeira internacional que efetua empréstimos a países em desenvolvimento, o mundo do trabalho brasileiro tem características consideradas, segundo Poschen, nocivas. Uma dessas é o alto índice da informalidade, em torno de 40%, cuja tendência, com as mudanças trabalhistas recentes, é aumentar. “A informalidade é nociva porque desprotege e cria dificuldades de acesso a políticas que poderiam melhorar a vida desses trabalhadores”, explicou.
Outros pontos negativos, como relacionou o representante da OIT no Brasil, são a altíssima rotatividade (em 2013 era de 63,7%), o baixo nível de organização sindical e a forte desigualdade de gênero e raça. “Menos de 20% dos brasileiros são sindicalizados. As mulheres negras são as piores remuneradas, vindo, na sequência o homem negro.” Para ele, o futuro do trabalho no País é difícil com a Lei 13.467: “Os salários melhoraram na última década, mas o futuro é incerto.” Acrescente-se a esse quadro, prosseguiu, outros itens que ele definiu como desafios: o fim do bônus demográfico, o que vale dizer que o Brasil já não é um país de jovens e enfrenta um envelhecimento rápido; produtividade estagnada e desindustrialização prematura. Um agravante é “a desigualdade brasileira enraizada, com concentração de renda e o predomínio de impostos indiretos, um obstáculo concreto ao desenvolvimento e crescimento”.
Nesse sentido, Poschen apontou algumas sugestões para o enfrentamento desse cenário hostil ao trabalho e ao desenvolvimento: priorizar a produtividade; investir nas pessoas, e não apenas em tecnologia ou em infraestrutura, com formação técnica, profissional e de aprendizagem; reduzir a diferença de gênero e raça, assim como a informalidade, a rotatividade e a desigualdade de renda. Outro item necessário ao horizonte de 2022 é a sustentabilidade, lembrando que os mais atingidos pela degradação ambiental também são os mais pobres.
O que acontece no Brasil
Na sequência, a apresentação foi do diretor técnico do Dieese, para quem “não deveríamos fazer outra coisa agora senão pensar o que acontece no Brasil.” E advertiu: “Não estamos falando de uma economia pequena, mas de uma das maiores do planeta, que detém as mais expressivas reservas naturais para sustentar a humanidade daqui para frente.” E completou: “Temos a maior reserva de água potável conhecida no momento e de minério de ferro, o nosso solo é de altíssima qualidade. Deveríamos olhar todo esse patrimônio como ativos estratégicos para o nosso desenvolvimento, com o vetor da sustentabilidade.”
Toda essa discussão, observou ele, deve estar totalmente conectada com um projeto de nação. Por isso, Ganz Lúcio afirmou que a agenda proposta pelo representante da OIT não faz sentido hoje para o Brasil. “Do jeito que estamos não há possibilidade de prosseguir com essa agenda do aumento da produtividade e do fim das diversas desigualdades”, lastimou. Porque, segundo ele, o País está fazendo em um ano um estrago econômico e social só comparável a um período pós-guerra. “Estamos entregando as nossas riquezas ao capital internacional sem guerra, da mesma forma que os ativos do Estado brasileiro para a iniciativa privada nacional.”
Ganz Lúcio afirmou que caminhamos para um empobrecimento contínuo que pode atingir 90% da população nacional. De forma bastante incisiva, ele salientou que os atuais governantes estavam fazendo “algo realmente inédito na história da humanidade” de como um Estado entregou riquezas fundamentais a sua soberania e ao seu desenvolvimento de forma vergonhosa. E indagou: “Precisamos entender qual é a elite que faz isso e se não fazemos parte dela.”
Para ele, um projeto da magnitude a que se propõe a CNTU precisa responder tudo isso e ter a perspectiva de firmar um pacto entre trabalhadores e setor produtivo. “Fora desse horizonte não há saída”, foi taxativo.
Os desmontes em andamento, argumentou Ganz Lúcio, vêm acompanhados de uma outra dimensão que é a da destruição de instituições públicas indutoras de desenvolvimento. É o caso, citou, do “novo perfil” do BNDES, conforme divulgou o presidente da entidade, de “financiar” a desestatização atual. “Estamos ajudando a pagar a entrega dos nossos patrimônios ao capital privado, nacional e estrangeiro.” Nessa perspectiva, ele lamentou o “esquartejamento” da Petrobras. “Tudo está sendo vendido da forma mais prejudicial à sociedade brasileira.”
Desconhecimento absoluto
O último ponto abordado pelo técnico do Dieese foi a reforma trabalhista, constatando que “há um desconhecimento absoluto sobre a amplitude das mudanças”. O que se criou, apontou, foi uma legislação plena de segurança às empresas em detrimento dos assalariados. “O caráter protetivo da lei anterior simplesmente acabou. O Direito do Trabalho foi reduzido a pó”, indignou-se. No lugar, prosseguiu, temos um menu amplo de possibilidades e formas de contratação do trabalho e de negociação para reduzir direitos. “Isso vale dizer que o trabalhador vai poder, de peito aberto, enfrentar e negociar com o patrão.”
Apesar da gravidade da situação, Ganz Lúcio exortou os presentes à 11ª Jornada Brasil Inteligente a ter a perspectiva de um engenheiro, que é ensinado e treinado a enfrentar sempre os piores cenários, “olhar uma adversidade e transformá-la numa possibilidade”. Dentro dessa tarefa ele incluiu a CNTU que ao discutir um projeto de nação deve levar em conta algumas tarefas, entre essas incorporar a dramaticidade atual e enunciar para onde vamos; desenvolver uma capacidade política para construir pontes e de interlocução com o setor produtivo, cujo objetivo principal deve ser o de pensar projetos de ciência e tecnologia para que os produtos nacionais ganhem valor agregado; estabelecer entre o movimento sindical alguns acordos, como o da compreensão da necessidade absoluta de uma unidade muito forte. “Quando a gente luta, a gente luta a favor de alguém. Quando a gente briga, a gente briga contra alguém. Somos capazes de identificar aquilo que nos une, isso é capacidade política. As nossas diferenças devem ser as nossas virtudes.”
A reforma trabalhista obriga, asseverou Ganz Lúcio, o movimento sindical brasileiro a se repensar seriamente em todos os sentidos e a reorganizar as campanhas salariais. “A novidade é que agora o setor patronal também vai apresentar sua pauta de reivindicações”, ironizou.
Ele pergunta: “Por que todos os sindicatos juntos não criam o seu próprio banco, os seus próprios veículos de comunicação?” Para ele, é um absurdo o jornal de um sindicato falar mal ou destruir outro sindicato. “A nossa divisão dá força ao projeto oposto.”
O fato de se entender a gravidade do momento não deve desanimar, segundo o técnico do Dieese. “Há 200 anos a classe trabalhadora tem dado respostas e mudado o rumo das coisas.”
Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
A CNTU trouxe à discussão, à 11ª Jornada Brasil Inteligente, realizada em 18 de agosto último, na sede do sindicato dos engenheiros paulistas (SEESP), na Capital, o debate sobre o Brasil rumo ao Bicentenário da Independência, em 2022, com empregos decentes e desenvolvimento sustentável. A tarefa, como salientou à abertura a presidente em exercício da entidade, Gilda Almeida, “é fundamental no momento em que o País enfrenta o desemprego crescente e a desindustrialização”. Para ela, à confederação se apresenta o desafio de participar do processo de enfrentamento de políticas errôneas “para sairmos vitoriosos”. No ensejo, reforçaram o posicionamento da CNTU os presidentes do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Carlos Lupi; e da Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea (Mútua), Paulo Guimarães; e o deputado federal Ronaldo Lessa (PDT-AL), que preside a Frente Parlamentar Mista da Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento Nacional.
Foto: Beatriz Arruda
Ciro Gomes, na tribuna, faz uma ampla exposição sobre os problemas brasileiros que impedem o País de crescer.
Na sequência, o ex-governador do Ceará e advogado Ciro Gomes fez uma digressão abrangente sobre a situação nacional, fazendo paralelos com outros momentos políticos e econômicos do País. “Preciso transformar a minha revolta em energia para subverter esse quadro depressivo”, exortou, apontando que o Brasil, hoje, está proibido de crescer por três razões básicas. Ele relacionou: “Os juros altos que inviabilizam a iniciativa privada, o setor produtivo. O colapso nas finanças públicas com a menor taxa de investimentos desde a Segunda Guerra Mundial. A União vai investir apenas R$ 0,33 para cada R$ 100 do PIB (Produto Interno Bruto); todos os estados e municípios juntos vão investir o equivalente a R$ 1,22 para cada R$ 100 do PIB. Por outro lado, o governo, com recursos do Tesouro, repassará ao setor financeiro rentista 11% do PIB. E, por fim, enfrentamos uma interdição que deriva de uma prostração ideológica, vendida como ciência boa, que adotou o neoliberalismo que introduz o mito do laissez-faire, do estado mínimo; aquele que diz que o mercado, funcionando livremente, teria a capacidade de resolver a equação do desenvolvimento do País.” E completou: “Não há experiência humana, nem teórica nem empírica, que sustente o desenvolvimento apenas pelo espontaneísmo individualista das forças do mercado.”
Enquanto o País abre mão de discutir um projeto de nação, com a preservação do interesse e da soberania nacional, continuou Ciro Gomes, a China, exemplificou, “está investindo um “Brasil” siderúrgico por ano, de olho numa estratégia de dominar o setor no mundo daqui a 10 ou 15 anos”. O ex-governador lamentou que os chineses já dominem de 15 a 20% do mercado de aços planos brasileiro. “Estamos perdendo o nosso mercado para a aciaria chinesa, e ainda com o custo de frete para atravessar o planeta placas de aço para chegar ao Brasil.”
Para ele, o Brasil abriu mão de projetos econômicos estruturais, como políticas industriais e de comércio exterior; de ciência e tecnologia aplicada à inovação e ao desenvolvimento econômico; de infraestrutura que desconsidere o ano fiscal para considerar que os custos de transferência são inerência à competitividade sistêmica da economia. “Isso significa dizer que não fazemos a manutenção regular de uma rodovia para economizar U$ 10 mil por ano para cinco anos depois gastarmos mais de U$ 70 mil para recuperá-la”, lamentou. Da mesma forma, prosseguiu Ciro Gomes, o País “abriu mão de verticalizar o seu mercado de óleo e gás e hoje exportamos óleo bruto barato e importamos derivados de petróleo em dólar”.
Avanços e retrocessos
Todavia, asseverou ele, o Brasil, entre 1930 e 1980 saiu do nada, da agricultura da subsistência e de excedentes extraídos da monocultura do café e da cana de açúcar, para se transformar na 15ª economia industrial do planeta. “A China vai bater esse recorde agora, mas ainda é nosso o "vice-campeonato" de progresso capitalista e industrial em tão curto tempo.” Ele ironizou: “Ou seja, não há defeito genético na nação brasileira como essa nossa elite alienada, que pensa que Miami (EUA) é a capital cultural da humanidade, induz a acreditarmos. Quando estabelecemos minimamente uma hegemonia moral e intelectual que guie as nossas energias, produzimos prodígios. Temos na nossa história qual é o tipo de economia política eficaz. Não é copiar nenhum modelo de fora, como está fazendo esse governo autoritário, ilegítimo e golpista que temos hoje.”
A estagnação nacional, segundo ele, começa a partir da década de 1980, quando todas as energias se dedicaram a apagar “fogueiras”, em episódios conjunturais, como o restabelecimento da democracia e o combate às altas taxas de inflação, por exemplo. Patinamos desde então, observou Ciro Gomes, valendo-se, mais uma vez, da comparação entre o Brasil e a China: “Não conseguimos aumentar a nossa participação no comércio exterior dos 1% verificados há 37 anos; por outro lado, os chineses têm 12,5% de participação, podendo chegar a 20% nos próximos anos.” Tal cenário, que ainda inclui uma média de crescimento econômico nacional de 2% ao ano, mostra, afirmou, que “temos um grave problema de projeto modular, estrutural”.
A educação necessária
Outra questão que agrava toda a dificuldade do País em superar seus problemas econômicos é o descaso com a educação. “O Chile e a Colômbia têm mais de 30% dos jovens entre 18 e 25 anos de idade matriculados no ensino superior; com toda a expansão que aconteceu no Brasil temos a ridícula taxa de 16% dos nossos jovens no ensino superior. Isso em pleno século XXI. Não é possível pensar em desenvolvimento com essa base”, criticou Ciro Gomes.
“A gente precisa mobilizar a sociedade para discutir o País antes de qualquer processo eleitoral. Não dá mais para fazer remendos”, condenou. “Precisamos recuperar a capacidade de planejamento. Afirmar objetivos nacionais, gerais e difusos, mas concretos. Estabelecer objetivos permanentes, sustento que esses devem ser a superação da miséria e da desigualdade. E, por fim, definir as práticas.” Para ele, não é retórica dizer que o “Brasil tem que se decidir a crescer. Hoje a nossa decisão é de não crescer”. Tal fato, sustentou Ciro Gomes, leva em conta que, desde a desvalorização cambial de 1999, “somos guiados por uma trinca de políticas que tem a pretensão de colocar a administração da economia política brasileira no piloto automático imune ao povo”. E explicou: “Basicamente, o Brasil obrigou-se a meta de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. O câmbio flutua hostil a quem produz, desestimula a produção e acaba com a competitividade sistêmica da indústria e estimula o consumismo insustentável.”
De forma contundente, o ex-governador cearense disse que o único caminho para a retomada do crescimento é a reindustrialização. “A participação da indústria brasileira na riqueza brasileira, hoje, que já foi de 30% nos anos 1980, é de apenas 8%, o equivalente ao que era em 1910.” Com esse perfil, lamentou, “vamos virar apenas exportadores de commodities, que jamais pagarão – ainda que sejamos extraordinários em volume e competitividade na soja, no milho, no petróleo, minérios etc. – celulares, eletroeletrônicos, informática, novos materiais supercondutores, tecnologias ligadas ao moderno modo de vida”.
Ao final da sua exposição, Ciro Gomes parabenizou a CNTU pela iniciativa, a despeito de todo o ataque atual à organização sindical, de colocar de forma oportuna a discussão sobre o Brasil que queremos e precisamos. “Viva a iniciativa de vocês!”
Presentes
Compuseram ainda a mesa de abertura da Jornada Brasil Inteligente: o presidente em exercício da federação dos engenheiros (FNE), Carlos Bastos Abraham; os presidentes das federações dos nutricionistas (Febran), Ernane Silveira Rosas, e dos odontologistas (FIO), José Carrijo Brom; do sindicato dos economistas (Sindecon-SP), Pedro Afonso Gomes; e a representante da federação dos farmacêuticos (Fenafar), Maria Maruza Carlesso.
A Scania está com processo seletivo aberto, até o dia 22 de agosto próximo, para trainee. A iniciativa, segundo a empresa, visa o desenvolvimento contínuo de profissionais recém-formados em nível superior, com potencial para desbravar novos desafios e ingressar em um mundo de oportunidades. É o início de uma trajetória profissional que irá prepará-los para atender futuras posições na organização.
O programa tem duração de 15 meses (de Jan/18 a Abr/2019) e, neste período, os trainees participam de atividades e projetos em diversas áreas, por meio de job rotation. Eles também contam com a possibilidade de fazer um intercâmbio na matriz da Scania, na Suécia, ou em outras unidades.
Pré-requisitos
Cursos aceitos: Administração, Engenharias (Mecânica, Mecatrônica, Produção, Elétrica/Eletrônica, Automobilística, Controle e Automação), Ciências Econômicas, Ciências Contábeis, Marketing, Logística, Relações Internacionais e Direito.
Ano de Formação: Dezembro/2015 a Dezembro/2017
Nível de Inglês: Inglês Avançado
Diferenciais: Espanhol, Sueco e Alemão
Pacote Office: Bons conhecimentos
Possuir disponibilidade para viagens
Sobre a empresa
A Scania, referência mundial em soluções de transporte sustentável, é um dos principais fabricantes de caminhões pesados, de ônibus e de motores industriais e marítimos. Os serviços têm participação crescente nos negócios da empresa, assegurando aos clientes soluções de transporte econômicas e com alta disponibilidade operacional. Com 46,2 mil colaboradores, a empresa está presente em mais de 100 países, com linhas de produção na Europa, Ásia e América Latina e com possibilidade de intercâmbio global de componentes e veículos completos. Em 2016, a receita líquida da Scania alcançou 103,92 bilhões de coroas suecas e o lucro líquido do exercício, após a dedução de impostos, foi de 3,2 bilhões de coroas suecas.
Comunicação SEESP
Do CIEE*
Os estudantes de todo o País têm comemoração dupla esta semana: o Dia do Estagiário, na sexta-feira, dia 18 e uma grande oferta de vagas de estágio, abertas no Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). A organização está cadastrando estudantes para concorrer a 6 mil vagas de estágio em diversas regiões do País.
São oportunidades em diversos carreiras, entre as quais:
DIREITO |
PEDAGOGIA |
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS |
CIÊNCIAS CONTABEIS |
COMUNICAÇÃO SOCIAL |
TECNICO EM ADMINISTRAÇÃO |
PSICOLOGIA |
EDUCAÇÃO FÍSICA |
ENGENHARIAS |
TI |
Atualmente, o CIEE mantém cerca de 500 mil estudantes em estágio em empresas e órgãos públicos, sendo 60% do ensino superior e 40% do ensino médio. Os interessados devem se cadastrar gratuitamente no sitewww.ciee.org.br, onde também poderão consultar as vagas abertas.
* Centro de Integração Empresa-Escola