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João Carlos Pasqualini

      A lógica dos nossos dirigentes políticos tem o nosso bolso sempre como a solução mais viável a qualquer problema. O custo social da falta de mobilidade é hoje da ordem de R$ 7 bilhões por ano, incluindo-se estresse, poluição, desperdícios de horas produtivas e combustível. No entanto, as saídas apresentadas são sempre sinônimo de investimentos em obras faraônicas (pontes, viadutos etc). Jamais se lança mão de medidas coerentes, como estabelecer o maior limite possível de velocidade nas vias principais e derivadas para que se desocupem o mais rápido possível essas artérias.
      Ninguém cogita mais semáforos inteligentes, passagens subterrâneas, orientadores de tráfego. O explorado usuário, quando pode acelerar, encontra uma legião de radares, lombadas eletrônicas para pegá-lo desprevenido, engordando a tal da indústria da multa, medidas que só contribuem para aumentar a lentidão dos deslocamentos diários.
      Assim, a solução óbvia é o transporte público. Porém, nosso metrô é caro demais, os poucos trens operam em baixíssima velocidade, que poderia ser elevada com melhorias na via permanente. Por incrível que pareça, apesar do recente recorde de 255km de congestionamento, foram reduzidos os ônibus em circulação, aumentando o tempo de espera e a lotação dos veículos. Diante desse quadro calamitoso, pergunto-me se algum secretário dos Transportes já ousou ir de ônibus ao trabalho. Acho que jamais entraram em um e desconhecem por completo as agruras dos usuários – gado tem mais conforto que os passageiros paulistanos.
      Para piorar a situação, há as “facilidades” adotadas contra o usuário para privilegiar o automóvel. Quem utiliza o transporte coletivo está nas últimas prioridades do planejamento da Capital, se é que existe algum. O erro principal está no conceito. Transporte, que é direito do cidadão e dever do Estado, é considerado atividade-fim. Isso só piora o circulo vicioso: quem depende de transporte público sonha o tempo todo em ter o seu carro, agravando ainda mais os engarrafamentos. Governantes e planejadores, usem a cabeça e o bom senso e esqueçam nosso bolso.


João Carlos Pasqualini é diretor do SEESP

     Realizado em 28 de abril, o VIII Seminário das Campanhas Salariais do SEESP anunciou boas perspectivas para as negociações coletivas dos engenheiros neste ano, cujas datas-bases se concentram nos meses de maio e junho. A assessora técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Eliana Dias, apresentou o balanço dos acordos firmados em todo o Brasil em 2007, que “tem o objetivo de captar as tendências das negociações salariais”.
      O estudo, que havia sido lançado no SEESP em 17 de março, revelou que, das 715 negociações analisadas, 96% garantiram, no mínimo, reposição das perdas inflacionárias no período. Em 88% dos casos, as negociações culminaram com ganhos reais, aumentando efetivamente o poder de compra do trabalhador. 
     Tal conjuntura, afirmou o analista sindical João Guilherme Vargas Netto, é de grande pujança, tanto do ponto de vista do movimento sindical, quanto das empresas. “O povo brasileiro vive um momento espetacular. Há 25 trimestres, há crescimento no País, inicialmente com índices tímidos, depois atingindo os 5,4% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2007, bastante próximos dos 6% previstos pelo projeto ‘Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento’ – lançado pela Federação Nacional dos Engenheiros em 2006.” Na sua avaliação, ainda mais benéficas são as características que marcam o reaquecimento da atividade econômica. “Isso se dá com democracia, distribuição de renda e qualificação, porque não nos interessa o modelo que só exporta commodities”, descreveu.
     Outra face positiva da conjuntura, apontou Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, diretor de documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), é a maior unidade de ação e maturidade dos sindicatos. “Graças a isso, houve uma série de ações positivas, como a conquista da recuperação do salário mínimo”, afirmou. Esse equilíbrio de forças, considerou ele, permite que todos os segmentos da sociedade conversem em igualdade de condições. “O SEESP contribui muito ao fazer esse debate de alto nível sobre as expectativas das campanhas salariais”, concluiu.

Diálogo aberto
    
Precisamente, relações de “forma harmoniosa” foi o que propôs o diretor Ivo Dall’ Acqua Júnior, presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). “Estamos a postos e à disposição para a negociação”, anunciou. Ele destacou a importância da aproximação com o SEESP, tendo em vista que a entidade patronal representa também o setor de serviços, “hoje muito ligado à engenharia, sobretudo na tecnologia da informação”. E aproveitou o momento para propor um “pacto para questão da terceirização” e quanto à carga tributária. “O Governo precisa ser menos guloso e distribuir as gorduras de forma mais justa”, reivindicou.
      Gerente de Relações Trabalhistas da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista), Niedja de Andrade e Silva Afonso, elogiou o esforço de diálogo mantido pelo SEESP, única categoria diferenciada reconhecida na siderúrgica. Segundo ela, isso tem trazido ganhos aos engenheiros, como o programa de qualificação profissional que já beneficiou 65% desse pessoal, um reajuste salarial maior em 2007 e a redução da jornada de trabalho, que já é de 40 horas semanais. Niedja Afonso fez uma avaliação positiva do panorama econômico atual, lembrando que os dados apontam para ganhos reais neste ano, apesar das incertezas quanto ao mercado externo e à crise dos Estados Unidos. “O desafio é atuar atendendo às necessidades da indústria, às expectativas dos trabalhadores e ao interesse do País para que o desenvolvimento se sustente.”
     Otimista também se mostrou o assessor jurídico do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), Carlos de Freitas Nieuwenhoff. Na sua análise, equacionando-se a questão relativa à contratação do engenheiro recém-formado – cuja tendência é ganhar status de trainee e ter seis horas de jornada diária de trabalho mais duas de treinamento –, a convenção coletiva deve estar assinada no início de maio.
     Com o acordo coletivo de 2008 firmado antecipadamente devido à intenção do Governo de privatizar a Cesp (Companhia Energética de São Paulo), a gerente de Recursos Humanos, Dubravka Sidonija Suto, lembrou que o diálogo com o SEESP não se restringe à data-base, mas acontece no cotidiano, “sempre buscando o melhor resultado para ambas as partes”. Representando também a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), ela aposta em um resultado satisfatório para o acordo também nessa companhia. O grande avanço na Elektro, informou Carlos Alberto dos Santos, gerente executivo de Recursos Humanos, diz respeito às relações sindicais, antes estabelecidas por meio de uma consultoria terceirizada e hoje feitas diretamente entre a empresa e o SEESP.

Engenheiros em alta
      Em fase de expansão do mercado, com um olho nos riscos de suprimento de gás e outro na revisão tarifária de 2009, a Comgás (Companhia de Gás de São Paulo) vem buscando engenheiros e desenvolvendo novas competências internas, informou a superintendente de Recursos Humanos, Celia Dutra. Nesse contexto, ela acredita que as negociações com o sindicato serão bem-sucedidas. A mesma expectativa tem o consultor de Recursos Humanos da Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), Orivaldo José Marcuzzo. Segundo ele, a companhia vem expandindo seu mercado e a tendência é que se admitam mais engenheiros. Assim, a conversa com os profissionais deve transcorrer tranqüilamente. “Esperamos ter um acordo até o final de maio ou início de junho.”
      Novas contratações acontecerão ainda no Metrô. Conforme Fábio Nascimento, superintendente de Recursos Humanos, até julho serão recrutados 500 empregados, inclusive engenheiros em início de carreira. De acordo com ele, com a expansão do número de usuários e três linhas em construção, o setor de engenharia fatalmente será aquecido. Participou ainda do seminário Maurício Tomaz Tonin, consultor de Relações Sindicais da Telefônica.
      Ao encerramento, o presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, comemorou a realização do seminário, destacando a disposição para o diálogo manifestada pelos empregadores e reafirmando a mesma postura por parte da entidade. “Desde as campanhas de 2007, realizamos um grande trabalho pela valorização dos engenheiros e também pelo fortalecimento das empresas”, assegurou.


Rita Casaro

      É o que conquistou o município de São José dos Campos. A localidade ficou em primeiro lugar tanto em nível estadual quanto nacional – concorrendo nesse caso com outras campeãs da região Sudeste. Em ambas situações, foi agraciada com o prêmio “Prefeitura Empreendedora – Mário Covas”, em cerimônias realizadas em abril último. A disputa paulista envolveu 200 cidades e a etapa brasileira, mais de mil ao todo. Promovida pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a iniciativa está em sua quinta edição – e é a segunda vez que São José dos Campos sai vitoriosa no Estado, tendo sido congratulada também em 2003.
      Segundo Mauro Medeiros, gerente do Sebrae-SP na região, o prêmio foi criado em 2001 “para divulgar e evidenciar bons projetos de prefeituras que investem no empreendedorismo e apóiam as micro e pequenas empresas”. A cidade vencedora enquadrou-se na proposta. “Vem trabalhando em várias frentes, com ações de apoio à tecnologia, educação, crédito etc.”, atesta ele. Hoje, conforme Toshihiro Yosida, assessor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Município, conta com 34 iniciativas nessa linha, abrangendo em torno de 50 mil pessoas. Com isso, tem-se mais empregos e renda e forma-se um “ambiente favorável ao desenvolvimento do município”.

As ações avaliadas
      Entre os programas que garantiram o primeiro lugar a São José dos Campos, alguns recém-lançados, como o de qualificação ao empreendedorismo de pessoas com necessidades especiais, a Cooperativa Futura, que atua com reciclagem, e o chamado Mundo Digital, para implantar cultura na área de informática. Além desses, entraram na avaliação outros que não são novos, mas têm sido continuamente aperfeiçoados, explica Yosida. Entre eles, o denominado São José Simplificada, que inclui a Sala do Empreendedor. Funcionando, conforme o assessor, desde 1998, propicia facilidades na abertura da empresa e obtenção de alvará de funcionamento.
     Outro programa que pesou para que a cidade fosse vitoriosa – e também existe há cerca de dez anos – é de estímulo ao crédito e à capitalização, através do Banco do Empreendedor Joseense. “O objetivo é atender empreendedores que não têm acesso às linhas tradicionais, a maioria ainda na informalidade”, diz Yosida.
     Parte das iniciativas é feita em parceria com o Sebrae, entre elas as destinadas aos jovens empreendedores, que incluem palestras e aulas desde o ensino fundamental até o superior. Além de feira anual em que são expostos projetos diversos. No ano passado, foram 80 e 37 escolas participantes. Visitaram o local, de acordo com o assessor, 122 mil pessoas.
     No apoio à tecnologia, o município conta com quatro incubadoras que reúnem, em sua grande maioria, projetos de base tecnológica. Entre os beneficiados por esse programa, a Noxt, que desenvolve produtos na linha de som sem fio, cujos sócios são engenheiros. Segundo um deles, Roberto Carvalho, antes de instalarem a empresa na cidade, pesquisaram por um ano o melhor destino. O que foi decisivo na escolha de São José foi “a existência do Cecompi (Centro para a Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista). Esse gerencia a incubadora, a qual é bastante atuante e tem o apoio do Sebrae e da Prefeitura”. Instalados há 1,5 ano no parque tecnológico e com perspectiva de permanecerem até setembro próximo, ele garante: “Não teríamos conseguido sem esse estímulo.”


Soraya Misleh

     Como parte das comemorações de seu cinqüentenário, o Departamento de Engenharia de Produção da Poli – USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) realiza a quarta edição da ICPR Americas 2008 (International Conference on Production Research), evento endossado pela IFPR (The International Foundation for Production Research) e apoiado pela Fundação Vanzolini.
      O objetivo é refletir sobre as mudanças que vêm ocorrendo na estrutura dos sistemas de produção em todo o mundo, incluindo o papel das economias emergentes e suas multinacionais. Aproximadamente 250 articuladores, entre professores e pesquisadores de instituições de ensino do Brasil e do exterior, além de profissionais que atuam nas áreas de projeto, gestão de operações, engenharia, economia e administração de empresas devem debater sobre o desenvolvimento de recursos humanos qualificados para o enfrentamento dos desafios nessas áreas.
     Algumas das proposições são novas tecnologias e processos, organização e gerenciamento de sistemas, logística e suprimentos, automação, operações de pesquisa e desenvolvimento de produtos, organização funcional e ergonomia e gerenciamento de operações globais.
     Entre os dias 5 e 7 de junho, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Cidade Universitária, São Paulo – SP. Haverá uma visita técnica à Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), no dia 4 de junho.
     Estudantes de pós-graduação pagam R$ 170,00. Pesquisadores e profissionais, R$ 350,00, até dia 25 de maio. Mais informações no site www.icpramericas2008.net ou através do e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

 

06/12/2009

CURSOS

SANTO ANDRÉ
Fundação Santo André
Site: www.fsa.br
Telefone: (11) 4979-3300
• Especialização em engenharia elétrica. Curso de extensão, com duração de 18 meses e carga total de 360 horas. Para aprender sobre sistemas de potência, qualidade de energia e eficiência energética. As aulas acontecem às segundas e quartas-feiras, das 19h30 às 23h. Preço: matrícula mais 19 parcelas de R$ 563,76.

SÃO PAULO
Câmara de Arquitetos e Consultores
Site: www.camaradearquitetos.com.br/cursos/transporte_meioambiente.php
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Telefone: (11) 3868-3090
• Transporte e meio ambiente. Para apresentar conceitos e políticas municipais, nacionais e mundiais relacionados ao meio ambiente, preparar os participantes para identificar os impactos negativos do tráfego, tomar decisões e planejar sua moderação, no ambiente urbano e em rodovias, visando a aplicação das melhores práticas, com base na experiência da cidade de São Paulo, do Banco Mundial e de organismos internacionais de tráfego. Entre os dias 8 e 10 de maio, das 9 às 18 horas. Com carga de 24 horas e preço de R$ 750,00 para profissionais e de R$ 650,00 para estudantes.

Ibape
Site: www.ibape-sp.org.br
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Telefone: (11) 3105-4112
• Norma ABNT 14653-5. O Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo) oferece o curso, entre os dias 8 e 10 de maio, sobre a ABNT 14653-5, que trata da avaliação de máquinas, equipamentos e complexos industriais, e auxilia peritos na avaliação patrimonial dos bens da empresa para contratações ou renovações de apólices de seguros, garantias bancárias e ativos imobiliários. Sócios pagam R$ 375,00 e não-sócios, R$ 650,00.

IED (Istituto Europeo di Design) e Osram
Site: www.osram.com.br/cursos/comercial.php
Telefone: 0800 55 7084
• Arquitetura da iluminação comercial. Para orientar a elaboração de projetos de iluminação, seus processos de venda e instalação. A proposta é discutir as diferentes estratégias para iluminar ambientes e objetos, evitar erros freqüentes na escolha das fontes e escolher o local ideal na geometria da arquitetura. Selecionar os efeitos desejados, suas ilusões e atmosferas e o impacto que deve provocar no observador. Dia 15 de maio. Custo de R$ 120,00.

VALINHOS
UFSCar (Universidade Federal de São Carlos)/Etapa
Site: www.etapavalinhos.com.br 
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.   
Telefone: 0800 723 23 33
• Gestão da produção. Uma parceria entre a UFSCar e a Faculdade Etapa gerou essa pós-graduação. São 376 horas de carga. Início das aulas dia 30 de maio. Para conhecer sistemas de produção, planejamento e controle, gerenciamento de projetos, logística industrial, gestão da qualidade, custos industriais e até marketing. Valores sob consulta.

 

 

06/12/2009

CANTEIRO

Conselho Tecnológico chega a Botucatu
    
Com o objetivo de levar as propostas do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” ao município e trabalhar pela sua implementação de forma regional, foi criado, em 24 de abril, o Conselho Tecnológico de Botucatu. O fórum, que debaterá os problemas locais e suas soluções, já tem 62 integrantes, entre acadêmicos, representantes do setor produtivo e das associações profissionais, e deve começar a funcionar efetivamente no início de maio, de acordo com o presidente da Delegacia Sindical do SEESP em Botucatu, Nivaldo José Cruz. Ainda segundo ele, os primeiros temas a serem abordados serão transporte, meio ambiente e a necessidade de se ampliar a área de conhecimento e ensino em tecnologia no município.
     Abrindo a solenidade, o coordenador do Conselho Tecnológico Estadual do SEESP, Allen Habert, felicitou a mobilização local em torno da idéia. “Foi unido um tecido de lideranças extremamente importante, que demonstra o potencial da iniciativa, que pode ser uma pré-agência de desenvolvimento a empurrar os poderes Legislativo e Executivo”, avaliou. Coordenador do “Cresce Brasil”, Fernando Palmezan ressaltou a importância de os conselhos regionais criados pelo sindicato – que já somam 18 no Estado de São Paulo – constituírem uma rede que possa apresentar propostas conjuntas. Esse esforço de caráter político, mas não partidário, conforme o presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, visa contribuir para a retomada do crescimento econômico de forma qualificada. “Vamos apresentar propostas e depois cobrar”, asseverou.
     O Conselho Tecnológico de Botucatu foi saudado pelas autoridades locais como importante apoio ao esforço para que a cidade se torne um pólo industrial de alta tecnologia. “Estamos aqui para cumprimentar a iniciativa, que será de grande valia para o nosso desenvolvimento”, afirmou o vice-presidente da Associação de Engenharia de Botucatu, Antônio de Pádua. Para o vice-diretor da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), Silvio Bicudo, “essa é a peça que faltava na teia de pensamentos já existente na cidade”. Na opinião do presidente da Câmara Municipal, José Carlos Lourenço, o empenho aponta para a importância do sindicato como ator social.
     A visão foi compartilhada pelo vice-prefeito Valdemar Pereira de Pinho, para quem “esse processo demonstra a grande maturidade do sindicato”. Ele ressaltou a importância de se ouvir a sociedade e, sobretudo, as pessoas com competência técnica. “O poder público municipal não tem condições de fazer tudo. Os conselhos são fundamentais a essa participação democrática”, afirmou.

Curso sobre gerenciamento de obras em Marília
     
A Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da Alta Paulista promoveu, nos dias 11 e 12 de abril, na Unimar (Universidade de Marília), o curso “Gerenciamento de Obras”, ministrado pelo professor-doutor Walter Maffei. O objetivo foi divulgar metodologia de aplicação prática para garantir que a obra seja executada na qualidade requerida pelo projeto, dentro do orçamento, no prazo contratual e com segurança. A iniciativa teve o apoio do SEESP, Unimar, Casa Sol e Soenvil.

Engenheiros querem isonomia na Prefeitura de Santos
    
No dia 8 de abril último, dirigentes do SEESP participaram de reunião com o prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa. Na oportunidade, o presidente estadual dessa entidade e da Federação Nacional dos Engenheiros, Murilo Celso de Campos Pinheiro, levou a bandeira nacional da categoria de aplicação do piso profissional pelas administrações municipais, de acordo com a Lei Federal 4.950-A/66. Os dirigentes do sindicato apresentaram a Santos a proposta de isonomia em relação ao Plano de Cargos, Carreira e Salários, pois os médicos veterinários, regidos pela mesma lei, já são atendidos na questão do piso.

Campanhas salariais
Comgás –
Os engenheiros aprovaram a pauta de reivindicações em assembléia no dia 25 de abril. A data-base é 1º de junho.
Sabesp – Dada a insistência da empresa em pagar a PLR 2007 com base na folha base e não na cheia, que inclui os adicionais e gratificações de função, a categoria havia aprovado greve. Em assembléia no dia 28 de abril, decidiu reavaliar e tentar mais uma vez saída negociada ao impasse, tendo em vista audiência de conciliação chamada pelo TRT-SP no dia 29. Estava marcada assembléia dos engenheiros, na seqüência, para deliberar sobre os próximos passos. Além disso, frente ao risco de cancelamento dos contratos dos funcionários registrados sem concurso após 1988, os profissionais decidiram apoiar movimento conjunto em 9 de maio, data em que está prevista passeata, saindo às 10h da Sabesp (Ponte Pequena) rumo à Praça da República.

Programa de atuação e de gestão para o Crea-SP
     
O SEESP, através da Caep (Comissão de Assuntos do Exercício Profissional), está construindo Programa de Atuação e de Gestão aos Creas no triênio 2009-2011. Minuta do programa e ficha de propostas encontram-se disponíveis desde 30 de abril no site www.seesp.org.br para consulta pública. O prazo para encaminhamento expira em 14 de maio.

 

 

        Militância organizada dos engenheiros brasileiros pela retomada do desenvolvimento, o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” tem feito um esforço de propor soluções que visem a expansão econômica do País e de acompanhar atentamente medidas nesse sentido. É, pois, notícia alvissareira o anúncio do denominado PAC da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que destinará ao orçamento de 2008 da companhia um reforço de R$ 650 milhões. Até 2010, o setor como um todo receberá R$ 914 milhões.
        Convergente com as propostas do “Cresce Brasil” lançadas em 2006, a medida atua no sentido de ao menos minimizar um dos gargalos da agropecuária nacional, que é justamente a necessidade de avanço em pesquisa. Fundamental à economia brasileira e responsável pelo bom desempenho da balança comercial por vários anos, é justo que se pense em compensações pelos benefícios transferidos à sociedade. Uma forma ideal de concretizar tal objetivo é exatamente dar prioridade aos investimentos em ciência e tecnologia, o que trará ganhos de produtividade e poderá dotar os produtos brasileiros de diferencial que lhes agregue valor.
        A mesma avaliação pode-se fazer da política industrial anunciada em 12 de maio pelo Governo, que destinará R$ 251,9 bilhões nos próximos dois anos. Do total, R$ 210,4 bilhões virão de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para os setores industrial e de serviços e R$ 41,5 bilhões do Programa de Apoio à Capacitação Tecnológica da Indústria do Ministério da Ciência e Tecnologia. Um dos objetivos é aumentar as inversões privadas em pesquisa e desenvolvimento de 0,51% do PIB (Produto Interno Bruto) para 0,65%. São 25 setores beneficiados, entre os quais o de software e tecnologia da informação, que receberá R$ 1 bilhão, também por renúncia fiscal do Governo.
       Mais uma vez a iniciativa vem ao encontro das idéias do “Cresce Brasil”, que propugna pela consolidação da industrialização brasileira e pelo avanço tecnológico nacional, requisitos essenciais a um desenvolvimento soberano real.

 

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente


 Tomás Antonio Rocha de Abreu

“Se tens que lidar com água, consulte primeiro a experiência, depois a razão.”
Leonardo da Vinci

 

        Nas empresas, os funcionários e sua experiência constituem a matéria-prima fundamental nos seus processos de geração de produtos e serviços. Esse know-how é repassado continuamente entre todos, gerando as normas, regulamentos e procedimentos adotados, ou seja, o acervo técnico e administrativo da companhia. Para tanto, é fundamental que a mão-de-obra da qual deriva esse conhecimento permaneça no exercício das suas atividades e não seja substituída por terceiros.
        Ao lançar mão de efetivo terceirizado para executar tarefas e funções próprias dos seus empregados diretos, a política administrativa adotada pela Sabesp elimina a possibilidade de se desenvolver e manter a “cultura” da companhia. Com funcionários que vêm e vão com freqüência e facilidade, desmotivados por se saberem descartáveis, pouco ou nada se agrega do conhecimento gerado por esses.
        Da mesma forma que o quadro geral de pessoal, que foi parcialmente substituído nos últimos dez anos por aproximadamente 2.500 novos terceirizados, a área de engenharia sofreu, na mesma proporção, redução significativa do número dos seus profissionais. Nesse caso, por se tratar de trabalhadores que exercem atividades-fim, a conduta deixará a Sabesp sem condições de atender com qualidade as necessidades da população, agravando a situação do saneamento no Estado de São Paulo.
        A conseqüência última da continuidade de tal política, que o SEESP vê com grande preocupação, será a incapacidade da Sabesp de gerir com eficiência suas atividades, o que, em médio prazo, lhe causará danos irreversíveis.


Tomás Antonio Rocha de Abreu é diretor do SEESP e engenheiro da Sabesp

      Garantindo mais economia, facilidade operacional e menor impacto ambiental, o Ipanema a álcool, fabricado pela Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.) na sua unidade de Botucatu (antiga Indústria Aeronáutica Neiva), tem conquistado a preferência dos consumidores, basicamente produtores ou cooperativas agrícolas e prestadores de serviços na área de pulverização de defensivos.
      “A projeção de venda para 2008 é de 30 aeronaves”, comemora Almir Miguel Borges, diretor industrial da planta que tem capacidade para até 40 unidades ao ano.
       Tanto interesse deve-se basicamente ao preço do etanol, muito inferior ao da gasolina de aviação, conhecida como AVGAS, que gira em torno de R$ 3,50 o litro. “Para o produtor, que está próximo da usina, o álcool pode custar R$ 0,86”, ressalta Borges. Assim, mesmo consumindo cerca de 15% a mais, o modelo que utiliza o combustível renovável é vantajoso. Além disso, lembra Borges, outro benefício é a eficiência operacional. “O motor é 10% mais potente, o que eleva a quantidade do produto que pode ser transportado e, portanto, a área pulverizada num vôo”, explica o gerente comercial Marcio Astolfi Pedro. Também facilita o fato de o álcool, exatamente o mesmo que move a frota de veículos, estar disponível em toda a rede de abastecimento nacional, enquanto a AVGAS é encontrada em alguns aeroportos.
       Depois da certificação e homologação pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em março de 2005, foram vendidos 50 aviões a álcool, tendo sido entregues 44. Entraram no mercado também 170 kits de conversão para os que utilizavam gasolina. Embora ainda haja aqueles que optem pelo antigo modelo, a preferência pelo álcool é inegável, salienta Pedro. “Para cada dez vendidos, 9,5 são a álcool”, revela. Para adquirir um Ipanema que usa etanol, o interessado terá que desembolsar R$ 642.000,00 (o a gasolina sai por R$ 632.000,00), que podem ser financiados por fundos como o Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos) que tem prazo de 60 meses e carência de até dois anos para o início da quitação. “Até lá, a aeronave já gerou receita para se pagar”, comenta. Para os kits, que saem por R$ 70.000,00, o comprador pode utilizar o cartão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Engenharia
       Outro grande ponto a favor da nova alternativa diz respeito à redução da poluição. “Calculamos que em três safras, com uma frota de 140 a 180 aviões a álcool, deixamos de lançar 12 toneladas de chumbo tetraetila, que é um dos elementos do AVGAS”, afirma o gerente comercial. “O mundo vem caminhando para a busca de combustíveis alternativos, hoje existe uma consciência mundial sobre isso, que fatalmente vai atingir a indústria, inclusive a aeronáutica. O sucesso do Ipanema é um dado que servirá para outros processos em algum momento”, pondera Borges.
       Já um sucesso comercial, o Ipanema a álcool começou a ser desenvolvido em 2002, estimulado pela confiabilidade que o etanol ganhava no País e pelas pesquisas da indústria automotiva para os carros flex. O esforço, que levou dois anos, foi de adaptação do motor Lycoming de seis cilindros, importado dos Estados Unidos. “O que mudamos foi a unidade de injeção – bombas, bicos, mangueiras, válvula reguladora de distribuição e filtro de combustível – e os instrumentos do avião, como seletor para o tanque”, relata Vicente Camargo, gerente de Engenharia. “A tecnologia brasileira de motor a álcool ajudou muito, especialmente no que diz respeito às soluções anticorrosivas. A diferença é que hoje os carros têm injeção eletrônica e o avião, mecânica”, completa.
       Com capacidade de 292 litros de combustível nos dois tanques, consumo de 100 litros por hora, o Ipanema pode atingir velocidade de até 222km/h, voando a poucos metros do chão, o que é necessário para a pulverização. A partida, como nos veículos, é a gasolina, mas operada manualmente. Previsto para levar apenas o piloto, tem 7,43 metros de comprimento, 2,22m de altura e pesa 1.800 quilos. Uma bomba eólica garante o funcionamento do ar-condicionado sem consumo adicional de combustível.
        Atualmente, informou Camargo, a engenharia da Embraer trabalha para adaptar o Ipanema ao combate ao incêndio. No hopper, que leva os defensivos agrícolas, iriam cerca de mil litros de água que poderiam ser lançados sobre o fogo. “Estamos tentando calibrar para que se tenha a maior lâmina d´água por metro quadrado para que seja eficaz”, informou.


Rita Casaro

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