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Cabo submarino de seis mil quilômetros que ligará diretamente Fortaleza a Luanda melhorará a performance da internet em até 80%. Atualmente, esse tráfego tem que passar pelos EUA e Europa.

      No fim de 2011, a Telebras e o consórcio angolano Angola Cable anunciaram um acordo que irá implementar até 2014 um cabo submarino de fibra óptica ligando Fortaleza a Luanda. Com seis mil quilômetros de extensão, o cabo tem como principal objetivo encurtar o tráfego de informações entre os dois países, o que, consequentemente, beneficiará também o resto da África, América do Sul e da Ásia. Isso porque hoje os dados transmitidos entre esses continentes têm que passar pelos Estados Unidos e Europa. "Angola, de uns anos pra cá, conquistou uma estabilidade política bem visível e está investindo em infraestrutura, tem bastante empresa brasileira lá. Há muito interesse entre os dois países", lembra Paulo Kapp, gerente de tecnologia e inovação da Telebras. A Angola Cable é formada pela da empresa pública Angola Telecom e quatro empresas privadas do setor de telecomunicações e o cabo será o primeiro entre o Brasil e a África Subsaariana. Kapp explica que a estrutura poderá melhorar a performance da internet entre África, Ásia e América do Sul em até 80%, dependendo da região. "Indiretamente, os EUA também vão se beneficiar, pois terão um caminho mais rápido para a África, que também terá um caminho mais rápido para EUA e América do Sul", acrescenta. Menos milissegundos - O gerente de tecnologia e inovação da Telebras dá como exemplo de melhoria no serviço a diminuição da latência (tempo entre o envio de um pacote de dados e o recebimento da resposta dada pelos servidores). Medida em milissegundos (ms), ela serve como referência do tempo que se leva entre a requisição de informações e a chegada delas. "Hoje, um pacote de dados que sai daqui e vai pra África demora 180 milissegundos pra chegar, numa rede boa. Com esse cabo, isso vai passar para 18 ou 19 milissegundos, talvez um pouco mais ou um pouco menos dependendo da região do Brasil", detalha. Kapp acrescenta que, com a melhoria do serviço e com a eliminação da necessidade de pagar pela passagem desse tráfego pelos Estados Unidos, se espera também uma redução de custo da saída da internet. As primeiras notícias a respeito do cabo surgiram há um ano, em janeiro de 2011, quando a parceira da Angola Cable no Brasil ainda seria a Oi, com apoio dos governos de ambos os países. À época, o investimento anunciado era de 200 milhões de dólares. No entanto, a Telebras prefere não confirmar números. "Não posso dizer que são 200 milhões porque estamos avaliando custos prévios que Angola tinha e que nós estávamos tendo. Como mudou a ideia inicial, estamos reavaliando tudo isso", justifica Kapp, acrescentando que o aporte financeiro do Brasil seria proporcional ao interesse de tráfico do País com a África e Ásia. "Como a gente não tem esse tráfico embasado ainda e o estudo envolve certa confidencialidade, não posso passar esses dados", explica. A Telebras anunciou para março a contratação da empresa responsável pela construção. Kapp lembra que, em vez de fazer uma sociedade, também há a possibilidade de se criar um consórcio em que se possa trocar infraestrutura com outra empresa brasileira, angolana ou estrangeira. "Estamos no estágio de estudar bem [o projeto] para ter um modelo de negócio bem executado e assim poder apresentar aos possíveis parceiros", conclui.



(Clarissa Vasconcellos - Jornal da Ciência)
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Lançamento do livro "Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Competitivo" está marcado para o dia 1º de março, em Brasília. Presidente da Capes preocupação sobre a formação de recursos humanos nas áreas de engenharia, ciências exatas, farmácia e ciências da computação. 

        Com o objetivo de contribuir com o avanço tecnológico e inovador do Brasil, por meio de recomendações e propostas factíveis, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), lançam, no dia 1° de março, o livro "Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Competitivo". A solenidade será realizada no auditório do Espaço Anísio Teixeira, no edifício-sede da Capes, às 17h30.

        Na apresentação do livro, o ex-presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, que assume o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), aborda a importância da obra ao ressaltar "a análise que [o livro] faz do capital humano, físico e regulatório voltado à inovação". Raupp também destaca as recomendações específicas e as propostas gerais apresentadas, como a de uma política de Estado para fomentar e fortalecer setores estratégicos da economia brasileira e a criação de uma empresa direcionada para a realização de atividades de P,D&I, que atendam as necessidades do setor industrial brasileiro.

        Helena Nader, atual presidente da SBPC, destaca também a importância do tema tratado no livro, o qual constitui interesse da SBPC, na área de inovação, tendo em vista os avanços quali-quantitativos alcançados pela ciência brasileira nos últimos anos, que dão subsídio a um acelerado desenvolvimento tecnológico do País.

        A preocupação sobre a formação de recursos humanos nas áreas de engenharia, ciências exatas, farmácia e ciências da computação, assim como com o desenvolvimento industrial do Brasil e de sua competitividade são apontados pelo presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, em sua carta de apresentação, como um "desafio que se torna cada dia maior devido às rápidas mudanças tecnológicas e à acelerada competição comercial num contexto mundial cada vez mais inovador."

        O documento é uma iniciativa da Capes e foi elaborado por um grupo de trabalho da SBPC coordenado por Roberto Mendonça Faria e composto por Jacobus Willibrordus Swart, Jailson Bittencourt de Andrade e João Batista Calixto. Também contribuíram com artigos em suas áreas de atuação Rubens Naves e Eduardo Pannunzio, Paulo C. Goulart e Andréa Francomano e Virgilio Almeida e José Carlos Maldonado. O livro é composto por três partes: Educação e infraestrutura de C&T, Setores Estratégicos e Proposições.

        Subsidiaram ainda a produção do documento sociedades e instituições científicas como a Academia Brasileira de Ciência (ABC), o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), a Sociedade Brasileira de Física (SBF), a Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMicro) e a Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBMicrobiologia).




(Ascom da Capes)
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O horizonte é chegar ao II Fórum Mundial de Mídia Livre, a ser realizado como parte da Cúpula dos Povos na Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro, em condições de se aprovar um acordo internacional

       Trocar elementos para que as muitas redes sociais em desenvolvimento nos ativismos globais, baseadas em software livre, se constituam parte de uma grande rede livre e diversa, feita de muitas faces e identidades coletivas, é um dos propósitos dos encontros do III Fórum de Mídia Livre, que será realizado em Porto Alegre, de 27 a 28 de Janeiro, na Casa de Cultura Mario Quintana.

       Participarão entusiastas de projetos e redes como Lorea e N-1, dos indignados da Espanha, ou Global Square e #OccupyWallstreet nascidas das ocupações nos Estados Unidos, e de experiências que avançam no Brasil como Nosfero, implementada em projetos como o do Movimento Software Livre e Fora do Eixo ou ganham adeptos no país, como Diáspora e a plataforma Phyrtual, em cuja construção está empenhada a rede jovem brasileira, Viração, e será apresentada por Evelyn Ararype.

       Além de experiências, estarão em debate conceitos como o de computação soberana, que alem de arquivos permite compartilhar área de armazenamento, memória e processamento com membros da rede. Um exemplo, apontado por Marco Konopacki, da rede Soylocoporti, do Paraná, está implementado no site Sneer . "É a comunicação P2P levada ao extremo", segundo Thiago Skárnio, da Alquimídia.org, de Santa Catarina.

       Deve ser forte também o debate das redes federadas, defendido por Vicente Aguiar, do Colivre, da Bahia, por permitir que muitas redes sociais se constituam em uma só, sem deixar de ser uma entre muitas, que pode ser um dos objetivos do processo.

       Ainda será possível debater o conceito que levou a uma " confederação de recursos em rede pela democracia", caso da plataforma Coredem, da qual participa Francois Soulard, da Argentina, participante do FML.

       E é uma conversa apenas inicial. O III FML deve resultar em um espaço comum para aprofundar o diálogo com demais redes preocupadas em contribuir para protocolos que realimentem a todas. Por este meio, poderão gerar espaços e conexões livres dos controles mercadológicos, característicos das grandes redes de hoje, que detém o poder de retirar páginas coletivas do ar, por motivação política ou de qualquer natureza.

       O horizonte é chegar ao II Fórum Mundial de Mídia Livre, a ser realizado como parte da Cúpula dos Povos na Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro, em condições de se aprovar um acordo internacional que estimule também acordos com movimentos e redes não necessariamente focados na comunicação e que buscam alternativas na internet.


Debate também ocorrerá no FST
       A programação autogestionada do Fórum Social Temático sobre Crise Capitalista e Justiça Ambiental e Temática também inclui atividades que poderão gerar subsídios para esse protocolo e para a própria comunicação inerente ao processo do Fórum Social Mundial. Uma delas será feita antes do III Fórum de Mundial de Mídia Livre, propondo a participação de interessados/as em debater "Princípios para uma rede social do/no FSM". O resultado dessa atividade será encaminhado tanto à Comissão de Comunicação do FSM quanto ao III FML, como elementos de contribuição.


(Rita Freire)
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Com o tema Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental, o FST deverá ser uma prévia da Cúpula dos Povos, encontro de movimentos sociais paralelo à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em junho. 

       A mobilização por “um outro mundo possível” será retomada a partir de terça-feira (24), em Porto Alegre, com o início do Fórum Social Temático (FST), ligado ao Fórum Social Mundial.

       Com o tema Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental, o FST deverá ser uma prévia da Cúpula dos Povos, encontro de movimentos sociais paralelo à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em junho.

       A capital gaúcha, berço do processo do Fórum Social Mundial, deve receber cerca de 30 mil pessoas até o próximo domingo (29), segundo estimativas da organização. Desde 2010, as atividades do FSM acontecem de forma descentralizada nos anos pares e centralizadas em anos ímpares. Além do FST em Porto Alegre, mais 25 eventos devem compor a agenda do fórum em 2012, de acordo com o coordenador do comitê organizador do FST, Mauri Cruz.

       “Serão atividades espalhadas pelo mundo, em todos os continentes. E a expectativa é que a edição centralizada de 2013 seja em um país da Europa, que sempre teve participação ativa no processo, mas nunca sediou um fórum”, adiantou.

       Organizado por movimentos sociais e organizações da sociedade civil, o FST deverá ser palco de discussões sobre a crise financeira e do atual modelo de desenvolvimento econômico em contraponto a alternativas de crescimento mais sustentável. O foco será a Rio+20, na tentativa de influenciar os resultados da conferência, com a apresentação de propostas alternativas às que serão levadas pelos governos.

       “Nossa preocupação é que a chamada economia verde [proposta central da Rio+20] seja apenas um novo rótulo para um mesmo modelo de desenvolvimento, com concentração de riqueza, centrado no consumo, que não distribui renda. Para nós, debater a Rio+20, é debater a crise capitalista”, avaliou Cruz.

       Apesar do caráter “não governamental e não partidário” dos eventos ligados ao FSM, definido em sua Carta de Princípios, a reunião também deve atrair políticos. Além do governo estadual, comandado por Tarso Genro, velho conhecido do Fórum, o governo federal terá participação significativa. A presidenta Dilma Rousseff deve ir a Porto Alegre na quinta-feira (26) para um diálogo com a sociedade civil e pelo menos sete ministros do governo estarão em eventos do FST ao longo da semana.

       Com cerca de mil atividades em Porto Alegre e em mais três cidades da região metropolitana, a extensa programação do FST inclui debates, oficinas, exposições e apresentações culturais, na maioria atividades autogestionadas, organizadas por movimentos sociais, centrais sindicais e organizações não governamentais. Eclético, o menu inclui desde debates sobre a crise do capitalismo a oficinas de biodança e teatro de bonecos.

       Entre os nomes confirmados para o megaevento, estão figuras conhecidas do FSM, como o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos e o jornalista e escritor espanhol Ignacio Ramonet. Também devem marcar presença ativistas que foram protagonistas de movimentos como a Primavera Árabe, as manifestações estudantis chilenas, o Occupy Wall Street e os indignados da Espanha.

       O FST começa oficialmente na tarde de terça-feira (24), com a tradicional marcha de abertura, que repetirá o trajeto feito pelas ruas de Porto Alegre em edições anteriores do fórum. A passeata passará pela Avenida Borges de Medeiros e seguirá, num trajeto de cerca de cinco quilômetros, até a Usina do Gasômetro, às margens do Rio Guaíba.


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Ele substituirá Aloizio Mercadante que assumirá o Ministério da Educação no lugar de Fernando Haddad, que deixa o governo para concorrer à prefeitura de São Paulo.

      Nomeação do ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foi confirmada ontem (18) pela Presidência da República. A posse está marcada para a próxima terça-feira (24).

      O atual presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp foi escolhido pela presidente da República, Dilma Rousseff, para substituir Aloizio Mercadante que assumirá o Ministério da Educação no lugar de Fernando Haddad, que deixa o governo para concorrer à prefeitura da cidade de São Paulo.

      Em nota divulgada à imprensa, a presidente Dilma agradeceu o serviço prestado por Haddad frente à pasta da Educação e ressaltou "o trabalho de Mercadante e Raupp nas atuais funções, com a convicção de que terão o mesmo desempenho em suas novas missões."

      Também por meio de nota, Raupp declara ter "absoluta consciência da exigência sem precedentes para que a ciência, a tecnologia e a inovação contribuam de forma essencial para o desenvolvimento social e econômico do Brasil." Ele destaca ainda que "com 40 anos de militância nas atividades cientificas e tecnológicas, como pesquisador e gestor de instituições da área, considero uma honra e um enorme desafio a nova missão que me é confiada."

      Mercadante sublinhou a "competência e o espírito público" de Raupp em outra nota sobre sua saída do MCTI. Mercadante ressaltou sua satisfação em assumir o Ministério da Educação, se dizendo "muito honrado com a escolha."

      De acordo com informações da Agência Brasil, Haddad, Mercadante e Raupp estarão na primeira reunião ministerial de 2012, confirmada para segunda-feira (23), com os todos os ministros do governo. No mesmo dia, Haddad ainda comanda a cerimônia que marcará a chegada ao numero distribuição de 1 milhão de bolsas do ProUni.

      Perfil - Marco Antonio Raupp é graduado em física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é PhD em matemática pela Universidade de Chicago e livre-docente pela Universidade de São Paulo (USP).

      Foi pesquisador titular do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Como docente, atuou no Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME/USP) e na Universidade de Brasília (UnB).

      Já dirigiu várias instituições da área de C,T&I, a exemplo do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Inpe e do Instituto Politécnico da Universidade do Rio de Janeiro (IPRJ/Uerj). Nos últimos anos, trabalhou como diretor-geral do Parque Tecnológico de São José dos Campos, SP, e desde março de 2011 estava à frente da Agência Espacial Brasileira (AEB).

      Raupp é membro titular da Academia Internacional de Astronáutica (IAA). Além da SBPC, foi presidente da Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC). Entre os títulos que recebeu destacam-se o de Comendador pela Ordem do Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores, e de Grão-Cruz pela Ordem Nacional do Mérito Cientifico, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.



legenda da foto: Marco Antonio Raupp
(Jornal da Ciência, com informações da SBPC e agências)
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A pesquisa afirma que os países mais desiguais do G20 são economias emergentes. Além de Brasil e África do Sul, México, Rússia, Argentina, China e Turquia têm os piores resultados. 

       O Brasil é o segundo país com maior desigualdade do G20, de acordo com um estudo realizado nos países que compõem o grupo. De acordo com a pesquisa Deixados para trás pelo G20?, realizada pela Oxfam - entidade de combate à pobreza e a injustiça social presente em 92 países -, apenas a África do Sul fica atrás do Brasil em termos de desigualdade.

       Como base de comparação, a pesquisa também examina a participação na renda nacional dos 10% mais pobres da população de outro subgrupo de 12 países, de acordo com dados do Banco Mundial. Neste quesito, o Brasil apresenta o pior desempenho de todos, com a África do Sul logo acima.

       A pesquisa afirma que os países mais desiguais do G20 são economias emergentes. Além de Brasil e África do Sul, México, Rússia, Argentina, China e Turquia têm os piores resultados. Já as nações com maior igualdade, segundo a Oxfam, são economias desenvolvidas com uma renda maior, como França (país com melhor resultado geral), Alemanha, Canadá, Itália e Austrália.

       Avanços - Mesmo estando nas últimas colocações, o Brasil é mencionado pela pesquisa como um dos países onde o combate à pobreza foi mais eficaz nos últimos anos. O estudo cita dados que apontam a saída de 12 milhões de brasileiros da pobreza absoluta entre 1999 e 2009, além da queda da desigualdade medida pelo coeficiente de Gini, baixando de 0,52 para 0,47 no mesmo período (o coeficiente vai de zero, que significa o mínimo de desigualdade, a um, que é o máximo).

       A pesquisa prevê que, se o Brasil crescer de acordo com as previsões do FMI (3,6% em 2012 e acima de 4% nos anos subsequentes) e mantiver a tendência de redução da desigualdade e de crescimento populacional, o número de pessoas pobres cairá em quase dois terços até 2020, com 5 milhões de pessoas a menos na linha da pobreza.

       No entanto, a Oxfam diz que, se houver um aumento da desigualdade nos próximos anos, nem mesmo um forte crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) poderá retirar um número significativo de brasileiros da pobreza. 'Mesmo que o Brasil tenha avanços no combate da pobreza, ele é ainda um dos países mais desiguais do mundo, com uma agenda bem forte pendente nesta área', disse à BBC Brasil o chefe do escritório da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst.

       Para ele, é importante que o governo dê continuidade às políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e que o Estado intervenha para melhorar o sistema de distribuição. 'Os mercados podem criar empregos, mas não vão fazer uma redistribuição (de renda)', afirma.

       Outras questões - Ticehurst diz que, para reduzir a desigualdade, o Brasil também precisa atacar as questões da sustentabilidade e da resistência a choques externos. 'As pessoas mais pobres são as mais impactadas pela volatilidade do preço dos alimentos, do preço da energia, dos impactos da mudança climática. O modelo de desenvolvimento do Brasil precisa levar isso mais em conta.'

       Para o representante da Oxfam, a reforma agrária e o estímulo à agricultura familiar também é importante para reduzir a desigualdade. 'Da parcela mais pobre da população brasileira, cerca de 47% vive no campo. Além disso, 75% dos alimentos que os brasileiros consomem são produzidos por pequenos produtores, que moram na pobreza', afirma TiceHurst. 'É preciso fechar esse circuito para que os produtores que alimentam o país tenham condições menos vulneráveis e precárias.'

       Segundo o estudo da Oxfam, a maioria dos países do G20 apresenta uma tendência 'preocupante' no sentido do aumento na desigualdade. A entidade afirma que algumas dessas nações foram 'constrangidas' pelas reduções significativas da desigualdade registradas nos países de baixa renda nos últimos 15 anos.

       'A experiência do Brasil, da Coreia do Sul e de vários países de renda baixa e média-baixa mostra que reduzir a desigualdade está ao alcance dos dirigentes do G20', afirma o texto. 'Não existe escassez de potenciais alavancas para políticas (de redução da desigualdade). Em vez disso, talvez exista uma escassez de vontade política', diz o estudo.



(O Globo) 
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       Ano de eleições municipais, 2012 já dá lugar ao debate em torno das definições de candidatos pelos partidos para a disputa das prefeituras em todo o País. É fundamental que, juntamente com a articulação política, as siglas e os que concorrerão ao pleito de outubro tenham em mente a tarefa de aproveitar a oportunidade para buscar soluções aos problemas das localidades brasileiras. Muito já se falou sobre a relevância da cidade como organização geográfica onde a população de fato mora e enfrenta as dificuldades do dia a dia. É preciso, pois, que os gestores e aqueles que fazem as leis nesse âmbito assumam a responsabilidade de trabalhar para melhorar as condições de vida de todos.

       Assim, é essencial que os futuros prefeitos e vereadores compreendam os desafios que têm pela frente, encarando-os do ponto de vista do povo em favor de quem devem atuar, deixando de lado questões menores. O compromisso daquele que busca o voto do cidadão deve ser pleno e irrestrito.

       Partindo-se dessas premissas, é preciso buscar, de forma planejada, as soluções técnicas mais adequadas a cada um dos setores que hoje são cruciais: saúde, educação, saneamento, transporte, habitação, segurança, lazer e cultura. Independentemente das dimensões do município, há que se buscar a sustentabilidade. Mais que um termo em voga, o conceito representa a preservação de recursos naturais, como a água por exemplo, e o combate sistemático à poluição e à degradação. No curto e médio prazos, tal atitude torna o viver mais agradável; no longo, é a sobrevivência da espécie e do planeta.

       É ainda indispensável a participação da sociedade. Ao administrador cabe assegurar a construção coletiva dos projetos que serão executados para que esses sejam apropriados por todos. O exercício democrático pode ser tarefa exaustiva, mas não pode em hipótese alguma ser deixado de lado. E esse deve começar já antes das eleições, na definição dos programas de gestão de cada um dos candidatos. Quanto mais esses forem debatidos com a sociedade de forma séria e consequente, melhores se tornarão.

       Dando sua contribuição, o SEESP, a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e a CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados) realizarão encontros com os inúmeros candidatos em várias partes do País para discutir as propostas de cada um deles e apresentar as sugestões dos engenheiros e demais profissionais liberais às cidades.

       O momento eleitoral não é o único no exercício da cidadania, tampouco no esforço de se edificar um país melhor, mas é certamente uma ocasião privilegiada para se avançar nessas duas frentes.




Celso Rodrigues


        O projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado há seis anos com o objetivo de levar à classe política e à opinião pública em geral as ideias da categoria e apresentar sugestões sérias e bem elaboradas, visando o crescimento desta nação, obteve êxito total. Tal se comprova comparando-se as propostas contidas no documento com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e verificando-se muitas convergências.

        Não podemos parar esse movimento vitorioso. Porém, está na hora de olhar para eixos mais específicos. Quais as áreas mais favoráveis para investir e atingir nossos objetivos? Temos que encontrar nosso próprio caminho, valorizando e tirando proveito das peculiaridades que distinguem nossa terra e nosso povo.

        O município de São Paulo e sua Região Metropolitana possuem um potencial turístico muito maior que diversos países. A cidade é um dos maiores centros gastronômicos e comerciais do planeta e dispõe de diversos locais que podem ser aproveitados para lazer, como o Jardim Botânico, o Parque do Ibirapuera, o Parque da Luz etc. O Interior do Estado tem potencial para produção, comercialização e turismo “caipira”, com hotéis-fazenda, turismo ecológico e rural, rodeios, musica sertaneja, festas tradicionais. Esse panorama também está presente nos demais estados da Federação. Cada um pode promover o que possui de cultura, lazer e produtos regionais. Onde neste mundo se encontram doces como os da feira de Poços de Caldas (em Minas Gerais)?

        Vamos investir em pesquisas na engenharia de alimentos. Produtos regionais podem ser patenteados e conquistar o mundo com as marcas do Brasil. Nos supermercados existem produtos alimentícios de preparo rápido e que dispensam refrigeração, como arroz, feijão, milho. Outros são valiosos, como a castanha-do- -pará. Vendendo-se três quilos da iguaria compra-se um tablet, com a vantagem de que a castanha será consumida em uma semana. Além disso, a tendência é que a os preços desses itens fiquem cada vez mais próximos. Nessa linha, ainda temos a cachaça (já viu o valor atual da branquinha?), amendoim salgado, castanha de caju, buchada de bode, sarapatel, canjiquinha mineira, pequi, torresminho, feijoada.

        A ideia mais importante é que temos que trabalhar para elevar a participação da agricultura familiar, dos pequenos produtores, dos artesãos, dos artistas regionais e da população brasileira como um todo, principalmente promovendo o desenvolvimento do interior e das cidades menores.

        E não se trata de apenas aumentar o número mágico e conhecido por PIB (Produto Interno Bruto). O desenvolvimento desta nação tem que priorizar a melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos brasileiros, em todos os níveis sociais.


Celso Rodrigues é diretor da Delegacia Sindical do SEESP em Campinas




Soraya Misleh


        Além de vontade política, formar profissionais com bom conhecimento em hidrologia é fundamental para garantir ações efetivas em caso de chuvas fortes como as que costumam ocorrer em cada início de ano. Foi o que indicou evento que abordou o tema, realizado na sede do SEESP, na Capital paulista, em 14 de dezembro último. Promovida por esse sindicato, com apoio do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), a iniciativa integrou os “Encontros de Tecnologia de Educação em Engenharia 2011”.

      Teve a moderação de João Sérgio Cordeiro, consultor pedagógico do SEESP, e coordenação de Roberto Leal Lobo, diretor-geral do Isitec. Ainda entre os participantes, Murilo Pinheiro, presidente do sindicato paulista e da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), e Fernando Palmezan, diretor da instituição de ensino.

      A questão da formação foi o tema central de Masato Kobiyama, professor-doutor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Segundo ele, desastres como inundações e escorregamentos tiveram um incremento após a década de 50, dada a evolução das cidades e da interferência humana. Os principais problemas são de ordem hidrológica. Ainda de acordo com sua informação, muito embora o volume anual de chuvas venha diminuindo, as inundações têm se elevado, o que “parece estar associado ao aumento da área urbanizada”. Também têm crescido os escorregamentos, dada a invasão de encostas. Diante desse quadro, na sua análise, mais importante do que simplesmente culpar as mudanças climáticas é se efetuar o planejamento territorial e o gerenciamento das bacias hidrográficas para se minimizar essas ocorrências. Ao que “faltam especialistas, que necessitam ter ampla experiência em campo”. Geólogos e engenheiros aí se incluem, esses últimos para dar conta de medidas estruturais e não estruturais, afirmou Kobiyama. “Podem construir barragens e diques para conter o fluxo de escombros e prevenir o escorregamento rotacional, mas o mais importante é ter conhecimento sobre o mecanismo do fenômeno. A ciência tem que ser aplicada ao aproveitamento da água da chuva. Além disso, podem atuar na educação ambiental.”

      Realizar o levantamento topográfico é igualmente importante. “Tem que ser feito logo após a ocorrência”, explicou. Esse trabalho serviria para conhecer os locais de transporte e deposição dos detritos decorrentes do deslizamento, “onde ocorre a maioria das mortes”. Como deixou claro o professor da UFSC, não basta identificar os pontos suscetíveis de escorregamentos, mas também qual o fluxo dos escombros. Ele citou como exemplo o caso de uma vítima soterrada que não residia em local onde houve a ocorrência, mas bem abaixo. Nesse sentido, considerou como desafio à profissão verificar até onde podem chegar os detritos. Ter entre as disciplinas em sua formação a hidrologia é crucial para a redução desses danos. “É uma das ciências mais importantes, e o engenheiro tem que entender disso e saber aplicá-la.”

      A capacitação também esteve presente na fala do especialista Pedro Caballero Campos, coordenador regional adjunto da Defesa Civil em São Paulo. Durante o evento no SEESP, ele exibiu um vídeo sobre um noticiário de 1993 para apontar que o cenário no geral vem se agravando, seja pela omissão ou ação inadequada dos poderes públicos, seja por falta de educação para a prevenção. Na sua concepção, essa precisa ser repensada, para que haja mudanças necessárias a conter desastres ambientais. A boa formação em engenharia – cujo papel é essencial antes, durante e depois das ocorrências – inclui-se nesse contexto. Para comprovar essa afirmação, Caballero citou casos de localidades, como Rio de Janeiro, Pernambuco e Alagoas, em que houve há cerca de um ano inundações e escorregamentos dada a falta de estudos adequados ou projetos. Problemas ainda não sanados tempos depois.


Investimento necessário
      Ele também comparou o custo da prevenção das ocorrências com aquele necessário para sanear os problemas gerados por elas. Estimativa da ONU (Organização das Nações Unidas) aponta a relação de

      US$ 1 para US$ 3. No entanto, nos Estados Unidos, após a devastação causada pelo furacão Katrina, essa proporção atingiu US$ 1 para US$ 7. No Brasil, ainda mais grave, salta de US$ 1 para até US$ 25. “As perdas anuais no País alcançam US$ 2 bilhões.” Assim, concluiu: “É preciso fazer investimentos. A universidade tem que ajudar a dar respostas, com pesquisa e capacitação.”

      Discorrendo sobre o papel da Defesa Civil na gestão de desastres, seu coordenador no Estado de São Paulo e secretário-chefe da Casa Militar desse governo, coronel da Polícia Militar Ademir Gervásio Moreira, salientou que o foco das ações dessa instituição tem sido a prevenção. Para tanto, acredita ele, a educação ambiental e a conscientização são fundamentais.




Soraya Misleh


       No início de 2012, diferentemente de estados vizinhos como Minas Gerais e Rio de Janeiro, São Paulo ficou de fora dos noticiários que relatam grandes tragédias decorrentes das chuvas. Exceção a alguns alagamentos e consequentes transtornos, sobretudo no Interior.

       A razão infelizmente não é o melhor preparo dos municípios paulistas para essas situações, mas a ajuda de São Pedro. “Não choveu como no ano passado”, atesta o especialista Pedro Caballero Campos, coordenador regional adjunto da Defesa Civil em São Paulo. Na sua concepção, não se vê por parte dos governantes a capacidade de se reestruturar após uma ocorrência, o que é chamado de resiliência. “O que há são campanhas pontuais. Por exemplo, esta semana (de 9 a 13 de janeiro), na Capital, estão limpando os piscinões. Isso tinha que ter sido feito em julho, agosto, setembro. Não há planejamento, não há essa preocupação.” Ele salienta que a academia tem estudos parciais, as soluções já são conhecidas, a engenharia paulista e brasileira tem toda a condição de fazer sistema preventivo e de contenção, mas nada acontece “se não houver vontade política”.

       Para Agostinho Tadashi Ogura, pesquisador do Laboratório de Riscos Ambientais do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), na gestão de risco e construção de cidades menos vulneráveis, é preciso levar em conta uma série de fatores. Entre eles, estudos do terreno e dos cenários de risco. A partir daí, “as medidas são estruturais e não estruturais.” As primeiras, como ensina, envolvem planejamento de obras. “Tem ainda algumas de caráter pontual, que abrangem limpeza, desobstrução, manutenção do sistema de drenagem e têm que ser tocadas de maneira contínua.” No rol das medidas não estruturais, Ogura cita os planos e operações verão da Defesa Civil. E dos problemas a serem enfrentados, a “ausência de capacidade de fiscalização do uso e ocupação do solo”. Na sua ótica, todavia, pode se melhorar o cenário, mas jamais vai se chegar a risco zero. Até porque ocorrem mudanças nas cidades, com sua expansão por exemplo, a todo instante.

       Caballero destaca que, de modo geral, se se aplicasse anualmente em torno de 5% do orçamento municipal, seria possível prevenir desastres recorrentes, como inundações e deslizamentos. A falta de investimento adequado e de resiliência pelo poder público tem ocasionado, ainda conforme ele, desperdício de dinheiro. “Chega-se a gastar 17 vezes mais com reconstrução em relação à prevenção.” Problema observado pelo especialista é que não há legislação que defina quanto se deve gastar com isso. Tampouco as normas existentes estão adaptadas às mudanças climáticas.


Posição municipal
       Por intermédio de sua assessoria de imprensa, a administração da Capital informa que do orçamento local para 2012, de R$ 38,7 bilhões, está reservado o montante de R$ 679 milhões para o combate a enchentes. Entre as ações, ampliação de áreas verdes. Como resultado de investimentos já feitos, o anúncio de obras entregues no Jardim Pantanal e nas bacias dos córregos Aricanduva e Pirajuçara. Todavia, com exceção desse último, notícias dão conta de que os demais empreendimentos estariam inacabados. Como resultado, o Aricanduva voltou a transbordar em dezembro último, e o Jardim Pantanal voltou a conviver com enchentes em 2011.

       No Interior, alagamentos aconteceram em bairros de diversos municípios, entre os quais de grandes cidades como Ribeirão Preto e Campinas. A Prefeitura da primeira localidade foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição, assim como o Governo do Estado. Já a de Campinas, através de sua assessoria de imprensa, informou que, além de medidas pontuais como limpeza de bocas de lobo, estão em andamento duas obras de macrodrenagem na cidade e há um terceiro projeto do gênero aprovado pelo governo federal. Os recursos virão dos PACs 1 e 2 (Programas de Aceleração do Crescimento). Somado, o investimento é de R$ 138 milhões.




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