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Cresce Brasil – Copa 2014, uma grande obra de engenharia

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Apontar o legado do mundial de futebol que será entregue ao País e enfrentar os desafios a sua realização. Esses foram alguns dos destaques do seminário “Copa 2014 – Perspectivas para realização do mundial de futebol no Brasil”, ocorrido em 11 de abril, na sede do SEESP, na Capital. Integrante do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) em 2006, a iniciativa realizada por essa entidade reuniu especialistas e autoridades. Entre os presentes, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que enfatizou: “O ‘Cresce Brasil’ é uma experiência vitoriosa, de apoio ao desenvolvimento do País e da engenharia nacional.” Segundo ele, todo o conjunto do megaevento é, antes de tudo, uma grande obra de engenharia, em todas as suas especificidades. Rebelo elencou alguns dos resultados disso: geração de cerca de 3,6 milhões de empregos, segundo consultorias independentes; viadutos, metrôs, Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), construção de estádios, reformas em aeroportos. “Temos, portanto, um grande legado”, concluiu.

Rebatendo a torcida contra, enfatizou que o País “não vai se atrapalhar com a Copa do Mundo”, lembrando que o “Brasil já fez coisas mais importantes” e comportou um grande público. “No último Carnaval, as cidades do Recife, de Salvador e do Rio de Janeiro receberam mais de 6 milhões de turistas. Ou seja, quase o dobro do que vamos receber durante toda a Copa”, comparou. O presidente da FNE, Murilo Celso de Campos Pinheiro, concordou: “Não acho que teremos tudo terminado até o mundial. Mas estaremos prontos para receber as delegações e os turistas e fazer a melhor Copa.”

Rebelo também enfatizou a importância de realizar a competição em 12 cidades-sede, com o objetivo de integrar todas as regiões do País. “Interligamos a Amazônia aos centros de pesquisa de todo o mundo, utilizando a engenharia logística, por exemplo”, comentou. A vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão, lembrou que a escolha por tantas cidades-sede foi “um desafio imenso”.

Para ela, que coordena a organização da Copa na Capital, todos os esforços diante de um evento com essa magnitude devem ser creditados aos trabalhadores brasileiros. “Aqui em São Paulo, temos enfrentado as dificuldades, os problemas, com os nossos técnicos, os nossos recursos humanos, os nossos engenheiros, os nossos arquitetos”, disse.


Estádios

O consultor do “Cresce Brasil” Artur Araújo lembrou que o desafio maior do País para realizar a Copa era a construção de estádios que atendessem ao padrão exigido pela Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa). Segundo ele, deficiência devidamente equacionada. Ele atribuiu o “excelente desempenho” na execução das obras em especial à aprovação do regime regulatório para a contratação No entanto, Araújo avalia que é preciso refletir sobre o porquê de as demais ações previstas ainda não terem sido concluídas. Algumas sequer começaram, como as obras de mobilidade urbana: “Essa situação é inusitada no Brasil. As obras deixaram de ser realizadas não por falta de verba nos estados e municípios. É preciso entender se os governos locais não têm demandado ou o têm feito muito lentamente.”

Outro palestrante, o engenheiro e contabilista Richard Dubois, consultor do Ministério do Esporte, ressaltou a integração de estados, municípios e governo federal na execução de planos operacionais, para garantir o evento, como legado: “O setor público está aprendendo a ter uma celeridade inédita.”


Aeroportos em pauta

O secretário-executivo da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Guilherme Ramalho, garantiu que os aeroportos brasileiros estarão em condições físicas para atender a demanda da Copa 2014, que começa em 12 de junho, apesar da continuidade das obras que se prolongarão ainda por vários anos. A declaração foi dada também no dia 11 de abril, em palestra promovida pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), na sede do SEESP, na Capital, para debater a questão da infraestrutura aeroportuária.

Segundo o Ministério do Turismo, o País receberá 600 mil turistas estrangeiros e 1,1 milhão de brasileiros devem circular pelos aeroportos nacionais. No total, o mundial será responsável por 5,9 milhões de viagens, estima o órgão.

O secretário-executivo lembrou que nos últimos dez anos a demanda aeroportuária se expandiu consideravelmente, sendo o avião hoje o principal modal de integração do País: “De 2003 a 2013, tivemos um crescimento fantástico, passando de 33 milhões de passageiros para mais de 110 milhões. Um crescimento médio de 11% ao ano.”

Segundo estudo realizado pela International Air Transport Association (Iata), até 2016, o Brasil passará a ser o terceiro maior mercado de transporte de passageiros domésticos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Levantamento do Movimento Operacional da Rede Infraero de 2012 mostra que o incremento entre 2010 e 2012 foi de 25,2%.


Por Deborah Moreira

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