A Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), em sua 6ª Jornada Brasil Inteligente, realizada em 22 de agosto, na Capital paulista, apresentou documento das categorias que representa – entre elas a dos engenheiros – para a construção de uma nação justa, democrática e desenvolvida. Em 50 pontos essenciais, elaborados a partir de amplos debates que percorreram as cinco regiões do País, a entidade, que representa mais de 2 milhões de profissionais, aponta um norte a se seguir nos próximos anos, a partir dessas eleições.
“Trazemos propostas em direção ao bem-estar da população e a iniciativas que garantam o bom desenvolvimento econômico”, registrou Murilo Pinheiro, presidente da CNTU. À abertura do evento, ele comemorou o lançamento na ocasião da terceira edição da revista Brasil Inteligente como mais um passo à integração dos profissionais liberais. Allen Habert, diretor de Articulação Nacional da confederação, destacou que essa está qualificada para dialogar com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
São seis diretrizes que, para a CNTU, constituem-se nas grandes áreas em que o Brasil tem não só importantes desafios a vencer, mas também excelentes condições de evoluir: Estado, democracia e participação social; universalização dos serviços públicos; defesa do trabalho e dos trabalhadores; infraestrutura econômica, social e urbana; desenvolvimento, mercado interno, reindustrialização e sustentabilidade; e bem-estar social, qualidade de vida e ética.
O evento tratou das eleições de 2014, recebendo Antônio Augusto Queiroz (Toninho), diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap); João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical da confederação; e Fernando Nogueira da Costa, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE-Unicamp). Toninho alertou para a desqualificação da política por ignorância ou má-fé. Situação, apontou, perigosa, que entrega às pessoas que não têm interesse de agir de forma republicana ou de resolver os problemas sociais as discussões e decisões mais importantes da sociedade.
Nesse pleito, o diretor do Diap considera que, mais importante do que os programas de governo, é ver quem está no entorno dos candidatos à Presidência da República. “É determinante saber se as equipes econômicas se alinham ao setor financeiro ou ao produtivo.” Para Vargas, a conjuntura brasileira vive uma singularidade onde as regras preexistentes são temporariamente suspensas por um fato novo, carregado de dramaticidade. É o que ocorre, avaliou, com a morte do candidato pelo PSB, Eduardo Campos, em acidente aéreo na cidade de Santos (litoral paulista), no dia 13 de agosto. “Aconteceu algo que introduziu o elemento da emoção. As pesquisas eleitorais comprovam isso.”
Já Costa afirmou que o que está em jogo nas eleições de 2014 é a continuidade ou o retrocesso, apresentando vários quadros com a evolução comparativa entre governos, de diferentes épocas, sobre expansão do mercado interno, índice de pobreza, mobilidade social, construção de unidades habitacionais sociais etc.. Para ele, os três grandes objetivos de um governo são: mudanças estruturais, aquelas voltadas à questão econômica, regulando o funcionamento do mercado, criando empresas públicas, alterando a distribuição de renda, controlando o fluxo de capital estrangeiro; estabilização conjuntural, que visa a superação de problemas macroeconômicos, como inflação e desemprego; e crescimento sustentado.
Ministro do Trabalho discute no SEESP valorização do MTE
Na manhã do dia 22 de agosto, realizou-se na sede do sindicato, na Capital, encontro entre dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) e o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, além dos ex-titulares da pasta Almir Pazzianotto (1985-1988), Walter Barelli (1992-1994) e Antonio Rogério Magri (1990-1992). O tema foi a valorização do Ministério, objeto de documento elaborado pela entidade a partir de seminário realizado em 14 de abril último, no qual foram apontados itens considerados frágeis na atual estrutura do MTE. Entre eles, o déficit de auditores-fiscais do trabalho, o desprestígio da Fundação Jorge Duprat e Figueiredo (Fundacentro), a perda da definição do orçamento do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e a participação reduzida na formulação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
O presidente da CNTU, Murilo Pinheiro, à abertura, enfatizou a importância de se resgatar o papel histórico desse organismo governamental diante das grandes decisões econômicas do País. Manoel Dias apresentou vários itens considerados positivos da sua pasta, nos últimos 12 anos, como a criação de 21 milhões de empregos com registro em carteira, a valorização do salário mínimo em 72% acima da inflação e a aplicação de aumento real em vários acordos coletivos de trabalho. O desafio atual, afirmou, não é mais gerar tantos empregos, mas melhorar a qualidade desses, e dominar as novas tecnologias. Leia mais.
Por Rosângela Ribeiro Gil