Cid Barbosa Lima Junior
Após sete anos de muita luta, irmanando militares nacionalistas, comunistas e grande participação popular, Getúlio Vargas, presidente eleito, cria aquela que viria a ser a maior empresa do Brasil e uma das maiores do mundo: a Petrobras. A Lei 2.004, de 3 de outubro de 1953, a instituiu, como companhia monopolista, executora de pesquisa, exploração e refino de petróleo nacional e estrangeiro.
Essa lei se confrontou com o famoso Relatório Link, batizado com o nome de um geólogo americano que assegurava que no Brasil não havia petróleo suficiente para sua comercialização. Um erro técnico ou um expediente para resguardar uma reserva estratégica para os Estados Unidos? Fato é que o relatório atendia aos interesses dos trustes internacionais do petróleo.
Após a sanção presidencial da lei, Getúlio Vargas passou a receber muitas pressões políticas externas e internas. A oposição pressionava para apeá-lo da Presidência. A luta pela criação da empresa passou a ser a luta pela garantia do monopólio. Ela continuou, mas teve sua primeira derrota em 1975, durante a ditadura civil-militar, quando criaram-se os famosos contratos de riscos, que acabaram por abrir a porta para as empresas internacionais de petróleo. O grupo de militares pró-americanos vencia uma luta contra setores nacionalistas das Forças Armadas. Mas o pior veio em 1995, no final do primeiro ano de governo de Fernando Henrique Cardoso, com a Emenda Constitucional nº 9. Por seu intermédio, foi flexibilizado o monopólio estatal de petróleo.
É importante observar que a luta em defesa da Petrobras vem desde a sua criação. O truste internacional de petróleo vem atacando sistematicamente nossa empresa, que é não só a maior, mas aquela que mais garante a sustentabilidade da economia do País e proporciona melhores condições estratégicas e geopolíticas ao Brasil. O petróleo continua a ser uma fonte energética muito importante.
Quando se falava que o petróleo acabaria logo no mundo, um Sheik árabe disse: “Não sei quando acabará a humanidade, mas sei que o petróleo acabará depois.”
Cid Barbosa Lima Junior é engenheiro