Cerca de 500 metalúrgicos do ABC paralisaram a Rodovia dos Imigrantes na manhã de terça-feira (27/10) em protesto à resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que acaba com a obrigatoriedade do uso do extintor de incêndio nos automóveis de passeio. A manifestação começou em frente à fábrica de extintores Resil, em Diadema, empresa que anunciou a demissão de 350 trabalhadores.
Foto: Adonis Guerra/SMABC
Metalúrgicos querem a revogação de medida que vem gerando demissões no ABC paulista
Os metalúrgicos da região defendem a revogação da resolução e a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo apresentado pelo deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), que susta os efeitos da medida.
As manifestações, segundo o dirigente, estão sendo necessárias para chamar a atenção para a medida, que está gerando desemprego no ABC e em todo o País. “Fizemos vários contatos com o Governo, duas reuniões com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e articulações no Legislativo. Até agora não houve sensibilidade do governo para achar uma alternativa. Vamos continuar indo às ruas”, reforça.
Na opinião do presidente do sindicato, Rafael Marques, essa discussão pode ser feita, mas de forma conjunta com a sociedade e, principalmente, dando o tempo necessário para que o setor se reorganize, e não da forma “atropelada” como se deu. “Tem faltado procedimento ao Contran. Em nenhum momento houve qualquer sinalização de que a obrigatoriedade seria extinta, ao contrário. Eles vinham aumentando as exigências em relação aos extintores, o governo fazia pressão para que o setor aumentasse a oferta do produto e, de repente, deram esse ‘cavalo de pau’”, ressalta Marques.
O dirigente refere-se ao anúncio feito pelo órgão, no início de janeiro, obrigando os proprietários de veículos a trocar os extintores para o modelo ABC, de potência maior, o que gerou uma corrida às lojas e aumento de demanda nas fábricas. “Não podemos mais conviver com essa insegurança jurídica no País. É preciso segurança para que se possa investir, planejar. Se isso não acontece, quem sofre as consequências é o trabalhador”, reforça.
Edição Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Com informações da assessoria de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC