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19/09/2025

Atrair a juventude para a engenharia

Rita Casaro – Comunicação SEESP

 

RodrigoDib 1Rodrigo Dib e o desafio de demonstrar o valor da engenharia aos jovens. Fotos: Rita CasaroComo conquistar o interesse dos estudantes do ensino médio pela profissão, que vem sendo deixada de lado pelos jovens, foi o tema debatido no início da tarde desta quinta-feira (18/9) no seminário “Ensino de engenharia: quantidade, qualidade e empregabilidade”, realizado pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) no auditório do SEESP.

 

Em palestra sobre o tema, Rodrigo Dib, superintendente Institucional e de Inovação do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee), apresentou dados da pesquisa que buscou traçar um panorama do mercado da engenharia e como ele é percebido pela juventude.  

 

Na última década, destacou ele, as matrículas em engenharia estão em queda, indo de 1,2 milhão, em 2014, para 894 mil, em 2023, conforme o Censo da Educação Superior. Além disso, há fechamento de cursos em algumas instituições, a exemplo da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). O quadro também se reflete no levantamento feito pelo Ciee e pelo Instituto Locomotiva junto a 1.150 estudantes do ensino médio em julho último. Entre esses, apenas 12% afirmaram desejar cursar engenharia, enquanto 49% disseram preferir a área de humanas.

 

Entre as razões apresentadas, está o terror causado pelos cálculos. “A cada dez estudantes que saem no ensino médio, só dois têm o nível básico de matemática”, informou. Segundo Dip, a disciplina afasta 70% dos alunos da engenharia. Além disso, há a percepção de que o curso é difícil, caro e que a profissão está distante do dia a dia dos alunos.

 

Diante desse quadro, que já gera déficit de 75 mil profissionais no País segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirmou Dib, o esforço tem sido o de apresentar uma imagem da engenharia que se conecte à vida dos jovens.  “É um desafio do Brasil; se não houver engenheiros não haverá desenvolvimento”, ressaltou.

 

Atingir essa meta, ponderou ele, envolve tarefas que vão do ensino básico, em que o tipo de ensino e aprendizagem gera resistência às ciências exatas, até a graduação, que precisa privilegiar atividades práticas que mostrem a relevância da engenharia.

 

Outro ponto é demonstrar aos jovens a possibilidade de pensar a formação em engenharia como porta para a construção de uma carreira com possibilidade de atuação em atividades diversas.

 

Confira a apresentação de Rodrigo Dib 

Assista à palestra

 

Valorização e diversidade

Uma boa notícia nesse cenário, informou Dib, é que os estágios na área pagam bolsas 33% acima da média nacional – no Estado de São Paulo, a disparidade salta para 52%. Os salários no setor, que vão, conforme apurado, de R$ 4.273,00 a R$15.982,00, também são superiores à média do País, hoje em R$ 3.225,00.

 

No entanto, esse padrão de remuneração para o profissional formado, apontou durante o debate o presidente da FNE e do SEESP, Murilo Pinheiro, está longe do ideal e pode explicar parte do desinteresse pela profissão. “Os engenheiros têm direito por lei a um piso equivalente a nove salários mínimos, o que hoje se aproxima dos R$ 15.000,00. Esse deve ser o ganho inicial, e essa regra deve ser um incentivo aos jovens”, afirmou.

 

O dirigente propôs que o Ciee se some ao esforço para o cumprimento do salário mínimo profissional, “difícil batalha travada pelos nossos sindicatos”.  “Quando o estudante se forma, o empresário quer pagar menos, mas precisa pagar o piso”, reforçou. 

 

Acompanhando o evento, Samara Novaes questionou Dib sobre exemplos práticos de ações para inclusão de mulheres na profissão. “Tenho visto poucos”, reconheceu o representante do Ciee, que havia colocado entre os entraves à opção pela engenharia o fato de a área ser vista como muito masculizada. A jovem, graduada em Engenharia Civil em 2022, relatou ter conseguido se adaptar ao trabalho no canteiro de obras graças ao apoio recebido do mestre e do engenheiro sênior que a acolheram num ambiente incialmente hostil, "de brutalidade". 

 

Murilo SamaraO presidente do SEESP e da FNE, Murilo Pinheiro, ressalta a luta pelo salário mínimo profissional da categoria; a jovem Samara Novaes cobra ações de inclusão das mulheres na profissão.

 

 

 

 

 

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