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02/04/2014

Projeto da FNE põe foco na cadeia produtiva nacional

Questões que vêm sendo tratadas no projeto da FNE, consideradas fundamentais ao crescimento, agora focarão na reindustrialização e na necessidade de desenvolver uma cadeia produtiva que gere riqueza e oportunidades internamente. Lançado pela FNE em 2006 e objeto de atualização desde então, para 2014, o “Cresce Brasil” visa, assim, contribuir à superação dos desafios para se enfrentar entraves ao desenvolvimento. Sob essa concepção, os temas que deverão compor a atual etapa da iniciativa – que culminará no documento intitulado “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento – Novos desafios” – foram apresentados à diretoria da federação em reunião no dia 18 de março, na sede do Seesp, em São Paulo. A ser entregue aos candidatos nas eleições deste ano, o documento em elaboração trará propostas nesse sentido.

 

Foto: Beatriz Arruda/SEESP
Cresce Brasil MAR2014Profissionais da engenharia e consultores da FNE debatem próximos passos do projeto Cresce Brasil 

 

Desenvolvimento das cadeias produtivas no setor aeronáutico foi o tópico apresentado por Eduardo Sanovics, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Segundo ele, em 2002, 30 milhões de pessoas realizaram viagens de avião; já em 2013, foram 100 milhões. Não obstante com isso o País se encontre na terceira posição global em número de voos, atrás apenas dos Estados Unidos (com 625 milhões) e da China (256 milhões), mantém a escala existente nos anos 1990 em termos de estrutura de atendimento. Como lembrou Sanovics, a engenharia é fundamental à superação desse quadro. Nesse processo de incrementar a competitividade em termos globais, conforme sua explanação, um dos desafios é enfrentar o alto preço dos combustíveis, com custos elevados gerados pela dificuldade com a infraestrutura. Entre as soluções tecnológicas para dar conta dessa demanda, está superar gargalos ao uso do bioquerosene – já desenvolvido em âmbito nacional. “Pode representar uma revolução. A aviação representa 2% da emissão de CO2 do planeta. Podemos construir um programa independente, de caráter nacional e que tenha impacto regional.” Ele concluiu: “Trouxemos a rodoviária para o aeroporto, e esse é um dos grandes orgulhos que temos. Agora, temos que promover as adequações para atender a esse estágio.” Consultor do “Cresce Brasil”, Artur Araujo complementou: “O desafio é aprofundar o desenvolvimento das cadeias produtivas e assegurar a reindustrialização. A terceira maior produtora de aeronaves do mundo é a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), e boa parte da manutenção desses equipamentos é feita fora. É preciso inovação.”

Para Marco Aurélio Cabral Pinto, também consultor do projeto, é necessário pensar em ações rumo à industrialização. Ele destacou em especial a importância de garantir o desenvolvimento das pequenas e médias empresas nacionais. “O Brasil atraiu muitos investimentos externos industriais nos últimos anos, mas muitos trazem junto seus fornecedores. Falta apoio público, acesso a financiamento para garantir competitividade às pequenas e médias empresas, ao que é preciso criar mecanismos legais. Se não resolvermos isso, o destino é a desnacionalização ou o fracasso.” Na sua concepção, entes regionais, como as prefeituras, são grandes fontes de financiamento. Cabral Pinto salientou ainda ser mister solucionar a questão cambial. “Não se trata de xenofobia, mas de assegurar oportunidades a companhias brasileiras, com capital nacional e controle de residentes.”

Outras contribuições
Entre os demais temas abordados, saneamento foi apresentado por João Sergio Cordeiro, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Com 200 milhões de habitantes e cerca de 85% de sua população em área urbana, no Brasil, os problemas nessa área vão desde a questão da disponibilidade hídrica à falta de coleta e tratamento de esgoto. “Dos 100% de água que temos, São Paulo conta com apenas 1,6%. O Sistema Cantareira está buscando água há 100km de distância.” Ele indicou ainda a necessidade de um projeto de coleta seletiva para assegurar que os municípios cumpram a Lei nº 12.305/2010, relativa à Política Nacional de Resíduos Sólidos, a partir de agosto próximo. “Os desafios passam pela vertente política, por conhecimento, pela ação das empresas e principalmente pela gestão econômico-financeira e de recursos humanos.” Cordeiro alertou: “Mantendo o nível de investimentos atual, só resolveremos o problema em 2122.” No Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), entre 2014 e 2033, estão previstas inversões federais da ordem de R$ 300 bilhões.

Sobre transporte ferroviário, a diretora Regional Sudeste da FNE, Clarice Soraggi, explicou que o documento deve se debruçar em especial sobre a situação relativa a cargas. Uma das grandes preo­cupações que devem ser evidenciadas no “Cresce Brasil” é quanto à perda de competências em função do desmonte do setor sobretudo nos anos 1990 e a urgência de capacitar mão de obra para expandir e recuperar as ferrovias no País.

Também estão sendo elaboradas propostas ao setor essencial de energia. O coordenador técnico do “Cresce Brasil”, Carlos Monte, disse que a nota técnica a respeito deve incluir integração sul-americana, conservação energética e fontes alternativas, bem como as oportunidades com o pré-sal.

Já Antonio Octaviano, do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), falou sobre inovação e tecnologia. Ele enfatizou que a concepção de contribuir ao incremento da produtividade e, assim, ao desenvolvimento nacional sustentável norteou a criação dessa instituição de ensino. Mantido pelo Seesp, com o apoio da FNE, o Isitec, desse modo, oferecerá em caráter pioneiro o curso de graduação em engenharia de inovação. Também participaram da reunião Eduardo Berkovitz Ferreira, representante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e Fernando Araújo-Moreira, professor da UFSCar, que falou sobre segurança pública e defesa nacional. (Por Soraya Misleh)

 

 

Fonte: Jornal Engenheiro, da FNE, Edição 143/ABR/2014
Para ler a versão em PDF clique aqui 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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