Para o autor do livro “1º de Maio - Cem Anos de Lutas”, lançado em 1986, pela Cortez/Oboré, o ataque à renda se deu de duas formas. Ele explica: “Primeiro, pelo combate à reforma agrária, num tempo em que o trabalhador rural quase não tinha direitos e vivia em condições miseráveis. E pelo próprio arrocho salarial oficializado, acompanhado de repressão às entidades, que ficaram sem forças pra reivindicar”.
Ex-senador pela Lombardia, Itália, e também deputado em duas Câmaras europeias, o brasileiro de Bragança Paulista faz a conta: “Se o salário mínimo de 1964 tivesse sido mantido, seu valor hoje estaria perto de R$ 2,5 mil. Portanto, tudo o que estiver abaixo desses R$ 2,5 mil nos foi roubado por causa do golpe”.
Nação - Para o historiador e autor de mais de 20 livros, há um esforço contínuo da classe dominante contra o senso de Nação. “O esforço dessa classe submissa aos interesses internacionais, especialmente dos Estados Unidos, é impedir que se forme entre o povo um senso de nacionalidade, pois aí o espaço para seus interesses seria muito reduzido”, argumenta.
Ele recomenda à esquerda e aos setores populares, do alto de sua experiência de militante, intelectual e exilado, que não se percam em pautas secundárias, que dividem. Orienta: “A tarefa neste momento é combater a reforma da Previdência, levando informações nas fábricas, associações de moradores, nas igrejas. E um conversar com o outro, explicando a gravidade desse ataque”.
O jornalista João Franzin, apresentador do Repórter Sindical na Web, perguntou: - O Brasil está fragilizado por uma crise longa e profunda. Vai ser possível reerguermos o País? Sua resposta: “Sempre é possível. Na II Guerra, a Itália foi ocupada por 13 Exércitos e teve todas as suas cidades e vilas bombardeadas. Anos depois, estava reconstruída, por ação de uns 100 mil resistentes, nas cidades, campos e montanhas”. José Luiz Del Roio conclui: “E a nossa vantagem é que as potencialidades do Brasil são imensamente maiores do que as da Itália de então”.
O programa pode ser visto na íntegra no canal da Agência Sindical no YouTube. Acesse aqui.