Em prosseguimento ao trabalho junto aos estudantes de engenharia no Estado de São Paulo, a equipe do SEESP, formada pelo Núcleo Jovem Engenheiro e pelo setor de Oportunidades e Desenvolvimento, esteve na Faculdade Asser de Rio Claro, no dia 10 de setembro último. Mais de 120 estudantes do curso de Engenharia de Produção participaram de forma entusiasmada da palestra que abordou vários temas, como a própria criação do núcleo, o papel do sindicato e de outros órgãos reguladores da profissão, como o Sistema Confea-Crea.
Segundo Marcellie Dessimoni, a recepção foi a melhor possível, com os formandos fazendo perguntas e apresentando, inclusive, ideias. Entre outras impressões, os estudantes destacaram a importância da união dos alunos das faculdades de engenharia para discutir os vários assuntos de interesse, como estágio, mercado de trabalho, primeiro emprego, direitos e deveres.
Acompanhe, a seguir, dois vídeos feitos após a palestra:
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
O Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec) realizou, no dia 11 de setembro último, na Capital paulista, a segunda edição do Seminário e Feira da Inovação, cujo tema, este ano, foi "A inovação como instrumento da sustentabilidade". Compuseram a mesa de abertura, no período da manhã, o presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, o secretário municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE) de São Paulo, Artur Henrique, o coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) Mantiqueira, João de Oliveira Jr, e o professor Adalberto Fazzio, subsecretário de Coordenação das Unidades de Pesquisa (SCUP) do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Fotos: Beatriz Arruda
À mesa de abertura, o presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, destacou
compromisso do sindicato com o saber
Fazzio agradeceu a oportunidade de participar do evento organizado por um projeto diferenciado e pioneiro no ensino de engenharia, referindo-se ao Isitec, "focado na área de inovação e tecnologia”. Segundo ele, apesar da situação econômica por que passa o País, o setor de inovação não pode perder vigor, “porque na hora em que sairmos da crise temos de estar preparados e no rumo certo”.
O professor afirmou que eventos como o do Isitec contribuem ao desenvolvimento da inovação no Brasil, pois estimulam os estudantes a conhecerem mais sobre a área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). O secretário Henrique reforçou a importância de feiras e seminários com essa proposta. Para ele, o País exportador de matéria-prima, como minério de ferro, soja e outros produtos agrícolas, deve investir cada vez mais em C&T para agregar mais valor ao que produz. Nesse sentido, ele coloca o Isitec como uma importante frente nessa perspectiva.
Ele falou, ainda, das iniciativas da prefeitura paulistana a favor da C&T. “As semanas de tecnologia eram voltadas a públicos internos e específicos, isso mudou a partir de 2014 quando resolvemos levá-las às escolas municipais”, pontuou. E acrescentou: “O nosso sonho é implementar o parque tecnológico da Zona Leste.”
Já Oliveira apresentou o projeto Educar para Inovar e a importância de investir e levar a base do conhecimento em inovação, principalmente para crianças e adolescentes. Segundo ele, a ideia é gerar produtos que simulem o desenvolvimento tecnológico, existente nos laboratórios das instituições de pesquisa.
Pinheiro agradeceu aos presentes e reafirmou o compromisso e responsabilidade do sindicato – mantenedor do Isitec – com questões relacionadas à inovação e tecnologia. “Temos a responsabilidade de avançar e democratizar o conhecimento e o saber.”
Nanotecnologia
Na sequência, o professor Fazzio [foto ao lado] fez a primeira palestra do dia sobre "Nanotecnologia como plataforma para a inovação tecnológica". O Brasil, segundo dados apresentados por Fazzio, possui mais de 100 mil pesquisadores que trabalham nessa área, é a maior comunidade de C&T qualificada da América Latina e é responsável por 2,2% das publicações científicas mundiais. Todavia, ainda são poucas as empresas, em território nacional, em torno de 200, que estão envolvidas em pesquisas de nanotecnologia e temos apenas 0,2% do total de patentes mundiais. Para ele, a inovação será, cada vez mais, o grande diferencial de desenvolvimento de um país.
Segundo Fazzio, é preciso que as pesquisas sejam orientadas para as necessidades do País e que o setor privado participe intensivamente dessas atividades, sendo este o foco de orientação do MCTI para as Unidades de Pesquisa. Ele comparou que enquanto nos Estados Unidos mais de 90% das missões em C&T são orientadas, no Brasil esse índice alcança apenas 30%, envolvendo os ministérios da Ciência e Tecnologia, da Educação, da Agricultura e da Saúde e órgãos como os institutos de Geografia e Estatística (IBGE) e de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Ele declarou que “precisamos entender que o que é bom para o Brasil é bom para o Brasil”, mudando a famosa frase do embaixador Juracy Magalhães, em Washington (EUA), depois do golpe civil-militar de 1964, de que “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”.
O professor informou, ainda, que as áreas que mais desenvolvem pesquisas em nano, no País, são energia (captação), baterias, toxicologia, purificação de água, partículas, células, combustível, entre outras. Ele apresentou um quadro referente ao período 2006 e 2011 sobre a evolução da nanotecnologia no mundo: Índia, China e México aumentaram suas pesquisas na área, respectivamente, em 38%, 29% e 28%, e o Brasil, em 23%.
Escola do Futuro
A professora e coordenadora científica da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP), Brasilina Passarelli [foto ao lado], apresentou toda a estrutura e ações da escola que nasceu como um núcleo de pesquisa da instituição, em 1989. “Fomos criados com a preocupação de que as novas tecnologias afetariam profundamente o ensinar e o aprender”, assinalou. No início, lembrou, o núcleo se sustentou com bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), agência do MCTI, mas logo a escola buscou parcerias com governos e iniciativa privada. “O que nos propiciou garantir esses 25 anos de vida”, observou Passarelli.
A escola desenvolve ações e pesquisas com foco nas novas linguagens midiáticas e transmidiáticas. “Trabalhamos com os conteúdos e as potencialidades”, explicou, lembrando que a escola nasceu transdisciplinar, aglutinando as áreas de engenharia, física, comunicação, matemática, arquitetura.
Um dos trabalhos desenvolvidos pela Escola do Futuro alcançou uma dimensão importante socialmente, o AcessaSP, programa de inclusão digital que já fez 70 milhões de atendimentos nos seus 804 postos espalhados em todo o Estado de São Paulo. O programa, inclusive, em 2013, foi premiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, concorrendo com 300 candidaturas de 56 países.
Desafios da internet
Finalizando as atividades da parte da manhã do seminário do Isitec, o engenheiro Demi Getschko, considerado um dos pioneiros da Internet no Brasil e que atualmente ocupa o cargo de diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), falou sobre os desafios da rede mundial de computadores. O profissional observou que já são 27 anos de conexões brasileiras à redes acadêmicas e 26 anos do registro .br.
Getschko observou que os desafios que se colocam para a Internet no Brasil e no mundo são quanto à diversidade cultural, inovação livre, garantia de neutralidade, inimputabilidade da rede, funcionalidade, segurança e estabilidade.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Entre as bandeiras e propostas ao País defendidas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), está a criação de um sistema de educação continuada como política de Estado. O objetivo é tornar exequível o consenso já existente quanto à necessidade de “estudar para o resto da vida”.
Assim, temos debatido o tema com os profissionais de nossa base e estabelecido diálogo com diversos atores sociais, a fim de desenhar um modelo que atenda à demanda por qualificação não só das categorias ligadas à nossa confederação, mas de todo o contingente de formação universitária que hoje soma em torno de 15 milhões de pessoas no Brasil.
Em linhas gerais, propõe-se a aprovação de um projeto de lei que assegure aos profissionais 12 dias por ano, sem prejuízo de remuneração, para que se dediquem a atividades de educação continuada. Uma iniciativa dessa natureza, além de ser uma necessidade, tem respaldo na Constituição Federal e nas convenções 140 e 142 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), das quais o Brasil é signatário. Também criaria instrumento para ampliar a ação do Ministério do Trabalho e Emprego no que diz respeito à qualificação da mão de obra nacional.
Essa discussão, que vem amadurecendo ao longo do tempo, ganha agora destaque nesta quarta edição da revista Brasil Inteligente, que aborda o tema em matéria de capa e traz um amplo apanhado da realidade nacional em educação continuada e dos desafios colocados. Qual o papel das empresas, dos governos e dos próprios profissionais nessa empreitada? Como as tecnologias de informação e o ensino a distância podem contribuir para que se dê o salto necessário e quais são os limites desses instrumentos?
Abordando o tema de forma mais ampla, Brasil Inteligente coloca em debate também que modelo de formação se almeja em todos os níveis. Para além de cumprir metas quantitativas – que não podem ser desprezadas – e de se pensar a qualificação da população como essencial ao desenvolvimento, como a educação pode se tornar um instrumento de transformação, contribuindo para a construção de uma sociedade solidária e inclusiva e favorecendo a cidadania plena.
Completando essa rica pauta, dois artigos apontam a situação do acesso à graduação e dos programas de pós no País, indicando que, se ainda há muito a fazer, ao menos já se avançou significativamente nesses campos.
Compõem ainda esta edição uma retrospectiva das mais importantes atividades da CNTU no segundo semestre de 2014 e no primeiro de 2015, a preciosa colaboração de vários especialistas e a fundamental participação das nossas federações e dos membros do Conselho Consultivo da CNTU. Por fim, a revista desenvolve os objetivos do projeto Brasil 2022, que, com o horizonte do bicentenário da Independência, propugna por avanços fundamentais no nosso País. Dá, assim, a senha para que sigamos na luta, unidos e determinados.
Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente
* Editorial publicado na Revista Brasil Inteligente, nº 04
Em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (10/9), os trabalhadores na Ford, em São Bernardo do Campo (SP), decidiram entrar em greve por tempo indeterminado contra as 200 demissões anunciadas pela a empresa no dia 9. A medida foi tomada de forma unilateral pela montadora, sem negociação com o sindicato da categoria (metalúrgicos do ABC).
Foto: Adonis Guerra/SMABC/Fotos públicas
Metalúrgicos aprovam greve na manhã desta quinta-feira (10) contra demissões da Ford
O anúncio de demissões foi feito após o encerramento do prazo de adesão a um PDV (Programa de Demissão Voluntária), que ficou aberto por dois meses e não atingiu a meta pretendida pela empresa. O coordenador do Comitê Sindical na Ford e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba, afirma que ainda não é possível saber o número exato de trabalhadores atingidos: “Os trabalhadores foram comunicados ontem. Uma parte estava na fábrica, cerca de 80, e outra faz parte do grupo que está em layoff e em banco de horas. Eles estão sendo informados que estarão demitidos a partir de 21 de setembro”.
Durante a assembleia, o dirigente reforçou que a decisão não foi negociada com o Sindicato e que demitir não é a solução, independente do número de atingidos. “A empresa não nos chamou para negociar, preferiu seguir outro caminho e enfrentará reação. Em 1990 fizemos 50 dias de greve contra a demissão de 100 companheiros. Não importa a quantidade de trabalhadores. Hoje são duzentos, mas a montadora já informou que terá de reduzir ainda mais a velocidade da linha de produção em janeiro, ou seja, amanhã o excedente pode ser ainda maior. A empresa precisa saber que não vamos admitir demissões. Vamos ficar parados até que ela revogue as demissões e volte a negociar”, afirmou Paraíba.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, ressalta que o anúncio surpreendeu a todos. “Não esperávamos demissões na Ford. Há mais de um ano vínhamos conversando com a fábrica e encontrando alternativas em conjunto para enfrentar o cenário adverso. Reconhecemos as dificuldades, a queda acentuada na produção, no entanto, não era necessária uma atitude dessa natureza. Sempre há espaço para negociação. Se a empresa decidiu conduzir desta forma, haverá reação”, ressalta.
Atualmente a Ford tem cerca de 4.300 trabalhadores em sua unidade em São Bernardo do Campo. A empresa tem 160 trabalhadores em layoff, desde 11 de maio, e 59 afastados em banco de horas.
Imprensa SEESP
Informação da Assessoria de Imprensa do SMABC
Em audiência pública sobre a Medida Provisória (MP) 676/15, realizada em 2 de setembro último, tivemos a oportunidade de contribuir com algumas reflexões sobre a fórmula 85/95, abordando basicamente três aspectos da referida MP.
O primeiro foi a progressividade na fórmula instituída na MP, que pretende passar da formula 85/95 para 90/100, ao longo de seis anos. Em relação a ela, apontamos as principais inconsistências.
A primeira diz respeito à isonomia de tratamento. Para os servidores a fórmula 85/95 foi instituída, como regra de transição, pela Emenda Constitucional 47, de 2005, sem qualquer exigência de progressividade.
Se para os servidores não há qualquer exigência de progressividade para efeito de aposentadoria integral, que sentido teria fazer tal exigência para os filiados ao Regime Geral de Previdência Social e ainda mais por medida provisória, que tem status ou hierarquia inferior à Emenda Constitucional?
Dissemos com todas as letras que a progressividade era inconstitucional, porque uma lei (e muito menos uma MP) não poderia estabelecer tratamento prejudicial ao segurado do INSS se para o servidor a fórmula tinha sido instituída, e por Emenda à Constituição, sem qualquer progressividade e pelo menos nove anos antes. Além disso, essa matéria jamais poderia ter sido editada por meio de medida provisória, em face do art. 246 da Constituição, pois se trata de regra de cálculo de benefício, matéria que foi desconstitucionalizada pela Emenda Constitucional 20, de 1998.
A instituição da progressividade, portanto, é uma forma de discriminação em função do vínculo empregatício ou do vínculo a regime previdenciário.
Além disso, não faz sentido nem justiça promover mudança previdenciária sem respeitar, além do direito adquirido, o direito proporcional acumulado, e também sem transição superior a 20 anos.
O ex-presidente Collor, quando encaminhou ao Congresso o projeto de lei que resultou na Lei 8.213, em 1991, ao instituir o aumento da carência do vínculo com a Previdência Social, para efeito de concessão de benefício, de cinco para 15 anos (ou de 60 meses para 180 meses), propôs sua implementação com uma transição de 20 anos, de 1991 a 2011.
Até o economista Fábio Giambiagi, defensor de reformas previdenciárias com viés fiscal, advoga que a transição para mudanças previdenciárias em relação a quem já está no sistema não pode ser inferior a 20 anos.
A segunda inconsistência foi a completa ausência de qualquer menção, na exposição de motivos da MP, em relação a estudos de natureza atuarial e ou de ordem demográfica que justificassem a progressividade e muito menos com a lógica empregada, de intervalo de dois anos no primeiro aumento das exigências e de um ano nas seguintes.
A terceira inconsistência foi que, uma vez implementada a progressividade, chegando à fórmula 90/100, haveria a neutralidade em relação ao fator, ou seja, ela em nada seria benéfica em relação ao fator.
A explicação para tanto é que nenhum segurado do sexo masculino alcançaria a fórmula 100 antes de atingir o fator um ou o fator pleno. Mesmo alguém que começasse a trabalhar aos 16 anos dificilmente chegaria aos 44 anos de contribuição antes de completar 60 anos de idade, porque certamente haveria interrupção na vida laboral ou no pagamento de contribuição previdenciária ao longo desse período.
O segundo aspecto diz respeito à situação dos professores da educação infantil e do ensino fundamental na MP. Esses profissionais fazem jus à aposentadoria com 30 anos de contribuição, se homem, e 25, se mulher.
O fator previdenciário, no caso dos professores, é calculado com acréscimo de 5 anos ao tempo de contribuição, quando se trata de professor, e de 10 anos, quando se trata de professora.
Diferentemente do fator, a fórmula 85/95 combina dois fatores: o tempo de contribuição e a idade. A MP — que exige o tempo mínimo de contribuição de 30 anos ou 35 anos para todos os segurados, sem levar em conta o direito diferenciado dos professores — manda acrescentar cinco anos à soma de tempo de contribuição e de idade, sem também levar em conta a diferença de tratamento entre homens e mulheres, o que prejudica os professores e, ainda mais, as professoras. Como não há previsão de acréscimo especificamente na idade considerada para o cálculo, o prejuízo é multiplicado.
Para corrigir essa distorção, alertamos que a MP precisa assegurar o acréscimo de cinco anos também no critério da idade, assim como já ocorre na aposentadoria dos professores do regime próprio. E é preciso, também, garantir o acréscimo de 10 anos às professoras, ao tempo de contribuição, visto que, para a mulher, os requisitos para a aposentadoria são menores.
O terceiro aspecto está relacionado à situação dos que se aposentaram antes da MP 676, tanto quem requereu o benefício tendo preenchido os requisitos da fórmula 85/95 quanto para quem ainda não tinha preenchido.
No primeiro caso, uma solução possível seria a adoção de uma regra que determine a atualização automática de seus benefícios, com contagem a partir da vigência da MP, já que quando solicitaram o benefício, ainda que a MP não estivesse em vigor, já preenchiam os seus requisitos.
No segundo caso, que inclui os que se aposentaram antes de atingir a fórmula 85/95 e continuaram trabalhando/contribuindo, uma solução possível seria permitir que esses segurados pudessem solicitar revisão de sua aposentadoria assim que atingissem a fórmula 85/95. Porém, essa conta levaria em consideração a idade desse segurado na data em que requereu sua aposentadoria (congelamento da idade), mais a soma de contribuições posteriores à aposentadoria. Algo semelhante ao que propõe o ministro Luis Roberto Barroso em seu voto no RE 661.256 em relação à desaposentação.
Por fim, registramos que o fato de termos participado daquela audiência pública debatendo mudanças na fórmula 85/95 já é um avanço, pois antes a luta era pela adoção da fórmula 85/95 no nosso ordenamento jurídico.
* Antônio Augusto de Queiroz, jornalista, analista político e diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap)
No dia 8 de setembro último, integrantes do Núcleo Jovem Engenheiro e do setor de Oportunidades e Desenvolvimento do SEESP fizeram uma palestra na Faculdade Claretiano, em Rio Claro, realizando uma troca de experiências com os alunos de engenharia. “É formidável perceber como eles têm interesse em contribuir com o País e construir um novo modelo de sociedade”, afirma Marcellie Dessimoni, coordenadora do núcleo.
Fotos: SEESP
Ela ficou surpresa com a curiosidade dos estudantes aos temas que a palestra aborda: legislação profissional, mercado de trabalho e como o jovem pode construir a engenharia do futuro. “É muito gratificante ver que os alunos querem mais informação”, observou. Já Mariles Carvalho, coordenadora da área de oportunidades, disse que os participantes gostaram da dinâmica de grupo realizado durante a atividade.
Segundo Dessimoni e Carvalho, alguns alunos pediram, inclusive, mais palestras do sindicato como forma de motivação para os estudantes que já cursam engenharia e mesmo para ajudar aqueles que ainda não se definiram profissionalmente.
Seminário
No dia 7 de novembro próximo, das 8h às 17h30, o Núcleo Jovem Engenheiro realizará um grande seminário "Desafios profissionais e protagonismo do jovem engenheiro", na sede do SEESP, em São Paulo (Rua Genebra, 25, Bela Vista). As inscrições são gratuitas e já estão abertas. Clique aqui e faça a sua inscrição.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
O SEESP e a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) realizaram, na manhã de quarta-feira (9/9), na Capital paulista, um debate inicial sobre a situação atual do País com relação às denúncias de corrupção, a paralisação de grandes obras de infraestrutura e o exercício profissional dos engenheiros. Para o presidente das duas entidades, Murilo Celso de Campos Pinheiro, a categoria tem a obrigação de tratar os temas de forma democrática e ampla. “Temos a responsabilidade, inclusive, de apresentar propostas concretas numa contribuição apartidária, mas política”, destacou o dirigente, informando, ao final da reunião, que novos encontros serão realizados com o mesmo propósito, mas com o compromisso de apresentação de sugestões para a elaboração de um projeto da engenharia para as boas práticas no setor.
Fotos: Beatriz Arruda
Murilo, presidente do SEESP e da FNE, convoca categoria para discutir
propostas em defesa da engenharia e do desenvolvimento do País
O encontro contou com as análises do engenheiro Frederico Bussinger, ex-presidente do Conselho Nacional de Engenharia e Agronomia (Confea) e hoje prestando consultoria na área de infraestrutura, do professor de Engenharia de Projetos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Marcelo Zuffo, e do consultor sindical João Guilherme Vargas Netto. Para Bussinger, as dimensões legal, econômica, política e mesmo moral da corrupção "têm sido objeto de intenso debate que, certamente, balizarão a governabilidade, a democracia e a própria nação no futuro próximo".
Ele [foto ao lado] observa que em análises e informações ainda incipientes, sem o rigor da pesquisa científica, mas importantes para passar “o Brasil a limpo”, devem ser esquadrinhas questões relativas ao exercício profissional em instituições públicas e privadas. “É de se imaginar que a própria engenharia tenha sido vitimizada em todo esse processo.” E prossegue: “Prioridades devem ter sido alteradas, necessidades forjadas, hierarquias desrespeitadas, cargos preenchidos não por competência profissional.” Para ele, a “boa técnica” e as “boas práticas” da área devem ser defendidas mesmo que esbarrem nas “regras do jogo”.
Já para o consultor sindical é importante definir bem por quais crises o Brasil passa. Para ele, vivemos a instabilidade política e econômica, mas não a social ainda. Sob a perspectiva da engenharia, Netto defende que a “grande pista” para tratar a questão é discutir os elementos da ineficiência no setor e como superá-los. “Corrupção é uma coisa, ineficiência é outra”, esclarece. Nessa perspectiva, ele observa que “o que destruiu o País foi a mentalidade de que não se pode projetar, não se pode ter empresa pública e que apenas a empresa privada deve organizar, porque ela é submissa à anarquia do mercado”. E questiona: “Por que a nossa engenharia de projetos foi desqualificada?”
Novo ordenamento moral
Para o professor da USP [foto ao lado], é difícil aceitar o nível de corrupção que enfrentamos hoje. “Sabe-se que em grandes obras de engenharia isso é clássico. Os grandes dirigentes nazistas se enriqueceram com a corrupção, assim como as grandes corporações norte-americanas, na década de 1930, e outras nos anos 1970 também.” Ele avalia que, com a forte aceleração econômica por que passou o País nos últimos anos, as corporações nacionais de engenharia começaram a trabalhar com grandes cifras. “Eu acredito que o Brasil deve enfrentar essa discussão o mais urgente possível. Não podemos pensar no futuro da engenharia sem levar em conta um novo ordenamento moral para gerações de profissionais que vão vir. Falo como professor, que nunca precisou aprender ética na escola de engenharia.”
Segundo ele, a empresa estadunidense Boeing (de desenvolvimento aeroespacial e de defesa) tem em seu código de ética, como primeira cláusula, a orientação de que “não aceitarás e não propiciarás nenhuma forma de propina”. Ele explica que isso só foi possível porque a empresa incorreu em falhas éticas graves e teve de se autodenunciar para garantir sua sobrevivência. “Empresas de outros países fizeram o seu próprio ajuste para não falir.”
Ao final, todos os palestrantes enalteceram a iniciativa do SEESP e da FNE de abrir o debate, classificado por Zuffo como corajoso. Para ele, “não podemos ficar apenas na retórica, temos uma categoria que precisa ser reforçada em todos os seus valores profissionais e éticos”.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Um projeto inovador desenvolvido na Unidade de Negócio do Médio Tietê da Sabesp de Botucatu desde o final do ano passado venceu o 8º Prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Ambiental e Sustentável. O projeto transforma lodo de esgoto em adubo orgânico. O sistema de secagem e compostagem colabora para reduzir os impactos ao meio ambiente. O processo diminui a emissão de gases do efeito estufa, a utilização de aterros sanitários e os gastos para o descarte dos resíduos.
A Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp (FCA) de Botucatu acompanha de perto a transformação do lodo em adubo com o objetivo de estudar o processo. Segundo o professor do Departamento de Solo e Recursos Ambientais, Roberto Lyra Villas Boas, a parceria proporciona o entendimento, análise e uso do lodo.
“A Unesp tem o objetivo de estudar todo esse processo. Entender, desde a geração, quantidade gerada e todo o processo de transformação desse material em adubo orgânico de interesse na área agrícola. Nós temos paralelo a esse projeto um outro financiado pelo órgão da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), que tem o objetivo de estudar isso para várias finalidades. Um para uso agrícola, outro para a produção de substrato e também a parte econômica, quanto custa a geração desse material? O uso dele. Tudo isso faz parte de pesquisa da universidade.”
Lyra ressalta que no campo de estudo é importante observar os benefícios que essa transformação vai trazer para a cidade. “Todo esse material é transformado em adubo orgânico ao invés de ir para o aterro sanitário. Isso também é objeto de pesquisa.”
A responsável técnica e gerente de controle sanitário da Sabesp, Ana Lúcia Silva, lembra que o professor Lyra foi a primeira pessoa a propor fazer compostagem com lodo para uso na agricultura. “Na época não tinha esse equipamento. Ele fazia a compostagem tradicional. Fez vários testes aqui. Ele acha que tem muita coisa para trabalhar nesse processo voltado à agricultura.”
Ela explica que anteriormente a Unesp fez uso do lodo de esgoto com o plantio de árvores na cidade de Botucatu. “Eles acordaram com a prefeitura e plantaram árvores em um determinado local da cidade. Algumas plantas receberam o lodo e outras não. Tiveram ótimos resultados. As árvores que receberam o lodo cresceram mais do que aquelas que receberam adubo normal. A Unesp tem esse papel, pesquisar.”
A universidade está avaliando quais os possíveis usos do lodo de esgoto. “Na forma como está e recebendo outros produtos. Nele é possível agregar outros produtos. Por exemplo, se um laranjal precisar de mais magnésio, nós podemos agregar ao lodo para fazer o adubo.” Segundo ela, o lodo de esgoto contém todos os micros nutrientes que podem ser colocados em um adubo artificial. “Pouca gente sabe que no esgoto é possível encontrar sais de ouro. Isso é para chamar atenção. Na verdade o lodo de esgoto tem todos os micros nutrientes necessários para o desenvolvimento de uma planta.”
Imprensa SEESP
Fonte: Agência Unesp de Notícias/Rita de Cássia Cornélio/Jornal da Cidade/Bauru
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) está oferecendo o curso de extensão universitária em Gerenciamento de Recursos Hídricos, que será ministrado na Faculdade de Engenharia da instituição, em Ilha Solteira. As inscrições vão de 14 a 18 de setembro próximo.
O curso tem por objetivo levar às áreas técnicas das prefeituras do Noroeste Paulistas informações e conhecimentos relacionados com os problemas ligados aos recursos hídricos e suas formas de gestão, com vistas à sua utilização racional em escala municipal.
Obtenha mais informação sobre o curso nesse link.
Imprensa SEESP
Fonte: Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp
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Uma pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da USP aponta que a redução do tempo dos procedimentos portuários pode aumentar em até 5,14% as exportações brasileiras. De acordo com o estudo, a redução do tempo pode representar ao exportador uma diminuição de custos, fazendo com que o produto chegue ao mercado de destino com maior qualidade e a um custo final menor. O estudo foi desenvolvido por Vinícios Poloni Sant’ Anna, em pesquisa de mestrado sob a orientação do professor Sérgio Kannebley Júnior.
O trabalho usou como base os dados de 16 portos brasileiros, no período de 2010 a 2012, e concluiu que uma redução de 10% no tempo de estadia total do navio nos portos pode aumentar as exportações municipais relativas em torno de 5%. Nesse sentido, cada hora adicional de atraso no procedimento portuário como um todo representa uma redução de 2% nas exportações.
Analisando-se a importância relativa de cada uma das etapas do procedimento, o estudo aponta também que uma redução de 10% no tempo de espera para atracação aumentaria as exportações em cerca de 1%. Uma redução equivalente, mas no tempo de inoperância (tempo de espera para atracar e de espera para início da operação de embarque/desembarque) ou no tempo de desatracação do navio, aumentaria as exportações municipais relativas em torno de 3,5%. O tempo no porto também pode afetar a variedade de produtos que um determinado município pode exportar.
De acordo com os resultados da pesquisa, uma redução de 10% no tempo de estadia relativo do navio no porto pode aumentar o número de categorias de produtos exportados em 1%. “Esse resultado, embora mais modesto, é estatisticamente significativo e permite concluir que o tempo despendido no porto também é importante na determinação da variedade de setores que participam do comércio internacional”, afirma Sant’ Anna.
Estadia nos portos
A pesquisa Infraestrutura portuária no Brasil: Uma análise do impacto do tempo dos procedimentos portuários sobre as exportações brasileiras foi desenvolvida por Sant’Anna no Programa de Pós-Graduação em Economia, área de Economia Aplicada, da FEARP, sob a orientação do professor Sérgio Kannebley Júnior. O estudo mostra que, em média, os portos brasileiros apresentam um tempo de estadia de 28 horas e 12 minutos. Desse total, 15 horas e 42 minutos são gastos, em média, com o navio atracado e o restante são perdidos em esperas.
Enquanto existem portos cujo tempo de inoperância é igual a zero, ou seja, não existem esperas, outros portos chegam a apresentar até 60 horas e 12 minutos com o navio parado no porto sem realizar qualquer operação. Com relação ao tempo de operação, os resultados também variam bastante entre os portos. Enquanto o porto mais ágil gasta 4 horas e 24 minutos para realizar as operações, o porto mais lento demora cerca de 44 horas para realizar a mesma etapa do procedimento.
De acordo com a pesquisa, os portos mais eficientes são os do Rio de Janeiro (RJ), Belém (PA) e Vila do Conde (PA), nos quais o tempo de inoperância não atinge 10% do tempo total dos procedimentos. Por outro lado, dos 16 portos da amostra, 11 deles apresentaram tempo de inoperância superior a 40% do tempo total. Desses, os portos de Fortaleza (CE), Vitória (ES), Itaguaí (RJ), Santos (SP), Rio Grande (RS), Paranaguá (PR), Salvador (BA) e São Francisco do Sul (SC) apresentaram valores percentuais superiores a 50%. Em outras palavras, nesses portos, na maior parte do procedimento portuário de embarque/desembarque, o navio está inoperante.
“Esses resultados indicam a presença de um gargalo no escoamento da produção brasileira para o mercado internacional”, afirma o pesquisador. Ainda segundo ele, por conta do crescimento dos fluxos comerciais brasileiros ocorridos na última década, essas limitações tornam-se ainda mais evidentes e apontam para a necessidade de investimentos que ampliem a capacidade portuária, reduzindo as ineficiências que geram as elevadas porcentagens do tempo de inoperância nos portos brasileiros.
Imprensa SEESP
Fonte: Assessoria de Comunicação da FEARP