Estão abertas até a próxima quinta-feira, 22 de setembro, as inscrições para o processo seletivo de estagiários dos cursos de Administração, Engenharia e Arquitetura para atuação no Ministério Público Federal em São Paulo. O certame visa à formação de cadastro de reserva. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pessoalmente na sede da Procuradoria da República na capital paulista, na Rua Frei Caneca, 1360, Consolação. O horário de atendimento é das 10h às 17h.
Para participar, o candidato deve estar matriculado em uma das instituições de ensino superior conveniadas, bem como ter completado, no período da inscrição, pelo menos, 40% da carga horária ou dos créditos necessários para conclusão do curso. No momento da inscrição, os estudantes devem entregar comprovante de matrícula e histórico escolar.
Para conferir a lista das faculdades conveniadas, clique aqui.
A seleção contará com prova objetiva, prevista para o dia 29 de setembro. Os candidatos de Arquitetura e Engenharia também deverão passar por avaliação prática, agendada para o mês que vem. O resultado final deve ser divulgado ainda em outubro. O processo seletivo terá validade de seis meses, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, a critério do MPF. O edital reserva 10% das vagas que surgirem para estudantes com deficiência e para pessoas que se declararem participantes do “Sistema de Cotas para Minorias Étnico-Raciais”.
Leia aqui os editais para Administração e para Engenharia e Arquitetura.
O estágio nas unidades do MPF tem jornada semanal de 20 horas. Os benefícios incluem bolsa-estágio de R$ 850, concessão de seguro contra acidentes pessoais e auxílio-transporte. Mais informações sobre o processo seletivo podem ser encontradas no site da entidade ou pelo telefone (11) 3269-5128.
Comunicação SEESP
Informação da assessoria de imprensa do MPF
ATUALIZAÇÃO: Por meio de mensagem enviada por sua assessoria no final da tarde, o prefeito Fernando Haddad cancelou sua participação no ciclo de debates "A engenharia e a cidade", devido a compromissos inadiáveis. O evento, portanto, está suspenso.
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Em prosseguimento ao Ciclo de debates “A engenharia e a cidade”, o SEESP recebe, nesta terça-feira (21/09), às 18h, o prefeito Fernando Haddad candidato à reeleição pela coligação “Mais São Paulo” com os partidos PT, PC do B, PR, PDT e PROS. A atividade, que é aberta ao público, acontece na sede do sindicato, na Capital paulista (Rua Genebra, 25, Bela Vista).
Como realizada tradicionalmente, o SEESP promove debates nos processos eleitorais com o intuito de garantir uma discussão de alto nível de propostas de governo, sem cair em embates de denúncias ou diferenças entre os candidatos.
Como destacou o presidente do sindicato, Murilo Pinheiro, em editorial publicado no Jornal do Engenheiro, deste mês de setembro, “a proposta dessa iniciativa, já tradicional na nossa entidade, é dar a todos os concorrentes a oportunidade de apresentar suas propostas, ouvir sugestões da plateia e também responder aos questionamentos colocados”. E salientou ainda: “A atividade tem dois princípios básicos. O primeiro deles é promover o debate democrático, em igualdade de condições, com todos os que estão na disputa, independentemente do partido ou da posição nas pesquisas de intenção de voto.”
Interior
Os debates também estão sendo realizados em algumas delegacias sindicais do SEESP, como Santos, Jacareí, Sorocaba, Jundiaí e Campinas.
Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Os dirigentes sindicais da base da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) que se reuniram em Aracaju (SE), no dia 16 de setembro último, para o IV Curso de Formação Sindical da entidade receberam uma clara mensagem: o momento oferece perigos e é necessário buscar fortalecer-se e construir alianças para fazer frente e eles. Esse mote entrou em pauta já na abertura da atividade, feita pelo presidente da entidade, Murilo Pinheiro, que conclamou os presentes a trabalhar conjuntamente na busca de saídas para a crise. “É nosso papel como profissionais”, apontou.
A preocupação também esteve presente na fala do diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho. “A unidade de ação é fundamental e indispensável, ainda que não haja unidade orgânica ou política”, asseverou. Isso se justifica pelo cenário político nacional que aponta grave desvantagem para os interesses dos trabalhadores. “O governo tem perfil liberal e fiscalista. É o retorno da agenda do Consenso de Washington. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é um homem de direita convicto, que acha que o Estado atrapalha e deve servir apenas para garantir a moeda, a propriedade e os contratos”, descreveu.
Nesse quadro, afirmou Toninho, “as garantias dos trabalhadores estão sob risco”. Ele destacou a PEC 241, a proposta de emenda constitucional que determina o teto dos gastos públicos pelos próximos 20 anos limitando-os ao orçamento do ano anterior corrigido pela inflação. “A PEC aparentemente é neutra, mas na realidade não é”, criticou. Isso acontece, explicou Toninho, porque a demanda é crescente, e o congelamento não permite atender, por exemplo, quem se aposentar no futuro ou novos usuários dos serviços.
Além disso, a PEC mina a política de valorização do salário mínimo que vinha sendo aplicada nos últimos anos. “Se já estivesse em vigor, o valor atual seria R$ 509,00, 30% menor do que é hoje”, apontou. “A PEC retira da sociedade, do Parlamento e do próprio governo a capacidade de definir o orçamento”, concluiu.
O consultor sindical João Guilherme Vargas Netto resumiu a conjuntura sem dourar a pílula: “Estamos atravessando a mais grave crise econômica num mundo que opera no mesmo comprimento de onda. Isso se dá independentemente do desfecho do impeachment. E não hipótese de retomada imediata ou retumbante. A primeira constatação é de um quadro objetivo e dificuldade: recessão estrutural, desemprego forte e perda de renda.”
Sendo assim, não há outra saída que não o fortalecimento conjunto, afirmou. “No movimento sindical, temos que trabalhar com a resistência à perda de direitos e de ganhos salariais.” A boa notícia em meio à situação difícil é que as entidades estão sendo capazes de atuar em torno da pauta única contra o retrocesso. Exemplos disso são a mobilização nacional prevista para quinta-feira (22/9) e a paralisação dos metalúrgicos agendada para 29 de setembro. “Este curso terá sido um sucesso se sairmos daqui com a ideia entranhada da unidade para a resistência”, afirmou.
Tercerização e Previdência Social
O painel seguinte abordou os ataques prementes que os trabalhadores podem sofrer. O primeiro deles, a terceirização da atividade-fim, foi o tema do presidente da CNTU, que foi categórico em rechaçar a medida. “Temos a convicção de que esta é a bola da vez e devemos ter a clareza de que significa precarização do trabalho”, disparou. Para Pinheiro, apesar da pressão do empresariado que vem colocando a medida como “salvadora da Pátria”, é preciso demonstrar que isso é um equívoco, inclusive para a economia. “A nossa união e o empenho de cada uma das nossas entidades são essenciais para interferir nisso. Não podemos topar essa questão”, advertiu.
O advogado e especialista em seguridade social, Luiz Gonzaga de Araújo, abordou a proposta de reforma da Previdência Social, cuja principal medida anunciada até o momento é a idade mínima, para homens e mulheres, aos 65 anos. “O pobre, começa a trabalhar cedo e vai precisar contribuir 50 anos para se aposentar. Quando se fala em reforma, é simplesmente retirar direitos. Não se fala em encontrar formas para que o sistema financeiro contribua, por exemplo”, criticou.
Ele refutou também a alegação de déficit do sistema, que não leva em consideração as fontes de receita da Previdência, que incluem PIS e Cofins, além das contribuição dos trabalhadores e empresas. “Há estudos que demonstram que em nenhum momento a seguridade foi deficitária.”
Araújo defendeu que as entidades engajem-se à Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência, criadas pelo senador Paulo Paim (PT/RS) e pelo deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP). “É preciso resistir e juntar inclusive quem estava a favor do impeachment”, propôs.
Reforma trabalhista
A reforma trabalhista, que também está à espreita, foi o tema do advogado Antonio Renan Arrais. “O grande sonho das empresas é flexibilizar a legislação, fazendo com que a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) desapareça. Mas nós já estamos flexibillizados até demais. Apenas na base da CNTU, existem 15 formas de contratação”, descreveu. Na sua avaliação, a comprovação de que essa restrição aos direitos assegurados na legislação em nada contribui com a economia é a Espanha, campeã do desemprego na Europa e onde existem 26 tipos de contratação.
Entre as alterações que o empresariado defende para as regras trabalhistas, Arrais destacou a possibilidade de poder fatiar as férias sem limite. Isso serviria para que emendas de feriados, por exemplo, fosse descontadas dos 30 dias aos quais o empregado tem direito. No limite, o descanso anual seria suficientemente fatiado para que não fosse necessário manter o 1/12 a mais no quadro para cobrir as ausências por um período mais longo, resultando em aumento do desemprego.
Entra ainda no cardápio a diluição do décimo terceiro salário ao longo do ano e o fim dos 40% de multa em caso de dispensa imotivada – regra que segue sendo provisória à espera de lei complementar que a regulamente. Deseja-se também alterar o Artigo 468 da CLT, que estabelece o princípio da hipossuficiência do trabalhador, portanto protegendo-o em caso de disputa. A medida, advertiu o advogado, traz o esvaziamento da Justiça do Trabalho.
Por fim, entra na lista de objeto de desejos a reforma do Artigo 618, trazendo a prevalência do negociado sobre o legislado, a pior de todas as medidas na opinião de Arrais. “Num País em que não se tem organização no local de trabalho ou estabilidade para o dirigente sindical e pode haver demissão imotivada de 100 trabalhadores, a correlação de forças é totalmente favorável ao empresariado e serão feitos acordos na bacia das almas”, enfatizou.
Comunicação e organização sindical
A programação do curso da CNTU contou ainda com a participação do jornalista e blogueiro Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Diante da pauta regressiva que se apresenta aos trabalhadores, ele fez o alerta: "Neoliberalismo não combina com democracia. Juntamente com o desmonte, vem um período de autoritarismo, de calar as vozes dissonantes e de ataque ao movimento sindical."
Encerrou a programação, a palestra da consultora da CNTU, Martha Freitas, que apresentou aos dirigentes as regras para organização e regularização das entidades junto ao Ministério do Trabalho e Emprego.
Rita Casaro
Comunicação CNTU
O Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), mantido pelo SEESP, está com inscrições abertas para o curso de extensão que abordará energia heliotérmica e outras fontes renováveis. A proposta é preparar os profissionais para os novos desafios desse setor, já que por questões econômicas, ambientais e de segurança empresarial, a diversificação da matriz energética brasileira está na ordem do dia. As aulas começam no dia 22 de outubro próximo e serão quinzenais sempre aos sábados, na sede da instituição, na Capital paulista (Rua Martiniano de Carvalho, 170, Bela Vista).
A tecnologia de ponta no aproveitamento de energia solar será a tônica do curso que terá carga total de 64 horas e professores altamente experientes. Haverá duas disciplinas: Tópicos de termodinâmica e máquinas térmicas, 40 horas; e Usinas CSP (Concentrating Solar Power), 24 horas.
Brasil e Alemanha
Para esse curso, o Isitec conta com a parceria da Agência Alemã para Cooperação Internacional (GIZ). O conteúdo foi adaptado às condições brasileiras, apesar de ter sido desenvolvido na Alemanha pelo engenheiro e professor Olaf Goebel – especialista em energias renováveis. O docente tem também ampla experiência em desenvolvimento de projetos com uso de recursos solar (fotovoltaica e heliotérmica) e eólico em vários países, como Estados Unidos, Indonésia, Holanda, Espanha, Itália, Egito, entre outros.
Mais informações sobre o curso pelo telefone (11) 3254-6850 ou e-mails Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. O valor do curso é de R$ 4.000,00 (10% de desconto para pagamento à vista ou em até cinco vezes sem juros). Esse e outros cursos do Instituto estão disponíveis em www.isitec.edu.br.
Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Com informações do Isitec
Estão abertas, até a próxima sexta-feira (23), as inscrições para uma nova turma do curso “Atualizações em Energias do Biogás”, promovido pelo CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis–Biogás) e pelo Centro Internacional de Hidroinformática (CIH). Essa será a última turma formada este ano para o curso. Com o conteúdo é possível aprender mais sobre a geração de energia elétrica, térmica e veicular geradas a partir do biogás, que é produzido por meio da decomposição de dejetos de animais e resíduos da agricultura.
“É uma oportunidade de aprendizado e aprimoramento profissional nesse segmento, que está em franca expansão no Brasil e no mundo”, afirma o gerente do Núcleo Pedagógico do CIBiogás, Marcelo Alves de Sousa. Desde a primeira turma há cinco anos, mais de 800 pessoas, de 23 países, foram alcançadas pelo curso. A instituição também oferece os cursos de Gestão Territorial Aplicada à Água e Energia e Operacionalização de Biodigestores.
As inscrições podem ser feitas no site www.cibiogas.org. Mais informações podem ser obtidas por meio de Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou (45) 3576-7022. As aulas terão início no dia 26 de setembro e duração de três meses, podendo ser realizadas também em espanhol e inglês. O objetivo do curso é atualizar profissionais e estudantes interessados no tema e compartilhar os trabalhos sobre energias renováveis desenvolvidos pela instituição.
Comunicação SEESP
Informações da assessoria de imprensa da CIBiogás
A Delegacia Sindical do SEESP em Sorocaba está apoiando o XII Congresso Paulista de Agronomia, uma realização da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (Aeasp), que começa nesta terça-feira (20/09) e termina no dia 22, na sede do Serviço Social da Indústria (Sesi), em Itapetininga (Avenida Padre Antônio Brunetti, 1360 – Vila Rio Branco). O tema desta edição é “A inserção do Engenheiro Agrônomo no atual contexto político econômico nacional, visando à defesa e o fortalecimento da engenharia agronômica junto à sociedade”. No dia 21, das 14h às 14h45, o presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, falará no evento sobre “Engenharia de inovação e condições e meio ambiente do trabalho nas atividades rurais”.
Como destaca a Associação, a sociedade está diante de um grande desafio: aumentar a produção agropecuária de forma sustentável, que significa gerar produtos seguros para a saúde humana, com respeito e conservação do meio ambiente, garantindo a segurança do trabalhador e crescimento econômico. Nesse contexto, o engenheiro agrônomo se enquadra com um papel de extrema importância para esse desenvolvimento devido à sua abrangente atuação profissional em todos os setores do agronegócio, com a visão técnica necessária para o aumento da eficiência de processos produtivos, desde planejamento, assistência técnica, consultoria, análise de viabilidade, ensino e pesquisa, até gestão.
Associados à Aeasp e estudantes são isentos do pagamento de qualquer taxa; demais participantes, a inscrição é de R$ 100,00. Mais informações em www.cpagronomia.com.br.
* Confira toda a programação aqui
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Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Nesta semana, várias delegacias sindicais do SEESP realizam mais debates do ciclo “A engenharia e a cidade”, com o propósito de garantir um espaço democrático e plural para apresentação de planos de governo dos candidatos à Prefeitura e de ideias e propostas da sociedade, com o objetivo de estreitar a relação fundamental entre o poder público e a população.
Em Santos, as candidatas Carina Vitral (PCdoB) e Débora Camilo (PSOL), respectivamente, debaterão suas propostas na terça-feira (20/09) e quinta-feira (22), sempre às 18h30, na sede do Sindicato dos Urbanitários de Santos (Sintius), na Rua São Paulo, nº 26, na Vila Belmiro. A assessoria de Carina Vitral informou, na tarde do dia 20, que a candidata não poderia comparecer ao debate por razões de saúde.
Em Jundiaí, os debates com os proponentes à Prefeitura local acontecem das 20h às 22h, na sede do sindicato dos metalúrgicos (Rua XV de Novembro, 240, Vila Arens): deputado estadual Luiz Fernando A. Machado (PSDB), no dia 20; e a vereadora Marilena Perdiz Negro (PT), no dia 22.
Em Jacareí, a delegacia sindical realiza a atividade em conjunto com a Associação dos Engenheiros e Arquitetos local (Aeaj), o Crea-SP, a União das Associações do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e do Litoral Norte (Unavap) e da Federação das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo (Faeasp). Os debates serão realizados, às 20h, na sede da Aeaj (Avenida Pensilvânia, 531), na terça-feira (20/09), com o candidato Pedro Motta (PTB/PMB); e na quarta-feira (21), com Ana Abreu (PSB/PPS/PTN).
A Delegacia Sindical de Campinas recebe o candidato Jonas Donizette (PSB) nesta quarta-feira (21/09), às 18h30, na sua sede à Avenida Júlio Diniz, 605, no Jardim Nossa Senhora Auxiliadora.
Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Texto atualizado no dia 21 de setembro de 2016, às 11h43
O senhor de corpo franzino, dependente da cadeira de rodas, era ansiosamente aguardado na noite do terceiro sábado de julho em Ribeirão Cascalheira, a 891 km de Cuiabá, no nordeste do Mato Grosso. Pela primeira vez, a presença de dom Pedro Casaldáliga na Romaria dos Mártires, que ele criou há 30 anos, era uma incógnita.
Aos 88 anos, o bispo emérito de São Félix do Araguaia continua lúcido, mas o agravamento do Parkinson tem afetado cada vez mais sua fala e a coordenação motora. Os deslocamentos e as aparições públicas são cada vez mais raros.
Aliado dos xavantes, as ameaças de morte não impediram que o bispo dom Pedro Casaldáliga
se tornasse uma referência internacional na luta pelos direitos humanos.
Durante toda aquela semana, especulou-se entre os organizadores, auxiliares na Igreja e fiéis se o religioso deveria se submeter à viagem e ao intenso calor para participar do evento, que desde 1986 ocorre em um fim de semana de julho na cidade de 9 mil habitantes, no Vale do Araguaia.
Casaldáliga decidiu ir, embora tenha ficado contrariado com a condição imposta por seus auxiliares: faria os 268 km de São Félix do Araguaia a Ribeirão Cascalheira num pequeno avião, e não pela estrada de terra batida. “Ele ficou bravo porque disse que queria chegar na altura do povo”, contou Antônio Canuto, 75 anos, um dos coordenadores nacionais da Comissão Pastoral da Terra.
Na noite de sábado, 16 de julho, a chegada de Pedro Casaldáliga para o ato de abertura da romaria, acenando ao público com uma mão trêmula, causou comoção entre as cerca de 4 mil presentes. A aparência frágil do bispo fez com que muitos romeiros interpretassem sua presença ali como uma despedida da festa religiosa que ele criou.
Conhecido como bispo do povo – ou vermelho, como dizem os inimigos, por sua histórica ligação com a esquerda – e uma das principais referências internacionais na luta pelos direitos humanos na Amazônia, o religioso catalão Pedro Casaldáliga está radicado no Brasil desde 1968. Um dos fundadores de organizações como Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Casaldáliga engajou-se na luta pelos direitos das minorias, sobretudo na Amazônia. Seu estilo de vida espartano, com sandálias havaianas e jeans no lugar da batina, e a defesa de uma Igreja com forte atuação social transformaram-no num dos ícones da teologia da libertação, linha católica popular na América Latina nos anos 1970 e 1980.
Os xavantes de Marãiwatsédé, presentes na romaria, têm no bispo um histórico aliado – não só eles, mas também diversas outras etnias, como os tapirapés e carajás. “É um momento ruim para os povos indígenas do Brasil, mas eles nunca tiveram tão organizados”, afirmou Casaldáliga à Pública.
Em 1971, quando ordenado bispo de São Félix do Araguaia, ele deu à sua primeira carta pastoral o título de “Uma igreja da Amazônia em conflito com o latifúndio e a marginalização social”. Este seria o tom de sua atuação nas décadas seguintes, provocando o descontentamento não só da ditadura, mas também de setores da Igreja Católica.
No final de 2012, quando forças federais começaram a retirar os não indígenas de Marãiwatsédé, Casaldáliga foi ameaçado de morte – por meio de cartas, mensagens e telefonemas anônimos — e deixou a região por dois meses, abrigando-se em Goiânia, na casa de um amigo. Já diagnosticado com Parkinson, sua saúde deteriorou-se desde então.
Seu estilo de vida o tornaria um alvo ainda mais vulnerável. Em São Félix do Araguaia, cidade de 11 mil habitantes na margem do rio de mesmo nome, no nordeste do Mato Grosso, sua casa, ainda hoje, é aberta para qualquer um.
* Leia toda a reportagem da Agência Pública aqui.
Está sendo realizada, nesta sexta-feira (16/09), em Aracaju (SE), a quarta edição do Curso de Formação Sindical da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU). O evento começou às 9h e vai até às 18h. Voltada aos dirigentes das entidades filiadas à confederação, a atividade fará uma ampla abordagem da atual conjuntura política e econômica do País. Os engenheiros, como filiados à confederação, participam da atividade.
* Acompanhe mais informação sobre o andamento da atividade no Facebook da CNTU.
Nesse contexto, ganham destaque as batalhas sindicais do momento: terceirização da atividade-fim, mudanças na legislação trabalhista e a reforma da Previdência. Tais medidas, anunciadas pelo Governo como forma de ajustar as contas públicas ou já em trâmite no Congresso, representam graves ameaças aos direitos conquistados historicamente. “Nossa luta é pelo desenvolvimento com valorização do trabalho, garantia de emprego e renda. Em nada ajudará o País restringir o acesso a direitos ou precarizar as relações do trabalho”, afirma o presidente da CNTU, Murilo Pinheiro.
O dirigente, que fará exposição sobre os riscos da terceirização indiscriminada durante o curso de formação sindical, lembra que é preciso qualificar as lideranças para que essas possam “representar e defender os profissionais de forma eficaz”.
Organizar e comunicar
A programação do curso de formação sindical inclui ainda orientação à organização e regularização das entidades para que essas cumpram com suas obrigações legais e possam atuar plenamente, representando a respectiva categoria.
Encerrando, entra na pauta o debate sobre comunicação em rede e a luta sindical. Falará sobre o tema o jornalista e blogueiro Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
* Confira a programação completa do curso aqui.
Comunicação CNTU
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentou, nesta quinta-feira (15/09), o relatório "Um Olhar sobre a Educação 2016", em que aponta que os professores da rede pública do ensino fundamental e médio do Brasil têm uma remuneração menor que a metade da média salarial dos países membros da OCDE.
Em sua coluna na Rádio Brasil Atual, o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, afirma o Brasil perdeu a capacidade de valorizar a representação do professor. "Isso mostra que há distorção do nosso sistema. O relatório também mostra os professores brasileiros trabalham 42 semanas no Brasil, enquanto em outros países os docentes têm uma jornada de trabalho de 37 semanas anuais."
Clemente ressalta que além da má remuneração, os professores enfrentam problemas com a precária estrutura das escolas. "Além disso, há a péssima condição em muitas escolas, o que dificulta enfrentar os desafios de educar as crianças. Esse relatório também aponta que ainda temos um longo caminho a percorrer para termos uma educação adequada e coerente com o projeto em desenvolvimento no Brasil."
Por outro o lado, o estudo aponta que os docentes universitários no Brasil têm os salários equiparados à média dos países analisados pela OCDE. "O salário de um professor de universidade chega a ser mais alto do que de países desenvolvidos", aponta Clemente. Segundo o OCDE, a remuneração dos brasileiros é superior ao salário na Finlândia, Noruega e Suécia.
Comunicação SEESP
Informação da Rede Brasil Atual