Em seu pronunciamento na solenidade de abertura da 73ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), na noite desta segunda-feira (29/08), em Foz do Iguaçu (PR), o presidente do Conselho Nacional de Engenharia e Agronomia (Confea), José Tadeu da Silva [foto ao lado], exortou os profissionais presentes a serem protagonistas de uma grande mudança no País, ajudando a promover o progresso com sustentabilidade. Ao mesmo tempo, ele criticou os problemas enfrentados na área de infraestrutura, dizendo que, segundo dados do Senado Federal, mais de 30 mil obras estão paradas ou inacabadas. “Gastou-se muito dinheiro e as obras não foram concluídas para atender à sociedade brasileira”, lamentou.
Segundo ele, a fiscalização dessa situação é uma questão prioritária do Sistema e dos 27 conselhos regionais (Creas) que estão espalhados pelo território nacional. “A má gestão dos recursos públicos não tem nada a ver com os nossos profissionais, porque o poder de decisão não está em nossas mãos”, salientou, acrescentando que tal regime é diferente em outros países, “onde 70% das decisões são tomadas pelo pessoal da engenharia”.
Crise e oportunidade
Apesar da situação envolvendo o poder público e o setor privado em casos de corrupção, problemas na indústria e no comércio e o aumento do desemprego, relacionou, para o presidente do Confea o momento também enseja mudanças e oportunidades. “Precisamos de mudanças para vencer a crise. Transformar em propostas, com planejamento, projeto e execução adequados, para a retomada do crescimento e geração de oportunidades para toda a população brasileira. A engenharia e a agronomia são molas propulsoras dessa transformação.”
Ele finalizou ressaltando que as áreas tecnológicas sabem transformar recursos naturais para melhorar a qualidade de vida de todos. “A engenharia e agronomia sempre estiveram a favor do Brasil, e vamos provar isso mais do que nunca nesse momento.”
Valorização profissional
O presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Pinheiro, presente à solenidade e que ministrará palestra sobre a “Engenharia Unida” na quinta-feira (1º/09), destaca que a Soea é um evento muito importante para os profissionais do sistema Confea/Creas e fórum privilegiado não só para o debate dos assuntos ligados ao exercício profissional, mas também dos temas que dizem respeito ao interesse mais amplo das categorias da área tecnológica. “Por isso mesmo, neste ano a FNE participa propondo o debate que nos parece fundamental: as mudanças necessárias para a valorização da engenharia brasileira.”
Pinheiro reforçou a posição da federação de que o crescimento econômico e o investimento produtivo têm relação direta com a inserção qualificada na nossa categoria no mercado de trabalho e na sociedade. “Desta forma, o desenvolvimento é bandeira de luta permanente da nossa entidade. E essa dinâmica deve conter uma política de valorização dos engenheiros que contemple remuneração justa, condições adequadas do exercício profissional e respeito ao conhecimento dos quadros técnicos.”
A 73ª Soea termina no dia 1º de setembro e é realizada em conjunto com a terceira edição do Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia (Contecc). Na sequência, será realizado o 9º Congresso Nacional de Profissionais (CNP), nos dias 2 e 3 de setembro. Confira a programação aqui.
Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Com informações e fotos de Rita Casaro
Existem pessoas que trabalham 35 anos para se aposentar e outras que com 25 anos conseguem a sua aposentadoria. A primeira vista isso parece uma injustiça, mas quando conhecemos os motivos dessa diferença, percebemos que a injustiça existe não pelo tempo de trabalho dessas pessoas, e sim pelo tipo de trabalho, pelas condições que estas mesmas pessoas foram submetidas ao longo de suas vidas. Ou seja, um direito mínimo visto as condições e ambiente de trabalho que foram submetidas.
Na história natural de cada doença, ocorre variáveis, um determinismo onde o corpo humano enfrenta alterações nos órgãos vitais, nas articulações e demais componentes, de modo que, até chegar a velhice, o organismo humano passa por inúmeras transformações. Nesse sentido, o mundo do trabalho não obedece a esse determinismo.
Existem inúmeras atividades de trabalho potencialmente perigosas, e que causam danos diretos a saúde, provocando o adoecimento e ou acidentes que reduzem não somente a qualidade de vida, como também a expectativa de um viver longo e saudável.
Ganhar o pão de cada dia, para muitos, é uma necessidade. Mas ter que adoecer para ganhar esse mesmo pão, isso é uma verdadeira injustiça. Seja por causa de condições de trabalho nem sempre adequadas, como também pelo contato com agentes nocivos à saúde.
Além disso, existe o descaso daqueles que deveriam aplicar rigorosamente a Lei e métodos preventivos. Em decorrência de todo esse processo, os corpos, os organismos desses trabalhadores e trabalhadoras adoecem prematuramente.
É por isso que as empresas devem atender e acatar as Normas Regulamentadoras. Seja na elaboração de documentos que retratem as condições dos riscos, identificando-os e avaliando-os, junto à prevenção de males.
A partir dos dados oficiais, e ficando constatada a existência de riscos, o ambiente de trabalho deve ser monitorado de tal forma que não possam ocorrer adoecimentos nem acidentes decorrentes do trabalho. Mas na prática, e por vontade própria dos empregadores, isso não ocorre.
Sendo assim, a Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, veio para instituir critérios específicos para quem labora em atividade profissional cujo exercício for considerado penoso, insalubre e perigoso.
Os trabalhadores submetidos a estas condições passaram a receber um valor em dinheiro, chamado de adicional de insalubridade. Lembrando que, quem recebe esse valor passa a ter direito a uma aposentadoria especial, que ocorre com 25 anos de trabalho.
Podemos dizer que, nesses casos, vemos como uma espécie de “reparação”, sendo esse, um valor em dinheiro para as pessoas sabidamente expostas a riscos.
Ressaltamos que uma “reparação” não recupera a saúde, pois, o ideal é que ninguém adoeça em decorrência do trabalho. Nesse contexto, consideramos também ser este um valor irrisório, que jamais devolverá as condições de saúde ao corpo de um trabalhador.
Condições estas que praticamente foram roubadas no decorrer de uma vida de trabalho. Ou seja, é um adicional que pressupõe que o trabalhador irá ficar doente, sendo que vem daí, a própria adoção de EPI.
Quanto ao uso do Equipamento de Proteção Individual, o EPI, sabemos e foi comprovado que sua utilização não evita o adoecimento dos trabalhadores.
Vemos, sob a ótica de defesa da saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, que ele é controverso, e nesse sentido, adotamos uma posição de que seu uso é ineficaz.
Embora o EPI seja comprovadamente inadequado e insuficiente, seu uso é adotado como um motivo para a não concessão da aposentadoria especial, fato que não aceitamos. E se fossem eficazes, não ocorreria o adoecimento.
Num olhar focado para as doenças relacionadas ao trabalho no setor químico, podemos perceber e destacar a nocividade de produtos como o chumbo, mercúrio, arsênico, benzeno e uma série de outros.
São substâncias comprovadamente danosas à saúde. Tanto é que, no caso do benzeno, após estudos e reuniões em comissões tripartites, que contou com a participação fundamental de nossa Federação e dos Sindicatos filiados, conseguimos com que ele fosse banido do setor industrial sucroalcooleiro. Uma luta da qual muito nos orgulhamos por todos os resultados obtidos.
Infelizmente, em muitos dos nossos segmentos industriais químicos, ainda existem ambientes profissionais que estão longe de oferecer um trabalho seguro. Neles, existem muitos riscos como ruídos, metas abusivas, movimentos repetitivos, substâncias químicas, entre outros.
A FEQUIMFAR, junto com os seus Sindicatos filiados, e com o apoio da Força Sindical, da CNTQ e da IndustriALL, representa esses trabalhadores e trabalhadoras, e tem como obrigação e compromisso, sempre lutar pelos direitos de saúde e segurança, e almejar um ambiente de trabalho saudável para a classe trabalhadora, por meio da eliminação dos riscos na fonte onde são gerados.
Lembrando que devemos fazer uso da tecnologia que dispomos para substituir produtos e/ou elementos químicos por outros menos agressivos, como nas alterações de processos, na eliminação de riscos, tudo isso, junto a utilização de proteções coletivas, com a organização do trabalho compatível à promoção da saúde e segurança dos trabalhadores.
Reafirmamos que o nosso objetivo não é garantir uma “remuneração” pela saúde, que não pode e nem deve ser comercializada. Queremos é que as pessoas comecem a trabalhar saudáveis e assim permaneçam durante o decorrer de suas vidas de trabalho, para que cheguem até a data da aposentadoria, prontas para desfrutar uma vida longa e saudável.
Nós temos um sonho de que um dia, nenhum trabalhador necessite requerer aposentadoria especial. E se esse dia chegar, é porque conseguimos conquistar ambientes de trabalho saudáveis.
Mas, enquanto isso não for plenamente possível, não podemos aceitar que os trabalhadores sejam duplamente punidos pela perda da saúde e por perdas financeiras. Não vamos aceitar mudanças que prejudiquem os direitos adquiridos pela classe trabalhadora.
Acreditamos que a justiça, o diálogo e o bom senso devem sempre prevalecer quando se trata de garantir aos trabalhadores o que lhes é assegurado pela Constituição Federal: o direito à Saúde!
* Sergio Luiz Leite, Serginho é presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar), 1º Secretário da Força Sindical e membro do Conselho Deliberativo do FAT/MTE
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), receberá integrantes das seis maiores centrais sindicais do País (CUT, UGT, CTB, Força Sindical, CSB e NCST) em sua residência oficial nesta terça-feira (30/08), no período da manhã.
Ligadas ao governo de Dilma Rousseff, CUT e CTB confirmaram presença na reunião. A audiência será realizada no mesmo dia em que deve ser definido o futuro do mandato da petista.
Essa é a primeira vez que as duas entidades, abertamente contrárias ao impeachment de Dilma, participarão de um encontro com um aliado do governo de Michel Temer. A reunião foi costurada pelo presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força (SD-SP).
As informações são do repórter do UOL Luiz Felipe Barbiéri.
No começo deste mês, Rafael Marques da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, associado à CUT, reuniu-se com o ministro Ronaldo Nogueira (Trabalho) em Brasília. Marques da Silva, entretanto, não atuou como representante da central sindical.
Até agora, CUT e CTB se negaram a participar das discussões sobre reformas na Previdência. As entidades dizem não reconhecer a legitimidade do governo interino. Se aprovado o afastamento definitivo de Dilma, os sindicalistas já sinalizaram que podem aderir às negociações, comandadas pelo ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) junto às demais centrais e confederações de empregadores.
Na reunião de 3ª feira, os sindicalistas tratarão de projetos sensíveis aos direitos dos trabalhadores, como as reformas da Previdência e trabalhista. Estão interessados em particular no projeto que pretende regulamentar a terceirização. Essas pautas são consideradas retrógradas pelas entidades.
O Planalto pretende enviar ao Congresso o projeto sobre alterações no sistema previdenciário talvez já em setembro – essa data ainda é incerta. Os sindicalistas atuam para adiar a votação da proposta para 2017. Fonte: Blog do Fernando Rodrigues.
Fonte: Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap)
Na semana de 5 a 10 de setembro a cidade de Santos será sede do primeiro Encontro Internacional para Liderança na Engenharia (EILE) que tem como objetivo principal a criação de projetos que contribuam com a solução de problemas enfrentados pelas cidades brasileiras.
Para o reitor da Universidade de São Paulo (USP), Marco Antonio Zago, apesar de as cidades representarem oportunidades de melhorias sociais e econômicas para seus habitantes, a vida urbana traz uma série de desafios. “Há questões a serem enfrentadas diariamente, como desemprego, mobilidade, sustentabilidade, condições de moradia, violência, entre outros”, afirma Zago.
O Encontro Internacional para Liderança na Engenharia (EILE) é um programa organizado pelo Grêmio Politécnico - associação dos alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - e conta com o apoio da USP. O programa envolve 48 alunos de graduação, brasileiros e estrangeiros e terá como tema “Cidade do Futuro”.
“O EILE é um projeto inovador, pois explora o multiculturalismo, a multidisciplinaridade, a integração do meio acadêmico com os setores público e privado e o espírito empreendedor dos alunos”, ressalta o ex-presidente do Grêmio Politécnico e idealizador do projeto, Eduardo Raya.
O programa conta com uma semana de atividades no campus da USP (em Santos), dois meses para os grupos de alunos estruturarem propostas de solução para as cidades e seis meses para que o melhor projeto seja desenvolvido.
No evento estão previstos painéis para debate, abordando temas como “Desatando os nós: um debate sobre mobilidade urbana”, “Energia: geração, distribuição e sustentabilidade” e “Saneamento e meio ambiente: desafios de uma metrópole”.
O evento, das 9h às 18h, será em Santos, na Praça Cel. Narciso Andrade, s/nº (Edifício Cesário Bastos – USP).
Fonte: Assessoria de Imprensa do Grêmio Politécnico
O cientista brasileiro Miguel Nicolelis defendeu que o chamado “sonho dourado” do capitalismo, de substituir totalmente a mão de obra pela tecnologia para baratear os custos de produção, é “completamente impossível”, já que algumas características do intelecto humano são impossíveis de serem reproduzidas por máquinas. O que ocorre, no entanto, é que muitos trabalhadores acabam como coadjuvantes da tecnologia no processo produtivo, o que pode causar danos sérios ao cérebro humano, à capacidade de produção e a organização do mercado de trabalho.
Nicolelis foi o primeiro cientista a receber, num mesmo ano (2009), dois prêmios dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e o primeiro brasileiro a ter um artigo publicado na capa da revista Science. Ele participou nesta sexta-feira (26), do o 4º Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde, realizado em São Paulo pela Fundacentro – autarquia vinculada ao Ministério do Trabalho.
“Nós estamos condicionando nosso cérebro ao uso de tecnologia ao longo da vida, e como ele é extremamente adaptável, passa a imaginar que o que vale a pena, como os prazeres sociais e financeiros, se comporta também como um sistema digital. O continuo contato digital, por exemplo, leva a alienação social dos indivíduos”, disse. “Um grande risco é que a condição humana está sendo moldada pelas nossas interações digitais modernas. A tecnologia deve ser usada para melhorar a vida no planeta e para a felicidade plena, mas esse modelo de hoje coíbe a criatividade, as expressões artísticas e a comunicação.”
Exoesqueleto: jovem com paralisia chutou a bola com movimentado por suas próprias ondas cerebrais.
A situação se tornará mais grave quando essa lógica se massificar no mercado de trabalho, segundo Nicolelis, que pediu aos representantes de sindicatos presentes no evento que comecem a debater a questão. “O grande embate trabalhista do futuro passa por uma automação da vida cotidiana. Os futuros acidentes de trabalho não vão ser só físicos. Talvez o fato de o sujeito passar 8h como coadjuvante de um sistema automatizado que controla a produção cause danos para a mente muito mais relevantes que todos os danos físicos registrados na história do trabalho”, disse.
No começo de agosto, as principais revistas científicas do mundo publicaram artigo do neurocientista brasileiro em que ele descreve os primeiros meses de treinamento de oito pacientes realizados na AACD, em São Paulo. Os especialistas da equipe de Nicolelis foram surpreendidos com a recuperação motora parcial: depois de 12 meses do projeto, 50% dos pacientes foram reclassificados de paralisia completa para parcial e hoje, após 28 meses de trabalho, todos os pacientes já foram reclassificados.
Nicolelis é coordenador do projeto Andar de Novo, que reúne cientistas de várias partes do mundo no desenvolvimento de um aparato capaz de estimular os movimentos perdidos por meio de uma tecnologia estudada pelo cientista, chamada interface cérebro-máquina. “Pacientes nos relataram que foram à praia e pediram protetor solar, porque sentiam o sol queimando as pernas. O Juliano, que deu o chute inicial na Copa do Mundo e que era paralisado do tórax para baixo, nos pediu para refazer seu uniforme de treinamento porque ele machucava sua virilha”, contou
Segundo Nicolelis, a explicação da evolução dos pacientes está na reorganização plástica do córtex cerebral. Conforme explicou, ao reinserir a representação dos membros inferiores e locomoção nessa região do cérebro, os pacientes podem ter transmitido algumas informações do córtex por meio dos pouquíssimos nervos que devem ter sobrevivido ao trauma que causou a paralisia.
“É como se os tivéssemos ligado novamente, e por causa disso, a medula foi reativada pelo córtex e, ao mesmo tempo, recebido o feedback da periferia, porque esses pacientes andavam durante o treino”, explicou.
Fonte: Rede Brasil Atual
O governo interino de Michel Temer encaminhou ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição – PEC 241/16, que, se aprovada, terá o condão de alterar o papel do Estado brasileiro. Ela determina que a expansão do gasto público não-financeiro nos próximos 20 anos não poderá ser superior à inflação.
Pouco se falou da gravidade dessa iniciativa, que terá consequências catastróficas sobre o futuro do País e do povo brasileiro. Apontamos a seguir algumas dessas possíveis consequências para ilustrar a gravidade dessa proposta, que atende integralmente aos interesses do mercado financeiro.
A primeira consequência será a limitação ou o direcionamento do papel do Estado apenas para garantir o direito de propriedade, assegurar o cumprimento de acordos e honrar os compromissos com os credores das dívidas interna e externa, já que não poderá mais criar novos programas nem ampliar investimentos.
A segunda será a retirada do controle do Poder Executivo, do Congresso e da sociedade sobre o tamanho do orçamento, que ficará automaticamente engessado por 20 anos, independentemente de haver crescimento econômico ou aumento de arrecadação.
A terceira será o acirramento do conflito distributivo, com os diversos setores da sociedade lutando para ver quem perde menos com os cortes, considerando que a prioridade é economizar nas despesas de custeio e investimento para assegurar o pagamento dos encargos da dívida mobiliária.
A quarta será o desmonte do Estado enquanto instrumento de prestação se serviços, com uma forte reforma administrativa voltada à desvalorização dos servidores, com corte de direitos e de reajustes, além da proibição de novas contratações, mediante a vedação de novos concursos públicos nos próximos 20 anos.
A quinta será a inevitabilidade de uma reforma ou ajuste com viés fiscal na seguridade social e na educação, já que o congelamento não se sustenta sem um drástico corte de despesas na previdência e assistência social, na saúde e na educação.
Apenas a título de ilustração, se as regras da PEC 241 já estivessem em vigor desde 2003, início do primeiro mandato do presidente Lula, o salário mínimo, atualmente de R$ 880,00 seria equivalente a R$ 509,00. O gasto com saúde e educação seria a metade do que é hoje.
No caso da previdência e da assistência social, o maior programa de distribuição de renda do planeta, que é responsável pela paz social no Brasil, seu escopo teria sido reduzido drasticamente, não apenas para dificultar o acesso a esses benefícios, mas também para desvincular suas prestações do salário mínimo, especialmente os benefícios assistenciais, cujo valor seria próximo do pago aos beneficiários do Bolsa-Família.
Pode parecer terrorismo, mas a verdade é que o congelamento do gasto público obriga o corte de direitos dos atuais beneficiários para permitir o acesso a esses direitos de novas pessoas, afinal a população não para de crescer, as pessoas preenchem os requisitos para requerer aposentadoria, há demanda por mais saúde e educação e isso só será possível se houver aumento da despesa ou redução dos benefícios de quem já vinha usufruindo desses benefícios.
O raciocínio é simples. Se há um valor fixo, que já está comprometido com uma despesa, o atendimento a novos beneficiários só será possível se o valor que atende aos atuais for reduzido. Na previdência, por exemplo, existe uma regra de reajuste que só continuará a ser aplicada se não houver nenhuma nova aposentadoria. Como novas aposentadorias surgirão, ou se aumenta o valor (o que a PEC proíbe) ou se suprime o reajuste. A última hipótese, combinada com o corte de direitos, é que será colocada em prática, segundo a visão do governo.
O governo fez uma opção política de não aumentar tributo dos mais ricos e economizar em cima dos mais pobres. Com a PEC 241, a prioridade é o pagamento da dívida, já que essa não está sujeita a nenhum tipo de congelamento. É simples assim.
* Antônio Augusto de Queiroz, jornalista, analista político e Diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap)
A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) Energia abriu processo seletivo para contratar mais de 100 estagiários. Segundo o divulgado, a companhia procura por estudantes que cursam os três últimos anos da graduação ou formação técnica e que estejam dispostos a imprimirem sua marca dentro da empresa. “São esses jovens que oxigenam nossos processos e nos ajudam a entender esse novo mundo em constante transformação”, destaca Luiz Thome, diretor de Performance e Gestão de Pessoas.
Podem se inscrever para o processo estudantes de ciências humanas ou exatas em nível superior (engenharia, finanças, recursos humanos, jurídico, comunicação, tecnologia da informação, entre outros) e técnico (eletrotécnica, eletrônica e segurança do trabalho). As vagas são para as unidades do Grupo nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.
Para mais informação e inscrição clique aqui.
Fonte: Sindicato da Indústria da Energia no Estado de São Paulo (SindiEnergia)
A Universidade de São Paulo (USP) abriu o acesso à nuvem computacional para pesquisadores vinculados a qualquer universidade ou instituição de pesquisa realizarem seus projetos.
Os pesquisadores poderão ter acesso, via internet, a um conjunto integrado de servidores, dispositivos de armazenamento e rede de dados que compõem o sistema de computação em nuvem (cloud computing) da universidade – denominado interNuvem USP – mediante a aquisição de créditos.
A aquisição de créditos poderá ser feita usando-se recursos de contratos para pesquisa de agências ou de empresas, inclusive da FAPESP. “Nas propostas de projetos submetidos à FAPESP, o pesquisador proponente pode incluir na rubrica ´serviços de terceiros´ do orçamento solicitado os custos para uso da nuvem como serviço, adicionando a justificativa da necessidade para o projeto”, afirmou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação.
O objetivo da abertura da nuvem computacional à comunidade de pesquisa é racionalizar o uso dos serviços disponibilizados pelo sistema e também dos recursos públicos aplicados em computação para realização de pesquisas, explicou José Eduardo Ferreira, superintendente de tecnologia da informação da USP.
“Em vez de um pesquisador solicitar recursos para a FAPESP para comprar um servidor físico, que pode tornar-se obsoleto com o passar do tempo, ele pode adquirir créditos oriundos de seu projeto de pesquisa para usar um servidor compartilhado na nuvem com outros pesquisadores”, sublinhou Ferreira.
“A USP e a administração da FAPESP estão em pleno acordo em relação à prestação de contas desses recursos”, acrescentou Antonio Mauro Saraiva, assessor da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP..
Os créditos adquiridos pelo pesquisador serão debitados à medida que forem utilizados, proporcionalmente ao tempo de ativação dos recursos computacionais.
Quando os créditos se esgotarem, os pesquisadores deixam de ter acesso à nuvem computacional até que adquiram novos.
Os créditos não utilizados não expiram e podem ser transferidos entre pesquisadores. Um pesquisador que tiver completado sua pesquisa e desejar transferir seu saldo de créditos para outro, por exemplo, pode fazer isso. Ou pode, ainda associar-se a outros pesquisadores para usar os recursos da nuvem computacional de forma cooperativa.
“A iniciativa beneficiará uma ampla gama de pesquisadores, desde aqueles que precisam adquirir seus clusters computacionais – e cuja operação demanda gastos com instalação de energia elétrica, entre outros, custeados pelas universidades ou pela reserva técnica da FAPESP – até os que necessitam rodar programas por um tempo determinado”, exemplifica Roberto Marcondes Cesar Júnior, membro da Coordenação Adjunta de Ciências Exatas e Engenharia da Fundação.
Nuvem interconectada
Implementada em 2012 com apoio da FAPESP, com o objetivo de auxiliar na gestão da tecnologia da informação (TI) da USP, a interNuvem atende tanto às demandas dos pesquisadores da universidade – que necessitam de recursos de computação de alto desempenho e de armazenamento de dados para a realização de suas pesquisas –, como também da administração da instituição.
Além disso, também hospeda a infraestrutura de ensino a distância da universidade.
“A interNuvem tem esse nome porque é uma nuvem interconectada, ou seja, engloba mais de uma nuvem administrada ao mesmo tempo, com vários tipos de acesso e diferentes níveis de capacidade computacional, que se juntam, de forma cooperada, para atender diferentes demandas da universidade”, explicou Ferreira.
A nuvem computacional estava sobrecarregada em razão da falta de regras de utilização.
A fim de regulamentar seu uso, a Pró-Reitoria de Pesquisa da universidade nomeou, em 2015, uma comissão integrada por um grupo gestor de recursos computacionais de alto desempenho e de nuvens interconectadas, composta por professores ligados à área.
Com base em diretrizes debatidas e acordadas por esse grupo gestor, a Pró-Reitoria de Pesquisa e a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) da universidade baixaram uma portaria de normatização do sistema de nuvem e uma circular, de modo a direcionar o uso dos recursos computacionais tanto por pesquisadores vinculados à universidade, como também por usuários externos por meio de um sistema de créditos.
“A ideia de normatizar o uso da interNuvem é a de que quando um pesquisador terminar um projeto e deixar de usar os recursos computacionais, por exemplo, ele libere para que outros pesquisadores possam utilizá-los”, explicou Saraiva.
Para utilizar a nuvem computacional, tanto os pesquisadores vinculados à USP como os de outras universidades e instituições de pesquisa precisam solicitar os recursos desejados por meio de uma interface de serviços.
Os docentes e pesquisadores vinculados à USP podem tem acesso a uma quota única de créditos gratuita e limitada ou a um menu de recursos ilimitados, mediante a aquisição de créditos.
Já os pesquisadores não vinculados à USP podem solicitar uma quantidade ilimitada de recursos com contrapartida financeira para aquisição de créditos.
“Passados três anos, se o pesquisador quiser utilizar a nuvem computacional em um novo projeto de pesquisa, ele terá acesso a recursos completamente atualizados”, disse Saraiva.
Fonte: Agência Fapesp/Elton Alisson
Diretores da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) participam da 73ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), em Foz do Iguaçu (PR), cujo será “A engenharia a favor do Brasil: mudanças e oportunidades”. O evento, segundo os organizadores, deverá reunir cerca de quatro mil profissionais desta segunda-feira (29/08) até 1º de setembro, em conjunto com a terceira edição do Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia (Contecc). Na sequência, será realizado o 9º Congresso Nacional de Profissionais (CNP), nos dias 2 e 3 de setembro.
A programação contará com atividades como palestras, fóruns e debates conduzidos pelos principais especialistas do setor. Serão abordados os seguintes eixos complementares ao tópico central: desafios e estratégias para inserção dos profissionais; manutenção e conservação de obras e equipamentos de engenharia; mobilidade internacional; transformações e avanços necessários ao sistema profissional; e planejamento de infraestrutura.
Engenharia unida
O presidente da FNE, Murilo Pinheiro, ministrará palestra magna, na quinta-feira (1º), das 9h às 10h, sobre o movimento “Engenharia Unida”, lançado em março último, em São Paulo, e que conta com o apoio de diversas lideranças da categoria em todo o Brasil. Na atual edição do “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, cujo tema é “Cidades”, profissionais falaram sobre a proposta. Em sua declaração publicada na revista, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Joel Krüger, anfitrião da 73ª Soea, destacou que há muito as ações do conselho local seguem a linha proposta pela federação de união e valorização das engenharias, da agronomia e das geociências. “Além de unida, nossa engenharia precisa ser fortalecida. (...) O Crea-PR parabeniza a FNE pela campanha e ressalta que apoia esse e outros projetos que tenham como objetivo o fortalecimento da nossa categoria”, afirmou. Posição reforçada, na mesma publicação, pelo presidente do Confea, José Tadeu da Silva: “Vejo como decisão acertada a da FNE de chamar a integração dos profissionais para a gente virar essa página da história do País e entrar numa fase melhor. O momento é de unir mesmo.”
Foto: Beatriz Arruda/SEESP
Diversas lideranças de todo o Brasil no dia do lançamento do movimento "Engenharia Unida",
em março último, em São Paulo.
Para Pinheiro, o movimento é o esforço coletivo de todos os profissionais da área tecnológica em defesa das categorias e em prol do desenvolvimento do País. "Acreditamos que o Brasil tem plenas condições de se tornar uma grande nação capaz de oferecer vida digna a toda a população."
Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Com informações do Confea e do jornal Gazeta do Povo
É um número impressionante: 485.908 candidatos a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em todos os 5.570 municípios brasileiros (com exceção do Distrito Federal e de Fernando de Noronha). Esta avalanche de candidatos confirma a participação democrática maciça do povo brasileiro que quer votar, mas também quer ser votado nas eleições municipais.
O número de candidatos representa 3% do total de filiados aos 35 partidos que disputam as eleições em 2 de outubro. A partir de seus resultados poderão ocorrer ainda as eleições em segundo turno em 92 cidades com mais de 200 mil eleitores. Em quase metade dos municípios, principalmente os menores, disputam apenas dois candidatos a prefeito mas, em geral, as alternativas são bem maiores; só em 99 cidades há um candidato a prefeito, mas em Campo Grande, por exemplo, há 15 deles.
Segundo as estatísticas e classificações dos tribunais eleitorais o maior contingente de candidatos é formado de agricultores, seguido por servidores públicos municipais, comerciantes, empresários, vereadores que buscam a reeleição e donas de casa. Não aparecem, nos números dos tribunais, dirigentes sindicais especificados.
Submetidos às regras novas de duração, de financiamento e de campanha, estas eleições são atípicas, também pela conjuntura de crise em que se realizam mas, de acordo com uma regra empírica, seus resultados determinarão a composição dos Legislativos a serem eleitos em 2018.
O movimento sindical tem dificuldade em participar nas eleições porque elas são partidárias e a Constituição proíbe a partidarização no sindicato. No entanto, várias entidades conseguem apresentar candidatos da categoria e apoiam outros aliados, com resultados, diga-se a bem da verdade, que deixam a desejar.
Quero destacar, aqui em São Paulo, a experiência de dois sindicatos que têm conseguido com atividades inteligentes participar do processo eleitoral interagindo com os postulantes e candidatos e apresentando a eles suas propostas. O sindicato dos Engenheiros (cuja sede é o local contratado por várias candidaturas para a realização de eventos) organizou uma série de cafés da manhã com todos os eventuais pré-candidatos sem nenhuma discriminação e pretende agora receber os candidatos. O Sinesp – sindicato municipal dos diretores de escolas públicas – em seu 20º Congresso da categoria recebeu para apresentações sucessivas os mais destacados candidatos à prefeitura de São Paulo.
Ambos assim o puderam fazer porque consolidaram ao longo dos anos a estratégia de politizar sem partidarizar.
* João Guilherme Vargas Netto, analista político e consultor sindical