O presidente do Comitê de Logística da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o engenheiro civil Renato Casali Pavan, nesta entrevista, traça um panorama logístico do País, destacando os pontos positivos e negativos da atual infraestrutura logística nacional. Com 35 anos de experiência em projetos de infraestrutura de transporte de carga, Pavan acredita que o País caminha para uma nova configuração portuária com destaque para os portos das regiões Norte e Nordeste e o limite da saturação do acesso rodoviário e ferroviário aos complexos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR).
Quais os pontos favoráveis e negativos da nossa logística?
Renato Casali Pavan – A logística atual se recente da falta da armazenagem na propriedade, que é a peça do sistema mais importante, porque ela é que regula a demanda. No Brasil, temos apenas 15% da produção armazenada na fazenda quando necessitamos de, no mínimo, 65%. A falta dela cria a falsa impressão que as nossas estradas, portos e ferrovias estão subdimensionados, o que não é correto. O que verdadeiramente ocorre é que se libera para o transporte produto sem menor critério. Parte da solução de curto prazo já foi resolvida com o agendamento da chegada dos caminhões para entrar nos Portos, principalmente do de Santos e Paranaguá.
E os positivos?
Pavan – Já o aspecto favorável é que já está funcionando em parte a saída norte BR 163-Miritituba onde o grão é transferido para barbaças até o Porto de Vila do Conde por onde deve passar 50% da exportação do Mato Grosso. Além disso, começou a operar o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) do Porto de Itaqui, que exportará a produção da região do Matopiba. Em Itacoatiara [na região amazônica] o grupo Maggi está dobrando a sua capacidade, chegando perto de cinco milhões de toneladas/ano exportando a produção do oeste do Mato Grosso, o mesmo ocorrendo com a Cargill, em Santarém (PA). A nossa consultoria levantou que a partir [do ano] de 2022 a saída norte será responsável por 50% da exportação. Assim os portos do sul e sudeste vão operar apenas a produção da sua área de abrangência.
Foto: Site do Porto do Itaqui
Pavan destaca porto maranhense como uma boa promessa para a logística nacional
Como estão os portos nacionais?
Pavan – O problema brasileiro dos portos não é só do agronegócio, é de toda a economia brasileira, porque a quase totalidade dos portos brasileiros foi construída ao longo de mais de 500 anos sem sair do mesmo lugar. Eles foram crescendo sem planejamento e com “puxadinhos”, diferentemente do que está ocorrendo com a China, Índia e outros países que estão construindo portos em águas profundas, onde os navios de maior capacidade reduzem substancialmente o custo do transporte transoceânico. Ou seja, temos portos, mas não competitivos. No Norte temos o Porto Vila do Conde de águas profundas, assim como Itaqui. O setor de contêiner conta com novos terminais modernos, mas sofrem com os problemas do porto, dragagem, e acesso. Além disso, o acesso ferroviário e rodoviário de Santos e Paranaguá está no limite da saturação.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) entrou, no dia 11 de fevereiro, com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), no Supremo Tribunal Federal (STF). O objeto da iniciativa é o artigo 142, da Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015, que, entre outras providências, permite ao capital estrangeiro explorar serviços de saúde no País. Juntamente com a Adin há um pedido de liminar para suspender os efeitos da lei assim que for julgada.
Com a nova lei, empresas de outros países podem instalar ou operar clínicas, hospitais – inclusive filantrópicos – e executar ações e qualquer outro tipo de serviços de saúde. Antes, as exceções previstas autorizavam a atuação dessas empresas com sede no exterior somente em planos de saúde, seguradoras e farmácias.
A inconstitucionalidade baseia-se nas violações aos artigos 196, 197 e 199, do parágrafo 3º da Constituição Federal, que diz claramente: “É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei”.
A violação à Constituição foi introduzida em medida provisória cujo objetivo inicial era reajustar a tabela do Imposto de Renda e tratar de outras matérias civis tributárias e financeiras. No entanto, foram incluídos 32 temas que não têm relação com tributação, entre elas a permissão à entrada dessas empresas no mercado nacional.
“Agora, o capital estrangeiro pode explorar a saúde como atividade econômica como bem quiser, mandando o dinheiro para fora do País. Isso coloca a saúde no patamar de commodities e não como um direito social, o que implica em uma deterioração na qualidade dos serviços prestados. É preciso barrar essa lei”, afirma Ronald Ferreira dos Santos, presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), entidade filiada à CNTU.
Para o dirigente, uma nação minimamente soberana tem a saúde como objeto de política de Estado. “Com essa abertura, as estrangeiras vão acessar nossos dados, informações, nossos processos de saúde. Essa, aliás, foi uma das principais razões para se manter a soberania e segurança nacional a partir da Constituição, vetando a participação integral no setor”, continua Santos. Ou seja, além de enfraquecer a lógica da saúde enquanto direito, garantido constitucionalmente, compromete a soberania nacional.
O presidente da Confederação também se manifestou sobre a mudança repentina no mercado: "A CNTU vê a possibilidade da entrada de capital estrangeiro no setor da saúde do País com surpresa e preocupação. Está explícita na Constituição Federal a proibição a esse processo”, diz Murilo Celso de Campos Pinheiro.
Pinheiro alerta para o fato de que a legislação é negativa também “porque aponta na direção de maior privatização desse serviço que é literalmente vital à população.” Ele lembrou que as entidades sindicais têm atuado no combate à precarização e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo assistência pública universal e de qualidade.
Mobilização
Questionado sobre o tempo em que a Adin poderá levar para ser julgada, o presidente da Fenafar exclama: “Tudo depende da sensibilização do STF e da nossa capacidade de mobilizar e problematizar essa questão. Agora é mobilizar para combater esse ataque da saúde como direito”.
Com relação ao fato de algumas farmácias já serem exploradas pelo capital estrangeiro, Santos lembrou que o conceito de farmácia como estabelecimento de saúde é algo recente, formalizado em agosto do ano passado, com a Lei 13.021. "Até alguns meses atrás ainda era vista somente como atividade comercial. Com isso, algumas seguradoras estrangeiras passaram a oferecer serviços próprios, o que é uma ilegalidade”, diz Ronald dos Santos, lembrando que essa também é uma batalha a ser enfrentada pela Fenafar.
A CNTU promete fazer muito barulho para pressionar pela derrubada da lei. “Trabalharemos para corrigir o que consideramos ser um equívoco grave e prejudicial ao País”, conclui o presidente da CNTU.
Deborah Moreira
Imprensa SEESP
A Petrobras Distribuidora S.A. não pode contratar mão-de-obra terceirizada para a função de técnico de abastecimento de aeronaves, sob pena de multa diária de R$ 5 mil por trabalhador encontrado nessa condição. A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento a recurso da empresa, confirmando sentença que considerou ilícita a contratação realizada por meio da Marlim Azul Comércio de Petróleo e Derivados Ltda., pois o abastecimento de aviões compõe sua atividade-fim.
A decisão foi proferida em ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho da 9ª Região (PR), que questionou o tipo de contratação feita pela Petrobras no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, a 18 km do centro de Curitiba. A 17ª Vara do Trabalho da capital julgou procedente a ação, por entender que o abastecimento de aeronaves dos clientes é inerente à atividade econômica desenvolvida pela Petrobras no aeroporto, e, portanto, não pode ser terceirizada. O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) manteve a sentença.
Em consequência de o recurso de revista também ter seguimento negado, a empresa interpôs agravo de instrumento ao TST, buscando o processamento do recurso. Para isso, alegou que o cargo de técnico de abastecimento previsto em seu plano de cargos e salários compreende funções específicas e mais complexas que as dos terceirizados que abastecem as aeronaves, e sustentou que o fato de esses trabalhadores utilizarem uniforme com a marca Petrobras é exigência legal, a fim de que se garanta a procedência do combustível.
Fonte: Notícias do TST
Na próxima segunda-feira (23), às 9h, começam as aulas do primeiro curso de graduação em Engenharia de Inovação do Brasil. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, irá proferir a aula inaugural no Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), em São Paulo (SP).
A instituição, que tem como entidade mantenedora o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp) e conta com o apoio da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), surgiu a partir da necessidade de se formar profissionais aptos a empreender e buscar soluções para a indústria nacional, que precisa ganhar competitividade. "É uma faculdade sem fins lucrativos e a primeira montada por uma entidade sindical no País. É a nossa contribuição para a sociedade brasileira, e o ministro ficou muito entusiasmado com isso", afirmou Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente da FNE, que pretende tornar a instituição uma referência para outras faculdades brasileiras, ao inserir uma nova categoria no mercado, voltada à indústria.
O curso é inédito também em sua matriz curricular, com uma grade para cinco anos em período integral, que somarão 4.620 horas. Primeiramente, os alunos aprenderão conceitos e experimentações para só então optarem qual o segmento da engenharia que vão atuar e se aprofundar. Além disso, o estudante receberá bolsa integral, não restituível, e auxílio para despesas.
O processo seletivo para a primeira turma começou em outubro do ano passado. Os inscritos fizeram um exercício de aptidão lógica online e uma prova presencial de expressão. A nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também contou para a seleção dos estudantes.
Fonte: Jornal Agora
Embora não se saiba se, a longo prazo, o Porto de Santos terá capacidade para receber supercargueiros, a curto e médio prazo, não há dúvida que continuará a ser o principal complexo portuário do País, hoje responsável pela movimentação de 25,6% do comércio exterior brasileiro. Por isso, são fundamentais as obras que se projetam para dar ao porto a infraestrutura necessária para acabar ou minimizar os problemas de acesso e operação portuária.
É de se ressaltar que estão em execução as obras de reforço do Cais de Outeirinhos, com conclusão prevista para julho de 2015. Em junho de 2014, foram entregues os primeiros 512 metros, mas ainda faltam 800 metros. Essa obra permitirá a atracação de até seis navios de cruzeiro no local.
As demais obras de reforço irão beneficiar diretamente as operações de carga e descarga, incluindo o trecho que vai do Armazém 12A ao Armazém 23. Também o cais da Ilha Barnabé receberá obras de recuperação que vão permitir a atracação de navios de maior comprimento. Hoje, embarcações de até 336 metros podem trafegar em tese no canal do estuário, mas a Praticagem defende que seja estabelecido um limite de até 266 metros de comprimento. Isso mostra que o Porto, mesmo com obras de aprofundamento do calado, dificilmente, terá condições de receber os navios Post-Panamax.
É de se observar também que estão em fase de conclusão obras de reforço do píer da Alemoa e do píer do Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa. Na área seca, há necessidade de se concluir as obras da Avenida Perimetral, nas duas margens do Porto. Em Santos, falta remodelar a Avenida Mário Covas, entre o Canal 4 e a Ponta da Praia, com a construção de um viaduto no Canal 5, além de concluir a reforma do trecho entre a Alemoa e o Saboó, local de grande circulação de caminhões e carretas.
Em Guarujá, na margem esquerda, espera-se que até abril esteja concluída a segunda fase da Avenida Perimetral, com a construção de duas pontes – uma convencional e outra estaiada. É de se lembrar que em janeiro foi inaugurada uma alternativa ao trânsito na Rua Idalino Piñez, mais conhecida como Rua do Adubo, com a construção pela iniciativa privada de um acesso em áreas de duas empresas portuárias. Cerca de 1,2 mil veículos por dia vêm utilizando o novo acesso, o que equivale a 30% do movimento local.
As empresas construíram esse acesso para reduzir os prejuízos causados pelos congestionamentos durante o período de escoamento da safra agrícola e, obviamente, pela lentidão e incapacidade do poder público em resolver o problema, o que se evidencia também na questão do Mergulhão, passagem subterrânea da Avenida Perimetral, no centro de Santos, cujo projeto já começa a se envelhecer sem nunca ter saído do papel.
* por Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC)
Foi o artigo de Marcelo Miterhof, “O xis do problema”, publicado na Folha em 12/02 que chamou minha atenção. Fiz o que ele recomendava e cliquei no texto.
Pude então ler o texto para discussão “Mercado de trabalho e a evolução dos salários no Brasil” de Ricardo Summa, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, de setembro de 2014, com 24 páginas.
O estudo, bem apresentado e amparado em vasta bibliografia, confirmou a principal tese que tenho defendido a respeito da conjuntura favorável à luta sindical dos trabalhadores nos últimos anos, apesar das dificuldades e dos problemas que precisam ser enfrentados e resolvidos. O texto dá conta do protagonismo do movimento sindical.
Para mencionar apenas os gráficos, que mereciam ser reproduzidos aqui, assinalo o das taxas de desemprego e suas variações, o da evolução do salário mínimo real, o do número de greves, o do número de horas paradas por greve, o dos instrumentos coletivos realizados, o do porcentual dos salários com aumento real, o da relação entre salário mínimo e salário médio e, finalmente, o gráfico que foi reproduzido no artigo de Marcelo Miterhof, o da evolução do salário real médio (entre 2000 e 2013) que mostra uma contínua elevação a partir de 2004.
Há, no artigo original, uma ligeira menção à distribuição funcional da renda (salários x lucros), onde se assinala – desde setembro do ano passado!- “que diversos atores dos meios empresariais, acadêmicos e até mesmo do governo implicitamente ou explicitamente estão discutindo medidas para moderar ou até mesmo barrar esse processo de elevação em curso”.
A grande vantagem do texto de Summa, além de sua clareza, precisão e síntese, é a de assumir os fatos relacionados ao emprego e aos salários não como um “dado” da economia, como acontece nos textos em economês acadêmico, mas como decorrência também da ação sindical que influi na conjuntura garantindo os interesses dos trabalhadores, com salário mínimo crescente, salários negociados com ganhos reais, emprego em expansão e políticas sociais vantajosas.
O texto merece ser lido e divulgado por todos os dirigentes sindicais e, mais que lido e divulgado, merece ser estudado por todos os ativistas sindicais para melhorar a compreensão do que temos feito, do que temos conquistado e do que havemos de perder se o ajuste em curso transformar-se em recessão aberta.
* Para ler o texto indicado pelo autor clique aqui.
* João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical
Uma fonte de energia limpa e inusitada poderá surgir nos próximos anos graças a pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araraquara (SP). Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), os pesquisadores estudam a viabilidade de usar a água residuária da indústria de suco de laranja para produzir hidrogênio – uma fonte de energia renovável, inesgotável e não poluente.
A proposta é reaproveitar a energia gerada localmente, na própria indústria, para abastecer as bombas dos sistemas de tratamento biológico, beneficiando tanto a indústria energética, quanto o setor citrícola, como o sucroalcoleiro, indústrias de refrigerantes, cervejas e de outros alimentos.
A vantagem de produzir hidrogênio a partir de águas residuárias é aproveitar, de maneira sustentável, uma fonte de carbono que hoje está sendo descartada. Esse fato iria diminuir o custo da energia produzida através do hidrogênio, que é dos principais empecilhos para a implantação efetiva desse tipo de energia no Brasil.
O grupo de pesquisadores do Cempeqc – Centro de Monitoramento e Pesquisa da Qualidade de Combustíveis, Biocombustíveis, Petróleo e Derivados do Instituto de Química da Unesp – está estudando três diferentes resíduos do beneficiamento da laranja cedidos por uma empresa situada em Matão (SP): o melaço, a vinhaça e a água residuária.
O Ministério de Minas e Energia tem planos para introduzir o hidrogênio na matriz energética do país até 2025, inclusive como combustível automotivo. Uma das metas do governo brasileiro é que, após 2020, toda a produção do gás seja obtida a partir de fontes renováveis.
Fonte: Agência Unesp de Notícias
Por meio da participação em reuniões do comitê orientador do plano e dos processos de consulta e audiência pública, Michel Xocaira Paes, aluno de doutorado do Programa de Ciências Ambientais da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Sorocaba, contribuiu para o debate sobre a gestão dos resíduos no município de Sorocaba, estado de São Paulo.
Segundo o aluno e pesquisador “o plano de gestão integrada de resíduos foi elaborado de forma participativa e democrática, atendendo assim alguns dos princípios e objetivos da política nacional de resíduos sólidos”.
O doutorando destacou ainda que “o plano prevê ações necessárias e importantes, como a ampliação da coleta seletiva, análise sobre a gestão compartilhada dos resíduos urbanos com municípios vizinhos, além de estudos sobre novas tecnologias para o reaproveitamento do grande volume de resíduos orgânicos que hoje vão para o aterro”.
“A coleta seletiva já existe e deve ser intensificada e ampliada. Porém há de se ter cautela quando se pretende adotar alguma alternativa tecnológica para o maior reaproveitamento dos resíduos e o município de Sorocaba está tendo”, destacou o aluno.
A participação de alunos de pós-graduação em Ciências Ambientais na discussão política das principais questões ambientais contemporâneas, notadamente em Sorocaba e região, é incentivado e contribui sobremaneira para a formação científica, social e humana do corpo discente.
Fonte: Agência Unesp de Notícias
Com o objetivo de sensibilizar professores e servidores técnico-administrativos sobre as necessidades de mudanças de hábitos para a sustentabilidade, a Faculdade de Odontologia (FO) da Unesp, campus de Araçatuba, realizou o IV Congresso de Administração. O evento aconteceu nos dias 5 e 6 de fevereiro, no auditório da faculdade.
"Acreditamos que a sustentabilidade começa na ação de cada indivíduo, alterando a forma de gestão das instituições, com o objetivo da responsabilidade ambiental e social", disse a diretora da unidade, Ana Maria Pires Soubhia.
Assim, o AdministraFOA 2015, como é chamado o congresso, teve por tema "Sustentabilidade no ambiente de trabalho". A finalidade foi criar um espaço para a discussão e reflexão das ações de cada um dos participantes dentro e fora da faculdade, com foco no uso racional da água, energia elétrica e descarte correto dos resíduos. "O objetivo da sustentabilidade no ambiente de trabalho é provocar reações que beneficiem o planeta, garantindo a continuidade da espécie e a qualidade de vida das novas gerações", escreveu a comissão organizadora para a abertura dos Anais do Congresso.
Na abertura do evento, o vice-diretor Wilson Roberto Poi definiu o termo sustentabilidade, como um conceito relacionado a aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais, que busca suprir as necessidades do presente sem afetar as gerações futuras. "O tema do congresso mostra-se mais atual do que nunca, como vemos as notícias da falta de água e o risco de apagão", lembrou o professor. "Precisamos fazer nossa parte como instituição pública e também como indivíduos. A sustentabilidade é mais efetiva em uma gestão participativa, onde cada um tem consciência do seu papel."
Para balizar os debates e as palestras da programação, foi exibido o filme "A História das coisas". Neste curta-metragem, é apresentado uma cadeia produtiva e de consumo como um sistema fechado, e mostra os impactos ambientais e sociais de cada uma das etapas, desde a extração até o lixo descartado.
Impactos ambientais
De acordo com Rosane Aparecida Gomes Batistelle, da Faculdade de Engenharia (FEB), campus de Bauru, a atividade humana sempre gerou impactos ambientais, mas a degradação ambiental deu um salto após a Revolução Industrial , no século XVII, e expandiu ainda mais no novo século. "Estamos diante de um momento crítico para a manutenção da existência humana", destacou.
Apesar da situação difícil, com a escassez da água, poluição do ar, água, solo, e tantos outros problemas ambientais e sociais, Rosane acredita no Desenvolvimento Sustentável, dentro de características de trabalho coletivo, com desenvolvimento econômico e prudência ambiental. Para ela, ações em todo o mundo estão voltadas para diminuir os impactos da atividade humana, como a reciclagem, pavimentos permeáveis, materiais de construção que não se utilizam de cimentos, entre outras ações.
Já para a professora Barbara Stolte Bezerra, também da FEB, a sustentabilidade das cidades passa pela sua mobilidade. Uma cidade voltada para o transporte por meio de veículos tem impactos muito grandes sobre o ambiente e sobre a saúde da sua população. Por exemplo, cerca de 40% do espaço urbano é destinado às vias onde passarão os carros, sem contar a necessidade de estacionamentos. Se projetos urbanos destinados a maior integração entre meios de transporte, seja coletivos, particulares, mobilizados e não mobilizados, poderia destinar mais áreas para parques.
Além disso, o espalhamento urbano e o foco no transporte por meio de carros aumentam o gasto de energia "O ideal seria ter mais habitantes por área, ou seja, maior concentração, com o uso misto das vias - carro, ônibus, bicileta ou a pé", avaliou a professora. "Temos também a questão da saúde proporcionada pelo caminhar e andar de bicicleta. Porém, não podemos incentivar essas atividades, por conta do risco de morte. Nossas cidades não são preparadas para o diferente convívio de meios de transporte."
Fonte: Agência Unesp de Notícias
A maior e mais moderna aeronave fabricada no Brasil contou com recursos do Inova Aerodefesa, um programa da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Finep/MCTI), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ministério da Defesa e Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI). O cargueiro KC-390 será utilizado pelo Exército Brasileiro para missões de busca e resgate, além de abastecimento de outras aeronaves em voo.
Foto: Embraer
Conceito atual do futuro KC-390, com cauda em "T" e capacidade de carga aumentada de 19 para 23,6 ton
A aeronave, que fez o primeiro voo em 3 de fevereiro, substituirá o Hércules C-130. O novo cargueiro possui 35,2 metros e é capaz de transportar até 23 toneladas. Mais de 50 empresas brasileiras participaram do projeto. Empresas da Argentina, República Checa e Portugal também contribuíram com o processo.
A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou a intenção de adquirir mais 28 aeronaves ao longo de dez anos. Além dessa encomenda, a Embraer, fabricante do avião, recebeu intenções formais de compras de outros países.
O Inova Aerodefesa é parte do plano Inova Empresa que, em 2014, investiu cerca de R$ 12 bilhões em áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento do País, como saúde, educação, energia, tecnologia, entre outros.
Os financiamentos do Inova Aerodefesa somaram um total de R$ 8,68 bilhões no ano passado. Foram aprovados 91 planos de negócio apresentados por 64 empresas do setor. Os planos resultaram em 315 projetos de pesquisa.
Fonte: MCTI