No dia em que o golpe militar de 1964 completou 50 anos, nesta terça-feira (1º/4), a Câmara dos Deputados inaugurou busto em homenagem ao ex-deputado cassado Rubens Paiva, morto e desaparecido, em 1971, pela ditadura (1964-1985). Todos os presentes à solenidade destacaram a importância do ato para lembrar os que foram cassados, torturados e mortos pelo regime que depôs o presidente João Goulart, o Jango. “Estamos honrando suas histórias, suas ideias e suas famílias”, afirmou Henrique Eduardo Alves, presidente da Casa, durante a cerimônia que contou com familiares do ex-parlamentar.
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Solenidade de inauguração do busto do ex-deputado Rubens Paiva
A filha de Rubens Paiva, Maria Beatriz Paiva, afirmou que a família ainda espera ouvir um pedido de perdão pela injustiça cometida contra seu pai e tantos outros que lutaram contra a ditadura militar. "O Brasil tenta revisitar sua história e acredito que sociedade brasileira só conseguirá fazer as pazes com esse passado sombrio e por fim se libertar dele quando puder dizer de peito aberto que no seu país, no nosso país a dignidade humana está sendo resgatada e o respeito aos direitos humanos está sendo cumprido."
O deputado Paulo Teixeira, do PT de São Paulo, autor da homenagem, destacou que é preciso lembrar sempre o passado para que a ideia de ditadura seja banida do país. O deputado defende a desmilitarização da polícia e a revisão da lei de anistia como forma de encerrar esse capítulo da história do Brasil.
O SEESP, em 21 de setembro de 2009, ao completar 75 anos de existência, entregou à categoria uma estrutura inteiramente restaurada, como o auditório cujo nome é “Engenheiro Rubens Paiva”.
Escute, aqui, entrevista inédita de Rubens Paiva.
Imprensa – SEESP
Com informação da Agência Câmara de Notícias
Questões que vêm sendo tratadas no projeto da FNE, consideradas fundamentais ao crescimento, agora focarão na reindustrialização e na necessidade de desenvolver uma cadeia produtiva que gere riqueza e oportunidades internamente. Lançado pela FNE em 2006 e objeto de atualização desde então, para 2014, o “Cresce Brasil” visa, assim, contribuir à superação dos desafios para se enfrentar entraves ao desenvolvimento. Sob essa concepção, os temas que deverão compor a atual etapa da iniciativa – que culminará no documento intitulado “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento – Novos desafios” – foram apresentados à diretoria da federação em reunião no dia 18 de março, na sede do Seesp, em São Paulo. A ser entregue aos candidatos nas eleições deste ano, o documento em elaboração trará propostas nesse sentido.
Foto: Beatriz Arruda/SEESP
Profissionais da engenharia e consultores da FNE debatem próximos passos do projeto Cresce Brasil
Desenvolvimento das cadeias produtivas no setor aeronáutico foi o tópico apresentado por Eduardo Sanovics, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Segundo ele, em 2002, 30 milhões de pessoas realizaram viagens de avião; já em 2013, foram 100 milhões. Não obstante com isso o País se encontre na terceira posição global em número de voos, atrás apenas dos Estados Unidos (com 625 milhões) e da China (256 milhões), mantém a escala existente nos anos 1990 em termos de estrutura de atendimento. Como lembrou Sanovics, a engenharia é fundamental à superação desse quadro. Nesse processo de incrementar a competitividade em termos globais, conforme sua explanação, um dos desafios é enfrentar o alto preço dos combustíveis, com custos elevados gerados pela dificuldade com a infraestrutura. Entre as soluções tecnológicas para dar conta dessa demanda, está superar gargalos ao uso do bioquerosene – já desenvolvido em âmbito nacional. “Pode representar uma revolução. A aviação representa 2% da emissão de CO2 do planeta. Podemos construir um programa independente, de caráter nacional e que tenha impacto regional.” Ele concluiu: “Trouxemos a rodoviária para o aeroporto, e esse é um dos grandes orgulhos que temos. Agora, temos que promover as adequações para atender a esse estágio.” Consultor do “Cresce Brasil”, Artur Araujo complementou: “O desafio é aprofundar o desenvolvimento das cadeias produtivas e assegurar a reindustrialização. A terceira maior produtora de aeronaves do mundo é a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), e boa parte da manutenção desses equipamentos é feita fora. É preciso inovação.”
Para Marco Aurélio Cabral Pinto, também consultor do projeto, é necessário pensar em ações rumo à industrialização. Ele destacou em especial a importância de garantir o desenvolvimento das pequenas e médias empresas nacionais. “O Brasil atraiu muitos investimentos externos industriais nos últimos anos, mas muitos trazem junto seus fornecedores. Falta apoio público, acesso a financiamento para garantir competitividade às pequenas e médias empresas, ao que é preciso criar mecanismos legais. Se não resolvermos isso, o destino é a desnacionalização ou o fracasso.” Na sua concepção, entes regionais, como as prefeituras, são grandes fontes de financiamento. Cabral Pinto salientou ainda ser mister solucionar a questão cambial. “Não se trata de xenofobia, mas de assegurar oportunidades a companhias brasileiras, com capital nacional e controle de residentes.”
Outras contribuições
Entre os demais temas abordados, saneamento foi apresentado por João Sergio Cordeiro, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Com 200 milhões de habitantes e cerca de 85% de sua população em área urbana, no Brasil, os problemas nessa área vão desde a questão da disponibilidade hídrica à falta de coleta e tratamento de esgoto. “Dos 100% de água que temos, São Paulo conta com apenas 1,6%. O Sistema Cantareira está buscando água há 100km de distância.” Ele indicou ainda a necessidade de um projeto de coleta seletiva para assegurar que os municípios cumpram a Lei nº 12.305/2010, relativa à Política Nacional de Resíduos Sólidos, a partir de agosto próximo. “Os desafios passam pela vertente política, por conhecimento, pela ação das empresas e principalmente pela gestão econômico-financeira e de recursos humanos.” Cordeiro alertou: “Mantendo o nível de investimentos atual, só resolveremos o problema em 2122.” No Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), entre 2014 e 2033, estão previstas inversões federais da ordem de R$ 300 bilhões.
Sobre transporte ferroviário, a diretora Regional Sudeste da FNE, Clarice Soraggi, explicou que o documento deve se debruçar em especial sobre a situação relativa a cargas. Uma das grandes preocupações que devem ser evidenciadas no “Cresce Brasil” é quanto à perda de competências em função do desmonte do setor sobretudo nos anos 1990 e a urgência de capacitar mão de obra para expandir e recuperar as ferrovias no País.
Também estão sendo elaboradas propostas ao setor essencial de energia. O coordenador técnico do “Cresce Brasil”, Carlos Monte, disse que a nota técnica a respeito deve incluir integração sul-americana, conservação energética e fontes alternativas, bem como as oportunidades com o pré-sal.
Já Antonio Octaviano, do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), falou sobre inovação e tecnologia. Ele enfatizou que a concepção de contribuir ao incremento da produtividade e, assim, ao desenvolvimento nacional sustentável norteou a criação dessa instituição de ensino. Mantido pelo Seesp, com o apoio da FNE, o Isitec, desse modo, oferecerá em caráter pioneiro o curso de graduação em engenharia de inovação. Também participaram da reunião Eduardo Berkovitz Ferreira, representante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e Fernando Araújo-Moreira, professor da UFSCar, que falou sobre segurança pública e defesa nacional. (Por Soraya Misleh)
Fonte: Jornal Engenheiro, da FNE, Edição 143/ABR/2014
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“Estamos criando empregos e fronteiras tecnológicas para os outros.” A afirmação é feita por Artur Araujo, consultor do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – lançado pela FNE em 2006 –, para explicar a perda de oportunidades gerada pela falta de uma política industrial brasileira voltada ao setor aéreo. O tema deve estar em pauta na nova etapa de discussões da plataforma apresentada pelos engenheiros ao desenvolvimento sustentável nacional, com inclusão social, a ser lançada em junho.
O Brasil, como observa Araujo, passou, nos últimos dez anos, de um patamar de 35 milhões de passageiros/ano para 105 milhões. “É algo absolutamente inédito em termos de aviação, ou seja, há um potencial que obviamente obriga a uma demanda por aeronaves, por manutenção, por equipamentos”, enfatiza. A despeito disso, e de o País ter a terceira maior fábrica de aviões do mundo – a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) –, está importando de 60% a 90% dos equipamentos para atender o setor. A informação consta de estudo encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) a pesquisadores das universidades estadunidenses Duke e Massachusetts Institute of Technology (MIT), divulgado em reportagem do jornal Valor Econômico, de 13 de fevereiro. Significa que o Brasil está praticamente fora da cadeia global de produção de aeronaves, um mercado que, de acordo com os dados apurados em final de 2012 e março de 2013, movimenta cerca de US$ 130 bilhões. Consequentemente, diz o consultor do “Cresce Brasil”, fica completamente dependente do fornecimento externo e de eventuais oscilações na relação cambial e na balança de pagamentos. Cenário que pode barrar a continuidade da expansão experimentada até agora.
Tratando-se de um setor de ponta tecnológica, que poderia repercutir em valor agregado a sua economia e empregos de qualidade – inclusive para engenheiros –, Araujo considera que deveria se dar atenção a isso. “Nosso problema é que estamos com baixa capacitação tecnológica e não existe uma política definida de incentivos para a criação de uma rede de suprimentos à indústria aeronáutica.” Essa é a realidade enfrentada pela maioria das 150 empresas que compõem o segmento nacional, ainda segundo o estudo encomendado pela CNI.
Araujo dá um exemplo do impacto que uma mudança positiva nessa trajetória poderia trazer. O governo brasileiro anunciou, em 18 de dezembro último, a compra de 36 caças suecos Gripen para compor a frota da Força Aérea Brasileira (FAB). “Não é projeto brasileiro e boa parte da fabricação virá daquele país, mas fez parte do pacote que a montagem e parte da produção de componentes venha para cá. Mesmo sendo um projeto de parceria, essa transferência tecnológica vai impactar em um novo polo de atendimento”, ilustra o consultor do “Cresce Brasil”.
Prioridade
Para Araujo, no desafio de consolidar uma cadeia produtiva nacional, a política industrial pensada deve, num primeiro momento, garantir subsídio e proteção às empresas nascentes. “É necessário uma linha específica de financiamento via instituições financeiras públicas, como BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas também um esforço por parte do empresariado de se capacitar. A própria Embraer tem um programa interno nesse sentido. Ela tem interesse em criar uma rede nacional de fornecedores.” Ademais, é mister desenvolver um parque especializado brasileiro de manutenção de equipamentos e aeronaves – hoje feita nos Estados Unidos ou Europa.
Outra fronteira tecnológica que o Brasil está deixando de explorar – e deveria rever – é o segmento de aviação agrícola, aponta Araujo. Num país cuja dimensão continental torna necessário o uso de pequenas aeronaves no agronegócio, seria possível ter “um senhor parque de suprimentos para isso, não só à pulverização e controle de pragas, mas ao espalhamento de sementes”.
Isso teria repercussão imediata, por exemplo, na procura por cursos de engenharia aeronáutica, a cuja formação o País já conta com um centro de excelência em São José dos Campos (SP). A que isso ocorra, contudo, é fundamental dar prioridade ao setor – estratégico, seja por seu papel na defesa e na soberania nacionais, como “por estar sempre ligado à tecnologia de ponta”.
Ele lembra que o Brasil “começou enxergando isso, quando desenvolveu a Embraer, mas depois parou”. Inclusive abriu mão da empresa como patrimônio público, com sua privatização em 1994. Durante algumas décadas, explica, o País tomou a decisão de não ter política industrial, rezando a cartilha da escola econômica neoliberal, que pregava o domínio do mercado e a não intervenção estatal. “Essa barreira intelectual e ideológica é muito difícil de superar. Mesmo com a ascensão ao governo de um grupo de gestores que pensa diferente, ainda não houve, no caso da indústria aérea, prioridade.”
Ao se debruçar agora em apontar esse gargalo, o “Cresce Brasil”, na sua concepção, vai motivar debates acerca da questão e possibilitar avanços nesse sentido. Araujo aponta pelo menos 12 macrotemas que podem balizar a discussão e nortear a proposta: transporte de cargas de alto valor, de alta sensibilidade ou de grande perecibilidade; tecnologias de controle de voos; desenho otimizado de redes logísticas; aviação regional e executiva; cadeia de suprimentos e processos para manutenção de aeronaves; cadeia de insumos para fabricação de equipamentos aeronáuticos, com ênfase em avionics (sistemas eletrônicos à navegação e comunicação); biocombustíveis; indústria de materiais especiais (ligas metálicas, plásticos etc.); indústria bélica e aviação militar; tecnologia para comercialização de passagens e fretes aéreos; produção de estruturas temporárias para picos de demanda; e aviação agrícola. (Por Soraya Misleh)
Fonte: Jornal Engenheiro, da FNE, Edição 142/MAR/2014
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No dia 15 de abril (terça-feira), das 14h às 20h, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) promove o 1º Encontro da Profissional Universitária para debater as “Diretrizes para uma Política de Igualdade de Gênero da CNTU: Trabalho, Saúde e Política”, elaboradas pelo Coletivo de Mulheres da entidade. A atividade será na sede do SEESP, na Capital paulista (Rua Genebra, 25, Bela Vista).
Criado em 8 de março de 2013, o coletivo tem como objetivo inserir a discussão das questões de gênero no âmbito da CNTU e de sua base, contribuindo para que as mulheres ganhem mais espaço em assuntos referentes ao trabalho, à profissão, à política e à militância sindical, além de atendimento adequado à saúde. “Temos que sair do 1º Encontro com o tema incorporado pelas nossas categorias. Se conseguirmos que as federações façam o debate sobre como mobilizar as mulheres e fazer cursos de formação, será um grande avanço”, afirma Gilda Almeida de Souza, vice-presidente da confederação e coordenadora do evento.
A atividade contará com profissionais de todo o Brasil, que terão a oportunidade de contribuir com a definição das diretrizes da CNTU. As palestras sobre os temas-chave da discussão ficarão por conta de Patrícia Lino Costa, economista e pesquisadora do Dieese (trabalho); Clair Castilho, farmacêutica e secretária executiva da Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos (saúde), e Muna Zeyn, assistente social e chefe de gabinete da deputada federal Luiza Erundina (política).
Entre os assuntos em pauta, entrarão dupla jornada de trabalho, insuficiência de políticas públicas como creches, educação infantil em período integral, desigualdade na remuneração e oportunidades de ascensão profissional e direitos sexuais e reprodutivos.
Mais informações pelo telefone (61) 3225-2288 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Imprensa - CNTU
Ao debater a reforma do Código Penal (Decreto-Lei 2.848/1940) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), nesta terça-feira (1º/4), o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sebastião Reis Júnior, afirmou que a redução da maioridade penal não vai resolver o problema da criminalidade juvenil. “O grande problema é a falta de preparo do Estado em dar educação e uma perspectiva de vida aos menores carentes. O Estado se omite e o crime é o caminho que acaba sendo escolhido”, ponderou.
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
A redução da maioridade é tema da proposta de emenda à Constituição de iniciativa do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) que abre a possibilidade de menores infratores entre 16 e 18 anos sofrerem uma punição diferenciada por participação em crimes hediondos (PEC 33/2012).
A PEC foi rejeitada pela CCJ, mas o Plenário do Senado deverá se manifestar sobre o assunto.
Fonte: Agência Senado
Cidades de todas as regiões do mundo estão se unindo no compromisso de um futuro de energia renovável. Durante a cerimônia oficial de premiação do Desafio das Cidades da Hora do Planeta, em Vancouver (Canadá), realizado na última semana, Belo Horizonte demonstrou o seu apoio ao movimento de cidades cada vez mais limpas e sustentáveis.
Junto com outras oito cidades de diferentes continentes, que foram eleitas capitais nacionais da Hora do Planeta durante a edição deste ano do Desafio, BH se integrou ao chamado para governos e instituições financeiras ao redor do mundo de ampliar significativamente os investimentos em energias renováveis.
Além de Belo Horizonte, Bruxelas (Bélgica), Copenhagen (Dinamarca), Lappeenranta (Finlândia), Monteria (Colômbia), Seoul (Córeia do Sul), Estocolmo (Suécia) e Coimbatore (Índia) assinaram o termo e se comprometeram com soluções de desenvolvimento sustentável cada vez mais distantes de carvão, petróleo e gás.
A campanha global da Rede WWF Use o Seu Poder (Seize Your Power, em inglês) busca aumentar o investimento em energias renováveis em 40 bilhões de dólares até junho de 2014. Atores importantes nos governos mundiais e no setor financeiro estão sendo procurados para investimento significante e compromisso público rumo a um futuro de energia verde e distante dos combustíveis fósseis.
Você também pode participar assinando a petição.
Fonte: WWF Brasil
O projeto do marco civil da internet, que disciplina direitos e proibições no uso da rede, será relatado pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC) na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).
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O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, no dia 25 último, depois de três anos de debates. O presidente do Senado, Renan Calheiros, já garantiu que a votação no Senado será rápida. Além da CMA, as Comissões de Ciência e Tecnologia (CCT) e de Constituição e Justiça (CCJ) também vão tratar do assunto.
O projeto trancava a pauta da Câmara desde outubro do ano passado. No Senado, todavia, será feita a tentativa de aprovar com mais celeridade o projeto idealizado pelo Executivo. Líder do governo, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) acredita que o marco civil pode ter uma tramitação mais rápida, mas entende que haverá tempo para discutir o mérito da proposta.
Fundamentos
A legislação da internet é muito esperada pelo setor de telecomunicações por ser uma carta de fundamentos e princípios no uso da rede, envolvendo questões como sigilo de dados, liberdade de expressão e o pagamento apenas pelo uso da banda e sua velocidade, não de aplicativos separadamente (continuaria sendo proibido vender pacotes de serviços avulsos, como apenas download de vídeos ou caixa de e-mails, por exemplo).
O projeto foi elaborado pelo governo e, ao chegar à Câmara, foi apensado a outras 42 proposições que tinham objetivos semelhantes: colocar lei no Brasil virtual, ambiente “frequentado” por nada menos que 100 milhões de brasileiros, ou seja, metade da população do país.
Neutralidade
O marco civil se mostrou mais polêmico na parte que garante a isonomia na distribuição de conteúdo, conhecida como “neutralidade”, ou seja, a obrigação de tratar pacotes de dados de maneira isonômica, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicação. Ainda que um usuário pague por mais velocidade que outro, eles não podem ser tratados de maneira diferente pelas empresas provedoras.
A Câmara também manteve a possibilidade de o presidente da República decretar bloqueio, monitoramento, filtro ou a análise de conteúdo dos dados numa situação anormal. Essa exceção se daria com a justificativa de criar prioridades por “necessidade técnica ou de emergência”, diz o texto aprovado pelos deputados. Nesses casos, será permitida a discriminação ou a lentidão do tráfego.
Os líderes da oposição na Câmara reclamaram que essa possibilidade daria a chance de um presidente vetar, na verdade, os próprios conteúdos da internet, que hoje têm livre trânsito pela rede. Esse tipo de censura a conteúdos acontece no Irã e na China, por exemplo. Para prevenir excessos, ou até uma decisão contrária à livre manifestação do pensamento, o projeto passou a exigir que o chefe do Executivo consulte a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Comitê Gestor da Internet antes de assinar o decreto.
Igualdade
Provável relator do projeto na CCT, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) disse que a introdução da neutralidade de rede é importante porque elimina a possibilidade de haver jogo combinado entre uma empresa provedora, detentora de infraestrutura (banda), e um provedor de conteúdo (como o Google, por exemplo), permitindo que pela banda só trafeguem produtos casados.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) repudia a ideia da implantação de um programa “Mais engenheiros”, conforme defendida pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), durante a abertura do 1º Fórum Nacional de Infraestrutura, realizado, em Brasília, nos dias 27 e 28 de março. Uma iniciativa similar do governo foi implantada na área médica.
Foto: Beatriz Arruda/SEESP
Pinheiro critica proposta de parlamentar de criar projeto para importar engenheiros ao país
A FNE, entidade representativa de cerca de 500 mil profissionais em todo o Brasil e com foco no desenvolvimento nacional, esclarece que o déficit de profissionais na área de infraestrutura não pode ser solucionado por meio de um programa de importação de engenheiros, pois já existe mão de obra qualificada disponível no país. “Garantir mão de obra especializada aos municípios é uma necessidade urgente e fundamental defendida pela carreira. Sugerimos como solução para o problema, a implantação efetiva da engenharia pública - criada pela Lei 11.888/08 - para assegurar a assistência técnica à população de baixa renda”, diz o presidente da FNE, Murilo Celso de Campos Pinheiro.
Para a federação, desenvolver a infraestrutura nacional deve ser uma prioridade constante do governo, por meio da elaboração de planos municipais para, por exemplo, a universalização do serviço essencial de saneamento ambiental.
"Como forma de valorizar a categoria, é necessário estabelecer planos de carreira que valorizem o profissional e o mantenham no serviço público para atender à população. É preciso realizar concursos públicos nos municípios, com remuneração justa, tendo como referência o piso da categoria definido pela Lei 4.950-A/66, que equivale a R$ 6.516,00 para a jornada de 8 horas”, defende Pinheiro.
Outra sugestão de melhoria para a categoria está em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ): um Projeto de Lei (PLC 13/2013) – aprovado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado – que acrescenta parágrafo único ao artigo 1º da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966. “A mudança no texto caracteriza como essenciais e exclusivas de Estado as atividades exercidas por engenheiros, arquitetos e engenheiros agrônomos, ocupantes de cargo efetivo no serviço público federal, estadual e municipal”, explica o presidente da federação.
A FNE ao longo dos últimos oito anos tem alertado o governo, por meio do projeto Cresce Brasil + Engenharia +Desenvolvimento, para a necessidade de formar mais engenheiros no Brasil, tendo como perspectiva a retomada do crescimento econômico no Brasil. Segundo análise da entidade, o número de profissionais formados no país aumentou entre 2006, que teve 30 mil, e 2011, com 42 mil engenheiros, mas ainda é insuficiente para atender as demandas. Para Pinheiro, num cenário de expansão econômica, a expectativa é que seja necessário ingressarem no mercado 60 mil engenheiros por ano. “Como contribuição, a entidade apoia a criação do Instituto Superior de Inovação Tecnológica (Isitec), uma iniciativa do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP), que deve receber a primeira turma de graduação, no curso de Engenharia de Inovação, em 2015. A proposta é graduar profissionais com sólida formação básica, educados numa cultura de inovação, aptos a buscar soluções aos desafios do setor produtivo para atuar nos diversos segmentos da economia”, argumenta.
Imprensa – SEESP
O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) reuniu milhares de manifestantes em frente à Câmara Municipal de São Paulo, no dia 26 último. O grupo pedia celeridade na aprovação do novo Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade, que está em tramitação desde o segundo semestre do ano passado.
Foto: Renatto de Sousa/CMSP
Comissão do movimento dos Sem Teto é recebida por vereadores paulistas, no dia 26 de março
Uma comissão de manifestantes foi recebida pelo presidente da Câmara, José Américo (PT), e pelos vereadores Nabil Bonduki (PT), relator do projeto na Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente, Andrea Matarazzo (PSDB), presidente do colegiado, e pelo vereador Reis (PT).
Pela manhã, Bonduki apresentou seu substitutivo ao projeto do Executivo, com novidades como a limitação da altura dos edifícios no miolo dos bairros, a recuperação da zona rural da cidade e a criação do chamado “território cultural”, que vai do centro à Av. Paulista.
Um dos coordenadores do movimento, Guilherme Boulos, pediu aos parlamentares a aprovação do texto de Bonduki até o fim de abril. “As nossas pautas foram incorporadas pelo substitutivo, então nossa maior preocupação é com a celeridade da votação”, afirmou o ativista.
Entre as reivindicações atendidas pelo novo texto estão o aumento no número de ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social) e a inclusão de artigos garantindo o atendimento habitacional imediato para todas as famílias que por ventura fiquem desabrigadas por conta de remoções forçadas.
Os vereadores se comprometeram a trabalhar para que o texto possa ser votado em primeira discussão no começo de abril. “Eu acredito que a votação deve acontecer na semana que vem. Está prevista para quarta-feira (2/4) a votação na Comissão de Política Urbana. Em seguida, o projeto vai a plenário e esperamos que ele possa ser votado,em primeira, uma semana depois”, afirmou Bonduki.
Antes da aprovação definitiva do projeto também está prevista uma série de audiências públicas nas quais o projeto final será amplamente debatido com a sociedade.
Fonte: Câmara Municipal de São Paulo
Após conversar com Zaida Maria de Albuquerque Melo Diniz, é difícil destacar um único trabalho, um único ato. Aos 79 anos, a pernambucana, nascida em Olinda, acumula uma larga experiência na criação de diversas entidades, como conselhos de classe, o sindicato em seu estado, as duas federações da categoria e da própria Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU).
Atuou como juíza classista no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e implantou sistemas de alimentação em diversos locais. Além dos hospitais, com pacientes de perfis diversos –doentes mentais, doenças infectocontagiosas, venéreas , hanseníase, entre outras – contribuiu para a implantação no setor público, em sistemas nacionais, no setor privado.
Neste mês de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, a dirigente sindical concedeu uma entrevista ao Portal da CNTU onde recordou momentos marcantes da profissão, predominantemente feminina, como o início da carreira, quando foi preciso se impor duplamente: como nutricionista, uma profissão que começava a surgir na década de 1970, e como mulher. Também têm destaque nessa trajetória os cinco filhos muito bem criados por ela sozinha, que já lhe deram 11 netos.
Zaida pertenceu à primeira turma do curso de Nutrição do Instituto de Fisiologia e Nutrição, da Universidade Federal de Pernambuco, que se formou em 1959. Mesmo aposentada, ela continua participando ativamente das discussões da categoria, como delegada sindical do Sindicato dos Nutricionistas de Pernambuco e como diretora administrativa da Federação Interestadual dos Nutricionistas (Febran).
Como foi o seu ingresso na profissão?
Zaida Diniz – O noivo de uma vizinha minha, que estudava Medicina, me avisou que abriria a primeira turma da faculdade de Nutrição, no Instituto de Fisiologia e Nutrição, da Universidade Federal de Pernambuco. Naquele tempo só havia o curso em São Paulo e Rio e Janeiro. Eu, aos 20 anos, trabalhava como professora. Mas sempre gostei da área de saúde, porque meu pai era médico e dentista. Então, acabei fazendo vestibular e passei no curso.
O campo da Nutrição ainda tem mais mulheres do que homens atuando?
Diniz – Sim, bem mais mulheres, cerca de 90% da categoria. Na minha turma do curso de nutrição eram 29 mulheres e um homem.
A senhora enfrentou dificuldades no trabalho por ser mulher?
Diniz – Casei em 1960. Mas, em 1972, quando eu estava grávida de três meses do meu quinto filho, meu marido saiu de casa para ir trabalhar em outro estado e não voltou mais. Foi então que minha situação financeira ficou apertada e precisei arrumar um segundo emprego porque nessa altura meu pai já estava com idade e muito doente. Eu tinha que trabalhar pela manhã no Estado e à tarde eu trabalha em clínicas, em fábricas.
Depois eu tive que viajar para várias cidades do nordeste em um trabalho que assumi para implantar o sistema Ticket de Refeições [os restaurantes credenciados eram auxiliados na preparação de cardápios para torná-los mais atraentes]. Eles eram muito pequenos ainda, mas era o único jeito para sustentar cinco filhos, sozinha, e manter gente dentro de casa para ajudar a cuidar das crianças... Uma luta! Mas nunca deixei de estar próxima. As minhas duas filhas mais velhas me ajudaram muito a criar os menores, ajudando nas lições. Mas, quando chegava em casa, mais tarde, eu ia revisar as tarefas.
Entre os trabalhos que realizou, qual a senhora destacaria?
Diniz – Fui convidada a implantar um sistema de refeição em uma usina de açúcar. Entre os cortadores de cana havia um índice muito grande de acidentes de trabalho porque eles não se alimentavam adequadamente. Mas, para isso, visitei os canaviais, conversei com os trabalhadores e vi de perto qual era a situação daquela gente, qual era o volume de trabalho. Era uma função absolutamente braçal e muitos deles não tinham o que comer em casa. Chegavam pra trabalhar de barriga vazia e debaixo daquele sol, um calor! Então, preparamos um cardápio balanceado, de acordo com o tipo de atividade que eles exerciam, com café da manhã, almoço e jantar para os diversos turnos. E quem almoçava, antes de deixar a usina, também jantava.
Se fosse um homem no seu lugar, teria sido mais fácil?
Diniz – Lembrando alguns momentos da minha trajetória, agora, digo que foi muito difícil da nossa profissão se impor como categoria. Porque insistiam em dizer que nosso trabalho era de cozinheira. Principalmente no nordeste, onde a cultura é mais machista. Nós que fomos da linha de frente, as primeiras a exercerem a função, tivemos que nos impor. Eu quase sempre trabalhei dentro de hospital. Eu era moça, muito jovem e precisei me impor duplamente: como nutricionista e como mulher. E fui sim bastante respeitada. Os médicos no iniciam tinham certa resistência em relação às nossas orientações, mas depois foram cedendo. Foi difícil. Foi preciso muita batalha. Mas tenho muito orgulho de ser nutricionista. Mas, o primeiro orgulho meu é de ser mãe. Ser mãe, ser mulher, ser profissional e, agora, ser avó, que é a coisa mais gostosa do mundo.
A senhora parece ter conciliado muito bem essas duas funções. Além de desempenhar muito bem seu trabalho como nutricionista, acabou indo para o campo político e lutou pela criação de algumas entidades representativas da categoria.
Diniz – Em março de 1978, me tornei a presidente da Associação Pernambucana de Nutrição. E logo que assumi recebi uma correspondência informando sobre a existência de um projeto de lei que tramitava na Câmara dos Deputados, que estabelecia a criação dos conselhos regionais e o conselho federal. Por coincidência, haveria naquela mesma ocasião, em Brasília, um Congresso de Saúde na Câmara. Eu e Claudete Nascimento, então vice-presidente da Associação, fomos parar no gabinete do presidente da Câmara, que era Marco Antonio Maciel, com quem já tínhamos amizade de longa data, lá no Recife. Mostramos a ele o projeto de lei sobre os conselhos e explicamos a ele a necessidade da criação das entidades. Era dia 16 de agosto de 1978. No dia 31 de agosto do mesmo ano, o ministro do Trabalho daquele tempo anunciou, em um congresso, sobre a assinatura dos decretos de criação dos conselhos regionais e federal de Nutrição.
E depois disso ainda fundou o sindicato, a federação e a CNTU?
Diniz – Sim. Em 1984, a Associação Profissional dos Nutricionistas a qual eu já não mais presidia. Porém, aceitando um convite de algumas nutricionistas, assumi a tarefa de transformar a associação em sindicato, que nasceu no dia 4 de março de 1986. Em outubro de 1989, criamos a Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN), que reunia, além de Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Alagoas. Em 2011, houve um desentendimento na Federação e nós de Pernambuco e o sindicato de São Paulo, decidimos nos desfiliar. O caminho natural acabou culminando na criação de uma nova entidade: a Federação Interestadual dos Nutricionistas, a Febran, que reúne seis sindicatos de seis estados – PE, SP, MS, PA, AL e BA.
E como a senhora vê a participação das mulheres na vida política?
Diniz – Ainda temos poucas mulheres atuantes nos cargos políticos. Temos que ter mais mulheres nos representando. Mas não é só pra assumir o cargo e ficar lá sentada assinando papel. Tem que ser atuante, como é a deputada federal Luciana Santos (PCdoB-PE), que foi prefeita de minha cidade natal.
E no movimento sindical?
Diniz – Mas, na parte sindical já tem muitas mulheres que vêm se destacando e conquistando seus espaços. Em Pernambuco, passei 30 anos à frente das entidades representativas da minha categoria. E, em especial, nos encontros da Federação e da CNTU existe muito apoio, muita igualdade no tratamento. Na Febran, inclusive, são três presidentes homens, dos sindicatos de Alagoas, da Bahia e de São Paulo, e os outros três sindicatos são presididos por mulheres. Em nossa categoria, os homens atuam mais com ensino e pesquisa. Já na CNTU foi criado um Coletivo de Mulheres para debater as políticas para mulheres e que é coordenado por uma batalhadora, que é Gilda Almeida, vice-presidente da confederação.
Deborah Moreira – Imprensa SEESP
Entrevista publicada originalmente no site da CNTU